Grávidas podem fazer exercícios

Roberta Gabriel / Divulgação
Roberta Gabriel / Divulgação

Profissional fala sobre a importância da prática de exercícios durante a gestação.

É muito interessante observar as mudanças que ocorrem com o passar dos anos. Quando fiquei grávida – isso já faz 28 anos – não era aconselhável fazer exercícios físicos. Claro que não era recomendável ficar parada, mas as indicações eram para algo mais leve. Como não existia pilates, o queridinho das grávidas era a yoga. Fiz durante um bom tempo da minha gestação.

Porém, muitas das minhas amigas que ficaram grávidas na mesma época que eu, optaram por ficar mais quietas. Acho que sou mesmo do avesso, tenho uma vida sedentária, mas na gravidez me exercitei. Não sou muito chegada a regimes, mas quando estava grávida mantive uma alimentação exemplar, com muitas frutas, verduras, legumes. Nada de frituras, pouquíssimo doce. Lembro que chegou num ponto que meu obstetra comentou que eu estava emagrecendo, ou seja, considerando o aumento do bebê, placenta, etc, estava perdendo peso.

Atualmente as coisas mudaram e, agora, a recomendação é que se faça exercícios durante todo o período gestacional, pois isso traz inúmeros benefícios tanto para a gestante quanto para o feto. Segundo a personal gestante Roberta Gabriel, as mulheres podem e devem praticar exercícios físicos durante a gravidez. “Qualquer exercício é válido para a gestante desde que orientado por um profissional especializado, que entenda quais são as reais necessidades e limitações de cada trimestre de gestação”.

gestante1“Os exercícios durante a gravidez não são uma adaptação dos regulares com uma carga reduzida. As grávidas precisam de trabalhar a área lombar, por causa da sobrecarrega pelo peso da barriga, o abdômen e o assoalho pélvico, para garantir maior elasticidade em casos de partos naturais”, completa Roberta Gabriel.

O trabalho do corpo é muito bom para controle do peso, aumento do tônus muscular das áreas afetadas pela gravidez, desenvolvimento do feto por meio do aumento da oxigenação e fluxo sanguíneo – que ajudam na melhor formação dos órgãos do bebê -, e diminui as chances de obesidade e diabetes durante o crescimento da criança.

Manter o corpo ativo durante a gravidez diminui inchaços, controla o surgimento de doenças gestacionais como a diabetes e a hipertensão; melhora a qualidade do sono, aumentando a sensação de bem-estar, principalmente nos últimos meses em que o desconforto é maior.

Os exercícios aprovados pelos médicos para as gestantes, incluem: hidroginástica, pela ausência de impacto; yoga e pilates, que focam na postura, muito importante nesse período; musculação, com carga e intensidade moderadas, e exercícios escolhidos com muito cuidado e adaptados à necessidade da gravidez; e a corrida, se já for antes praticada pela mãe.

Porém, cuidado com as articulações, a respiração e a frequência cardíaca que não deve ultrapassar 140 batimentos por minuto.

Isabela Teixeira da Costa

Mulheres exageradas estão espantando os homens

mulheres atacamAs mulheres estão conseguindo espantar os homens.

Não sou muito de sair na noite. Vou mais a festas, eventos, restaurantes para jantar. Mas ir para balada, bares e boates não é muito a minha praia. Outro dia, conversando com um amigo que é solteiro, fiquei sabendo um pouco de como as mulheres estão agindo em relação aos homens. Como temos muita liberdade, ele soltou o verbo. Lembrei-me do filme Como perder um homem em 10 dias.

Sei que os tempos são outros, que agora mulher já toma iniciativa, mas uma coisa é tomar iniciativa, outra coisa é avançar. No jogo da sedução o papel do homem é fundamental. A mulher dá a entender que está interessada e o homem toma a iniciativa. Sempre achei isso muito bom, divertido, atraente. Hoje, sei que as mulheres chegam junto, muitos homens não ligam, mas outros ainda se sentem incomodados com este comportamento.

Esse meu amigo é mais na dele. Fica no canto, é observador. Isso deve atrair mulher, porque chove na horta dele. Me contou que certa noite uma mulher parou do lado dele e ficou. Onde ele ia, ela ia atrás. Me lembrei da música “onde a vaca vai, o boi vai atrás”, neste caso a situação era inversa “onde o boi vai, a vaca vai atrás”. Ri muito. Bom, homem é homem. Ele deu uns beijos nela e saiu fora. Não adiantou, a perseguição continuou. Foi o maior custo ele conseguir ir embora sem ser percebido.

Foi a uma festa, conheceu uma mulher, bonitona, profissional liberal. Interessante, papo bom. Ela pediu seu telefone, ele deu. Para quê. No dia seguinte, começaram as insistentes mensagens de WhatsApp e telefonemas. Como ele não respondia a todas, as mensagens passaram a ser de cobrança. Até que ela percebeu que ele não estava interessado. Acho que até hoje ela não entendeu que foi ela mesma que fez ele desinteressar, depois de tanto assédio.

O problema é esse. As mulheres estão tão carentes que, quando conhecem um cara legal, atropelam as coisas, não dão tempo ao tempo, não sabem mais conquistar. Tenho certeza que um homem – como uma mulher – gosta de receber mensagens de quem ama, de quem ama! Que homem vai aguentar receber mensagens de quem acabou de conhecer dizendo: “Cheguei no trabalho”, “estou saindo do trabalho”, “Ainda está no trabalho?”, “Já cheguei em casa”, “Você já chegou em casa?”, “me responde…”, “sei que está em casa”, “não quer falar comigo?”… Haja paciência… É muita falta de noção.

Tem umas que viajam e em vez de curtir o passeio ficam o tempo todo agarradas no celular querendo conversar com o cara que estão interessadas, nem namorado é. Querem controlar à distância.

Outro dia acabei falando mais do que devia com uma amiga. No final das contas ela me disse espantada. Nossa, se for assim mesmo a coisa não está boa para o meu lado… Depois que tinha aberto o verbo cheguei a ter uma pontinha de arrependimento, mas quando ouvi essa fala, me deu um sopro de esperança: acho que a ficha dela vai cair. Tomara que mude de atitude e assim consiga arrumar uma pessoa legal.

Isabela Teixeira da Costa

Depressão em idoso

livroRecebi um material divulgando o lançamento do livro Amadurecendo com sabedoria, da escritora Anabela Sabino.

Segundo o release, a publicação pretende levar o leitor a “ótimas reflexões sobre amadurecimento e passagem do tempo, por meio de belas palavras e bons conselhos. A obra irá fazer com que cada um reflita sobre o próprio comportamento auxiliando-o a apreciar as grandes possibilidades da vida”.

Tenho que confessar que achei bem interessante. A assessoria de imprensa continua sua divulgação com alguns questionamentos: “A passagem do tempo e o envelhecimento são inevitáveis. Mas como lidar com essas questões sem medo? Como aceitar a maturidade sem lamentar o passado? A autora traz reflexões existenciais sobre sabedorias adquiridas na vida”.

E continua: “A vida é um fazer e um sentir contínuos, sem pausa, sem fim, recriada a cada momento. Deve ser esculpida, inventada, executada, idealizada, mesmo que logo em seguida seja preciso reprogramá-la. Nunca estará pronta; sempre haverá algo mais a acrescentar, adaptar e transformar. Porém, é essencial senti-la, permitir que a intuição lhe instile graça”.

Realmente, enquanto estivermos vivos estaremos acrescentando em nós conhecimentos, experiências, amizades. Enfim, é a roda viva da vida. Pelo que falaram, a autora dá uma cutucada em seus leitores para que saiam do comodismo, da zona de conforto na qual se encontram, para avaliarem como está a vida que levam e, se perceberem que não está lá grandes coisas, tomem uma atitude e mudem de rumo.

O que me incomodou um pouco foi a informação que deram logo no início: idosos são os que mais sofrem de depressão. Esse é um dado fornecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), resultado da Pesquisa Nacional de Saúde (publicada em 2014). Dos 11,2 milhões de adultos diagnosticados com a doença, a faixa etária mais afetada foi a de 60 a 64 anos: 11,1% do total.

Foi essa parte que soou estranho. Sei que uma pessoa acima de 60 anos é considerada idosa, mas a cada dia que passa elas estão mais jovens. O perfil dessas pessoas mudou. Há 40 anos, uma pessoa de 60 era uma avozinha, mas hoje, é jovem, dinâmica, malha, trabalha, namora etc. Por sinal, se colocarem uma fila de pessoas entre 40 e 70 anos e pedir a um grupo de heterogêneo para estimar a idade de cada um, com certeza absoluta errarão a idade de quase todos.

depressao2Desde que o comportamento da sociedade mudou, houve reflexo na imagem, postura e modo de vida do homem.  O ser humano está preocupado com a sua saúde. Cuida da alimentação e do corpo. A medicina é preventiva. Isso repercute, gerando uma pessoa mais rejuvenescida. Tudo isso sem falar nos tratamentos estéticos e nas cirurgias plásticas.

E mesmo que a idade esteja avançada e isso represente para a pessoa uma proximidade com a morte, acredito que só mesmo quem está doente ou já tem uma tendência a ser pessimista é que deve desenvolver algum tipo de depressão. Atualmente, muitas pessoas fazem análise ou algum tipo de terapia, o que ajuda muito. Porém, segundo o psicogeriatra americano Charles Reynolds diz: “Quanto mais grave a comorbidade, quanto mais incapacitante a doença que o idoso estiver enfrentando for, maiores as chances de ele desenvolver depressão”.

De qualquer forma, o importante é vivermos a vida de forma positiva, não guardarmos “entulhos”, fazermos faxina na nossa vida, como fazemos em nossa casa, de vez em quando. Não esqueço de uma mudança que fiz. Morava em um apartamento de dois quartos e fui para um de quatro quartos. Quando comecei a encaixotar as coisas, fiquei impressionada de ver como coube tanta coisa em um espaço tão pequeno. Outro dia, fiz uma faxina em um dos cômodos da minha casa, que estava abarrotado. Que tendência acumuladora nós temos. Isso não é bom. Devemos simplificar mais as coisas.

Outro ponto importante é resolvermos tudo o que tivermos que resolver, a tempo e a hora. Quantas coisas deixamos de fazer porque não temos tempo? Provavelmente não faremos depois porque o tempo passou. Devemos viver o que é próprio de cada idade.

Como diz na Bíblia: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.” Eclesiastes 3:1-8

Como espantar a preguiça que chega com o frio

exercicioTem coisa melhor do que curtir cama com o frio?

É tão bom ficar quieto no inverno, que os ursos hibernam.  Ficamos mais preguiçosos. Sair da cama quentinha e gostosa é difícil. Se estiver chovendo, então… Nossa disposição diminui proporcionalmente ao aumento da temperatura. Até os mais aficionados por atividade física costumam empurrar com a barriga. É uma época em que as academias ficam mais vazias. Tudo isso, é uma tentativa do nosso corpo de guardar calor e manter a temperatura.
Porém, é importante seguirmos a rotina, apesar do inverno. Da mesma maneira que é prejudicial para a saúde ser atleta de fim de semana, ou seja, não fazer nada durante a semana e no sábado ou no domingo encontrar com os amigos e jogar quatro ou cinco partidas de peteca; também é muito ruim ser acostumado a uma rotina de atividade e parar de uma hora para outra. Nas duas situações o corpo sente.

Na primeira, pode ocorrer um infarto ou AVC pelo excesso de atividade em um corpo sedentário. Tenho vários amigos que passaram por isso. Alguns, infelizmente morreram, outros, salvaram-se, mas carregam sequelas. Um deles escapou da morte graças aos amigos que ficaram mais de 40 minutos fazendo massagem cardíaca, até a chegada da ambulância. Por isso, sou sedentária assumida.

Na segunda, o corpo sente falta do exercício. Baixa de energia, sentir-se triste ou deprimido, ficar irritado ou mal humorado são alguns dos sintomas de quem é praticante da atividade física e para por algum tempo. E muitas vezes não percebe que essa mudança de humor é a falta de extravasar na malhação ou no esporte.
Atividade física regular ajuda a prevenir diversas doenças como as cardíacas e os AVCs, a hipertensão arterial, o diabetes, obesidade, dor lombar, osteoporose. Isso sem falar que combate o estresse, a depressão e a ansiedade, melhora o humor e a auto-estima.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças que mais matam são: infarto, AVC, pneumonia, diabetes, hipertensão, bronquite (enfisema ou asma), problemas cardíacos, câncer de pulmão. As causas apontadas pela OMS são a vida agitada nos grandes centros urbanos, a falta de exercícios físicos, o estresse, a poluição, a alimentação rápida e rica em gordura e açúcar, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tabaco.

Corrida Encontro Delas Foto Leo Araújo
Corrida Encontro Delas Foto Leo Araújo

De todos os motivos citados para a causa mortis, sete podem ser evitados com a prática regular de alguma atividade física. Vamos ficar mais animados no inverno.
Comece bem o dia, antes de se levantar da cama, espreguice. Agradeça a Deus por mais um dia de vida, e levante-se animado. O importante é ter uma atitude positiva.
Vença a preguiça. Pode parecer difícil, mas se levantar e começar a se mexer, a preguiça vai embora rapidinho. Praticar atividades faz o corpo liberar endorfina, hormônio que dá sensação de bem-estar e calma. Já disse aqui na crônica Endorfina, ela existe?, o que penso sobre isso. Mas o leitor Augusto postou uma fórmula interessante para descobrimos em quanto devemos elevar o batimento cardíaco, com o exercício físico, para que o organismo libere a endorfina. É o seguinte: subtraia a sua idade de 180 e depois subtraia mais 5. Pra alguém de 40 anos, por exemplo, a conta é 180-40-5 = 135. Esse é o nível que o seu batimento cardíaco tem que estar durante sua prática. É só usar um monitor.
Se não for sair, exercite-se em casa. Arrume seu armário, faça faxina naquele cômodo que você quer dar uma limpeza há tempos e sempre protela. Ponha uma música bem animada e faça com prazer.

Para as mulheres animadas, neste domingo, 12 de junho, haverá a Corrida Encontro Delas, na Lagoa Seca, no Belvedere, às 9h.

Uma boa pedida para quem quer se cuidar, já que não dá para hibernar…

Isabela Teixeira da Costa

A vida imita a arte

Prisão do prefeito Rui Muniz
Prisão do prefeito Rui Muniz

Cada vez este ditado fica mais real: a vida imita a arte.

As coisas que estão acontecendo no Brasil se não fossem trágicas, seriam hilárias. Se um desavisado chegar em uma roda de amigos conversando e ouvir alguns casos, com certeza vai pensar que está ouvindo a narrativa de uma novela, ou de uma série de TV. Porém, trata-se da mais pura realidade. Vejam só:

Na noite de 17 de abril, durante a votação do impeachment, a deputada federal Raquel Muniz, mulher do prefeito de Montes Claros Rui Muniz, quando proferiu seu voto declarou cheia de orgulho: “Meu voto é em homenagem às vítimas da BR-­251. É para dizer que o Brasil tem jeito, e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão”, fazendo alusão à integridade de seu marido à frente da Prefeitura da cidade do Norte de Minas. Depois, disse várias vezes sim, enquanto sacudia a bandeira do Brasil.

Na manhã seguinte, a Polícia Federal prendeu seu marido, Rui Muniz, por prejudicar o funcionamento de hospitais públicos de Montes Claros para favorecer um hospital privado, que é gerido pela sua família. Ficou preso até início de maio. Ele é médico, e para sair do presídio teve um “piripaque” e está em prisão domiciliar. Parece ou não parece coisa de novela. Foi de chorar de rir.

O outro caso é inacreditável. Uma amiga, dona de uma confecção muito boa, tinha uma cliente ótima. De tanto comprar e frequentar o local, acabaram ficando amigas. A amizade virou sociedade. Com o tempo, a nova sócia levou o marido para trabalhar na confecção como contador. Tudo corria muito bem. Certa vez, minha amiga fez uma viagem e quando retornou não conseguiu entrar na fábrica. A porta estava trancada e sua chave não abria. Quando foi ver, a sócia tinha trocado a fechadura, proibiu a entrada dela. Roubou tudo, na tora. Minha amiga ficou sem nada. Sua modelagem, maquinário, etc. A ex-sócia ladra só não poderá usar o nome da marca. Alguém poderia imaginar que uma coisa dessas aconteceria na vida real?

Tem mais um. Colocaram uma universidade da área de saúde a venda. Dois amigos de infância compraram. Amigos de uma vida inteira, daqueles igual a irmãos. Um deles comprou para sua mulher que é médica. Tudo ia bem, até que um dia, a médica estava de plantão e recebeu uma ligação de seu sócio dizendo que precisava de uma série de assinaturas para uma documentação. Coisa de rotina, se não me falha a memória. Segundo ele, coisa urgente. Enviou para ela no hospital, que assinou e devolveu. No dia seguinte, quando a médica foi entrar na faculdade, seu crachá não funcionava. O recepcionista disse que não poderia entrar porque não era mais proprietária.

Pasmem, no meio dos papéis tinha um documento de venda da parte dela por uma quantia irrisória. O sócio depositou o valor e pronto. Quando ela descobriu, entrou na justiça contra o ex-sócio e amigo da onça. A justiça obrigou o bandido a pagar dez vezes mais do que o valor do documento. Mesmo assim, quantia bem abaixo do valor real, mas o malandro pagou do jeito que quis. Claro que a amizade foi para o brejo. Se víssemos isso em uma novela, com certeza comentaríamos que isso não existe na vida real, mas ocorre com mais frequência do que imaginamos.

Infelizmente, o que mais tem nesta visa são pessoas sem ética, princípios e moral.

Isabela Teixeira da Costa

É possível viver sozinho

sozinha2Estar sozinho não é sinônimo de infelicidade.

Muitas pessoas quando terminam um relacionamento, seja ele casamento ou mesmo um namoro, ficam um pouco sem rumo. Toda vida a dois tem uma rotina – e não me refiro a rotina pejorativamente –, situações diárias na vida do casal, que são quebradas no mesmo instante do rompimento, que deixam uma lacuna. Fica o sentimento de que está faltando alguma coisa.

É aquele telefonema de bom dia, a troca de menagem contando algo interessante ou engraçado que vivenciou, o telefonema na hora marcada, a ida ao cinema naquele dia da semana, enfim, pequenos gestos que preenchem a vida.

São faltas que acostumamos com o tempo. Até hoje, sinto falta dos telefonemas com um ex-namorado que fazia durante engarrafamentos. Eram papos agradáveis e ótima maneira de enfrentar os congestionamentos. Muito melhor que ficar praticamente parada andando a 10 km por hora. Celular no viva-voz para não tirar a mão do volante e nem infringir nenhuma lei. Tranquilo. Essa foi uma das perdas. A outra, bem mais grave, foi a perda da convivência familiar. Gosto muito da família dele e infelizmente acabamos nos distanciando um pouco. Mas isso é outra história.

Depois de uma situação de perda a maioria das pessoas gosta de ficar mais reclusa por um período, outras aproveitam para sair com amigos e colocar o papo em dia. Normalmente, um casal vive mais fechado entre eles, ou sai com casais, e amigos solteiros ficam um pouco abandonados nesse período.

Porém, tudo depende do temperamento e personalidade de cada um. A grande questão é que os amigos não aceitam essa solidão escolhida e desejada. Pensam que é depressão, tristeza e arrastam a pessoa para a rua a qualquer custo. Vencem pelo cansaço. Não é de maldade, é excesso de carinho e preocupação.

Muitos vão para a balada, paqueram muito, acabam ficando com alguém, fazem sexo casual, etc. Entram na roda alucinada das noitadas. Outros, mais maduros, saem, podem até conhecer pessoas, mas não se envolvem.

Tudo isso só traz uma falsa sensação de felicidade. Quando chega em casa, está sozinho da mesma forma, e insatisfeito com o que fez. As pessoas devem parar de pensar que bebida e sexo resolve problemas. Vou contar um segredo: Não resolve nada, só piora tudo.

Devemos respeitar o nosso momento e descobrir a felicidade em nós. Se formos felizes conosco mesmo, estar sozinho será muito bom, e se sairmos com amigos, será ótimo também. Sairemos para divertir porque já estamos felizes e não para nos afogar em outras coisas em busca da felicidade.

Não podemos ter vergonha de nos posicionar diante dos outros com nossas vontades e desejos. Temos que valorizar os amigos que querem nos ajudar, mas podemos mostrar a eles a maneira correta dessa ajuda.

Tenho uma amiga que sofreu uma grande perda. Seus amigos se uniram em um esquema de rodízio para não deixá-la sozinha. A cada dia era um que ía para sua casa fazer companhia, e sempre chegava com um salmão para comer. Era a forma de agradar, demonstrar carinho. Penso que o salmão representava um ingrediente especial: bonito, requintado e gostoso. Aí é que está. Minha amiga não gosta de salmão. E em meio ao grande sofrimento, foi se empanturrando de um peixe que detesta, por semanas seguidas, porque não tinha coragem de dizer a verdade.

Como ser indelicada diante de tanta delicadeza. Mas no fundo, tudo o que ela queria é ficar sozinha por um tempo.

Independente de perdas, muitas pessoas gostam da solidão. Tenho outra amiga que ama ficar sozinha. Não é nenhuma ermitã. Ao contrário. Tem muitas amigas, gosta muito de sair e receber também. Mas ela tem o seu momento de ficar em seu cantinho, quieta, com ela mesma. Ela se ama e curte muito sua própria companhia. E é muito feliz.

Isabela Teixeira da Costa

Guarda compartilhada

guardafilhos1Há dois anos, é praticada a guarda compartilhada no Brasil.

No Brasil, durante décadas, quando um casal se divorciava, a guarda dos filhos ficava com a mãe ou com o pai, geralmente, com a mãe. O pai ficava com a prole nos finais de semana de 15 em 15 dias, metade de cada férias e feriados alternados.

A mãe ficava sobrecarregada, cuidando dos filhos na maior parte do tempo, se responsabilizando por tudo, com todas as preocupações e trabalho. Se algum adoecia, cabia à mãe levar ao médico, hospital, cuidar em casa, etc. Na maioria dos casos o pai nem tomava conhecimento dos incidentes. Folga, só quinzenalmente.

Mãe não liga muito para isso. O amor que sente por seus filhos é tão grande que todo esse “trabalho” vira rotina. Existe um vídeo muito interessante que roda a internet há dois anos, na época do Dia das Mães, que mostra isso de forma linda e emocionante. A cena é um entrevistador fazendo a seleção para o cargo de diretor de operações entre diversos candidatos. O profissional de Recursos Humanos vai descrevendo as características e funções do cargo, e a cada uma que cita, a pessoa vai se assustando mais. Até chegar o momento de falar que não tem folga, trabalha 24 horas, e não tem remuneração. As mães são assim. Mas que uma folga seria bem-vinda, com certeza seria.

Em dezembro de 2014, a segunda lei da guarda compartilhada, entrou em vigor. Segundo advogados, foi o maior avanço legislativo dos últimos tempos. O maior mérito dessa lei é que se fundamenta na igualdade entre mulheres e homens na guarda dos filhos.

Isso já era previsto desde janeiro de 2013, pelo Código Civil, mas não estava sendo completamente aplicado quando o assunto era a guarda dos filhos. É o que afirma a advogada Regina Beatriz Tavares da Silva, presidente da Associação Brasileira de  Direito de Família e das Sucessões (ADFAS).

“A reformulação conservou o que era bom da primeira lei, como o compartilhamento das responsabilidades. A segunda, veio estabelecer que, mesmo quando não existir acordo entre pai e mãe, a guarda compartilhada pode ser estabelecida pelo juiz. Isso porque é exatamente nesses casos que o filho fica no meio da guerra de afetos. Se, durante o casamento ou a união estável, pai e mãe escolhiam a escola, as atividades extracurriculares e os tratamentos de saúde dos filhos, exercendo as responsabilidades com relação aos filhos, não existe razão para que somente um deles, via de regra a mãe, na guarda unilateral, exerça essas escolhas. Apenas um motivo, expressamente previsto na segunda lei, pode acarretar essa total modificação no exercício do poder familiar: se o pai não tiver aptidão para exercer a guarda”, explica Regina Beatriz.

Com certeza foi um avanço. Os filhos vão conviver mais com o pai, que por sua vez estará mais presente nas decisões da vida deles. Só tenho receio de um problema: a maioria dos casais, depois do divórcio nem conversam entre si. A proximidade com a guarda compartilhada, pode gerar conflitos e respingar nos filhos.

E tem o problema dos novos relacionamentos. Tenho uma conhecida que divorciou. Tem uma filhinha pequena e a guarda é compartilhada. O ex está com uma namorada, já estão morando juntos. Eles vivem às turras, brigam o tempo todo, falam palavrões horríveis e a menina do lado, ouvindo tudo. Chega em casa, conta tudo para a mãe, que fica arrasada e não pode fazer nada, porque é o dia do pai. Não pode impedir a ida da filha, porque é determinação do juiz, e a menina fica presenciando brigas e ouvindo palavras inadequadas para sua idade.

Tudo na vida tem dois lados. Paciência. O jeito é pedir a Deus que proteja nossos pequenos.

Isabela Teixeira da Costa

O que não se faz por amor

Cruzeiro do Roberto Carlos
Cruzeiro do Roberto Carlos

Até onde vai um parceiro para satisfazer os desejos de sua cara metade?

Não me entendam mal nem deixem sua imaginação te levar para o lado mais picante de um relacionamento. Estou falando de questões bem mais práticas e cotidianas de uma vida a dois.

Tenho uma amiga, casada, que faz todas as vontades de seu marido. Vocês podem pensar: “O que tem demais nisso?” Realmente, nada demais, quase toda mulher procura atender os desejos do marido, e vice-versa. Faz parte de um casamento.

Se o marido gosta de café da manhã com mamão, café mais forte, pão de sal, presunto, manteiga, suco de laranja, ovos mexidos e o jornal ao lado, para ler logo de manhã, a esposa não deixa faltar nada. Procura fazer no almoço o cardápio preferido, passa a sua camisa como ele gosta, e por aí vai.

Mercedes
Mercedes

Tem maridos que presenteiam suas mulheres com joias porque sabem que elas gostam e querem agradá-las. Normal. Outros casais optam por fazer viagens, sempre escolhendo lugares que agradem aos dois, ou então alternam, a cada viagem um escolhe o destino.

Porém, com essa minha amiga tudo acontece de maneira bem unilateral e foi tomando uma proporção tão exagerada que chegou num ponto que achei um pouco absurdo.

Seu marido quis ir para o Japão assistir ao jogo do Corinthians, ela deu a viagem de presente e lá foram os dois. Tudo bem, conheceram o Japão, mas assistir futebol?! Para informação geral, eles não são paulistas.

Depois, ele quis fazer o Cruzeiro do Roberto Carlos. Lá foram eles. Ela não gostou muito. Eu ia adorar – sou fã do rei e amo viajar de navio –, mas para ela foi um pouco de suplício, preferiu conhecer o Oriente.

camaro
Camaro

Bico fino como ele só, quis um carro novo, uma Mercedes. Ganhou. Depois de um tempo, quis tocar por um Camaro. Trocado.

Não questiono tudo o que ela faz por ele. Se faz é porque deve merecer, e em vida de casal só os dois é que sabem o que se passa, o que cada um faz pelo outro, o que cada um merece e retribui. Dentro de quatro paredes a vida é íntima.

O banheiro
O banheiro

Sabia que estavam reformando a casa, resolvi perguntar como ficou e foi nessa hora que ela me disse: “o banheiro do meu quarto ficou lindo, mas meu marido quis um mictório, tentei tirar isso da cabeça dele, mas pediu tanto que decidi satisfazer mais esse desejo”. Não aguentei. Um mictório igual ao de banheiro público na suíte do quarto… Fiquei imaginando a cena. Ri muito e debochei bastante. Chamei-a de louca, disse que passou dos limites.

Minha amiga não deu o braço a torcer, me mostrou uma foto, disse que ficou lindo, que foi um alívio porque não tem mais respingos no vaso sanitário. Socorro!!! Já fui casada e nunca enfrentei respingos de marido em banheiro. Se aconteciam, ele limpava. Questão de educação. Perguntei na hora: “Não educou seu marido? Não o ensinou a limpar?”, mas ela continuou defendendo e ainda disse que existem mictório caríssimos, com descargas com sensores, mais caras ainda.

Espera um pouco, quer dizer que se o mictório for de luxo, pode? Então vamos colocar um trambolho em nossos banheiros e achar lindo porque é de luxo??? Essa para mim foi a melhor. E completou: “A vendedora da loja disse que tem muita gente fazendo isso”.

Sinceramente, conheço inúmeros arquitetos e decoradores, visito várias mostras e nunca vi nem ouvi falar sobre mictório em residências. Abro aqui o debate: homens, vocês gostariam de mictório em seus banheiros? Profissionais, vocês são demandados para colocar mictórios nas casas de seus clientes?

Só quero ver qual será o próximo desejo desse marido tão criativo.

Isabela Teixeira da Costa

O medo de envelhecer ainda existe?

Quando se passa da casa dos 50 muita gente sente o peso da idade, e bate o medo de envelhecer. Esse temor, ainda é como antes?

A população mundial está envelhecendo. Em 2050, pela primeira vez, haverá mais idosos no mundo, que crianças menores de 15 anos. Segundo estimativas do IBGE, no Brasil, nos próximos 20 anos a população acima de 60 anos vai mais do que triplicar, passando dos atuais 22,9 milhões (11,34% da população) para 88,6 milhões (39,2%). No período, a expectativa de vida do brasileiro passará dos atuais 75 anos para 81 anos (dados de 2014 extraídos da Folha de São Paulo).

Com toda essa projeção, o governo não faz nada para preparar o país para viver com uma grande população de idosos. Não investe em pesquisas para descobrir a cura dos diversos tipos de demências que têm acometido as pessoas cada vez mais cedo, nem na cura de Parkinson e outros problemas de saúde que impedem que pessoas idosas possam ter uma vida ativa por amis tempo. Mas isso é assunto para outro artigo.

Quando eu era pequena, uma mulher de 50 anos era uma senhora. Se vestia com roupas clássicas, de idosa. Usavam cabelos curtos, as que ousavam tê-los mais compridos, faziam coque.

Hoje, mulheres de 60 anos estão inteiras, malhando na academia, usam roupas jovens, modernas, atuais, as mesmas que a filha ou a neta usam, sem problema algum. Por sinal, não existe mais roupa de idoso. Ninguém dá a elas a idade que têm. São dinâmicas, conectadas, estão ativas no mercado de trabalho. Se cuidam, têm uma alimentação saudável.  Tingir cabelos, aplicar botox, colágeno e fazer pequenas cirurgias plásticas não são para esconder a idade, mas para se sentir bem.

A indústria de cosméticos, sabendo deste envelhecimento da população já está substituindo os termos antiage dos rótulos dos produtos por renovador ou alta exigência. Há alguns anos, marcas importantes já trazem em seus comerciais pessoas acima de 60 e 70 anos, vendendo beleza e qualidade de vida.

A idade não é mais limite para nada. Sempre nos deparamos com notícias de pessoas com mais de 45 anos que passaram no vestibular para fazer cursos como medicina, psicologia, engenharia, entre outros. A procura por curso superior por alunos acima dos 40 anos aumentou em 30% nos últimos cinco anos. Mais de 700 mil alunos, nessa faixa etária, estudam no país.

Quantas vezes, durante minha adolescência, eu ouvi pessoas mais velhas dizerem: “quem me dera voltar a ser mais jovem com a cabeça que tenho hoje”. Queriam ter a disposição que tinham na mocidade, mas com a maturidade adquirida com a vida. Hoje, isso é possível, porque as pessoas com 50, 60 e 70 anos estão ótimas, ativas. Não são aqueles senhorzinhos avós que ficavam em casa lendo jornal, dormindo no sofá e fazendo tricô ou croché.

A vida agora é outra. Eles estão saindo, viajando, divertindo, namorando. Ficam em casa quando querem descansar ou quando estão recebendo os amigos.  Tomam conta dos netos para ajudar os filhos, quando estão com vontade.

Por isso, não entendo quando alguém diz que está se sentindo velho porque está fazendo 58, ou 62 ou mesmo 70 anos. Se fosse lá atrás, quando o comportamento era outro, totalmente compreensível, mas em pleno século 21, não mesmo. Este medo de envelhecer não combina com o perfil dessas pessoas. A idade cronológica não importa tanto. O importante é ter vontade de viver.

Fernando Pessoa escreveu:

“Não importa se a estação do ano muda…
Se o século vira, se o milénio é outro.
Se a idade aumenta…
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela.”

Isabela Teixeira da Costa

Aniversário em tempo de redes sociais

Fazer aniversário depois que surgiram as redes sociais, mudou bastante.

Segunda-feira estava mexendo no meu Instagram e vi um sinal na gavetinha. Fui vasculhar o que era e estava lá uma mensagem de aniversário. Uma amiga me dando parabéns. Respondi às gargalhadas porque meu aniversário foi em abril. Que fique bem claro que a mensagem estava lá este tempo todo, e eu só vi agora.

No mesmo dia, consegui falar com outra grande amiga que fez aniversário sábado. Ela estava viajando no dia. Liguei, não atendeu, retornou, não vi e foi uma sucessão de desencontros. Quando finalmente nos falamos, reclamou que não tinha visto uma mensagem minha no Facebook, mas ela estava lá, o difícil é achar.

Isso mesmo, depois da invenção das redes sociais ficou fácil parabenizar os amigos. Mas o volume é tão grande que nem sempre conseguimos achar todas as mensagens enviadas. Recebemos o aviso dos aniversários – isso é maravilhoso, porque minha memória para datas não é muito boa, se não recebo o aviso é capaz de esquecer até do meu aniversário. Abre uma janelinha para escrevermos a mensagem, apertamos enviar e pronto. Quer coisa melhor?

Com as redes sociais cumprimentamos todos os amigos, conhecidos, amigos de amigos… O problema é que são muitas ferramentas: Facebook (na página ou em mensagem in box), WhatsApp, Instagram, Linkdin, Pinterest, Twitter, e-mail… E cada amigo te deseja parabéns em uma delas. Você fica pulando de uma para a outra na tentativa de ver tudo e responder a todos, mas nem sempre alcança o objetivo.

São tantas, de tantos caminhos diferentes… Fica impossível. A solução é o agradecimento geral. Porém, a leitura é individual, mesmo assim ainda ficam algumas mensagens perdidas para trás. Outro dia, um amigo reclamou que me mandou um WhatsApp no dia do meu aniversário e eu não respondi. Teimei: “Não recebi”. Mas fui verificar. Descobri mais de 30 mensagens que não tinha visto. Passei o maior carão e fui respondendo aos amigos quase um mês depois. Eles devem ter pensado que eu estava doida varrida, solta no espaço.

Antes, anotávamos as datas em agenda, tínhamos que transferir anualmente. Se fossem muitos aniversariantes no dia, acabávamos elencando os mais chegados para telefonar. Era muito bom. Mantínhamos o contato pessoal. Como diz minha cunhada, a gente interagia.

Depois, chegou o celular, facilitou na agilidade. Anotamos no calendário, programamos o aviso anual. No dia e na hora programada ele apita. Tudo de bom. É só pegar o telefone e ligar.

Mas voltando ao século 21, o melhor das mensagens das redes sociais são as imagens que veem junto dos parabéns. Flores lindas, versículos bíblicos, filminhos – cada um mais fofo que o outro –, bolos. Ah, os bolos, é de dar água na boca. Como sou uma verdadeira formiga, gostaria que pelo menos um se materializasse. Seria tudo de bom.

Enquanto esse milagre não acontece, vamos tentando ficar cada vez mais ágeis para dar conta de administrar tantas ferramentas novas. Bem-vinda tecnologia!!!

Isabela Teixeira da Costa