Quer emagrecer? Pare de fazer dietas

Sophie Deram / Divulgação
Sophie Deram / Divulgação

Este é o lema da nutricionista franco-brasileira Sophie Deram.

Fui acima do peso quase a minha vida inteira, consequentemente, passei a vida fazendo regimes. E fiz cada um mais louco que o outro. Vivi num tal de emagrece e engorda por anos. Isso porque cada regime tinha um remédio diferente, ou uma injeção nova, ou simplesmente o corte radical de praticamente todos os alimentos. Não dá outra, o efeito sanfona é infalível, ele vem com tudo.

Depois de décadas assim, e duas lipoaspirações, decidi não tomar mais nenhum remédio para emagrecer. Eles fazem muito mal à saúde. E agora descobri a Sophie que, surpreendentemente, vai contra regimes alimentares restritivos e tem uma grande pesquisa e conselhos para se ter uma vida saudável sem prejudicar corpo e mente.

Ela escreveu o livro O peso das dietas que traz uma nova maneira de ver a nutrição. Eu não li o livro, porém, pelo que fui informada, Sophie Deram de baseou em pesquisas e trabalhos científicos que comprovam que “as dietas são, em longo prazo, a mais importante fonte de ganho de peso das pessoas”.

Se isso for mesmo verdade é estarrecedor, porque o mundo todo está no caminho errado. Sophie é doutora em Endocrinologia pela USP e afirma que não fazer dieta é o caminho para viver com qualidade e com o peso saudável, e que não é preciso cortar o glúten ou se alimentar apenas de proteínas.

opesodietaEla chegou à conclusão de que os famosos regimes podem até funcionar no começo, mas cerca de 90% ou 95% das pessoas voltam ao peso inicial, ou até o ultrapassam. E isso é a mais pura verdade, sei disso na prática. Segundo Sophie, “o cérebro não entende a mudança repentina na alimentação como algo benéfico, pelo contrário. Ele não percebe a perda de peso como um sucesso de beleza; percebe-a como um grande perigo, por isso, desenvolve mecanismos de adaptação para proteger você”, explica.

Partindo do estudo da nutrigenômica – a ciência que trata de como os alimentos conversam com nossos genes –, Sophie criou um método científico e bem revolucionário, em que a contagem de calorias e as restrições alimentares radicais ficam proibidas, ou seja, para emagrecer, nada de dieta. Não conheço o método, porque não li o livro, mas pelos comentários no facebook dela, parece que dá certo mesmo.

“Fazer uma dieta restritiva é uma das coisas que mais assusta e estressa o seu corpo e o seu cérebro. ” No livro ela conta seus sete segredos para emagrecer de forma sustentável e resgatando o prazer de comer alimentos verdadeiros. E ainda tem uma seção de dicas sobre como organizar o seu dia a dia na cozinha, com mais de 50 receitas fáceis de preparar, como por exemplo uma bisteca de porco com shoyu e arroz. Como isso pode ser considerado um prato bom para emagrecer? “Quero mostrar o quanto é importante escutar seu corpo e não o obrigar a seguir numa direção que ele não quer! ”, afirma Sophie.

“Estamos cada vez mais em guerra com o nosso corpo. Em vez de cuidar dele da melhor maneira possível, tentamos obrigá-lo a seguir numa direção que ele muitas vezes não quer ir, porque sabe que não é a direção mais saudável. ” Seu objetivo é fazer com que a sociedade reflita sobre os riscos à saúde que podem ser provocados por regimes alimentares restritivos, além de fazer com que as crianças de hoje já cresçam com um pensamento saudável.

“Espero também alertar os pais de crianças que hoje crescem encarando com dificuldade uma alimentação normal e variada, que se sentem culpadas ao cometer alguns excessos em dias de festas, ou de ir a um fast food de vez em quando, ou de comer uma fatia de pizza ou de bolo”, finaliza a profissional, que defende o consumo de alimentos verdadeiros e o resgate da culinária familiar.

Penso que vale a pena conhecer melhor este programa. Até porque há cerca de uns quatro anos fui a um endocrinologista, um encanto de pessoa, e fiz uma dieta. Deixei claro para ele que não queria tomar nenhum remédio, porque achava perigoso. Ele me garantiu que eram 100% naturais, apenas fibras para o intestino funcionar melhor. Meu emagrecimento foi tão rápido que, é claro, desconfiei. Depois de algum tempo, decidi parar. Não deu outra: engordei de novo. Está na cara que o remedinho natural tinha coisas misturadas nele. Essa tapeação é que me incomoda bastante.

Temos que tomar cuidado, porque saúde não tem jeito de conseguir outra.

Isabela Teixeira da Costa

Mastermachistas profissionais

Dayse, quando recebeu a notícia da vitória (reprodução da TV)
Dayse, quando recebeu a notícia da vitória (reprodução da TV)

E a Dayse levou a melhor, para alegria geral.

Assistir até o último suspiro da final do Masterchef Profissionais, na noite de terça-feira, que acabou varando a madrugada de quarta. Como a maioria dos brasileiros, estava torcendo pela vitória de Dayse Paparoto, porque a atitude soberba e machista do Marcelo Verde embrulhou o estômago de todo mundo.

Não posso aqui ignorar o talento do rapaz. Ele é criativo, por sinal esbanja criatividade. Ele inventa combinações que encantam e surpreendem e não foi à toa que a Paola Carosella se referiu a ele como sendo “um dos maiores talentos da gastronomia do país”.

masterchef1Porém, a atitude dele em querer derrubar a Dayse nos últimos programas para querer fazer a final com o Dário, foi de uma deselegância. Nada contra ele querer competir com um amigo que tem um estilo de cozinha parecido com o dele. No meu entender, o problema foi a torcida contra a colega. Tentava derrubá-la, não conseguia e dizia que na próxima conseguiria. Comentava que ela não tinha técnica e ainda criticava os chefs jurados quando gostavam do prato da Dayse chegando a dizer em voz alta “palhaçada”.

Sua postura foi tão arrogante que Paola o chamou do mezanino para provar a faldinha com vieira de Dayse, para calar sua boca. Ele provou, cumprimentou Dayse e disse que ela tinha seu respeito. Em entrevista a resposta foi ótima: “Não preciso do respeito dele, apenas dos jurados”.

fullsizerender3Na final, Marcelo tinha certeza que ganharia. Infelizmente não confiou apenas em sua gastronomia. Depois de cada etapa vencida abraça Dayse, porém, não conseguia esconder o sorriso a cada crítica que ela recebia dos jurados. Dayse, por sua vez, sorria a cada elogio que o colega recebia. Quanta diferença. O público vê e percebe, por isso torce a favor ou contra. Não é à toa que estava 87% a favor da Dayse e 13% a favor do Marcelo.

Sua postura contra Dayse só não foi pior do que a do ex-chefe e também concorrente dela, Ivo Lopes, que em um episódio disse para ela varrer o chão – atitude pela qual ele pediu desculpas nas redes sociais –, e na final não disse para quem estava torcendo, preferiu sair pela tangente afirmando que queria ser ele a estar cozinhando na final.

Foto Band/Divulgação
Foto Band/Divulgação

Na hora do resultado Marcelo Verde e sua família não conseguiram despistar a surpresa e decepção. Ele nem conseguiu cumprimentar Dayse direito, apenas um distante aperto de mão. Dayse, também surpresa, ficou “passada”, mas gritou um “Glória a Deus” e disse: “Pra Ele, por Ele, em nome Dele!”, apontando para cima, agradecendo a Deus, como sempre fez em cada uma de suas vitórias.

Foi muito legal a forma de dar o resultado, mostrando os pontos que os jurados Henrique Fogaça, Paola Carosella e Erick Jacquin – eles são ótimos –, deram a cada prato apresentado. Assim, todos viram a avaliação individual de sabor e apresentação. Muito bom. Gosto muito deste programa, infelizmente, um tem que ganhar e nem sempre as pessoas sabem perder. Que as derrotas sirvam de aprendizado.

Isabela Teixeira da Costa

Salvar

Salvar

Dor na coluna: Prevenção e Tratamento

Marco Antônio Ferreira
Marcos Antônio Ferreira

Devemos cuidar bem da nossa coluna.

Estou com a minha coluna em frangalhos. Tenho as cinco vértebras do pescoço comprimidas e agora começou a dor na lombar. Ou seja, estou arrebentada. E dói. Só quem tem problema na coluna sabe o quanto dói.

Descobri o problema no pescoço porque comecei a ter uma dormência nos dedos da mão e do pé, e chegou um dia que meu braço simplesmente não levantou mais. Fui tentar tirar uma blusa e não consegui. Tive que ir para o pronto atendimento.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), problema na coluna é a principal causa de afastamento do trabalho para quem tem menos de 45 anos. O INSS estima que existam 116 mil trabalhadores afastados do trabalho por este motivo no Brasil. Muitos casos são tratados cirurgicamente. Entretanto, as cirurgias são reservadas a casos raros e em problemas específicos. Publico hoje, uma entrevista com o médico Marcos Antônio Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Coluna – Regional Minas Gerais, que fala sobre causas, sintomas, tratamento e dá dicas de prevenção.

Spine Vertebrae - Color PartsO que é dor na coluna?

É uma dor lombar que corresponde a uma dor na região mais baixa da coluna, mais próxima à bacia.

Quais as principais causas da dor na coluna?

A principal causa de dores lombares são as dores mecânicas, ou seja, dores associadas às sobrecargas musculares. São dores relacionadas principalmente com a obesidade, o sedentarismo, o excesso ou a inadequação nas atividades físicas, má postura e atividades de trabalho com sobrecarga do tronco. Outras causas mais raras associam-se a problemas relativos aos discos intervertebrais, traumas, infecções, doenças inflamatórias e tumores.

Qual a faixa predominante dos pacientes?

Adultos jovens, em geral com menos de 45 anos de idade.

Quais são os sintomas?

Os sintomas são as chamadas dores lombares nas costas, próximas à bacia, com irradiação nas nádegas e região posterior da coxa, porém sem ultrapassar os joelhos. Trata-se de uma dor que piora com a movimentação. Pode vir acompanhada de antecedente de trauma ou lesão mecânica.

Quais os avanços no tratamento?

O tratamento basicamente é conservador, ou seja, com medidas não-cirúrgicas, sendo esta uma exceção. As boas práticas de postura, exercícios físicos regulares e controle dietético mostram-se bastante eficazes na prevenção das dores.

Medidas fisioterápicas, osteopatia ou a quiropraxia comprovadamente são benéficas no tratamento das lombalgias. Além disso, medidas analgésicas farmacológicas e acupuntura são importantes coadjuvantes no tratamento. As cirurgias são reservadas a casos raros e em problemas específicos.

Quais são as dicas de prevenção?

Redução de peso, atividade física regular – com atenção à postura e aos excessos, manter postura ao dormir, ao levantar, ao elevar peso e nas atividades da vida diária. Quando for se deitar, mantenha-se em uma posição que não agrida as costas. Manter o corpo reto e barriga para cima. Um travesseiro embaixo dos joelhos pode ajudar na postura e dar conforto à posição. Se preferir dormir de lado, vire-se totalmente e acrescente um travesseiro entre as pernas, com os joelhos dobrados, e um travesseiro mantendo a altura dos ombros. Essa atitude aperfeiçoará a posição.

Ao levantar-se, caminhe pelo menos 30 minutos para impedir a volta de enrijecimento da lombar. Faça um alongamento das costas antes, que é levantar sempre virando para um dos lados da cama.

Outras dicas importantes: evite elevar peso de maneira inadequada, sempre flexionando quadril e os joelhos, permanecendo com a coluna ereta.

As mochilas escolares nunca devem ultrapassar 5% do peso corporal. Elas devem ficar na altura da transição do pescoço com o tronco. O uso de cintos para prendê-la, anteriormente, é muito benéfico, pois deixam as mochilas em contato direto com o dorso, evitando a sobrecarga de peso posterior

Uma boa dica também é sempre deixar os objetos que utiliza com mais frequência em locais mais altos de forma a evitar flexões repetidas da coluna. A tela de computadores deve estar no nível do campo de visão, assim como livros, evitando flexão contínua do pescoço. Deve-se também evitar más posições em sofás, na cama para ler livros ou ver TV. Na hora de calçar um sapato, faça isso sentado para evitar sobrecarga da coluna. Evite fumar, pois o cigarro atinge a musculatura e a própria coluna lombar.

Isabela Teixeira da Costa

Alguém me explica esse trânsito?

Marcos Vieira/ EM / D.A. press
Marcos Vieira/ EM / D.A. press

Fico tentando entender a cabeça dos engenheiros de trânsito de BH.

Sinceramente, me respondam, tirando a Índia dessa conversa, tem trânsito mais confuso do que o de Belo Horizonte? Acho que não. E a cada tentativa de melhorar, eles conseguem piorar, e por incrível que pareça, depois que implantam a mudança penso que nunca mais observam o local para constatarem que não deu certo, ao contrário, piorou muito.

Há alguns anos, inventaram de colocar a tal da mão inglesa em Belo Horizonte. Agora virou corriqueiro, vira e mexe implantam mais uma mão inglesa em alguma rua da cidade. A primeira, se não me falha a memória, foi na Rua Professor Moraes com Av. do Contorno. O que teve de atropelamento no início, no gibi não teve.

Marcos Vieira/EM/D.A.Press
Marcos Vieira/EM/D.A.Press

Depois, inventaram moda no trecho da Avenida Afonso Pena com Guajajaras, Carandaí e Alfredo Balena. Oh meu Deus! O que fizeram ali???? Estava tudo tão bom, funcionava direito, para que foram intrometer? Agora, a qualquer hora do dia que você desce a Avenida Afonso Pena ela está engarrafada, até passar deste trecho, dali para frente fica tudo liberado. Para quem sobre a avenida é o contrário, fica engarrafado até aquele ponto e depois está livre.

Já tem um bom tempo que a alteração foi efetivada, e desde então o engarrafamento começou, não acabou e ninguém toma nenhuma atitude. Isso sem falar do número de pedestres que foram atropelados tentando atravessar na Alameda Ezequiel Dias. Estavam acostumados com os carros vindo da Guajajaras, de repente, passaram a vir pela contra-mão (mão inglesa), subindo na lateral do Palácio das Artes. Os desavisados viam os carros da Guajajaras parados no sinal, atravessavam e eram pegos em cheio pelos outros veículos. Até hoje não entendi o porquê dessa mudança, só serviu para engarrafar a Afonso Pena.

Agora, estão querendo mudar a descida da Rua Cláudio Manoel, no bairro Funcionários. O projeto da BHTrans é fechar o último quarteirão desta rua. Os carros que quiserem ir para a Avenida Getúlio Vargas terão que entrar à direita na Rua Piauí e os que quiserem ir para a Afonso Pena terão que entrar à esquerda, na mesma rua.

Os moradores da região estão desesperados. Já fizeram vários movimentos na tentativa de impedir o projeto de ser implantado, principalmente por que a Avenida Getúlio Vargas vive engarrafada neste ponto e se desviar todo o trânsito da Cláudio Manoel para lá, aí que não vai andar mesmo. Porém, os engenheiros da BHTrans parecem que não enxergam isso.

Não sei o que a Associação de Bairro já conseguiu, só sei que este projeto foi apresentado ao jornal há dois anos e até hoje não saiu do papel. Tomara que demore muito mais. E tomara que alguém, de sã consciência resolva olhar pela Afonso Pena.

Isabela Teixeira da Costa

A arte de vender

bom-vendedorVender não é para qualquer um.

Saber vender é um talento, um dom, ou você tem ou não tem e pronto. Quando entramos em uma loja fica claro quem sabe e quem não sabe vender. Um grande problema é que com a crise, quem fica desempregado, normalmente vai para vendas e se frustra, porque nem sempre consegue bater as metas.

Eu não tenho a menor aptidão para venda. Quando falo isso, ninguém acredita, mas é a mais pura verdade. Posso ser muito boa para divulgar as coisas, faço uma propaganda danada, mas vender… Sou um fracasso.

Se estiver na porta de uma festa, alguém rasgar o vestido e eu for a única pessoa no mundo que tiver uma agulha e uma linha, não consigo vender. Provavelmente vou emprestar ou trocar, mas vender, não vendo. Incompetência total.

Ontem, eu e minha amiga Sandra fomos ao shopping terminar as compras de Natal. Presentes para minha mãe dar para as bisnetas, irmão, cunhada, etc.  Preferi ir primeiro na maior loja de brinquedos que tem por lá. Fiquei impressionada porque estava vazia. Logo veio um rapaz muito gentil nos atender. Disse a idade das meninas e ele foi logo dizendo que para a referida idade o ideal eram jogos e nos conduziu para o setor.

Os jogos interessantes eram muito caros. Aí, fui me lembrando de alguns brinquedos que sabia que as meninas gostam e todos que eu perguntava, não tinha. Decidimos ir para a outra loja. Estava cheia. Ficamos olhando sozinhas, pesquisando preço. Do nada chegou um vendedor, perguntou se já tínhamos sido atendidas, dissemos que não. Ele se colocou à disposição. Falamos a idade das crianças e na hora ele já falou qual o brinquedo era o sucesso do momento. Aquele que estava bombando na mídia.

Sabe aquele vendedor que entende do riscado, não é chato, não quer empurrar brinquedo, mas sabe orientar? Ele era assim. No final lembrei que tinha que comprar mais um presente para a cartinha de natal de uma criança da escolinha que a igreja ajuda. Pois ele foi a um lugar e foi tirando caixas e caixas de bonecas, até alcançar uma em especial, que estava escondida. Uma boneca legal, com preço bom, ideal para o que eu queria.

Quanta diferença entre os dois vendedores. Não é à toa que uma loja estava cheia e a outra, apesar de maior, vazia. Depois, fomos na Brooksfield e o rapaz era uma simpatia só. Elegante, de bom gosto e soube ajudar.

Há pouco tempo, andei pelo centro procurando uma TV. Fui a uma daquelas ruas que tem todas as lojas de eletrodomésticos, uma do lado da outra. Bati perna, fui a todas elas porque queria uma TV com várias especificações pré-determinadas. Não importava a marca, desde que tivesse tudo aquilo que queria, inclusive o pvr ready, que é um sistema de gravar no computador, via USB, o programa que quiser – não sei se funciona com transmissão de programação a cabo ou só de TV aberta, espero que sim.

Achei uma nas Casas Bahia, que tinha tudo, porém o pvr não estava especificado nos detalhes técnicos. A vendedora não sossegou. Ligou para a assistência técnica e disse que tinha, que estava na página 36 do manual. Queria ver. Só tinha a TV na outra loja, fomos até lá. Quando abrimos a caixa, o manual só tinha umas 8 páginas. Ela ficou desesperada, não queria perder a venda de jeito nenhum. Fiquei até com dó. Ligamos novamente para assistência técnica, porém dessa fez quem falou fui eu e o moço me confirmou que não tinha a tal função. A moça ficou numa frustração. Há muito tempo não via uma vendedora tão empenhada, já estava quase comprando outra coisa só para ela ganhar comissão.

O atendimento faz toda a diferença.

Isabela Teixeira da Costa

Lembranças

Guanabara
Guanabara

Tempo passa, as coisas mudam, mas as lembranças continuam.

Vivemos de memórias. Não podemos viver do passado, mas o que seria de nós se não tivéssemos lembranças? Fico imaginando como seria uma pessoa sem lembranças, sem memória. Deve ser terrível. Em várias reportagens de catástrofes, quando as pessoas perdem suas casas em terremotos, tsunamis, incêndios, etc, os objetos que mais sentem trem perdido são as fotografias. Por que? Porque elas são lembranças do que as pessoas viveram.

Família: Regina, Ângela, Renato, eu, Camilinho e Beth
Família: Regina, Ângela, Renato, eu, Camilinho e Beth

O que vivemos forma o que somos hoje, as lembranças são a nossa história. Algumas são doces, outras mais amargas e umas podem ser até indiferentes, mas são nossas, nos pertencem. É impressionante ver como cada momento vivido fica guardado de maneira diferente em cada pessoa.

Ontem, minha irmã e eu fomos ao centro da cidade procurar uma loja. Acabamos andando um trecho da Avenida Afonso Pena a pé. Moramos muitos anos no centro, até os meus 14 anos de idade. Andava a pé tranquilamente, naquela época isso era possível. Ontem, enquanto andávamos vimos como a Igreja São José ficou linda depois da restauração. Está no estilo marroquino ou russo, sei lá, só sei que ficou linda.

Íamos andando e lembrando das lojas Guanabara, Inglesa Levy, Bemoreira Ducal, Sloper. Eram lojas ótimas que íamos sozinhas na maior tranquilidade. A Kopenhagen que ficava na esquina de Tamoios e Afonso Pena. Saudade. Enquanto conversávamos sentia o cheiro de urina, que nem a chuva que tinha caído foi suficiente para limpar. Olhava em volta e via o cenário que nem de longe lembra o antigo. Nesta época a Avenida já estria toda enfeitada com motivos natalinos, hoje, nem sombra de luzinha, nem mesmo nas lojas.

Sloper
Sloper

Morava na Rua Tupis em frente do Shopping Cidade, na época era o Cine Jacques. E ali no centro tinha também o Cine Guarani, onde hoje é o Museu Inimá de Paula, o Cine Tamoio e o Metrópole, onde hoje é o Bradesco. Nas férias eu nadava de braçada. Como não era perigoso ir sozinha no cinema, entrava na seção das 14h e saía às 18h. Tinha uns 11 anos. O único problema eram os tarados, então tínhamos que assentar na cadeira da beirada, no corredor do meio. Se algum homem assentasse do lado, era só mudar de lugar. A gente sempre usava um broche, qualquer coisa fincava a mão do tarado. Quando íamos em turma, lanchávamos depois no Saci.

Lembro quando passou E o vento levou. Foi no Cine Pathé, na Savassi. Eu tinha 13 anos e as primas todas resolveram ir. Ângela Rocha, minha prima não quis me deixar para trás, mas eu não tinha idade. Ela soltou meu cabelo, me maquiou e lá fomos nós. Entrei, 4h de filme. Dormi mais da metade, mas estava me achando porque entrei em um filme de censura 16 anos.

Tia Neury morava no Edifício Niemeyer. Não esqueço uma vez que estávamos todos lá, já era bem tarde. Eu estava brincando com as Barbies da Beth – eram lindas, tinha trazido da Europa, aqui não existia –, aí me chamaram na sala e quando cheguei tinha uma vela sobre uma latinha de extrato de tomate e toda a família cantava parabéns para mim (no dia seguinte era meu aniversário). Foi a primeira surpresa que fizeram para mim. Fiquei tão emocionada. Eu era uma pré-adolescente. Chorei muito. Até hoje lembro a emoção que senti: a pessoa mais amada e importante do mundo.

Lembranças, memórias. Como é bom.

Isabela Teixeira da Costa

Criatividade é tudo

papiEssa minha família faz coisas que a gente nem imagina.

Tenho uma prima de segundo grau chamada Silvinha, é filha da minha prima Wanessa, neta da tia Tereza. Silvinha mora em São Paulo. É animada, simpática e tem um coração do tamanho do mundo.

Anualmente, faz uma festa de Natal para crianças carentes. Ano passado eram 40 e este ano foram 54 pequenos. Aluga um espaço, brinquedos, cama elástica, piscina de bolinhas, pula-pula inflável, tombo legal (esse eu não conheço), e por aí vai.

Este ano o espaço era show, como ela mesma disse. Tinha piscina, sinuca, totó, parquinho, campo de futebol. Era lindo e bem completo. As crianças se esbaldaram. Além de tudo isso, Silvinha ainda contratou show de mágico e palhaço.

img_0791Como todo evento que se preze, sempre rola algum imprevisto que temos que ter jogo de cintura para resolver na última hora. Este ano, Silvinha enfrentou um deles. Correu tudo às mil maravilhas, até a hora do Papai Noel entrar.

Cada criança ganha um kit com roupa, sapato, kit de higiene e brinquedo. Esse saco cheio de presentes é entregue pelo Papai Noel, claro! Tudo é feito com antecedência. Silvinha é hiper organizada. Cada kit com a foto e nome da criança, etc. Um amigo deles seria o Papai Noel e ela ficou encarregada de providenciar a roupa. Tudo certo. Arrumou a roupa do Papai Noel, comprou a barba, colocou tudo junto, bem organizado.

Na hora H, não sabe o que ocorreu, a barba sumiu. As crianças conheciam o rapaz que seria o Papai Noel, então ele não podia entrar sem barba. Como o que não falta na família Teixeira da Costa é criatividade, Silvinha improvisou. Pegou um pano branco e colocou no rosto do Papai Noel e deram a desculpa de ele estava gripado e que, por isso, ele tinha que tampar a boca. Para completar, colocou uns óculos escuro nele.

Como criança não deixa nada passar batido, perguntaram porque o Papai Noel estava de Ray Ban!!! Enquanto ela contava eu já estava rachando de rir. Visto o Papai Noel estava gripado e com conjuntivite, né, porque não tem motivo para estar de óculos escuro. Pra falar a verdade, não sei como as crianças não ficaram com medo desse Papai Noel, que mais parecei um bandido, com aquele pano na cara, que me desculpe minha prima.

Voltando para casa, dentro do elevador com seus filhos que são pequenos, a filhinha dela – Júlia – achou a roupa do Papai Noel dentro da sacola e falou: “Olha, a roupa do Papai Noel!”, e colocou o gorro. Aí o Dudu disse rápido: “Júlia, tira! Lembra que ela estava doente? Você vai gripar!”. Ela rapidamente tirou dizendo: “Nossa! É mesmo”.

Só criança mesmo. Depois disso se continuarem acreditando em Papai Noel, é porque Silvinha é craque para despistar. Fico pensando qual desculpa ela deu para explicar o que a roupa do bom velhinho estava fazendo com eles.

Isabela Teixeira da Costa

Mudança do ensino médio

Iaci com suas alunas. Foto arquivo pessoal
Iaci com suas alunas. Foto arquivo pessoal

A mudança do ensino médio no Brasil está dando o que falar.

O que vai mudar no Ensino Médio no país, que está gerando a maior polêmica? A grosso modo, os alunos poderão escolher algumas matérias de acordo com seu interesse, e outras serão obrigatórias. Aumentará a carga horária e com isso passará a ser integral. Em um primeiro momento, apenas 5% das escolas estaduais.

Segundo o Ministro da Educação, essa mudança só conseguirá ser totalmente implantada a partir de 2018, e está baseada em um projeto criado em 2013. A grande crítica é que o projeto foi feito sem ouvir professores e alunos, maiores interessados e que sabem, melhor do que ninguém, as falhas do sistema atual.

Toda essa mudança teve início com base no desinteresse dos alunos, e essa falta de interesse não passa apenas pelo conteúdo programático, mas sim pela didática. Já falei isso aqui em outros textos. Vivemos em uma época de alta conectividade. Os alunos recebem uma enxurrada de informações por minuto, se comunicam com “trocentos” colegas simultaneamente, é como se estivessem ligados em uma tomada de 360 volts.

Isso não significa que são hiperativos, simplesmente estão inseridos no mundo atual. Um jovem assim não consegue mais ficar 4 ou 5 horas assentado em uma sala de aula ouvindo explanação de professor que, em alguns casos, fica de costas, virado para o quadro, escrevendo.

O professor tem que estar atualizado, inserido no mundo dos jovens, ser criativo. O professor tem que se reinventar. Minha cunhada Jussara Belo tem uma irmã que é professora e coordenadora de Biologia no Sistema Arquidiocesano, Iaci Belo, que está na profissão há 30 anos. Inclusive aposentou e continua trabalhando.

Iaci encontrou o caminho das pedras. Nunca assisti uma de suas aulas, porém, os casos que escuto em reuniões de família é que seus alunos prestam atenção na aula, adoram a matéria, gostam muito dela e sempre fazem homenagem à professora Iaci.

Iaci com os alunos. Foto arquivo pessoal
Iaci com os alunos. Foto arquivo pessoal

Em seu Facebook, Iaci posta aulas interativas e os comentários dos alunos são só elogios. As fotos postas tem comentários elogiosos tanto de alunos como de ex alunos saudosos. Pelo visto, é possível evoluir didaticamente junto com a mudança comportamental dos jovens e da sociedade. Basta querer, amar o que faz, ser competente e criativo.

Nos Estados Unidos os jovens estudam em horário integral, das 8h às 16h, escolhem as disciplinas de seu interesse e elas são práticas, preparando para conseguirem trabalhos, como artesanato em cerâmica, bijuteria, mecânica, marcenaria, culinária, etc. Isso paralelo às aulas obrigatórias. Porém, em todas as escolas existe total infraestrutura para cada uma das disciplinas optativas. Ninguém reclama.

Ensino médio exemplar é na Suécia. Além de ensinar as matérias curriculares, as escolas preparam os jovens para a vida, ou melhor, para viverem sozinhos. Desde os 11 anos, os pequenos têm aulas de culinária, arrumação de casa, aprendem a lavar roupa – que tecido pode lavar junto, em qual fase da máquina de lavar, etc.

À medida que os alunos crescem os ensinamentos evoluem em dificuldade e aprendem a costurar, bordar, até chegar a fazer suas próprias roupas. Os jovens aprendem economia doméstica, marcenaria entre outras disciplinas práticas para a vida e isso tudo não é optativa, mas obrigatória. A matéria que vi sobre o ensino na Suécia estava todo mundo com uma carinha muito boa também.

Será que chegaremos lá algum dia?

Isabela Teixeira da Costa

Vasto mundo da internet

Mário Prata Foto extraída da internet
Mário Prata Foto extraída da internet

Não consigo deixar passar os equívocos da internet.

Era daquelas que repassava tudo o que recebia pela internet. O que me mandavam por WhatsApp ou pelo Facebook, lá estava eu enviando para a lista de contatos sem me preocupar se era verdade ou não, até porque acreditava piamente ser verídico, pois sempre recebia de amigos.

Certo dia, em um desses repasses, minha amiga Silvana Moysés me enviou na mesma hora uma matéria mostrando que aquilo era falso. Levei o maior susto, enviei um desmentido para as pessoas. Isso ocorreu mais umas duas vezes, e aí procurei ficar esperta. Teve uma vez que até consultei Silvana sobre um material que recebi. De novo era falso.

Além dos boatos – que são essas notícias falsas –, ainda existem as informações atrasadas, quando dizem que algo ocorrerá naquele dia, porém o fato já rolou dias atrás; e também os textos atribuídos a pessoas erradas. Peguei mania de sempre pesquisar e confirmar a autoria, principalmente dos textos que gosto.

Recebi um tempo atrás, de várias pessoas, um texto atribuído a Arnaldo Jabour, intitulado O mundo sem mulheres. O texto é muito legal, porém não parece nem um pouco com o estilo de Jabour. Saí à procura do verdadeiro autor e descobri que a primeira parte foi extraída de uma crônica de Mário Prata, publicada na revista Época, em 20/10/2003.

A crônica se baseou em uma matéria feita em Serra Pelada. O início é bem machista, o próprio autor reconhece, depois muda completamente. Decidi publicá-la aqui, para fazer justiça a Mário Prata, mineiro de Uberaba, que cresceu em Lins (SP), escritor, dramaturgo, cronista e jornalista. da melhor categoria.  

Pra cumemuié – Mário Prata

“Pra cumemuié, uai.

Não fosse pelo microfone do repórter, poderia se dizer tratar-se de um filme bíblico. O sujeito estava todo coberto de lama, junto com mais 30 mil iguais a ele, escavando a terra lá em Serra Pelada. O documentário era antigo, é claro, mas passou na televisão outro dia. E o mineirinho ali, ao ser perguntado por que queria achar ouro e ficar rico, não pestanejou: “Pra cumemuié, uai”. Claro. Que outro motivo ele teria? Só fiquei na dúvida se era para conquistar a sua mulher ou para transar com qualquer mulher. Provavelmente a segunda hipótese.

O Cacá Rosset já tinha esta teoria há muitos anos: tudo que o homem faz, tudo, é com um único objetivo: cumemuié. O cara faz um esforço desgraçado para ficar rico pra quê? O sujeito quer ficar famoso pra quê? O indivíduo malha, faz exercícios pra quê? Mulher! Pode ser até a própria. Mas a verdade é que é a mulher o objetivo do homem. O pavão também é assim. Os animais são assim. Os bichos só pensam nisto. Já as bichas, pra cumeomi.

Fico imaginando aqueles ministros todos lá na posse e um dizendo para o outro, enquanto posam para fotografias: “Vai rolar muita mulher aqui no pedaço”. O jogador quando faz o gol pensa a mesma coisa. O artista em close na novela tem certeza. Aquele candidato a prefeito naquela cidadezinha. Para o que ele quer aquele pequeno poder?

As mulheres, antigamente, ficavam trancadas dentro de casa e se tratavam e ficavam bonitas apenas para os seus homens. Aí começaram a dar liberdade pras danadas e deu no que deu. O mundo ganhou vida, além da beleza, é claro.

Gisele Bündchen Foto extraída da internet
Gisele Bündchen, referência de beleza em todo o mundo. Foto extraída da internet

Pode continuar a ler, minha querida, que as barbaridades vão parar por aqui. Pode parar de me achar machista, machão ou coisa parecida. Tudo que eu quis dizer é que o homem vive em função de você. Vivem e pensam em você o dia inteiro, a vida inteira. Se você, mulher, não existisse, o mundo não teria ido pra frente. Homem algum iria fazer alguma coisa na vida para impressionar outro homem, para conquistar um sujeito igual a ele, de bigode e tudo. Um mundo só de homens seria o grande erro da criação.

Já dizia a velha frase que “atrás de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher”. O dito está envelhecido. Hoje eu diria que “na frente de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher”.

É você, mulher, quem impulsiona o mundo. É você quem tem o poder, e não o homem. É você quem decide a compra do apartamento, a cor do carro, o filme a ser visto, o local das férias. É mesmo para você que vai o ouro extraído lá na lama. Bendita a hora em que você saiu da cozinha e, bem-sucedida, ficou na frente de todos os homens.

E, se você que está lendo isto aqui for um homem, tente imaginar a sua vida sem nenhuma mulher. Aí na sua casa, onde você trabalha, na rua, nas telenovelas. Só homens. Já pensou? Filmes só com homens? Romance sem uma Capitu ou uma Madame Bovary? Um casamento sem noiva? Um mundo sem cinturas e saboneteiras? Um mundo sem sogras? Enfim, um mundo sem metas.

Tá certo o mineirinho de Serra Pelada. Todo o ouro do mundo para as mulheres. E, aos homens, um abraço.”

No texto que rola na internet cortaram o princípio e o fim da crônica de Prata e acrescentaram 20 motivos pelos quais os homens gostam tanto de mulheres. Esta parte é de autor desconhecido, e não publicarei aqui. Fica assim, registrado e corrigido mais um erro popular nas redes sociais.

Isabela Teixeira da Costa

Bocão

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Pastor Luiz de Jesus

Quem tem boca grande, uma hora dança.

Esse negócio de ter boca grande dá um prejuízo… Eu sou bocuda. Já aprendei muito, mas vira e mexe meto os pés pelas mãos. Não estou me referindo ao tamanho da boca propriamente dito, mas àquelas pessoas que acabam falando mais do que devem. E aqui não me refiro a fofocas, que fique bem claro. Não sou fofoqueira.

Sabem pessoas que são sinceras demais, ou falam o que pensam, ou emitem suas opiniões, doa a quem doer? Pois é, são essas pessoas que estou chamando de bocudas, ou boca grande, ou ainda bocão. Tem horas que perdemos boas oportunidades de ficarmos calados.

Quando digo que estou aprendendo a me controlar é a mais pura verdade. Tenho uma conhecida, é uma conhecida um pouco mais chegada, mas que nos encontramos pouco. Gente boníssima, mas sabe aquela pessoa que está com um visual que já passou de moda há pelo menos três décadas? Pois é. O problema é que para o trabalho que ela exerce o visual é extremamente importante. Não falei nada com ela. Se fosse em outros tempos já teria chamado ela no canto há muito tempo e batido um papo reto. Porém, não sou tão íntima assim, e não tenho nada a ver com a vida dela. Mas que ajudaria muito, ajudaria.

Quando um bocão cruza com uma pessoa extremamente delicada, que jamais ignoraria a fala da outra, pronto, o desastre está completo. Há algumas semanas estava em um casamento com algumas amigas e uma delas começou a contar um caso – que eu já conhecia –, de quando foi para São Paulo, na época da Páscoa, e trouxe lindos coelhos de chocolate, grandes, com laços vermelhos e guizos no pescoço para dar de presente para os pastores de nossa igreja.

Trouxe tudo no colo, junto com sua filha que não gostou muito da ideia. E levou ao culto no domingo de Páscoa. Imaginem a cena: várias caixas e o barulhinho dos guizos, enquanto ela e seus filhos caminhavam com as caixas. Chegando lá, o pastor Luiz de Jesus pregava sobre o verdadeiro sentido da Páscoa. Ele é bocudo.

Abrindo um parêntese, Luiz estava no casamento, assim que ela começou a contar o caso disse que até hoje ele não sabia da história. Não deu outra, corri lá e o trouxe porque sei que é chocólatra de carteirinha. E ela contou tudo o que eu já relatei. E ele foi rindo e lembrando da pregação. Não aguentou e disse: “E eu falei para ninguém me dar coelho de chocolate!!!”.

A mesa veio abaixo de tanto rir. E ela também e concluiu. “Saí de lá com as minhas caixas, fazendo barulhinho, e não dei presente para nenhum pastor. Fui almoçar na casa da minha irmã. A mesa estava toda enfeitada de coelhinhos e tinha vários pastores. Dei uma caixa para cada um deles”.

Ele ficou desesperado. “Eu quero meu colho de chocolate. Pode me dar”. Isso foi há anos. A mesa toda estava chorando de rir. O coelho é uma poesia. Se fosse eu, daria o presente do mesmo jeito, mas ela é tão delicada que ficou constrangida depois de tudo o que ele disse, apesar de que ele brinca muito em suas pregações. Bem feito, falou demais, deu bom dia a cavalo, como dizia minha avó.

Isabela Teixeira da Costa

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