A cidade parou

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Foto EM.com

A cidade parou com a tempestade que caiu no fim da tarde de quarta-feira.

É impressionante com a chuva cai aqui em Belo Horizonte. O céu fica preto e de repente cai um temporal, com muitos raios e muitos trovões. Em uma hora e meia é tanta água que desce que se Deus não tivesse dito que nunca mais destruiria o mundo com dilúvio igual fez na época de Noé, eu pensaria, a cada temporal, que seria uma ameaça de um novo dilúvio, com um perigo a mais, sem nenhuma arca para nos salvar.

Na mesma hora da chuva minha filha tinha que ir para o aeroporto de Confins, por que, infelizmente, ela tinha que voltar para Anagé, cidade onde está morando desde maio do ano passado, onde é missionária. E minha grande amiga Adriana Vasconcellos abria sua loja A. de Arte, junto com Andrea Bernardes, da Manoel Bernardes Jóias, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, com um coquetel e um bate-papo com Adriana que iria falar sobre as muitas faces da mulher.

A coisa complicou. Quando vi o céu escuro já fui avisando a Luisa para adiantar a chamada do taxi, para ir antes mesmo da chuva cair, porque o trânsito em BH para quando chove, todo mundo sabe. Não deu outra. Chamamos o Uber e um tempo depois recebi uma mensagem dela dizendo que ainda estava em frente ao Hospital Semper com o transito parado, mesmo depois da chuva já ter parado. Estava preocupada com medo de não chegar a tempo do check in. Graças a Deus chegou no último segundo.

Fotos retiradas da internet
Fotos retiradas da internet

Eu, fui prestigiar minhas amigas. Saí de casa depois do temporal Ainda chovia, mas estava bem mais fraco. Decidi cortar o caminho pelo bairro Santo Antônio na tentativa impossível de evitar o congestionamento. Reescrevendo, na tentativa de pegar um congestionamento menor. Não adiantou muito. Demorei uma hora e meia entre Gutierrez e Sion. Só no meio de quarteirão bem íngreme fiquei mais de 15 minutos. Estava quase desistindo, quando o transito andou um pouco.

Valeu a pena. Estava tudo lindo. As jóias e os relógios são de encher os olhos e a Adriana contou a sua trajetória profissional, sua determinação, persistência, sonhos. Para uma plateia restrita, seleta, escolhida a dedo de mulheres que não abriram mão de enfrentar chuva e transito para prestigiar a Andrea Bernardes e a Adriana Vasconcellos.

Choveu granizo, alagou avenidas, caiu árvores, semáforos estragaram e foram 126 quilômetros de congestionamento na cidade, segundo a empresa Maplink. O Corpo de Bombeiros atendeu 13 ocorrências. No meio de toda essa confusão uma manifestação das mulheres, no centro da cidade. Sai ano, entra ano e a situação é a mesma. Todo mundo sabe disso e ninguém faz nada a repeito, a não ser colocar plaquinhas pedindo aos motoristas para evitarem regiões de alagamento.

Agora, vamos esperar a próxima chuva. Precisamos muito dela, mas não precisa vir com tamanha força.

Isabela Teixeira da Costa

Alguém me explica esse trânsito?

Marcos Vieira/ EM / D.A. press
Marcos Vieira/ EM / D.A. press

Fico tentando entender a cabeça dos engenheiros de trânsito de BH.

Sinceramente, me respondam, tirando a Índia dessa conversa, tem trânsito mais confuso do que o de Belo Horizonte? Acho que não. E a cada tentativa de melhorar, eles conseguem piorar, e por incrível que pareça, depois que implantam a mudança penso que nunca mais observam o local para constatarem que não deu certo, ao contrário, piorou muito.

Há alguns anos, inventaram de colocar a tal da mão inglesa em Belo Horizonte. Agora virou corriqueiro, vira e mexe implantam mais uma mão inglesa em alguma rua da cidade. A primeira, se não me falha a memória, foi na Rua Professor Moraes com Av. do Contorno. O que teve de atropelamento no início, no gibi não teve.

Marcos Vieira/EM/D.A.Press
Marcos Vieira/EM/D.A.Press

Depois, inventaram moda no trecho da Avenida Afonso Pena com Guajajaras, Carandaí e Alfredo Balena. Oh meu Deus! O que fizeram ali???? Estava tudo tão bom, funcionava direito, para que foram intrometer? Agora, a qualquer hora do dia que você desce a Avenida Afonso Pena ela está engarrafada, até passar deste trecho, dali para frente fica tudo liberado. Para quem sobre a avenida é o contrário, fica engarrafado até aquele ponto e depois está livre.

Já tem um bom tempo que a alteração foi efetivada, e desde então o engarrafamento começou, não acabou e ninguém toma nenhuma atitude. Isso sem falar do número de pedestres que foram atropelados tentando atravessar na Alameda Ezequiel Dias. Estavam acostumados com os carros vindo da Guajajaras, de repente, passaram a vir pela contra-mão (mão inglesa), subindo na lateral do Palácio das Artes. Os desavisados viam os carros da Guajajaras parados no sinal, atravessavam e eram pegos em cheio pelos outros veículos. Até hoje não entendi o porquê dessa mudança, só serviu para engarrafar a Afonso Pena.

Agora, estão querendo mudar a descida da Rua Cláudio Manoel, no bairro Funcionários. O projeto da BHTrans é fechar o último quarteirão desta rua. Os carros que quiserem ir para a Avenida Getúlio Vargas terão que entrar à direita na Rua Piauí e os que quiserem ir para a Afonso Pena terão que entrar à esquerda, na mesma rua.

Os moradores da região estão desesperados. Já fizeram vários movimentos na tentativa de impedir o projeto de ser implantado, principalmente por que a Avenida Getúlio Vargas vive engarrafada neste ponto e se desviar todo o trânsito da Cláudio Manoel para lá, aí que não vai andar mesmo. Porém, os engenheiros da BHTrans parecem que não enxergam isso.

Não sei o que a Associação de Bairro já conseguiu, só sei que este projeto foi apresentado ao jornal há dois anos e até hoje não saiu do papel. Tomara que demore muito mais. E tomara que alguém, de sã consciência resolva olhar pela Afonso Pena.

Isabela Teixeira da Costa