Desabamentos e ameaças por causa das chuvas

As fortes chuvas de Belo Horizonte estão causando transtornos, acidentes e interditado vias importantes da cidade.

Desde o dia 14 a Avenida Sylvio Vasconcelos, que liga o Bairro São Bento à Avenida Raja Gabaglia está interditada por causa da queda do muro de uma casa. O transtorno está grande para os moradores da região, principalmente da Rua Ivon Magalhães, que têm que dar uma volta enorme para conseguir entrar e sair de suas casas.

A casa é das mais antigas da região, aquela enorme da esquina, e graças a Deus não soterrou nenhum carro e nenhum pedestre e também ninguém da casa se feriu. O pior mesmo foi o susto pelo grande barulho que a queda provocou. A Defesa Civil notificou o proprietário da residência, que deve apresentar plano de ação para mitigação dos riscos, laudo de estabilidade do restante do muro e providenciar remoção dos entulhos.

Um vídeo que flagra a queda do muro de cerca de 12 metros, que por poucos segundos, não atingiu uma mulher e um carro que transitavam pela via. O vídeo começa com um carro escuro subindo a Avenida Professor Sylvio Vasconcelos, pouco depois, outro veículo – dessa vez branco – desce a via e bem próximo ao muro e uma mulher aparece caminhando na direção da mansão. A pedestre, que carrega uma sombrinha, percebe que o muro vai cair e corre na direção contrária.

Acidentes acontecem, isso é trágico, só não entendo o por que de a PBH/Sudecap/Defesa Civil (não sei qual dos órgãos tem essa obrigação), não exigiu que o proprietário retirasse os escombros para liberação da avenida. Mesmo que fosse para transito local, uma vez que enquanto não for apresentado laudo informando a segurança do restante do muro não se deve permitir trânsito na via por risco de novo desabamento e acidente maior. Mas pelo que sei – tenho amigas que são vizinhas do local –, tem escombros interditando a garagem de outra casa, ou seja, desde o dia do acidente (14 de março), uma família não pode entrar e sair com seus carros de sua casa. Um grande transtorno.

Inconveniente maior ainda pelo fato de a BR 356, que liga a Savassi /Sion ao BH Shopping, estar ameaçada de queda. Já interditaram duas pistas no trecho entre o trevo do Belvedere e o supermercado Supernosso. Segundo informações que recebi de profissionais envolvidos na construção da rodovia, tudo isso está ocorrendo por dois motivos:

Primeiro: quando construíram o trecho deveriam ter feito uma drenagem, que ficava tão cara quanto a obra da estrada, então optaram por não fazer a drenagem. Assustador. Segundo: Permitiram construções ilegais no pé do muro de arrimo. Essas construções cavaram na base do muro (o que não poderia ter ocorrido nunca), abrindo entrada de água onde não poderia, enfraquecendo a base do muro.

Segundo minha fonte, se a BR356 desabar levará todas as pistas, não apenas as duas que estão interditadas. Me informaram que a Defesa Civil pediu interdição total do trecho, em ambos os sentidos, à BHTrans, que se recusou a fazê-lo. Ou seja, podemos viver aí uma tragédia anunciada, apesar de já terem feito a drenagem da água acumula, porém, as chuvas continuam.

Pelo sim e pelo não, eu não passo mais por lá. Uso trechos alternativos como a Patagônia e a avenida do Belvedere, a subida do Santa Lúcia que sai no Posto do Xuá e a avenida Raja Gabaglia. Com certeza esses trechos ficarão cada vez mais congestionados, mas é melhor transito intenso do que acidente fatal.

Isabela Teixeira da Costa

 

A cidade parou

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Foto EM.com

A cidade parou com a tempestade que caiu no fim da tarde de quarta-feira.

É impressionante com a chuva cai aqui em Belo Horizonte. O céu fica preto e de repente cai um temporal, com muitos raios e muitos trovões. Em uma hora e meia é tanta água que desce que se Deus não tivesse dito que nunca mais destruiria o mundo com dilúvio igual fez na época de Noé, eu pensaria, a cada temporal, que seria uma ameaça de um novo dilúvio, com um perigo a mais, sem nenhuma arca para nos salvar.

Na mesma hora da chuva minha filha tinha que ir para o aeroporto de Confins, por que, infelizmente, ela tinha que voltar para Anagé, cidade onde está morando desde maio do ano passado, onde é missionária. E minha grande amiga Adriana Vasconcellos abria sua loja A. de Arte, junto com Andrea Bernardes, da Manoel Bernardes Jóias, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, com um coquetel e um bate-papo com Adriana que iria falar sobre as muitas faces da mulher.

A coisa complicou. Quando vi o céu escuro já fui avisando a Luisa para adiantar a chamada do taxi, para ir antes mesmo da chuva cair, porque o trânsito em BH para quando chove, todo mundo sabe. Não deu outra. Chamamos o Uber e um tempo depois recebi uma mensagem dela dizendo que ainda estava em frente ao Hospital Semper com o transito parado, mesmo depois da chuva já ter parado. Estava preocupada com medo de não chegar a tempo do check in. Graças a Deus chegou no último segundo.

Fotos retiradas da internet
Fotos retiradas da internet

Eu, fui prestigiar minhas amigas. Saí de casa depois do temporal Ainda chovia, mas estava bem mais fraco. Decidi cortar o caminho pelo bairro Santo Antônio na tentativa impossível de evitar o congestionamento. Reescrevendo, na tentativa de pegar um congestionamento menor. Não adiantou muito. Demorei uma hora e meia entre Gutierrez e Sion. Só no meio de quarteirão bem íngreme fiquei mais de 15 minutos. Estava quase desistindo, quando o transito andou um pouco.

Valeu a pena. Estava tudo lindo. As jóias e os relógios são de encher os olhos e a Adriana contou a sua trajetória profissional, sua determinação, persistência, sonhos. Para uma plateia restrita, seleta, escolhida a dedo de mulheres que não abriram mão de enfrentar chuva e transito para prestigiar a Andrea Bernardes e a Adriana Vasconcellos.

Choveu granizo, alagou avenidas, caiu árvores, semáforos estragaram e foram 126 quilômetros de congestionamento na cidade, segundo a empresa Maplink. O Corpo de Bombeiros atendeu 13 ocorrências. No meio de toda essa confusão uma manifestação das mulheres, no centro da cidade. Sai ano, entra ano e a situação é a mesma. Todo mundo sabe disso e ninguém faz nada a repeito, a não ser colocar plaquinhas pedindo aos motoristas para evitarem regiões de alagamento.

Agora, vamos esperar a próxima chuva. Precisamos muito dela, mas não precisa vir com tamanha força.

Isabela Teixeira da Costa