A mudança do ensino médio no Brasil está dando o que falar.
O que vai mudar no Ensino Médio no país, que está gerando a maior polêmica? A grosso modo, os alunos poderão escolher algumas matérias de acordo com seu interesse, e outras serão obrigatórias. Aumentará a carga horária e com isso passará a ser integral. Em um primeiro momento, apenas 5% das escolas estaduais.
Segundo o Ministro da Educação, essa mudança só conseguirá ser totalmente implantada a partir de 2018, e está baseada em um projeto criado em 2013. A grande crítica é que o projeto foi feito sem ouvir professores e alunos, maiores interessados e que sabem, melhor do que ninguém, as falhas do sistema atual.
Toda essa mudança teve início com base no desinteresse dos alunos, e essa falta de interesse não passa apenas pelo conteúdo programático, mas sim pela didática. Já falei isso aqui em outros textos. Vivemos em uma época de alta conectividade. Os alunos recebem uma enxurrada de informações por minuto, se comunicam com “trocentos” colegas simultaneamente, é como se estivessem ligados em uma tomada de 360 volts.
Isso não significa que são hiperativos, simplesmente estão inseridos no mundo atual. Um jovem assim não consegue mais ficar 4 ou 5 horas assentado em uma sala de aula ouvindo explanação de professor que, em alguns casos, fica de costas, virado para o quadro, escrevendo.
O professor tem que estar atualizado, inserido no mundo dos jovens, ser criativo. O professor tem que se reinventar. Minha cunhada Jussara Belo tem uma irmã que é professora e coordenadora de Biologia no Sistema Arquidiocesano, Iaci Belo, que está na profissão há 30 anos. Inclusive aposentou e continua trabalhando.
Iaci encontrou o caminho das pedras. Nunca assisti uma de suas aulas, porém, os casos que escuto em reuniões de família é que seus alunos prestam atenção na aula, adoram a matéria, gostam muito dela e sempre fazem homenagem à professora Iaci.
Em seu Facebook, Iaci posta aulas interativas e os comentários dos alunos são só elogios. As fotos postas tem comentários elogiosos tanto de alunos como de ex alunos saudosos. Pelo visto, é possível evoluir didaticamente junto com a mudança comportamental dos jovens e da sociedade. Basta querer, amar o que faz, ser competente e criativo.
Nos Estados Unidos os jovens estudam em horário integral, das 8h às 16h, escolhem as disciplinas de seu interesse e elas são práticas, preparando para conseguirem trabalhos, como artesanato em cerâmica, bijuteria, mecânica, marcenaria, culinária, etc. Isso paralelo às aulas obrigatórias. Porém, em todas as escolas existe total infraestrutura para cada uma das disciplinas optativas. Ninguém reclama.
Ensino médio exemplar é na Suécia. Além de ensinar as matérias curriculares, as escolas preparam os jovens para a vida, ou melhor, para viverem sozinhos. Desde os 11 anos, os pequenos têm aulas de culinária, arrumação de casa, aprendem a lavar roupa – que tecido pode lavar junto, em qual fase da máquina de lavar, etc.
À medida que os alunos crescem os ensinamentos evoluem em dificuldade e aprendem a costurar, bordar, até chegar a fazer suas próprias roupas. Os jovens aprendem economia doméstica, marcenaria entre outras disciplinas práticas para a vida e isso tudo não é optativa, mas obrigatória. A matéria que vi sobre o ensino na Suécia estava todo mundo com uma carinha muito boa também.
Será que chegaremos lá algum dia?
Isabela Teixeira da Costa