Almoço de sexta

Beatriz Neves e Agnes Farkasvolgyi Foto: Henrique Santana
Beatriz Neves e Agnes Farkasvolgyi Foto: Henrique Santana

Agnes Farkasvolgyi abriu o terceiro andar do Bouquet Garni, em Santa Efigênia para almoço, às sextas-feiras.

Nada mais agradável do que almoçar bem, em um local agradável, entre amigos, para fechar a semana com chave de ouro. É exatamente isso que Agnes está proporcionando. A cozinha gourmet que ela e a sócia Karen Piroli montaram no último andar do buffet, onde ocorrem as aulas que ministram semanalmente, se transforma em um agradável restaurante.

O menu e o preço são fechados, sendo três opções de cada prato: entrada, prato principal e sobremesa por R$ 60. Bebidas à parte.

Na última semana o cardápio estava ótimo. De entrada salada da horta, ou antepasto de palito mais verdinhos e, na minha opinião o melhor: lichias sobre cama de alface com queijo roquefort e molho agridoce levemente apimentado (divino). Como prato principal para os vegetarianos cuscus de quinoa marroquino, ou peixe serpentina com tartar de pupunha, ou polpetone recheado e polenta cremosa (muito bom).

Fechando, a sobremesa: mandala de frutas, ou  creme de goiabada com espuma de queijo ou uma deliciosa mousse de chocolate com pedaços de chocolate. Como a Agnes sabe que sou uma verdadeira formiguinha, provei das três. Não sei dizer qual estava melhor.

Vale a pena conferir.

Antepasto de palito com verdes Foto: Henrique Santana
Antepasto de palito com verdes Foto: Henrique Santana
Lichia com molho agridoce thai Foto: Henrique Santana
Lichia com molho agridoce thai Foto: Henrique Santana
Cuscuz de quinoa marroquino por Beatriz Neves Foto:Henrique Santana
Cuscuz de quinoa marroquino por Beatriz Neves Foto:Henrique Santana
Peixe serpentina com tartar de pupunha Foto: Henrique Santana
Peixe serpentina com tartar de pupunha Foto: Henrique Santana
Polpetone recheado com polenta cremosa Foto: Henrique Santana
Polpetone recheado com polenta cremosa Foto: Henrique Santana
Mandala Foto: Henrique Santana
Mandala Foto: Henrique Santana
Goiabada com espuma de queijo Foto Henrique Santana
Goiabada com espuma de queijo Foto Henrique Santana
Mousse de chocolate Foto Henrique Santana
Mousse de chocolate Foto Henrique Santana

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Serviço:

Bouquet Garni
R. Ten. Anastácio de Moura, 676
Santa Efigênia – Belo Horizonte / MG
(31) 3465-0101

ITC

O mendigo da rua

Foto Gustavo Diaz
Foto Gustavo Diaz

No meu quarteirão tinha um morador de rua.

Outro dia, enquanto passeava com meus cachorros pelas ruas perto da minha casa, lembrava de quando me mudei para o Gutierrez. Já se vão quase 16 anos. Na época, eram poucos prédios rodeados por antigas casas habitadas por casais de pessoas mais velhas, sem filhos, porque todos já tinham se casado.

Durante o dia, as ruas ficavam cheias de carros estacionados, devido à proximidade com a Assembleia Legislativa e outros órgãos públicos de grande porte, porém, à noite e nos finais de semana era só tranqüilidade. Chegava a ser ermo, e dava até um certo medo por causa da má iluminação que era coberta pela folhagem das árvores.

É assim até hoje. O que mudou foi que as casas deram lugar aos prédios. Alguns enormes arranha-céus de alto luxo, outros menores, dependendo do tamanho do terreno. Até hoje sofremos com o excesso de obras e com o crescimento do trânsito no local.

Ali ficava um morador de rua. Assim que me mudei uma vizinha contou que antes ele dormia no quarteirão da frente, quando a Construtora Líder começou a construir um prédio ele passou para o nosso quarteirão, e depois de uns anos, quando deu início à obra do nosso prédio, ele se mudou para a esquina, onde se abrigava sob uma marquise.

Moradores do prédio em frente serviam pensão completa: café da manhã, almoço e jantar. Não sei se eram os mesmos moradores, mas ele ganhava cobertor e travesseiro. Acho louvável essa ajuda. Era da paz, passava o dia dormindo, quando chegava o fim do dia começava a beber e de madrugada gritava, um grito desesperador, de uma altura que acordava toda a vizinhança. Passava horas gritando. Ninguém dormia.

Não sabia o que mais nos incomodava, o sofrimento de seus gritos, ou passar as madrugadas acordados e ter que enfrentar o dia de trabalho no dia seguinte. Depois de meses neste esquema, procuramos ajuda. Lembro muito bem, pois eu era a síndica e as medidas foram tomadas por mim. Minha irmã mora no mesmo prédio, é psicanalista e na época trabalhava no Ipsemg. Para ajudar, olhou com o pessoal da Saúde Mental, o que poderia ser feito para ajudá-lo, já que seus gritos eram tão angustiantes, e com isso devolver um sono tranquilo a toda a vizinhança que trabalha no dia seguinte. Não é que nosso amigo era conhecido antigo da turma de lá?

Ele não era mendigo, tinha família, casa, ganhava aposentadoria. Por algum motivo, tinha surtado e saído de casa. Para que eles agissem precisávamos fazer um abaixo assinado explicando sobre o incômodo. Escrevi uma carta relatando toda a situação e pedindo o recolhimento e tratamento do homem e explicando os problemas e até mesmo os riscos que ele corria, já que ficava bêbado e andando de noite na avenida do Contorno, sujeito a ser atropelado e até mesmo morto.

Passei nas casas do entorno e nos prédios também. Qual não foi a minha surpresa quando o síndico do edifício em frente ao nosso envia uma carta-resposta. Ele se negava a passar o abaixo assinado e criticava nossa atitude dizendo que o homem não fazia mal a ninguém.

E foi aí que ele soltou uma pérola: “E nossa rua é muito erma, então é muito bom ter uma pessoa morando ali, que já é nossa conhecida, porque inibe a presença de estranhos e de prováveis bandidos”. Era isso mesmo? Tinha lido direito?

Ele não concordava que chamássemos o tratamento psiquiátrico do estado para curar o indivíduo e devolver sua dignidade, reintegrando-o à sua família. Mas achava digno tratá-lo como um cão de guarda da rua, para inibir que outros mendigos fossem morar ali, e inibir ladrões de agir em nossa rua?

Era por isso que os moradores de seu prédio alimentavam o tal homem. Era o pagamento do cão de guarda, para que ele não os estranhasse?? Nunca me senti tão mal. Meu estômago embrulhou. A raiva que me subiu foi tão grande que a vontade que eu tive foi de bater na casa dele e dizer poucas e boas.

Tive que contar até mil. Esperar a indignação passar. Só então tive condições de escrever uma outra carta apontando cada afirmação absurda e rebatendo. Enviamos a carta sem a participação deste prédio. O morador de rua foi recolhido para tratamento. Ficou uns bons meses sem aparecer. Voltou sem beber. Porém, essa sobriedade não durou muito. Um dia foi atropelado e quebrou a perna. Sumiu mais um tempo e depois ficamos sabendo que faleceu.

Isabela Teixeira da Costa

Pai

Pai1É impressionante ver como mudou o papel do pai na família.

Hoje, é o Dia dos Pais.

Há seis anos perdi meu pai. Porém, ele já estava doente há anos, e quando íamos vê-lo já não era o meu pai que estava ali. Era a imagem dele, pois havia uma ausência. Ele não nos conhecia, não conversava, apenas superficialidades, palavras soltas. Desde esse momento, comecei a viver o luto por sua perda, mas não tive como não sofrer quando de fato ele partiu.

Impressionante essa história de morte. Sabemos que todos nós vamos morrer um dia, ninguém vai ficar para a semente. Todos recebemos uma senha quando nascemos, só não sabemos que dia a nossa senha será chamada. Mesmo assim, não conseguimos nos preparar para este momento de despedida. Somos egoístas, queremos quem amamos o maior tempo possível conosco. Porém, isso é impossível, então deveríamos aceitar melhor.

Porém, os bons momentos, as lembranças estão guardas na memória e no coração e isso ninguém tira. Por cinco anos trabalhei ao seu lado como sua secretária. Por alguns anos, meu pai trabalhou em São Paulo, por isso trabalhávamos muito aos sábados e domingos, o que nos aproximou mais. Mesmo depois que fui para a redação, costumávamos almoçar juntos para colocar o papo em dia.

Claro que tínhamos nossas diferenças, que puderam ser esclarecidas quando ainda estava lúcido. Porém, era um pai “a la” década de 60, 70. O foco principal era no trabalho, o pai provedor, o que tornava sua presença em casa coisa rara. Sentíamos sua ausência. Trabalhava muito e saía demais com os amigos à noite. Quem conheceu meu pai sabe como ele era sociável. Amava uma seresta, tanto que sempre tinha ao seu lado um bom violonista. Sua grande alegria foi no dia que entreguei um caderninho improvisado com a letra das principais serestas que ele cantava. Carregava para todo lado.

PrimusMas tínhamos nossos momentos em família. Os almoços de domingo eram sagrados. Ele gostava muito do restaurante do Minas I, do Monjolo, Farroupilha, Automóvel Clube. Eu, menina, sempre pedia bife com batata frita, até que um dia ele me proibiu e exigiu que mudasse o cardápio. “Chega minha filha, você tem que aprender a comer outras coisas. Escolhe outro prato”. Ordem dada, ordem obedecida. Pedi camarão à grega, e desde então passei a provar todos os tipos de camarão que existiam em todos os restaurantes. Nunca mais ele reclamou.

Aos sábados nos levava ao Minas, por sinal, aprendi a nadar com ele na piscina do Minas. Íamos ao Pic, no Parque Municipal para andar de burrinho. Foi lá uma vez que na correria para pegar um burrinho tropecei em uma raiz de uma árvore e quebrei o dedo da mão. Acabei com o passeio da família. Íamos muito no Mangueiras, hoje, Parque Guanabara, onde tinha restaurante e até boliche. Passávamos férias em São Lourenço, Araxá, íamos para Setiba, Praia da Costa, Rio de Janeiro. Era divertido.

Hoje, quando vejo os pais, fico impressionada. São exemplares. Eles participam. Brincam, trocam fraldas, fazem o bebê dormir. Alguns têm mais paciência do que as mães, que hoje colocam uma babá para cada filho. Fico encantada. É como diz a propaganda, “não basta ser pai, tem que participar”. Meus sobrinhos são exemplares. Um deles está trabalhando em São Paulo. Quando chega sexta-feira em BH, passa o fim de semana inteiro grudado na sua filha. É lindo.

Que bom que os valores estão mudando e que os pais percebem que a dedicação aos filhos faze toda a diferença na formação desses, que serão o futuro. Parabéns aos pais, continuem se dando aos seus filhos cada vez mais, isso sempre fará muito bem a eles e vocês!

Isabela Teixeira da Costa

 

Trabalho informal pode ser a solução neste momento de crise

bikecakeNesta época de crise, quando o desempregado bate alto no índice das pesquisas no país, uma solução é partir para trabalhos informais.

A taxa de desemprego no Brasil, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, ficou em 11,2% no trimestre encerrado em maio deste ano. É o mais alto da história desde 2012. Já somamos 11,4 milhões de pessoas desempregadas no país.

Não é brincadeira. Mas como sobreviver? Quem tem criatividade – e brasileiro tem de sobra – consegue se virar muito bem. Existem muitas opções e o retorno financeiro pode ser muito maior do que se imagina. O problema é que as pessoas firmam-se em seu orgulho e não têm coragem de se expor a trabalhos “menos nobres”, como, por exemplo, vender algum produto nas ruas.

Há alguns meses estava em meu carro ouvindo a Rádio Super, e o pastor André Valadão pregava. Só ouvi um trecho, porque cheguei ao meu destino. Mas o que ouvi, realmente me deixou admirada. Vejam bem: Ele disse que uma senhora comprou, em um condomínio de edifício de alto luxo, uma cobertura e dois apartamentos, em dinheiro vivo, em uma época que o país está em crise. Um para ela e os outros para seus filhos. Foram milhões pagos nessa transação – não me lembro o valor, mas ele disse na pregação – e essa senhora é a “dona” da venda dos panos de chão nos sinais de BH.

Foto Correio Braziliense
Foto Correio Braziliense

Claro que ela não começou hoje, há algum tempo ela iniciou o comercio, sem vergonha de se tornar ambulante. Hoje, tem uma rede espalhada por toda a cidade. Recebe em dinheiro vivo. Não deve pagar imposto nenhum, e esta milhonária.

Almoço fora de casa, perto do meu trabalho, diariamente. Há algum tempo, via uma vez por semana, uma bicicleta com um bagageiro todo charmoso, como um balcão de lanchonete, com sombrinha, jardineira, etc, vendendo cup cakes. Menos de três meses, a fila era enorme. Quando saí do almoço fui ver o que elas vendiam de tão bom. O estoque estava zerado. Vendem cupcakes, brigadeiros, trufas, pão de mel. E pela procura deve ser tudo muito bom.  A cada dia ficam em um ponto da cidade e a equipe afirmou que sempre acaba tudo. Aceitação total. Nesta mesma linha, tem muita gente fazendo bolos, bombons, trufas e vendendo para amigos.

O artesanato é sempre uma solução. Fazer panos de prato, sabonetes, velas, jogos americanos, porta-guardanapos, aventais, caixas etc, sempre rende algum dinheiro. Principalmente porque os amigos sempre precisam de um presente bacana e original. Mas sua rede de relacionamentos deve ser grande, já que a venda precisa ser contínua para garantir a retira mensal, em substituição do salário que está em falta com o desemprego.

Outra opção são serviços necessários que a falta de tempo nos impede de fazer, como os cuidados com os pets. Muitos donos de animais de estimação não querem deixar a agitação de suas vidas atrapalharem o bem-estar de seus pets, e procuram profissionais de confiança para cuidar deles. Se você está desempregado ou insatisfeito com seu emprego e gosta de animais, fica a dica:

dogwalkerDog Walker: são os passeadores de cães. Se você quer apostar nesta atividade, existem cursos de qualificação. É preciso ter conhecimentos técnico e científico sobre o comportamento animal, bem como bom preparo físico para aguentar longos passeios. Não adianta falar que vai passear, andar dois quarteirões e parar em uma esquina para bater papo com um amigo, como via um rapaz fazendo perto aqui de casa. Uma hora será descoberto. Ele já sumiu.

adestradorPet-sitter: São profissionais capacitados em noções de higiene e primeiros socorros e conhecimento sobre questões comportamentais dos pets. Também existem cursos para quem deseja se tornar um profissional, mas a empatia com os pais e os bichinhos que precisam desses cuidados conta muitos pontos. Muita gente contrata, porque prefere do que deixar o animal em hotelzinho.

Adestrador: Os adestradores desempenham papel fundamental para deixar os companheiros de quatro patas mais educados e sociáveis. Também há escolas especializadas em formar esses profissionais. Os principais requisitos são: gostar de cães, ser paciente, organizado e ter bastante disciplina.

groomerGroomers: é um esteticista responsável pela beleza e higiene de cães e gatos. Além de tratamento de embelezamento, ajuda a garantir a saúde dos pets, prezando sempre pela melhor qualidade de vida do bichinho. É necessário ter conhecimento sobre as particularidades dos animais para realizar os melhores cortes de acordo com o pelo, raça, questões de saúde e a estrutura física do animal.

Isabela Teixeira da Costa

Gordura abdominal

gorduraabdominal1O terror de todo ser humano, principalmente das mulheres, é a gordura abdominal.

É impressionante, mas sempre que ganhamos uns quilinhos a mais eles se alojam primeiro na região abdominal, e quando começamos a perder peso são os últimos a ir embora, quando vão.

Eles e os do braço. Braço de gordo é um problema, engrossa e não afina por nada neste mundo, e para piorar a situação a cirurgia plástica de braço tem um resultado péssimo. Fica bem-feita, tira a gordura, afina o braço, mas a cicatriz é horrorosa, portanto os cirurgiões plásticos só indicam em casos extremos como por exemplo ex-obeso mórbido depois que emagreceu tudo, pós cirurgia bariátrica.

Voltando ao abdômen – para essa gordura tem cirurgia, mas não é esse o problema –, o acúmulo de gordura na região superficial do abdômen, conhecida como subcutânea, e a chamada visceral, que fica entre os órgãos, como fígado, pâncreas e intestinos, pode ser um risco à saúde. Ambos os tipos de gordura aumentam muito o risco de doença cardíaca, diabetes, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, apneia do sono, várias formas de câncer e outras doenças degenerativas.

gorduraabdominalA gordura subcutânea é a fácil de ganhar e difícil de perder, a gordura visceral, a famosa barriga de cerveja, é mais ativa metabolicamente do que a subcutânea de acordo com pesquisas. Ela é a que mais varia no corpo. Se você ganha peso, é esse tipo de gordura que se acumula primeiro. Se emagrece, é a primeira a diminuir. É uma boa notícia, pois apesar da gordura visceral ser mais perigosa, é mais fácil se livrar dela do que da subcutânea.

Pesquisas mostram que, apesar de o músculo ativo utilizar o tecido adiposo em sua volta como energia de trabalho, 30 minutos de abdominais queimam apenas 0,05 g de gordura subcutânea. Imagina, ficamos horas suando na academia e não perdemos nada!!!

O mecanismo de ação dos exercícios na queima da gordura é um pouco diferente: em exercícios aeróbicos o organismo aprende a utilizar as reservas internas de energia, aumentando gradualmente a quantidade de capilares no tecido adiposo, o que leva à sua queima.

A única solução para perder consistentemente sua gordura abdominal e manter a saúde e o corpo em forma, é combinar uma dieta nutritiva cheia de alimentos naturais com um programa de exercício estratégico devidamente projetado que estimula a resposta hormonal e metabólica necessária dentro do seu corpo. Tanto a ingestão de alimentos, bem como o seu programa de treinamento são importantes se você realmente quer fazer isso corretamente.

Para isso, é necessário procurar um profissional qualificado para fazer o programa alimentar e físico, de forma que caminhem juntos para se obter o resultado desejado. Enquanto isso, diminuir a ingestão de bebidas fermentadas, carboidratos e açúcares já ajuda bastante.

Isabela Teixeira da Costa

Jardim na decoração

_DSC6791A presença do paisagismo na decoração de ambientes.

A tendência hoje é trazer o verde para mais perto possível. Mesmo sendo em apartamentos ou espaços pequenos é sempre um convite ao relaxamento.

As opções, porém, são diversas. Jardins verticais com iluminação indireta podem levar vida para dentro de casa, ocupando pouco espaço. Varandas de apartamentos podem ser usadas como espaço de relaxamento criando um belo jardim. Em casas, podemos criar jardins que valorizem e realcem suas formas arquitetônicas. Ou ainda jardins com uma iluminação adequada valorizam a circulação, destacando alguns efeitos especiais e aumentando a segurança da residência. Bastará saber qual será a função dada ao novo ambiente. Mas é necessário cuidado para evitar excessos. Um jardim precisa respirar, precisa explorar seu espaço aberto, e excesso de elementos podem torná-los obstáculos, além de poluir visualmente impedirá o destaque de algo realmente importante.

_DSC4864O uso de objetos, obras de arte, caramanchões, podas diferenciadas, dão ao projeto de paisagismo, sensações harmônicas, criativas e sofisticadas. Caso seja demandada visitação ou contemplação noturna, a iluminação é fundamental e sendo bem utilizada tem condições de criar um espaço totalmente novo, com clima aconchegante e confortável. Existem peças de iluminação especiais para projetos paisagísticos que são verdadeiras obras de arte criadas por designers renomados como Jean Nouvel.

Projetos exuberantes como Inhotim, jardins de Tuilerie, jardins do museu Rodin e o incrível jardim do Palácio de Versailles, mesclam vários elementos à natureza destacando obras de arte, lagos e fontes para dar mais vida e sensibilidade ao ambiente.

Na hora de projetar, é preciso levar em conta espaço, cores, volumes, formas, texturas e, lógico, as plantas que serão usadas na composição. Estes fatores serão responsáveis para orientar o planejamento do projeto e seus objetivos. Os elementos precisam direcionar as pessoas para o foco principal do ambiente, eles ajudarão a transmitir sensações de bem-estar, beleza e aconchego.

A sustentabilidade e a preservação da natureza são tendências mundiais, como foi percebido na abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, e estão sempre presentes nos projetos de arquitetura e paisagismo. A técnica de compostagem, por exemplo, aliada ao cultivo de mini hortas e mini pomares é uma tendência em espaços gourmet. Tetos de jardins estão sendo desenvolvidos para combater o aquecimento global. Eles ajudam a absorver os raios de sol ao invés de refleti-los, causando o efeito estufa. Os jardins verticais também são uma tendência que traz mais vida para as casas e humaniza os espaços comerciais como o maravilhoso jardim vertical do Caixa Fórum em Madri, que ocupa a lateral de um edifício de 5 andares.

Há também tendências de algumas plantas. Seja por sazonalidade ou por serem mais exóticas. Porém, o importante é o casamento do projeto arquitetônico com o paisagístico para que haja uma harmonia e interação no ambiente.

O importante é ter criatividade transformando os jardins em ambientes charmosos e sofisticados sem interferir na beleza da natureza. Tem que ter uma combinação certa de plantas, iluminação e peças para um resultado perfeito.

Fotos de espaços criados  pela  paisagista Nãna Guimarães.

Flávia Freitas

Cuidado com a Carambola

carambolaA Carambola possui uma toxina que pode levar à morte pessoas com problemas renais.

Já ouviu alguém dizer que ama carambola? Que não consegue ficar sem essa fruta tão exótica e bonita? Que conta os meses para chegar a época da carambola? Eu nunca. Gosto da fruta, mas tenho que confessar que nunca comprei uma carambola na minha vida. Como quando dá no pé lá no meu sítio, ou quando ganho de alguém. Mas passou muito bem sem ela.

Fiquei surpresa com essa notícia. Estava conversando esta semana com meu amigo, o chargista, jornalista, colunista e comentarista de futebol Son Salvador.  Comentava sobre sobre tudo agora ser problema da obesidade, enquanto ele fazia uma ilustração para minha coluna, e ele me contou um ocorrido.

No ano passado, Son Salvador ficou bastante doente, passou por umas duas ou três internações, viraram ele do lado do avesso e não descobriram bem o que era. Salvo engano foi problema pulmonar. Outro dia, foi ao médico fazer um check up e estava tudo 100%, exceto o rim, o que ele prontamente afirmou: “Doutor, esse problema é coisa das antigas”.

O médico então foi logo dizendo: “Infelizmente vou ter que fazer uma proibição”. Son, na mesma hora começou a sofrer imaginando do que seria privado pelo médico por causa de seu problema renal. “Você está terminantemente proibido de comer carambola”, afirmou o médico. Son Salvador sentiu certo alívio, apesar de gostar da fruta, e sempre comprar para salada e tira-gosto.

Porém, teve que perguntar para o médico a razão de tal proibição. Pacientes com problemas renais crônicos não devem ingerir a carambola porque a fruta possui a enzima caramboxina que não é filtrada pelos rins. O excesso dessa toxina pode atingir o cérebro e ocasionar vômito, confusão mental, agitação psicomotora, convulsões e até mesmo levar à morte. Pessoas com propensão a formação de cálculos renais por ácido oxálico devem evitar o consumo da fruta. Diabéticos também devem evitar o consumo da carambola, pois eles têm tendência a desenvolver problemas renais.

Uau! Isso é novidade para mim, e penso que para muitos também pode ser, então fica aqui o alerta. Os estudos começaram na década de 90, na Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP), depois que o nefrologista Miguel Moysés perdeu um paciente que morreu depois de sofrer várias convulsões e ficar em coma. Foi quando o médico decidiu estudar a relação entre o consumo da carambola e a intoxicação de pacientes com insuficiência renal. “O paciente não tinha nada, fazia hemodiálise, comeu duas carambolas e começou a passar mal. Na mesma semana surgiu outro caso similar com um paciente em coma, que também havia ingerido grande quantidade de suco de carambola”, explica o médico.

No decorrer dos estudos, os pesquisadores conseguiram isolar e identificar a molécula  da fruta que causa a intoxicação. Nomeada de caramboxina pelos pesquisadores, a substância existe em baixa concentração na fruta, mas é tóxica. Em pessoas saudáveis, ela é facilmente eliminada pelo organismo. Mas em pacientes com problemas renais ela se concentra no organismo e causa sintomas como soluços constantes por várias horas, confusão mental, convulsão e sem tratamento adequado, pode levar à morte.

“A molécula que caracterizamos é bastante instável, porque é derivada de um aminoácido natural e o organismo a confunde. A alta solubilidade em água deveria fazê-la ir embora pela filtração renal, mas, se o paciente não filtra, essa molécula fica na circulação. Em seguida, mascarada, ela  penetra, chega ao sistema nervoso central e pode causar vários danos”, explica o farmacêutico Norberto Lopes, que participou da pesquisa da molécula.

A coisa é tão séria que virou lei. A lei 4152 passou a vigorar em março de 2008 e obriga todos os estabelecimentos de saúde, além de bares, restaurantes e comércios de alimentos a afixarem em lugar visível um cartaz alertando o público em geral, principalmente os portadores da doença renal sobre a toxidade da fruta.

Também proíbe o consumo da mesma, em qualquer forma de preparo, por estes pacientes (sucos, compotas e etc). O estabelecimento que não cumprir a lei estará sujeito a multa de R$500,00. O autor da lei baseou-se em estudos científicos. Eu nunca vi nenhum alerta sobre isso, o que me faz parecer que essa lei não pegou e a fiscalização não exige seu cumprimento.
Mas nenhum tudo é ruim na fruta. Para quem não tem problema renal, vale destacar os pontos positivos da carambola. Ela é pouco calórica, fonte de provitamina A (caroteno), B e C e rica também em potássio, cálcio, ferro, fósforo. É indicada para combater febre, curar escorbuto e estimular o apetite, além de prevenir o envelhecimento, por ser rica em polifenóis. O chá da folha nova da carambola em jejum é bom para diabéticos.

O suco da carambola é usado para tirar manchas de ferro, de tinta e para limpar metais. Atenção: Devido ao ácido oxálico, a carambola não pode ser consumida em grande quantidade.

Para fazer o chá da carambola, coloque dez folhas novas e bem lavadas em meio litro de água e leve ao fogo. Quando ferver, desligue. Tome ao longo do dia.

Isabela Teixeira da Costa

Piccola Galeria

Exposição Ensaios Visuais do Piemonte. Foto Leo Lara/Studio Cerri
Exposição Ensaios Visuais do Piemonte. Foto Leo Lara/Studio Cerri

Novo espaço de artes visuais abre seleção de artistas para exposição.

Casa Fiat de Cultura criou a Piccola Galleria, um pequeno espaço para artes visuais, no hall principal, para receber para exposições individuais ou coletivas de curta duração. E lança seu programa de seleção para artistas interessados inscreverem seus trabalhos.

No novo espaço, serão realizados dois tipos de mostras: as programadas pela própria Casa Fiat e as selecionadas entre os inscritos.

Em local de grande circulação de visitantes em sua sede na Praça da Liberdade, a sala já está pronta para receber mostras inéditas de artistas locais, brasileiros ou estrangeiros, e dar destaque a novos talentos da pintura, desenho, gravura, escultura, fotografia e videoarte.

Os interessados devem se inscrever, até 15 de agosto, segundo as instruções do programa disponível no site www.casafiatdecultura.com.br. As escolhas ficam a cargo de comitês integrados por artistas, críticos, colecionadores e professores.

“A Piccola Galleria está alinhada à premissa da Casa Fiat de Cultura de incentivar a produção artística brasileira e internacional. Com toda a alta qualidade técnica e a expertise da Casa Fiat, as artes visuais, em suas diversas manifestações, contam agora com mais esse espaço para fruição. Esperamos que artistas e público se apropriem e usufruam de nossa Piccola Galleria”, ressalta o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira.

Em 10 anos de trajetória, a Casa Fiat de Cultura consolidou-se como referência no mundo das artes em Minas e no Brasil, ao conquistar o respeito e a confiança dos mais renomados museus e coleções de vários países e ao atrair mais de um milhão de visitantes em suas exposições. A intenção da Piccola Galleria é dar evidência às novas ideias e incentivar a produção artística contemporânea, em um local intimista e charmoso, mas com grande circulação de público, com a chancela da Casa Fiat de Cultura e do Circuito Liberdade, um dos mais importantes corredores culturais do país.

Como participar

O artista interessado deverá entregar material contendo nome da exposição, número de obras a serem apresentadas, categoria (pintura, desenho, gravura, escultura, fotografia, videoarte, instalações e performances) e dados pessoais na recepção da Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10, Funcionários – Belo Horizonte, Minas Gerais), mediante protocolo, até o dia 15 de agosto de 2016.

O material entregue também deve conter fotos em alta resolução das obras de arte; lista de obras com identificação, medidas, técnica e ano de produção; currículo do artista; proposta curatorial e textos base. A resposta será encaminhada, via e-mail, em um prazo de 60 dias.

As demais orientações podem ser obtidas no programa de seleção disponibilizado no site www.casafiatdecultura.com.br.

Cláudia Garcia Elias

Cuidado com as listas de presentes virtuais

listadepresente1A lista de presente virtual parece ser uma facilidade, mas pode se transformar em transtorno.

Está na moda as listas de presentes virtuais. Os noivos criam seus sites, colocam o endereço no Save the date e no convite de casamento. É muito legal. Fotos, espaço para recadinhos, todas as indicações do casamento. Se a cerimônia for realizada fora da cidade, ou mesmo se houver muitos convidados de fora é espetacular. Dá dicas de hospedagem, mapas, localização da igreja, do local da cerimônia, telefone de táxi, melhores restaurantes, enfim, uma facilidade só.

É no site que estão relacionadas as lojas onde os noivos fizeram suas listas de presentes. E a variedade é enorme. Tem desde as tradicionais lojas de presentes, e hoje todas elas têm a venda pela internet, passando pelas lojas de eletrodomésticos, chegando às listas de desejos.

Isso mesmo. É possível presentear os noivos com algum mimo na lua de mel. Um jantar afrodisíaco, uma tarde no spa, um passeio exótico – claro que depende para onde o casal for viajar –, ou outro passeio qualquer, dentro da programação de viagem. Tudo fica relacionado com o peço em dólar ou euro, e o convidado converte e faz o depósito em uma conta, ou paga pelo pagseguro.

Os noivos são informados dos presentes que recebem por um e-mail, dizendo quem deu, o que deu, e o valor dado. Já era essa história de esconder o preço do presente. Tenho que confessar que acho isso bem constrangedor e um tanto ao quanto interesseiro. Pode ser simplesmente jovem demais para minha cabeça, mas prefiro ir à loja, fazer a compra e mandar entregar o presente.

listapresentesPorém, dependendo do caso, tenho que me render às novas tecnologias. E foi o que ocorreu recentemente. Fiquei horrorizada com a experiência, e, comentando com uma e outra amiga, vamos tomando conhecimento das coisas absurdas pelas quais já passaram. Descobri que essa modernidade toda é muito boa para a lojas que tiram grande proveito de toda a situação. Vejam.

Fui à Fast Shop, pessoalmente, com um casal amigo, para comprarmos juntos, um presente de casamento. Queríamos algo dentro da lista de casamento. Achamos muito estranho, pois encontramos quatro tipos de fogão, cinco tipos de geladeira, etc. Se fossem todos dentro do mesmo padrão, mas não, um fogão era aquele simples de pé de quatro bocas, e o outro um de bancada, último modelo, cinco bocas. Como assim? Na mesma cozinha? Ou o fogão é para bancada ou é de chão. As geladeiras eram, desde uma duplex comum, até aquela ultrassônica com freezer embaixo e duas portas verticais chiquérrimas em cima.

Descobrimos que o que valia era o valor. Os noivos recebiam o crédito e depois retiravam o que queriam da loja com o crédito que tinham. Ficamos um tempão para achar o que queríamos dentro o valor que podíamos dar. Não tinha nada na lista. A vendedora propôs darmos uma adega mais barata, que ela aumentaria o preço. Como assim? Que conversinha esquisita. Tudo preparado para quando os noivos chegassem, alegarem que houve erro de digitação porque não existe adega com aquele valor. Não aceitamos. Por fim conseguimos finalizar a compra.

Contando o caso, ouvimos outro mais absurdo ainda. Vejam o que fizeram com uma noiva amiga. Ela recebeu um presente. Ligou e agradeceu. Dias depois, recebeu o mesmo presente, mesmo valor, de uma pessoa que ninguém conhecia. Alguns dias depois, a loja cancelou os dois presentes. Ligou para a Fast dizendo que o segundo cancelamento era engano. A resposta foi absurda: “Não foi não e você tem que acreditar em nós”. Seu noivo insistiu para que ela ligasse novamente para a amiga. Olhe que constrangedor. Qual noiva faria isso? Mas ele brigou tanto, que ela ligou toda sem graça. Ainda bem. Claro que não tinha cancelado. Ligaram na Fast e o crédito foi estornado.

Imaginem quantos presentes não devem ser comprados, sem ser enviados? Ou quantos não devem ser cancelados? E alguma noiva tem coragem de confirmar com convidado? Eles nadam de braçada. Nunca mais na vida faço esse tipo de compra.

Outro dia, a La Ville entregou um presente e foi mais um por engano na casa de uma noiva, minha amiga. Uma caixa enorme. Claro que ela ligou informando o erro. Será que todos que recebem presentes errados têm essa mesma postura ética de devolver?

Bem faz uma amiga, que sempre que compra um presente manda um WhatsApp para a mãe da noiva informando o que comprou e de qual loja, se não chegar, já sabe que extraviou e corre atrás. Até porque o protocolo de entrega não garante que o destino foi o certo.

Fiquem atentos.

Isabela Teixeira da Costa

10 anos da Lei Maria da Penha

Maria da Penha
Maria da Penha

No dia 7 de agosto a Lei Maria da Penha completou 10 anos.

De acordo com dados do Núcleo de Gênero do Ministério Público de São Paulo (obtidos por meio do disque 180) cerca de 37% dos casos relatados são frutos de relação agressiva há mais de dez anos. Das mulheres que procuraram ajuda, 11% revelaram que o relacionamento tinha menos de um ano. Para agravar os casos, 65% das agressões acontecem na presença dos filhos, sendo que em 17% desses casos, as crianças também acabam sofrendo com violência física. A violência doméstica contra a mulher é um crime gravíssimo, que envolve questões emocionais e socioeconômicas profundas, o que dificulta a denúncia.

Um ato de grande covardia, quando o homem usa de sua superioridade de força física e prepotência para humilhar, amedrontar e machucar e em alguns casos até mesmo matar a mulher. E faz de tal forma e com tanta ameaça que leva a mulher a ficar com medo de denunciar a agressão sofrida.

“Diversos fatores podem ser apontados para explicar a relutância de muitas mulheres em denunciarem seus agressores, tais como o medo do agressor, a dependência financeira, a dependência afetiva, o desconhecimento de seus direitos, o sentimento de impunidade, a preocupação com a criação dos filhos, dentre outros que se enquadrem no chamado ‘ciclo da violência doméstica’. Todos esses fatores exemplificam e evidenciam a já mencionada situação de vulnerabilidade da mulher nos casos de violência doméstica”, explica a advogada e especialista em direito de família, Regina Beatriz Tavares da Silva.

A Lei Maria da Penha foi sancionada em 7 de agosto de 2006, para coibir e punir com mais rigor atos de violência contra a mulher. Ela leva o nome da farmacêutica bioquímica Maria da Penha Fernandes que, aos 38 anos, além de sofrer agressões físicas do marido e pai de suas duas filhas, Marco Antônio Heredia Viveros, foi atingida por ele com um tiro que a deixou paraplégica.

Por mais que Maria da Penha estivesse acostumada com as explosões de fúria de Marco Antônio, seu marido na época, ela custou a acreditar que aquele disparo tinha sido feito pelo pai de suas filhas. A agressão sofrida por ela em meados de 1983, deixou outro legado além da lei, o livro Sobrevivi… Posso contar, onde relata tudo o que sofreu.

Capa do livro
Capa do livro

“Acordei de repente com um forte estampido dentro do quarto. Abri os olhos. Não vi ninguém. Tentei mexer-me, mas não consegui. Imediatamente, fechei os olhos e um só pensamento me ocorreu: “Meu Deus, o Marco me matou com um tiro”. Um gosto estranho de metal se fez sentir, forte, na minha boca, enquanto um borbulhamento nas minhas costas me deixou ainda mais assustada. Isso me fez permanecer com os olhos fechados, fingindo-me de morta, porque temia que Marco desse um segundo tiro.”
Fico pensando o terror que ela viveu. Estava dormindo, acorda com o barulho de um tiro e percebe que foi nela, do nada. E tem que se fingir de morta para não levar outro tiro.

Para se criar a lei demorou 23 anos desde o dia que Maria da Penha levou o tiro. Porém ela não desistiu, mesmo paraplégica continuou lutando para evitar que o mesmo acontecesse com outras mulheres no Brasil. Sua luta por justiça foi árdua, mas hoje, aos 71 anos, sabe que não foi em vão, pois deixou uma lei que funciona. Que ajuda centenas de mulheres e também conscientiza homens. Ocorreu uma mudança, lenta, mas importante.

Luiza Brunet Foto O popular reprodução
Luiza Brunet Foto O popular reprodução

Apesar de ser tão falada e divulgada, a agressão contra a mulher pode ocorrer em qualquer esfera, independentemente do nível socioeconômico do agressor. Em julho, a atriz Luiza Brunet foi vítima de seu ex-namorado, o empresário gaúcho Lírio Parisotto. Um bilionário que acumulou uma fortuna de US$ 2,4 bilhões. Sua empresa hoje, é um conglomerado de quatro indústrias petroquímicas.

Infelizmente, até hoje muitas mulheres não denunciam e foi exatamente para encorajá-las, mostrar que são vítimas e não tem do que se envergonhar é que Brunet fez questão de fazer a denúncia.

Na década de 90 tive o prazer conhecer Luiza Brunet, quando veio a Belo Horizonte para participar do lançamento de coleção de uma marca para qual eu e a minha saudosa sócia Ângela Valente fazíamos assessoria. Passei três dias com ela. Depois ela voltou algumas vezes, mas aí só os vimos rapidamente. Sei que não é muito, mas não teve uma única pessoa que não ficasse encantada com a educação, simpatia, delicadeza e gentileza dessa mulher. Sem nenhum estrelismo. Gente como a gente, mas com tamanha educação…

Mas, mesmo que não fosse, nada justifica uma agressão física. Denuncia neles!

Isabela Teixeira da Costa