O corpo é uma máquina que precisa funcionar para não emperrar.
Como já disse aqui, estou fazendo pilates pela primeira vez na minha vida. Para falar a verdade, é a primeira vez na vida que faço um exercício físico. Sempre fui uma excelente cliente de academia, fazia o exame médico, me inscrevia, pagava o pacote, frequentava duas semanas e nunca mais voltava.
Para não ser mentirosa, quando tinha 30 anos fui ao Cepel assistir uma prova de equitação, a a convite do meu amigo Luiz Sternick e me apaixonei. Por sinal, desde menina sempre pedi ao meu pai para eu fazer equitação e ele nunca deixou. Então, quando cheguei lá fiquei enlouquecida com os animais, os saltos, tudo. Fiquei sabendo que ainda dava tempo e entrei para a escolinha.
Por mais de três anos frequentei a escolinha. E consegui com que abrissem uma turma noturna, afinal, para quem trabalha não é fácil fazer aulas de equitação pela manhã. Era ótimo. Participei de provas e cheguei a ganhar uma medalha de bronze. Depois parei.
Minha segunda incursão no esporte foi com o tênis. Quando assumi o Torneio Empresarial de Tênis Estado de Minas, a turma começou a cobrar a minha participação. Comecei a fazer aulas, participei de dois torneios, porém um problema no ombro e o princípio de artrose nos dois joelhos me afastaram das quadras. Tenho que confessar que gostei bastante do tênis.
Fora isso, só sedentarismo. E estou sentindo o reflexo disso na pele, agora que estou no pilates. Minha professora se chama Natália Mendes, é jovem, simpática e ótima profissional. Não sei se todo pilates é assim, mas nunca repeti nenhum exercício. Cada aula é diferente e trabalha uma área do corpo. Estou descobrindo músculos que nunca pensei que existissem.
Alguns exercícios eu consigo fazer fácil no início, começo no maior gás, mas ao longo das repetições a força vai diminuindo e o ritmo vai junto, a dor começa e a impressão que dá é que não vou conseguir chegar ao final. É impressionante como a musculatura sente. Tudo resultado de 56 anos de sedentarismo. Como pude deixar meu corpo chegar neste estado, por pura preguiça. A gente não pensa mesmo nas consequências de nossas atitudes.
Comentando isso com Natália ela disse uma coisa que é pura verdade. “Ganhamos um presente maravilhoso de Deus que é o nosso corpo, perfeito, com saúde, e nós não damos valor, é como se deixasse o presente jogado em um canto empoeirando”.
Fiquei pensando se eu ganhasse um presente de Deus, seu eu não ia querer abrir na hora e usá-lo todo dia, mostrar para todo mundo, cuidar dele como se cuida de um bebê, com todo cuidado e amor. No entanto, eu ganhei e não cuidei. Recebi um corpo saudável, mas nosso corpo é uma máquina perfeita que precisa ser trabalhada para não enferrujar, e eu deixei o meu emperrar, porque não trabalhei com ele, não lubrifiquei.
Hoje, estou pagando o preço. Mas Deus faz tudo tão perfeito, que apesar de tanto atraso, ainda conseguimos recomeçar e nosso corpo, apesar de sofrer um pouco, vai respondendo aos estímulos. Tenho certeza que em breve vou conseguir fazer todos os exercícios com menos dificuldade. Fica o alerta.
Isabela Teixeira da Costa