A aventura do abastecimento e os oportunistas

Abastecer o carro se tornou um desafio e ao mesmo tempo uma aventura, nessa época de crise.

Foto Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press

Por um feliz acaso, ou aviso de Deus, cada um acredite no que quiser, abasteci meu carro na quarta-feira, exatamente um dia antes da grande corrida nos postos de gasolina que começou na quinta-feira.

Infelizmente, várias amigas estão com o carro na reserva, inclusive minha irmã, que não tem tempo nem para respirar, de tanto que trabalha. Ontem, ela precisou tentar abastecer, passou duas horas e meia na fila pela manhã, mas teve que sair pois estava na hora de atender um cliente.

Me comprometi com ela, caso não tivesse aula de um curso que estou fazendo às terças-feiras à noite, de tentar colocar gasolina em seu carro. Promessa é dívida. Saí de casa por volta das 17h30, o ponteiro do combustível estava colado na reserva e a luz acesa. Pedia a Deus para o restinho que tinha ser suficiente.

Fiquei na fila, parada um bom tempo observando os motoristas. Brasileiro é bem interessante, faz amizade fácil. Em pouco tempo a maioria deles já estava fora do carro batendo papo como se fossem amigos de longa data.

Por outro lado, sempre aparece um espertinho, querendo dar uma de João sem braço. Estávamos em uma avenida, e, como em todo lugar, várias ruas cortam essa avenida e em muitos pontos têm semáforos. Estávamos em fila, próximo ao meio fio, mas não podíamos bloquear os cruzamentos e nem tão pouco garagens. Quando a fila começou a andar, em um determinado ponto, o sinal fechou para nós e tivemos que parar para esperar os veículos cruzarem a avenida. Com isso, se abriu um espaço na fila. Um Honda Civic fez a conversão e furou a fila. O filho do motorista desceu e entrou em um bar que tinha no meio do quarteirão.

Como havia um carro e um motoqueiro na nossa frente, desci do carro e perguntei se não iam falar nada com o motorista. Os dois patetas falaram que o rapaz só tinha isso no bar. Não acredito que tenha gente tão ingênua assim. E o taxista ainda foi grosseiro comigo.

O motorista que estava na frente do furão saiu do carro e abordou o intruso, e na mesma hora minha irmã se aproximou. O gentil motorista disse ao novato que ele estava furando a fila, que chegava ao fim da avenida. E ele teve a cara de pau de dizer que não tinha visto. Percebeu que seu golpe não deu certo e saiu. Vale ressaltar que estávamos há um quarteirão do posto. Será mesmo que ele achou que não tinha mais ninguém na fila?

Uma amiga me contou que estava a quase duas horas em uma fila quando um homem foi de carro em carro dizendo que o combustível do posto estava acabando, mas que tinha abastecimento no outro, há uma distância considerável. Muita gente saiu da fila e se dirigiu ao outro endereço recomendado, inclusive ela. Infelizmente não conseguiu abastecer e quando voltava para casa passou pelo posto onde estava no início e percebeu que ainda estava com combustível.

Provavelmente o prestativo homem era algum motorista que estava no fim da fila, e prestou o serviço de utilidade pública para ficar livre de uma boa parcela dos concorrentes.

Esse jeitinho brasileiro, a tal Lei de Gerson, que gosta de levar vantagem em tudo, é que me irrita muito. Para mim, isso nada mais é que uma grande falta de caráter. Esse desrespeito pelo próximo, o se achar melhor do que todo mundo, que está acima da lei e da razão. Não agüento isso.

Bom, depois de pouco mais de três horas de fila chegamos ao posto, conseguimos colocar R$ 100 e minha irmã está agora com pouco mais de meio tanque de gasolina. Agora é economizar, não ligar o ar condicionado e esperar que tudo volte à normalidade o mais rápido possível.

Isso se os infiltrados no movimento deixarem. Porque essa jogadinha política que estão fazendo é outra coisa que está dando nos nervos. Não gosto do Temer, não votei nele, mas também não concordo com essa corja de políticos que está aí, que aprovou ontem no Senado a eleição indireta, e estão querendo voltar com a ditadura neste país.

Sou totalmente a favor da democracia. Não importa quem seja eleito, desde que seja eleito pela maioria. O importante é a vontade dos brasileiros em sua maioria. Estão usando de um movimento que foi legítimo e importante para agora derrubar um governo, em ano de eleição, e colocar alguém com eleição indireta e com isso, derrubar a eleição democrática de outubro. Tudo bem que estamos sem opção de bons representantes, ma isso não dá a ninguém o direito de nos manipular dessa maneira.

 

Isabela Teixeira da Costa

A caminho do brejo

Recebi neste feriado um artigo da jornalista, escritora, fotógrafa e blogueira, Cora Ronái. O texto foi publicado em dezembro de 2016 no jornal O Globo, mas continua muito atual, e penso que todos deveriam ler.

Cora Ronái

A sociedade dá de ombros, vencida pela inércia.
Um país não vai para o brejo de um momento para o outro — como se viesse andando na estradinha, qual vaca, cruzasse uma cancela e, de repente, saísse do barro firme e embrenhasse pela lama. Um país vai para o brejo aos poucos, construindo a sua desgraça ponto por ponto, um tanto de corrupção aqui, um tanto de demagogia ali, safadeza e impunidade de mãos dadas. Há sinais constantes de perigo, há abundantes evidências de crime por toda a parte, mas a sociedade dá de ombros, vencida pela inércia e pela audácia dos canalhas.
Aquelas alegres viagens do então governador Sérgio Cabral, por exemplo, aquele constante ir e vir de helicópteros. Aquela paixão do Lula pelos jatinhos. Aquelas comitivas imensas da Dilma, hospedando-se em hotéis de luxo. Aquele aeroporto do Aécio, tão bem localizado. Aqueles jantares do Cunha. Aqueles planos de saúde, aqueles auxílios moradia, aqueles carros oficiais. Aquelas frotas sempre renovadas, sem que se saiba direito o que acontece com as antigas. Aqueles votos secretos. Aquelas verbas para “exercício do mandato”. Aquelas obras que não acabam nunca. Aqueles estádios da Copa. Aqueles superfaturamentos.
Aquelas residências oficiais. Aquelas ajudas de custo. Aquelas aposentadorias. Aquelas vigas da perimetral. Aquelas diretorias da Petrobras.
A lista não acaba.
Um país vai para o brejo quando políticos lutam por cargos em secretarias e ministérios não porque tenham qualquer relação com a área, mas porque secretarias e ministérios têm verbas — e isso é noticiado como fato corriqueiro da vida pública.
Um país vai para o brejo quando representantes do povo deixam de ser povo assim que são eleitos, quando se criam castas intocáveis no serviço público, quando esses brâmanes acreditam que não precisam prestar contas a ninguém — e isso é aceito como normal por todo mundo.
Um país vai para o brejo quando as suas escolas e os seus hospitais públicos são igualmente ruins, e quando os seus cidadãos perdem a segurança para andar nas ruas, seja por medo de bandido, seja por medo de polícia.
Um país vai para o brejo quando não protege os seus cidadãos, não paga aos seus servidores, esfola quem tem contracheque e dá isenção fiscal a quem não precisa.
Um país vai para o brejo quando os seus poderosos têm direito a foro privilegiado.
Um país vai para o brejo quando se divide, e quando os seus habitantes passam a se odiar uns aos outros; um país vai para o brejo quando despenca nos índices de educação, mas a sua população nem repara porque está muito ocupada se ofendendo mutuamente nas redes sociais. Enquanto isso tem gente nas ruas estourando fogos pelos times de futebol!!!

Abuso dos mais fracos

Fernando Pimentel / Foto Correio Braziliense
Fernando Pimentel / Foto Correio Braziliense

Governador estende o parcelamento do pagamento dos servidores.

Desde abril, o governador Fernando Pimentel determinou que dividiria o pagamento dos servidores do estado que ganham salários acima de R$ 3 mil. O parcelamento seria de duas ou três vezes no mês, de acordo com o valor salarial. Segundo divulgado, isso seria feito por alguns meses.

Essa história já se estende por todo o ano e pelo visto vai entrar 2017. Fico pensando como os aposentados, que dependem do dinheiro para sobreviver, comprar medicamentos, etc, estão se virando.

O pagamento do 13º só será definido em reunião nesta semana. E agora fiquei sabendo que isso tudo só arde nos funcionários do poder Executivo, porque os dos poderes Legislativo e Judiciário estão recebendo integralmente e em dia. Fiquei chocada.

Mas é fácil entender, e acredito que não estou fazendo mal juízo. Mas se estiver, podem comentar, que vou me redimir. O governador precisa do Legislativo para aprovarem seus projetos, então, não é interessante atrasar seus pagamentos, pois eles podem travar o andamento de seus interesses. O Judiciário tem ferramentas para atrasar julgamentos e também para fazer com que os salários sejam pagos.

Porém, o poder Executivo é o lado frágil, para brigar e lutar por seus direitos é mais difícil, a grande maioria é de aposentados. Então, parcelar salários e atrasá-los, terá pouca repercussão, ou melhor, pouco prejuízo para o governador.

Para não falarem que estou sendo tendenciosa, quero dar uma informação: a folha de pagamento consome R$ 3 bilhões, sendo R$ 2,5 bilhões com os servidores do Executivo e R$ 500 milhões com os servidores dos demais poderes.

Mesmo assim, acho errado. E o senhor governador continua abusando do poder. Na sexta-feira o Partido da República (PR), aliado do governador, enviou, pela manhã, deliberação da executiva nacional obrigando seus deputados a votarem contra a abertura do processo de Fernando Pimentel, acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Alguns dos deputados se recusaram e estão pedindo ação e pressão da população, ligando para os gabinetes dos deputados, para que essas denúncias não acabem em pizza.

É de ficar indignado mesmo, com esses conchavos e coronelismo dessa política podre. Não podemos ficar calados. Onde estão os movimentos Fora Dilma? Agora eles têm que assumir o Fora Pimentel. Fico por aqui.

Isabela Teixeira da Costa

Mudança de hábito em tempo de crise

crisebrasilEm tempos de crise brava a solução para tentar equilibrar as finanças é mudar os hábitos.

Vamos recapitular para relembrar como tudo ocorreu. Em 2008, a economia do Brasil ia muito bem obrigada, todo mundo feliz, povo gastando. No segundo semestre deste mesmo ano chega a crise econômica mundial.

Para combater os efeitos da crise mundial, o governo brasileiro dá uma guinada na política econômica e passa a utilizar bancos estatais – principalmente o BNDS – como a principal ferramenta de expansão de crédito. No início de outubro de 2008 o então presidente Lula solta a frase: “Lá nos Estados Unidos pode ser um tsunami (a crise); aqui, se ela chegar, vai ser uma marolinha que não dá nem para esquiar”. A jogada funciona a curto prazo. A economia cresce e o Brasil chama a atenção do mundo.

Dilma Rousseff toma posse em janeiro de 2011, e sua equipe econômica decide manter a mesma política de crédito dos bancos estatais, e decide intensifica-la adicionando outros elementos heterodoxos. É oficializada uma nova matriz econômica com a crença de que “um pouco mais de inflação gera mais crescimento econômico”

Como a política econômica se baseia em política fiscal expansionista, juros baixos, crédito barato nos bancos estatais, câmbio desvalorizado e aumento das tarifas de importação para estimular a indústria nacional, em 2012, o governo abre guerra contra os bancos privados para a redução dos juros.

criseEm 2012, o governo decide revogar contratos de concessão com as geradoras de energia para obriga-las a oferecer tarifas mais baixas. Estas empresas precisam recorrer ao mercado de energia de curto prazo, se endividam. O Tesouro passa a fazer repasse para elas e aumento o endividamento do governo.

Paralelo a tudo isso tem a corrupção, pedaladas, inflação disparada, câmbio altíssimo, pois, sobre isso não preciso falar porque está muito vivo na cabeça de todos, porém, quem quiser saber de forma detalhada, é só ir lá no blogpenadigital.com que está tudo muito bem explicado, com links para textos mais completos.

A marolinha do Lula virou tsunami sim. Se ele não tivesse querido mascarar a situação lá em 2008, tivesse enfrentado a situação como o mundo todo fez, hoje estaríamos respirando como todos os outros países e apertaram o cinto na época certa, mas não, para ela era mais importante fazer de conta que estava tudo bem manter a imagem do político popular bem-sucedido que fez o Brasil melhorar. Hoje, sabemos que também não queria interromper o esquema de corrupção da Petrobrás e com as empreiteiras.

E nós, os brasileiros ficamos com a corda no pescoço, tendo que administrar o salário, fazendo mágica para que o dinheiro chegue ao fim do mês. Isso quem está empregado, porque são mais de 11,4 milhões de brasileiros desempregados no país.

E para fazer o dinheiro render viramos malabaristas. Não vemos mais crianças nos supermercados, claro, as crianças pedem muito e os pais ficam em uma sinuca de bico, com pena de ficar o tempo todo dizendo não. O melhor é não levar os filhos, as compras ficam mais baratas. Ir com a lista pronta e não fugir dela. Não fazer compras quando estiver com fome. Não comprar nada pronto, optar pelos ingredientes e fazer em casa. Não abrir mão de fazer pesquisa de preço. Já percebi que existe uma “dança” de preços entre os supermercados, de tempos em tempos.

Muitos estão trocando a ida ao cinema ou jantar fora por fazer uma comidinha em casa e chamar os amigos, cada um levando sua bebida, ou mesmo todos rachando a conta. Como disse um amigo que é proprietário de vários bares e restaurantes: ”o movimento continua grande, mas o consumo caiu. Quem bebia cerveja importada, hoje bebe nacional. Quem jantava, hoje fica mais em petiscos. Ou seja, a conta ficou mais barata”.

Os Out Lets nunca venderam tanto. Não que estejam vendendo muito, mas as vendas aumentaram. Quem quer comprar uma peça, olha primeiro por lá. E por aí vai. Os supérfluos são cortados mesmo. Não é à toa que vemos tantas lojas sendo fechadas cidade a fora. O que não entendo é como alguns proprietários de imóveis preferem ficar com seus espaços vagos em tempos de crise, do que negociar com os atuais inquilinos um preço mais justo, entendendo a situação atual do país. A Momo da Savassi e o Habbib’s do Gutierrez fecharam por não conseguirem absorver com o aumento do aluguel.

A esperança é a última que morre, afinal, somos brasileiros e não desistimos nunca!

Isabela Teixeira da Costa

Fonte: blogpenadigital.com

Cuidar da sua carreira é o melhor antídoto para as crises

Marcos Vono / Divulgação
Marcos Vono / Divulgação

Recebi este artigo sobre investimento na carreira, do Marcos Vono, coach, especialista em RH, e sócio-proprietário da consultoria OPER. Achei muito radical, ideal para pessoas que só querem focar na carreira e esquecer de todo o resto. Mesmo assim decidi publicar na íntegra, pois tem uma visão e dicas interessantes sobre como se orientar na profissão. Segundo o autor, o texto é baseado nos conceitos do professor Sigmar Malvezzi da USP.

A crise existe, sempre existiu e sempre existirá. Claro, em níveis diferentes, nem sempre de forma tão aguda como agora. Mas, como estar preparado para enfrentar estes momentos e não ser tão impactado pela crise? Como conseguir manter-se competitivo em um momento tão delicado do país?

As pessoas serão impactadas pela crise na medida do seu nível de competitividade profissional. Escolher um caminho profissional e assumir a responsabilidade pela construção da carreira e de como levá-la ao melhor resultado possível é uma missão. É dever de cada profissional, que deve estar preparado não apenas para períodos de crise, mas em períodos de crise e de bonança.

Para ser menos impactado pelas crises, é necessário ter um projeto pessoal de carreira, o que consiste na apropriação da construção da própria história profissional. Isso implica em uma avaliação de si mesmo e na gestão de um processo de criação de competências direcionado para a realização de uma identidade profissional, como ensina o professor Sigmar Malvezzi.

O projeto pessoal de carreira pode ser entendido com base em três pilares, que define-se pelas próprias palavras que constroem a expressão. Projeto: ideia de construção no tempo, de planejamento, de investimento sistemático. Pessoal: ideia da “criação” da identidade profissional, sendo identidade o conjunto de predicados que representam o indivíduo. Carreira: ideia de identidade profissional, aprendizagem e networking.

Para desenvolver a carreira, é necessário que o profissional tenha alguns pontos como foco. A própria ‘aprendizagem’, seja sobre carreira, o mercado, os valores e sobre si mesmo. O ‘networking’, que aborda a troca de experiências, a busca de feedback, de apoio e de visibilidade, a identificação de tendências e a renovação de referências. E por fim, a busca pelo desenvolvimento da identidade profissional, ou seja, a busca de experiências enriquecedoras (competências), a energia aplicada no trabalho (natureza do vínculo) e a construção de uma história de realizações (busca de resultados).

Logicamente que nem tudo é tão simples. Como o próprio professor Malvezzi explica, para desenvolver a carreira, é necessário transpor obstáculos, investir em si mesmo, aprender a improvisar, a antecipar desafios, rever metas, rotinas, redes de contato em função do momento e do ambiente, além de administrar a própria identidade, entre tantos outros pontos.

Sabe-se que existem algumas razões para o insucesso na carreira –  são elas, a falta de foco, a insegurança sobre o que se quer e, a falta de energia aplicada para atingir os objetivos. Este insucesso pode ser gerado também por três motivos: falta de conhecimento, inconsequência e procrastinação.

É importante que as pessoas entendam que é necessário um compromisso genuíno com a carreira, um compromisso individual de desenvolvimento. Se quiser começar agora, pode pensar em uma metodologia que poderá ajudá-lo, respondendo a três questões:

1 – O que estou fazendo que me ajuda a gerenciar bem minha carreira e o que devo continuar fazendo?

2 – O que não estou fazendo, que deveria começar a fazer para melhor minha condição de obter melhores resultados na carreira?

3 – O que estou fazendo e que devo parar de fazer, pois, prejudica minha capacidade de gerenciar minha carreira ou afeta meus resultados?

Pare, pense, responda e entre em ação.

Responder e colocar em prática respostas a perguntas como ‘o que eu vou começar a fazer?’; ‘o que eu vou deixar de fazer’; e ‘o que eu vou continuar a fazer?’ podem ser um ótimo começo que ajudará a fazer com que sua carreira evolua ou não.

Marcos Vono

Trabalho informal pode ser a solução neste momento de crise

bikecakeNesta época de crise, quando o desempregado bate alto no índice das pesquisas no país, uma solução é partir para trabalhos informais.

A taxa de desemprego no Brasil, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, ficou em 11,2% no trimestre encerrado em maio deste ano. É o mais alto da história desde 2012. Já somamos 11,4 milhões de pessoas desempregadas no país.

Não é brincadeira. Mas como sobreviver? Quem tem criatividade – e brasileiro tem de sobra – consegue se virar muito bem. Existem muitas opções e o retorno financeiro pode ser muito maior do que se imagina. O problema é que as pessoas firmam-se em seu orgulho e não têm coragem de se expor a trabalhos “menos nobres”, como, por exemplo, vender algum produto nas ruas.

Há alguns meses estava em meu carro ouvindo a Rádio Super, e o pastor André Valadão pregava. Só ouvi um trecho, porque cheguei ao meu destino. Mas o que ouvi, realmente me deixou admirada. Vejam bem: Ele disse que uma senhora comprou, em um condomínio de edifício de alto luxo, uma cobertura e dois apartamentos, em dinheiro vivo, em uma época que o país está em crise. Um para ela e os outros para seus filhos. Foram milhões pagos nessa transação – não me lembro o valor, mas ele disse na pregação – e essa senhora é a “dona” da venda dos panos de chão nos sinais de BH.

Foto Correio Braziliense
Foto Correio Braziliense

Claro que ela não começou hoje, há algum tempo ela iniciou o comercio, sem vergonha de se tornar ambulante. Hoje, tem uma rede espalhada por toda a cidade. Recebe em dinheiro vivo. Não deve pagar imposto nenhum, e esta milhonária.

Almoço fora de casa, perto do meu trabalho, diariamente. Há algum tempo, via uma vez por semana, uma bicicleta com um bagageiro todo charmoso, como um balcão de lanchonete, com sombrinha, jardineira, etc, vendendo cup cakes. Menos de três meses, a fila era enorme. Quando saí do almoço fui ver o que elas vendiam de tão bom. O estoque estava zerado. Vendem cupcakes, brigadeiros, trufas, pão de mel. E pela procura deve ser tudo muito bom.  A cada dia ficam em um ponto da cidade e a equipe afirmou que sempre acaba tudo. Aceitação total. Nesta mesma linha, tem muita gente fazendo bolos, bombons, trufas e vendendo para amigos.

O artesanato é sempre uma solução. Fazer panos de prato, sabonetes, velas, jogos americanos, porta-guardanapos, aventais, caixas etc, sempre rende algum dinheiro. Principalmente porque os amigos sempre precisam de um presente bacana e original. Mas sua rede de relacionamentos deve ser grande, já que a venda precisa ser contínua para garantir a retira mensal, em substituição do salário que está em falta com o desemprego.

Outra opção são serviços necessários que a falta de tempo nos impede de fazer, como os cuidados com os pets. Muitos donos de animais de estimação não querem deixar a agitação de suas vidas atrapalharem o bem-estar de seus pets, e procuram profissionais de confiança para cuidar deles. Se você está desempregado ou insatisfeito com seu emprego e gosta de animais, fica a dica:

dogwalkerDog Walker: são os passeadores de cães. Se você quer apostar nesta atividade, existem cursos de qualificação. É preciso ter conhecimentos técnico e científico sobre o comportamento animal, bem como bom preparo físico para aguentar longos passeios. Não adianta falar que vai passear, andar dois quarteirões e parar em uma esquina para bater papo com um amigo, como via um rapaz fazendo perto aqui de casa. Uma hora será descoberto. Ele já sumiu.

adestradorPet-sitter: São profissionais capacitados em noções de higiene e primeiros socorros e conhecimento sobre questões comportamentais dos pets. Também existem cursos para quem deseja se tornar um profissional, mas a empatia com os pais e os bichinhos que precisam desses cuidados conta muitos pontos. Muita gente contrata, porque prefere do que deixar o animal em hotelzinho.

Adestrador: Os adestradores desempenham papel fundamental para deixar os companheiros de quatro patas mais educados e sociáveis. Também há escolas especializadas em formar esses profissionais. Os principais requisitos são: gostar de cães, ser paciente, organizado e ter bastante disciplina.

groomerGroomers: é um esteticista responsável pela beleza e higiene de cães e gatos. Além de tratamento de embelezamento, ajuda a garantir a saúde dos pets, prezando sempre pela melhor qualidade de vida do bichinho. É necessário ter conhecimento sobre as particularidades dos animais para realizar os melhores cortes de acordo com o pelo, raça, questões de saúde e a estrutura física do animal.

Isabela Teixeira da Costa