Cuidado com as listas de presentes virtuais
A lista de presente virtual parece ser uma facilidade, mas pode se transformar em transtorno.
Está na moda as listas de presentes virtuais. Os noivos criam seus sites, colocam o endereço no Save the date e no convite de casamento. É muito legal. Fotos, espaço para recadinhos, todas as indicações do casamento. Se a cerimônia for realizada fora da cidade, ou mesmo se houver muitos convidados de fora é espetacular. Dá dicas de hospedagem, mapas, localização da igreja, do local da cerimônia, telefone de táxi, melhores restaurantes, enfim, uma facilidade só.
É no site que estão relacionadas as lojas onde os noivos fizeram suas listas de presentes. E a variedade é enorme. Tem desde as tradicionais lojas de presentes, e hoje todas elas têm a venda pela internet, passando pelas lojas de eletrodomésticos, chegando às listas de desejos.
Isso mesmo. É possível presentear os noivos com algum mimo na lua de mel. Um jantar afrodisíaco, uma tarde no spa, um passeio exótico – claro que depende para onde o casal for viajar –, ou outro passeio qualquer, dentro da programação de viagem. Tudo fica relacionado com o peço em dólar ou euro, e o convidado converte e faz o depósito em uma conta, ou paga pelo pagseguro.
Os noivos são informados dos presentes que recebem por um e-mail, dizendo quem deu, o que deu, e o valor dado. Já era essa história de esconder o preço do presente. Tenho que confessar que acho isso bem constrangedor e um tanto ao quanto interesseiro. Pode ser simplesmente jovem demais para minha cabeça, mas prefiro ir à loja, fazer a compra e mandar entregar o presente.
Porém, dependendo do caso, tenho que me render às novas tecnologias. E foi o que ocorreu recentemente. Fiquei horrorizada com a experiência, e, comentando com uma e outra amiga, vamos tomando conhecimento das coisas absurdas pelas quais já passaram. Descobri que essa modernidade toda é muito boa para a lojas que tiram grande proveito de toda a situação. Vejam.
Fui à Fast Shop, pessoalmente, com um casal amigo, para comprarmos juntos, um presente de casamento. Queríamos algo dentro da lista de casamento. Achamos muito estranho, pois encontramos quatro tipos de fogão, cinco tipos de geladeira, etc. Se fossem todos dentro do mesmo padrão, mas não, um fogão era aquele simples de pé de quatro bocas, e o outro um de bancada, último modelo, cinco bocas. Como assim? Na mesma cozinha? Ou o fogão é para bancada ou é de chão. As geladeiras eram, desde uma duplex comum, até aquela ultrassônica com freezer embaixo e duas portas verticais chiquérrimas em cima.
Descobrimos que o que valia era o valor. Os noivos recebiam o crédito e depois retiravam o que queriam da loja com o crédito que tinham. Ficamos um tempão para achar o que queríamos dentro o valor que podíamos dar. Não tinha nada na lista. A vendedora propôs darmos uma adega mais barata, que ela aumentaria o preço. Como assim? Que conversinha esquisita. Tudo preparado para quando os noivos chegassem, alegarem que houve erro de digitação porque não existe adega com aquele valor. Não aceitamos. Por fim conseguimos finalizar a compra.
Contando o caso, ouvimos outro mais absurdo ainda. Vejam o que fizeram com uma noiva amiga. Ela recebeu um presente. Ligou e agradeceu. Dias depois, recebeu o mesmo presente, mesmo valor, de uma pessoa que ninguém conhecia. Alguns dias depois, a loja cancelou os dois presentes. Ligou para a Fast dizendo que o segundo cancelamento era engano. A resposta foi absurda: “Não foi não e você tem que acreditar em nós”. Seu noivo insistiu para que ela ligasse novamente para a amiga. Olhe que constrangedor. Qual noiva faria isso? Mas ele brigou tanto, que ela ligou toda sem graça. Ainda bem. Claro que não tinha cancelado. Ligaram na Fast e o crédito foi estornado.
Imaginem quantos presentes não devem ser comprados, sem ser enviados? Ou quantos não devem ser cancelados? E alguma noiva tem coragem de confirmar com convidado? Eles nadam de braçada. Nunca mais na vida faço esse tipo de compra.
Outro dia, a La Ville entregou um presente e foi mais um por engano na casa de uma noiva, minha amiga. Uma caixa enorme. Claro que ela ligou informando o erro. Será que todos que recebem presentes errados têm essa mesma postura ética de devolver?
Bem faz uma amiga, que sempre que compra um presente manda um WhatsApp para a mãe da noiva informando o que comprou e de qual loja, se não chegar, já sabe que extraviou e corre atrás. Até porque o protocolo de entrega não garante que o destino foi o certo.
Fiquem atentos.
Isabela Teixeira da Costa