Belo Horizonte ontem estava repleta de eventos. A via sacra foi divertida e com conteúdo de qualidade.
Sabe aquele dia que tudo acontece na cidade? Pois ontem foi um deles.Depois de trabalhar na parte da amanhã até por volta das 15h, comecei a via sacra para dar conta de ir a tudo que rolava por aqui.
Comecei indo conferir a primeira ArteBH. Uma feira de arte que fica até domingo no estaço de eventos do Minas Tênis Clube – Unidade 1, na Rua a Bahia, 2244, ao lado do Teatro Bradesco. Está linda. Ainda pequena, se compararmos com a SP_Arte, que ocupa quatro andares do Pavilhão da Bienal no Ibirapuera, mas também pudera, São Paulo é uma megalópole e lá a feira já existe há alguns anos.
Fiquei impressionada de ver a qualidade dos trabalhos expostos, tanto pelos principais galerista da cidade, quanto pelos de São Paulo que vieram participar. Muita arte contemporânea, que é o onda atual, mesmo assim, muita obra de vários outros estilos podem ser conferidas. Tanto em telas, quanto esculturas e instalações.
Vale a pena conferir. Hoje e amanhã, das 14h às 21h e no domingo, das 11h às 19h.
De lá, fui para a Trousseau, onde Mônica Gonçalves e Adriana Trussardi esperavam os convidados para um bate papo com os Irmãos Campana, que para falar a verdade foi com O irmão Campana, já que só o Fernando pode vir. Humberto infelizmente não deu o ar da graça. A conversa foi em cima da nova coleção que criaram para a marca, a quarta desde que Adriana – fã de carteirinha da dupla – os convidou para criarem uma linha especial. Foi um desafio que encararam com competência, como tudo o que fazem, apesar de hoje, tecerem algumas críticas ao primeiro trabalho feito.
Fernando é hiper simpático, uma cabeça em ebulição. Não vou falar muito porque tive a oportunidade de fazer uma entrevista exclusiva com ele, que sairá no caderno Feminino do estado de Minas no domingo, 13 de maio. Não vou quebrar a surpresa. Confiram lá.
O terceiro tempo foi no restaurante Dona Lucinha, onde comemoravam o aniversário da chef da culinária mineira – que estava presente, e o lançamento da 5ª edição do seu novo livro, que está uma maravilha. Fila longa para pegar os autógrafos que estavam sendo dados a quatro mãos, por ela e por sua filha Márcia, que comanda a empresa atualmente.
Encerrando a noite, a inauguração da loja Replay, de roupa jovem. A primeira que a empresa abre fora de São Paulo. Estão no Pátio Savassi e movimentaram o local com a presença do ator Rafael Cardoso, que apesar de ser muito mauzinho na novela das 21h, é bem simpático. Música boa, a bebida do momento (Gin), muito jeans bacana e blusas linda, tanto para ele quanto para ela. Jaquetas bomber muito legais e tricôs bacanérrimos. Gostei muito do que vi.
O mais legal, a turma de atendimento é pra lá de simpática, começando pelo gerente Diiogo. Bem-vindos!
Delícia de programação em São Paulo, de feira do setor ótico a visitar a abertura da imperdível SP Arte.
Estou na correria de trabalho e quem me segue deve estar perguntando por que tenho falhando tanto em meus posts. É por isso. Excesso de trabalho no jornal e em um novo projeto que saberão em breve, e chego tão exausta em casa, que quando pego o note para escrever acabo cochilando em cima dele. Aí me rendo, vou dormir e conto com a compreensão de todos.
Estão em São Paulo, vim cobrir a Abioptica, maior evento do setor óptico da América Latina. Vim, a convite da organização da feira, e como funciona das 13h às 22h, tenho a manhã para por o papo em dia.
Esta cidade é realmente outro mundo. Amo São Paulo, pena que venho tão pouco. Primeiro pela cidade em si, programas, restaurantes; segundo, pelos paulistas que são simpáticos, educados e gostam muito dos mineiros. Tudo aqui fervilha. A feira é no Transamérica Expocenter, e não é pequena. No mesmo lugar, simultaneamente tem um congresso de segurança e outro da Wolks. Todos três gigantescos e nenhum atrapalha o outro.
Ainda não corri a feita toda, mas já fiquei admirada de ver os avanços tecnológicos do setor e os lindos modelos de óculos, tanto importados – das marcas de luxo –, quando dos nacionais. Mas não vou falar hoje, porque seria injusto com os outros expositores que estão por lá e ainda não vi. Porém, quero contar um episódio que presenciei na hora do almoço, só para vocês verem o grau de preocupação que os profissionais têm com as pessoas que sofrem de problemas visuais.
Estava na praça de alimentação aguardando meu prato, e na mesa ao lado três executivos faziam uma reunião. Sei disso porque um deles estava ao telefone e quando o terceiro chegou ele se despediu dizendo que entraria para uma reunião. Enquanto eu almoçava, me desliguei deles, porém, em um determinado ponto escutei a seguinte frase: “um alto percentual da população brasileira está obesa e como vamos resolver o problema da haste?”.
Com o meu passado essa palavrinha grita aos meus ouvidos. Pronto, fiquei desassossegada. Tinha que saber qual era o problema, afinal, já fui obesa, já escrevi muito sobre a grave questão da obesidade e sou jornalista, curiosa por natureza e profissão. Comecei a olhar tanto para eles, que vi a hora que o homem que estava virado para mim ia ter uma ideia errada, ou achar que estava intrometendo na reunião deles.
Passei meu óleo de peroba, pedi licença, expliquei que era jornalista e estava ali cobrindo a feira, e questionei sobre o que eu ouvi. O fato é que pessoas que têm um grau muito alto na vista não podem usar armação muito grande, porque a lente fica grossa. Se a armação for pequena, em uma pessoa obesa, que por causa do excesso de peso tem um rosto muito grande, mas os olhos continuam no mesmo lugar, ou seja, próximos do nariz, como a haste abrirá tanto para alcançar o apoio das orelhas? Mesmo que elas sejam aumentadas, ficaria muito feio, e é exatamente esse problema que os três profissionais do ramo tentam resolver, para oferecer conforto, leveza e beleza para este cliente. É ou não é cuidado com o público alvo?
SP Arte
De noite dei uma fugidinha e fui conferir a abertura da SP Arte, no prédio da Bienal, no Ibirapuera. Para quem não sabe, é a maior feira de arte do hemisfério Sul e já foi transformada em Festival Internacional de Arte de São Paulo. Esta é sua 14.ª edição e conta com a participação de 164 galerias (34 estrangeiras). Estava lotado. Quatro andares de todos os estilos de arte, sendo que o último era de peças de design e antiguidades. Tudo lindo demais, até algumas obras contemporâneas, que não me agradam muito, ali, no contexto onde só respiramos arte, ficam lindas. E de quebra tive o prazer de encontrar com alguns mineiros que estão expondo por lá como a Sandra, Juliana e Marcinho Pena, da Sandra e Márcio; Beatriz Lemos de Sá, da Lemos de Sá Galeria de Arte; Murilo de Castro.
Vi obras lindas, muito Volpi,Di Cavalcanti, Portinari. Tive a oportunidade de conhecer mais um trabalho de Delson Uchoa, que fui apresentada semana passada na AM Galeria de Arte e achei belo. Telas do venezuelano Carlos Cruz-Diez, que adoro; Vic Muniz, que estava presente na mostra; conheci o trabalho de Rodrigo Valenzuela e Janaina Mello Landini, que gostei bastante. Não dá para descrever tudo, mas para quem gosta e admiria a arte é um passeio realmente imperdível.
Destaque para a exposição institucional do evento “Carrinhos de Chá”, com curadoria de Lissa Carmona, CEO e curadora da Coleção Etel Carmona. A mostra destaca a cronologia do icônico móvel feito por 14 designers, em 90 anos de criação.
De 11 a 15 de abril
De quinta-feira a sábado, 13 a 14 de abril, das 13h às 21h
Projeto Tapume+Arte protege patrimônio histórico de Ouro Preto durante o carnaval, com trabalho feito pelos alunos da Fundação de Arte da cidade.
Ouro Preto é uma das cidades mais procuradas pelos foliões para brincar o carnaval. A cidade histórica recebe milhares de pessoas, a expectativa é receber 40 mil pessoas por dia. Com tanta gente nas ruas pulando e dançando, o excesso de álcool – que tira o controle e limite dos foliões – fica impossível o auto controle.
Pensando nesse aumento do fluxo de visitantes, a Fundação de Arte de Ouro Preto | FAOP, em parceria com a Prefeitura, desenvolveu um projeto muito bacana. Montaram esta semana os murais do Tapume+Arte. O projeto traz arte e segurança para o carnaval e homenageia as figuras que fazem parte da vida cultural da cidade.
Os tapumes, conhecidos por proteger e isolar áreas de construções civis, ganharam cores, tintas e desenhos de alunos, professores e funcionários da FAOP. Eles foram instalados em quatro pontos de grande circulação de pessoas: Na Ponte dos Namorados (Rua Getúlio Vargas); na Ponte dos Contos (rua São José); no beco do Hotel Colonial (Travessa Pe. Camilo Veloso); no beco Pilão (ao lado da Câmara Municipal).
Um dos homenageados é Francisco de Paula Mendes, um dos músicos mais antigos da cidade, com 90 anos de idade e 77 de carreira, retratado nos murais. Seu Tito, como é conhecido, permanece na ativa, é saxofonista na banda Anjo e no bloco Gatas e Gatões, que se apresenta na segunda-feira, 12. “Me sinto bem com a homenagem, sinto que estou sendo reconhecido por Ouro Preto”, comenta.
Além de Seu Tito, as artes fizeram referência aos 50 anos da FAOP, 280 anos do nascimento do escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e aos 80 anos do tombamento oficial de Ouro Preto.
Os murais ficarão expostos até o fim do carnaval. O projeto teve início em 2005, durante restauração da Casa Bernardo Guimarães, sede da Fundação. O objetivo era o de promover a expressão artística e atrair a atenção para o novo centro cultural. A ação se estendeu por outras partes da cidade e em outros municípios. Desde 2007, o projeto faz parte do carnaval de Ouro Preto, com a instalação dos murais em pontos estratégicos da cidade, visando a segurança dos foliões, a proteção do patrimônio e a disseminação da arte em espaços públicos.
Belo Horizonte, que por décadas era uma cidade fantasma nessa época do ano, hoje recebe milhões de pessoas que vem brincar nas centenas de bloquinhos. Durante a semana foi possível ver prédios e praças se fecharem com tapumes e grades na tentativa de evitar depredações. Seria bem legal se artistas, alunos de artes plásticas e grafiteiros para pintarem os tapumes. A cidade ficaria bem mais bonita. Gostei dessa ideia. Vejam fotos de Mateus Meireles n galeria abixo.
Exposição de fotografias na Associação Médica de Minas Gerais marca formatura da Studio3 Escola de Fotografia Sesiminas.
Resiliência é o nome da exposição de fotografia dos formandos do Curso de Fotografia Profissional 2017, da Studio3 Escola de Fotografia Sesiminas, que será aberta no dia 7 de dezembro, às 20h, na Galeria Otto Cirne, da Associação Médica de Minas Gerais.
Buscando traduzir o sentido da palavra – resiliência – e sua importância em tempos tão desafiadores, os fotógrafos mergulharam em suas sensações e ressignificaram objetos, paisagens e cenas diárias, criando imagens representativas de suas próprias vivências diante de situações limite.
O resultado são fotografias de grande beleza plástica, em que o espectador pode perceber a fragilidade, a força de cada autor e sua capacidade de retornar à serenidade, contornando ou não, obstáculos.
Os artistas – e entre eles, engenheiros, advogados, médicos, que buscam uma nova e satisfatória carreira – estiveram durante todo 2017, dedicados ao aprimoramento dos conhecimentos sobre sua paixão pela fotografia, através do Curso de Fotografia Profissional e finalizam o período prontos para o mercado de trabalho, quer seja autoral ou comercial.
“A arte fotográfica, com toda sua riqueza e generosidade, nos permitem narrativas que estão para além das palavras ou que, muitas vezes, não conseguimos expressar, a não ser lançando mão de símbolos, como numa catarse – ampliamos então, o significado das coisas. Em “Resiliência”, os autores emprestam às cenas ordinárias, a representação de suas próprias inquietações e capacidade de superação em face de seu próprio cotidiano”, afirma Andreia Bueno, curadora da exposição.
A realização conta com o apoio do Centro Cultural Sesiminas, do Bureau 5000K e da Associação Médica de Minas Gerais.
Fotógrafos Expositores: Alessandra Magalhães, Andre Senna,Angélica Ferreira, Antonio Hardy, Attilio Lamêndola, Christian Micaele, Claudio Appolinario, Daniela Costa, Danielly Faria, Fernanda Resende, Fernando Costa, Gabriela Cabral, Geraldo Luciano, Gilmar Pereira, Giovana Oliveira, Giuliano Souza, Hugo Bengtsson, Livia Faria, Marcia Prates, Marcos Martins, Maristela Chaves, Michael Faria, Monica Couto, Tiago Silva, Vinicius Santos Domingues, Walace Benzaquen e Werbert Rodrigo.
SERVIÇO:
Exposição Fotográfica “Resiliência”
Galeria Otto Cirne / Associação Médica de Minas Gerais – Avenida João Pinheiro, nº 161.
Período de Visitação – de 8 de dezembro de 2017 a 15 de janeiro de 2018 – de 8h às 21h
Contribuição individual para a Programação Educacional da Orquestra pode ser feita por meio do programa Amigos da Filarmônica
Uma coisa boa que temos em Belo Horizonte é a Filarmônica de Minas Gerais. E tudo que pudermos fazer para ajudar este programa musical de excelência a se manter vivo e atuante, devemos fazer. A Filarmônica lançou a edição 2017 do programa “Amigos da Filarmônica”. Com essa iniciativa, o Instituto Cultural Filarmônica busca o apoio de pessoas físicas em favor da programação educacional da Orquestra, por meio de contribuições diretas ou incentivadas. As contribuições diretas podem ser feitas em qualquer época; já as incentivadas, que são declaradas e abatidas no Imposto de Renda Pessoa Física 2018 (ano-base 2017), precisam ser feitas até o dia 29 de dezembro de 2017.
Este é o terceiro ano do programa. Nas primeiras edições, 348 pessoas responderam a esse chamado, e suas contribuições foram fundamentais para a execução dos quatro programas de cunho educacional que têm como foco a formação de público para a música clássica, o incentivo a novos compositores e o aprimoramento de jovens regentes. Nesse período, 163 escolas municipais e estaduais participaram dos Concertos Didáticos, permitindo a mais de 8 mil crianças um primeiro contato com a música clássica; 17.916 pessoas assistiram, em família, aos Concertos para a Juventude; 61 compositores brasileiros participaram do Festival Tinta Fresca, enviando suas obras para a banca examinadora, sendo que as 9 obras selecionadas foram apresentadas ao público em concertos gratuitos; e 69 jovens regentes se inscreveram e 29 participaram do Laboratório de Regência, visando o aprimoramento de seus talentos.
O programa Amigos da Filarmônica é uma forma de permitir que admiradores da Orquestra contribuam diretamente para suas ações educacionais. Ao colaborar com a Filarmônica de Minas Gerais, o Amigo recebe contrapartidas como ingressos para alguns concertos da Orquestra, acesso aos ensaios abertos e visita guiada à Sala Minas Gerais.
A inscrição no programa e a contribuição podem ser feitas pela internet ou pessoalmente, na Sala Minas Geral, em dias de concerto, e também por depósito bancário. As pessoas interessadas podem acessar o site da Orquestra (filarmonica.art.br), enviar um e-mail para amigos@filarmonica.art.br ou ligar para (31) 3219-9029.
Formas de contribuição
Incentivada, abatendo o valor do Imposto de Renda de Pessoa Física. A legislação brasileira permite a destinação de até 6% do imposto devido para projetos culturais. As contribuições a serem declaradas no Imposto de Renda de 2018 (ano-base 2017) precisam ser feitas até o dia 29 de dezembro de 2017.
Direta, sem abatimento no imposto de renda, podendo ser feita em qualquer época do ano.
Imagens pesadas de cunho erótico não devem ser liberadas para o público em geral por receberem o nome de arte. Artes plásticas deveriam ser classificadas como os filmes.
Não queria entrar nessa discussão de arte que se abateu sobre o país, porque seria mais uma leiga a palpitar sobre o assunto, já que não sou entendedora de arte. Claro que tenho minha opinião. Porém, li um artigo escrito pelo jornalista Alexandre Garcia que achei de tamanha propriedade que decidi dar minha opinião e reproduzir o texto de meu colega a seguir.
Fiquei chocada com a exposição feita pelo Banco Santander em Porto Alegre, no mês de agosto, aberta ao público em geral, com obras que promoviam blasfêmia contra símbolos religiosos e faziam apologia à pedofilia e à zoofilia. As cenas de sexo eram grotescas e chocantes. Foram tantos protestos – graças a Deus – que cerca de 30 dias depois o banco cancelou a exposição. Esta exposição foi terrível.
Em outubro, outra exposição causou polêmica, no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo. O artista Wagner Schwartz manipula uma réplica de plástico de uma escultura da série e se coloca nú, entregue à performance artística, convidando o público a participar. A apresentação foi na estreia do 35º Panorama de arte Brasileira, tradicional bienal, aberta a visitantes, com uma sinalização sobre a nudez na sala.
O que vejo de muito errado nisso tudo é a livre visitação. Querem mostrar imagens obscenas, mesmo que seja como “arte” (cada um tem um conceito e não entro nesse mérito, apesar de eu não gostar), que seja em sala fechada, com limite de idade, tipo permitido para maiores de 18 anos. O mesmo deveria ter sido feito na abertura da exposição do MAM. Não foi, simplesmente informaram que havia nudez.
Não sei de que maneira e qual o tamanho do aviso, mas uma coisa é certa, a criança que estava lá dentro não entrou sozinha, estava acompanhada de sua mãe e pelas imagens a mãe não me pareceu desavisada. Não estava surpresa e nem assustada. Entrou com a filha sabendo o que encontraria ali dentro e ainda deixou ou estimulou (não sei, o que ocorreu, mas foi o que li) a filha a tocar no artista. Se ela estava certa ou errada? Vai da opinião de cada um, eu acho errado, acho que dá margem para muita coisa que lutamos para evitar.
Leiam agora o texto do jornalista Alexandre Garcia:
Nossas crianças
“O volante Gabriel, do Corinthians, foi suspenso por dois jogos por causa de gesto obsceno feito para a torcida do São Paulo. Ele pusera a mão sobre a parte da frente do calção, entre as pernas. Fico me perguntando se seria arte, na mesma cidade, quando aquela mãe induziu a filhinha a tocar num homem nu deitado no chão. Em Jundiaí, a alguns quilômetros dali, um pai de 24 anos foi preso por estar fumando maconha no carro de vidros fechados, com seu bebê de uma semana deitado ao lado. Fico me perguntando por que estava aberta para crianças uma exposição em Porto Alegre que mostra um negro com o pênis de um branco na boca, enquanto outro branco o penetra por trás. A mesma exposição tem uma ovelha sendo violentada por duas pessoas, enquanto uma mulher pratica sexo com um cachorro. Não entendi porque isso estava num museu, aberto a crianças, e não numa casa noturna de shows de esquisitices sexuais e restrito a adultos.
Tampouco entendi a performance de um homem nu que esfrega num ralador uma imagem de Nossa Senhora. Em São Paulo, alguém que pensa que somos idiotas explicou que o homem nu é arte interativa com o corpo humano. Ora, arte com o corpo humano é o que a gente vê, e aplaude, no Cirque du Soleil. E a Veja, de que sou assinante, deve pensar que abandono meus neurônios ao abrir a revista. Comparou as garatujas da exposição de Porto Alegre a Leda e o Cisne, de Leonardo. Como piada, eu poderia acrescentar, no mesmo tom, que deveriam convidar o tarado ejaculador em ônibus para mandar uma foto a ser exposta entre as semelhantes manifestações de “arte”. As pinturas murais artesanais eróticas em Pompéia têm um significado histórico que o mau-gosto do tal museu não tem.
Tudo bem, eu não gosto, mas há milhões de gostam. Respeito. Só não aprovo, como cidadão, que abram as portas para as crianças se chocarem com essas agressões. Que limitem a adultos. Aprendi que arte é beleza, tem padrão estético, tem perfeição técnica, dá prazer intelectual. Há quem pense que arte é escatologia, agressão, garatujas ou até uma tela pintada de branco. Como disse Affonso Romano de Sant’Anna: “arte não é qualquer coisa que qualquer um diga que é arte, nem é crítico qualquer um que escreva sobre arte”.
No Peru, o povo encheu as ruas de Lima para exigir a retirada de doutrinação de crianças em assuntos sexuais no ensino público. E ganhou. Nas ruas, defenderam que as crianças são educadas pelos pais e parentes. No Senado brasileiro, excelentes senadores, como Ana Amélia (RS) e Magno Malta (ES) estão convocando os responsáveis por tais exposições a explicarem em CPI onde não estão agredindo o Estatuto da Criança e do Adolescente e qual o objetivo de envolverem crianças nos seus estranhos experimentos.”
A Montblanc entregou, esta semana, o Prêmio Montblanc de la Culture Arts Patronage no Brasil. A vencedora foi Solange Farkas, pelo seu trabalho como fundadora e curadora da Associação Cultural Videobrasil, que promove o Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc-Videobrasil.
A Pinacoteca de São Paulo, no coração do centro histórico da cidade, foi palco da 26ª edição do Prêmio Montblanc de la Culture Arts Patronage. O prêmio anual destaca a importância do patrocínio artístico em comunidades de todo o mundo e traz reconhecimento aos patronos modernos em 17 países. Solange Farkas recebeu o prêmio em reconhecimento ao seu trabalho na Associação Cultural Videobrasil, que promove o Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc-Videobrasil. Graças ao trabalho de Solange Farkas, o evento se tornou o principal festival de produção da videoarte no Hemisfério Sul.
Vindos especialmente para a premiação, os Co-Chairmen da Fundação Cultural Montblanc, Till Fellrath e Sam Bardaouil, juntaram-se a Alain dos Santos, managing director da Montblanc Brasil, para a entrega do prêmio – uma edição limitada do instrumento de escrita Patrono das Artes 2017, criado em homenagem a Scipione Borghese, encapsulado dentro de um troféu, além de um prêmio de 15 mil euros para ser doado a um projeto cultural à escolha de Farkas. Paula Alzugaray, curadora independente, crítica de arte e editora da revista especializada Select Art e Luciano Cury, diretor de conteúdo do Canal Arte1, jurados brasileiros que fizeram parte do júri internacional do prêmio em 2017 também estiveram presentes, bem como Jochen Volz, diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo e membro do recém-criado Curatorium da Fundação Cultural Montblanc.
Em sua 26º edição, o prêmio Montblanc de la Culture Arts Patronage já distribuiu cerca de 4 milhões de euros, beneficiando cerca de 250 projetos culturais em todo o mundo. Os projetos que concorrem à premiação devem ser presididos por pessoas comprometidas em desenvolver e levar as artes para um público mais amplo. A Associação Videobrasil foi criada há 34 anos, com o aumento da atividade no Brasil. Hoje, o Festival conta com cerca de 30 instituições parceiras em todo o mundo, especialmente na Geopolítica do Hemisfério Sul, África, Oriente Médio, América Latina e Caribe, permitindo que uma rede de artistas se apoie mutuamente.
“Receber o Prêmio Montblanc de Cultura é uma grande alegria. Este ano, estamos realizando a 20ª edição do Festival de Arte Contemporânea Sesc-Videobrasil, e o número redondo me faz pensar nas dificuldades e alegrias que, por mais de três décadas, resultaram na consolidação deste projeto, no qual eu me envolvi desde o início “, disse Solange Farkas.
Com a premiação, Solange se juntou a um prestigiado grupo de vencedores que inclui o Príncipe Charles de RHS, Quincy Jones, Renzo Piano, Ryuichi Sakamoto e Yoko Ono.
Além do Brasil, o prêmio está sendo apresentado este ano na Alemanha, China, Colômbia, Coréia, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Hong Kong, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia , Suíça e, pela primeira vez, em Bangladesh.
Mostra Prosaica Humanidade revela a face do homem comum nas obras de grandes artistas entre eles Goya, Marc Chagall, Goeldi.
Abre amanhã, 28 de setembro, na cAsA – Obras Sobre Papel, uma exposição de coletiva com 37 gravuras de 29 artistas entre eles Erik Desmazières, Käthe Kollwitz, Evandro Carlos Jardim, Francisco Goya, Marc Chagall, Oswaldo Goeldi e Renina Katz.
Para quem não sabe, a cAsA – Obras Sobre Papel foi inaugurada em Belo Horizonte em 2015, e tem como princípio abrir suas portas para a realização de exposições, encontros, discussão de ideias e promoção da arte sobre papel em todas as suas manifestações, sobretudo a gravura.
A nova mostra apresenta o homem comum em suas atividades, do banal, passando pelo sofrimento e o trabalho até chegar à morte. A curadoria assinada pela equipe da cAsA, Lucia Palhano, Paulo Rocha e Thyer Machado, Prosaica Humanidade busca trazer a discussão sobre a representação do homem que, na historiografia tradicional das artes, sempre foi retratado com idealização. “A mostra revela a face dos vencidos, do homem comum, colocando em relevo outras narrativas a contrapelo da história dos vencedores. Em uma sociedade que frequentemente renega experiências de sofrimento e compele o ser humano a vivências anestesiadas, a arte (quem sabe) pode oferecer outras possibilidades, a partir do encontro com as imagens. Tal relação dos corpos com estas obras talvez possa questionar e impactar quem se lança nesse embate”, explicam os curadores.
As gravuras da exposição expõem o banal, pessoas em suas atividades íntimas, a vida rotineira em família, mães amamentando, pessoas bebendo, trabalhadores dormindo. É possível ver o sofrimento, como a figura materna acolhendo o filho morto na obra impactante de Käthe Kollwitz. O trabalho se faz presente por meio de imagens de operários, açougueiros, trabalhadores campesinos e desempregados, revelando a face desumana do trabalho. Rostos humanos também aparecem, caminhando do realismo até imagens degradadas, em que na última gravura, de Erik Desmazières, há apenas uma caveira. O fim.
SERVIÇO:
Prosaica Humanidade
Abertura: 28 de setembro, às 20h
Visitação: de 29 de setembro a 23 de dezembro
De segunda a sexta, das 10h às 19h. Aos sábados de 10h às 14h
Local: cAsA – Obras Sobre Papel – Av. Brasil 75 – Sta. Efigênia
Festival de Leitura de São João Del Rei agita a vida cultural da cidade e homenageia o escritor Ronaldo Simões Coelho em sua décima primeira edição.
A cidade mineira de São João Del Rei será palco da 11ª edição do Festival de Leitura de São João del-Rei e Tiradentes (FELIT), de 20 a 23 de setembro. Promoção da Via Comunicação e a Quarteto Filmes, o evento vai homenagear escritor e médico psiquiatra são-joanense Ronaldo Simões Coelho, que assina mais de 60 livros infantis. Por meio de parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC), os autores Leila Ferreira, Martha Medeiros e Marina Colassanti também vão participar da programação. O curador do evento é o jornalista José Eduardo Gonçalves.
Um dos realizadores do evento é o jornalista Lúcio Teixeira Carvalho, que nasceu e cresceu na cidade. “Começamos o Festival em 2007, quando São João foi eleita Capital Brasileira da Cultura. Naquele ano, o FELIT passou a integrar a programação cultural da cidade”, destaca.
O maior destaque da programação será a presença do homenageado, e serão realizadas uma série de atividades tendo como ponto de partida a obra e a vida de Ronaldo Simões Coelho. Já no início do ano letivo, a Comissão Organizadora firmou parceria com as secretaria municipais de Educação de São João del-Rei e de Tiradentes para que os professores trabalhassem, em sala de aula com seus alunos, até a data do festival a obra do escritor. Além disso, entre março e junho, o FELIT realizou mais uma edição da Oficina de Formação de Jovens Autores envolvendo 37 estudantes dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental das escolas municipais, estaduais e particulares de São João. No dia 20, em parceria com o SESC em Minas será lançado o livro “Bichos em prosa e verso”, resultado desta oficina. Ele foi escrito e ilustrado por esses jovens autores, entre 13 e 15 anos de idade.
Outro ponto alto da programação é o VII Circuito Gastronômico Literário do FELIT, que foi aberto no dia 15. Os bares e restaurantes que participam dessa iniciativa oferecem ao público cardápios inspirados na vida e obra de Ronaldo Simões Coelho.
Neste ano, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) serão promovidas duas oficinas de reaproveitamento de alimentos e de educação alimentar para 40 alunos da rede municipal, em Tiradentes, onde o FELIT acontece desde 2012.
Oficialmente, o FELIT será realizado entre 20 e 23 de setembro no Teatro Municipal de São João del-Rei e na região histórica do Largo do Carmo, mas desde o dia 12 já estavam sendo promovidas uma série de atividades literárias por meio de parcerias firmadas com a Secretaria de Educação de Tiradentes, com bares e restaurantes da cidade sede do festival, com o UNIPTAN, com o grupo Teatro da Pedra, entre outros, estendendo-se até o dia 24, com ações literárias na Academia de Letras e na Taberna D’Omar.
2º Circuito 10 Contemporâneo abre neste sábado com 10 exposições simultâneas em Belo Horizonte, reunindo as maiores galerias de arte mineiras.
Dez importantes galerias mineiras se reuniram e criaram uma agenda comum para dar visibilidade e fortalecer a arte contemporânea, intitulando o projeto de 10 Contemporâneo. Neste sábado, 2 de setembro, será lançado o segundo circuito com dez exposições inéditas e simultâneas, em Belo Horizonte, nas galerias AM Galeria, Beatriz Abi-Acl, Cícero Mafra, Celma Albuquerque, dotART, Lemos de Sá, Manoel Macedo, Murilo Castro, Orlando Lemos e Quadrum.
O 10 Contemporâneo é mais que uma associação, trata-se de um movimento espontâneo e colaborativo, que acredita em formação de público e de mercado. A união de expertises, portfólios e contatos traz uma força maior e ideias inovadoras. O crescimento de cada um contribui para a excelência do grupo.
No circuito o público terá uma van disponível para visitar as dez galerias para ver todas as exposições, observar, apreciar, questionar e ser questionado. Cada espaço tem uma linha diferente e um mesmo objetivo: tornar a arte acessível.
As exposições poderão ser visitadas. Uma agenda de workshops e discussões sobre a arte contemporânea, com presença de importantes artistas e galeristas, está programada. Veja a programação abaixo:
PROGRAMAÇÃO DE EXPOSIÇÕES:
Trabalhos Recentes – AM Galeria – até 30 de setembro
A exposição “trabalhos recentes” apresenta os últimos dois anos de produção do pintor Ricardo Homen e mostra séries de pinturas em diversas dimensões além dos objetos que passou a produzir nos últimos meses.
Mariza Trancoso, Seus Anjos, suas Meninas, Figuras e Abstratos –
Galeria Beatriz Abi Acl – até 30 de setembro
Diplomada pela UFMG com especializações na Bélgica e na França, a artista Mariza Trancoso reúne em seu trabalho características do expressionismo, do moderno e do contemporâneo.
Volumetrias – Galeria Celma Albuquerque – até 30 de setembro
Exposição coletiva com obras dos artistas Beth Jobim, José Bechara, José Bento, Raul Mourão e Waltercio Caldas. Nesta exposição, podemos ver um conjunto de obras/volumes que determinam não só suas próprias dimensões como também reconfiguram e redimensionam o espaço arquitetônico no qual estão inseridos.
Intervenções – Studio Cícero Mafra – até 2 de outubro
Para a artista plástica Solange Costa, a pintura sempre foi uma vocação, depois aprimorada na Escola de Belas Artes GranPeña em Madri, onde ela passa grande parte do tempo, dedicada às suas produções. As obras apresentadas foram criadas especialmente para essa exposição. São intervenções da artista em óleo sobre fotografias de Cícero Mafra.
Coletiva – dotART Galeria – até 21 de outubro
Individuais Re-, do artista Barrão; Children’s Corner da artista Renata Egreja e Meu mundo teu do artista Alexandre Sequeira e lança a segunda edição do “Programa Gravura” que terá como convidado o artista carioca Elvis Almeida.
Para o artista o trabalho é um reencontro com essa prática da gravura, uma vez que sua referência para a produção de pinturas veio das gravuras.
Célia Euvaldo – Galeria Lemos de Sá – até 30 de setembro
As pinturas de Célia despertam interesse particular para a experiência estética na sua obra. O preto impõe-se com sua presença já conhecida no trabalho e a aguada, em cores tênues, delicadas e discretas contrariam a imposição do preto, pela sua delicadeza.
José Resende – Manoel Macedo – até 4 de novembro
A solução clara, elegante, de articulações plásticas tensas e precárias distingue prontamente uma escultura de José Resende. A disparidade de materiais, o recurso a laços, nós e dobras como agentes de sustentação, até a sua posição circunstancial no ambiente, tudo converge para uma configuração positiva que testemunha a maleabilidade inesgotável do espaço, a disponibilidade essencialmente plástica do mundo.
A Convergência do Design e da Arte Contemporânea – Murilo Castro – até 7 de outubro
O mundo moderno sempre buscou a integração entre a Arte e a Indústria substituindo os antigos ateliês por estúdio de criação coletiva, sintetizados pela Bauhaus que propunha a unidade de todas as artes através de práticas interdisciplinares visando a produção de objetos ao mesmo tempo úteis e belos. Nos últimos tempos tem-se desenvolvido pesquisas sobre o tema e realizado exposições que abordam a relação entre a Arte e o Design no mundo moderno e contemporâneo.
Deneir, um sobrevôo sobre o erudito e o popular – Galeria Orlando Lemos – até 06 de outubro
Deneir de Souza começou a sua vida artística aos 19 anos, quando frequentou um curso livre de arte. Sua arte é desenhada, sonora, impregnada de sentidos e sensações, emoções e ações, movimento e cor. Ele tudo entrelaça e vai compondo poemas. Ora lúdico, ora crítico, ora poético, Deneir sempre apresenta algo capaz de nos fazer pensar a natureza do mundo material. Ao apanhar desperdícios ele renova sentidos no mundo.
Uma Face Inédita – Quadrum – até 11 de outubro
Nesta mostra será apresentada uma face inédita da obra do artista paulistano Thomaz Ianelli, composta por objetos e assemblages. Cada trabalho do artista traz a marca de um profundo respeito e o reconhecimento de que o objeto artístico é o resultado de um consórcio entre a mente, o olho, a mão, o plano branco da tela ou do papel, as cores, e a matéria.
SERVIÇO:
2º Circuito de Arte 10 Contemporâneo
Data: 2 de setembro de 2017
Sobre a van: uma van gratuita fará o circuito entre as 10 galerias a cada 30 minutos.