É mentira ou verdade?

Descobrir uma mentira é bom ou ruim? Criminólogo ensina a identificar uma mentira

É impressionante como o ser humano se acostuma com as coisas erradas. Desde que o mundo é mundo mentira é errado, mas se tornou tão habitual que foi feita uma separação entre mentira e mentira social, como se uma fosse totalmente aceita e até mesmo bem-vinda.
Não acredito que exista uma única pessoa que nunca tenha mentido, pelo menos uma vez na vida, exceto Jesus, é claro. Infelizmente algumas pessoas tomam isso por hábito. Muitas vezes me questiono porque não dizer a verdade de uma vez? Por exemplo, se alguém te convida para alguma coisa, mas você está muito cansado e não quer ir porque precisa descansa, porque não responde, “infelizmente não consigo, estou exausto, preciso descansar, fica para a próxima?” A pessoa prefere falar que não foi porque estava com dor de cabeça, ou que chegou uma visita inesperada em casa, etc.
Essas mentiras causam algum problema? Nenhum, mas são mentiras. Por outro lado, existem pessoas que baseiam sua vida em mentiras. São os mitomaníacos. Geralmente falam mentiras a seu respeito, para se valorizarem, nada comprometedor e nem que vá prejudicar outras pessoas. Tenho um grande amigo – excelente profissional – que é assim. Conta cada história a seu respeito… Sei que muita coisa é verdade, mas sempre aumentada, e outras tantas, mentiras que ele acredita piamente. Apresento carteirinha de estudante (na minha mente) a cada relato, e convivemos muito bem.
O terapeuta comportamental e criminólogo, Georg Frey escreveu o livro “Eu sei que você mente! Aprenda a detectar mentiras”, publicado pelo selo de não ficção Littera, da Editora 3DEA, que ensina a detectar quando uma pessoa está falando mentira. O que me impressionou é que na divulgação do trabalho ele separa a mentira em mal intencionada ou necessária, afirmando que existem mentiras sociais que funcionam como uma engrenagem para a sociedade. E diz que seria uma calamidade se todos resolvessem dizer para seus amigos e parentes o que realmente pensam de cada um deles.
Penso que o autor confundiu as bolas. Não preciso sair falando para todo mundo seus defeitos, ou o que me incomoda em cada um. Afinal, todos nós temos defeitos e chatices. Só seria mentira se alguém perguntasse o que acho dele e eu não dissesse a verdade. Mesmo assim, não seria nenhuma hecatombe, pois existem formas delicadas de falar o que se pensa, sem ferir o outro e sem precisar mentir.
Greg exemplifica seus argumentos alegando que a mentira faz parte da natureza humana, e que mentir pode não ter nenhuma relação com a falta de caráter, muitas vezes ela é uma questão de sobrevivência ou boa convivência. Todos mentimos, mas nem todas as mentiras são iguais. No seu livro ele apresenta ao leitor os diferentes tipos de mentirosos: os compulsivos, os que buscam proteção, aprovação, os sedutores, entre outros.
O criminólogo elaborou um verdadeiro manual para o leitor se blindar e aprender por meio de testes e exemplos corriqueiros a decifrar mentiras através da linguagem corporal. Ensina como identificar os sinais da comunicação não verbal que podem revelar muitas coisas, como: olhar, postura, maneira de andar, tom da voz, movimento de mãos, etc. E são nesses movimentos que podem estar escondidas situações reveladoras como uma falsidade no trabalho, traição no relacionamento amoroso ou se alguém próximo está sofrendo algum tipo de abuso e precisa de ajuda. E até mesmo como desvendar mentiras na internet.

Isabela Teixeira da Costa

 

FELIT

Festival de Leitura de São João Del Rei agita a vida cultural da cidade e homenageia o escritor Ronaldo Simões Coelho em sua décima primeira edição.

A cidade mineira de São João Del Rei será palco da 11ª edição do Festival de Leitura de São João del-Rei e Tiradentes (FELIT), de 20 a 23 de setembro. Promoção da Via Comunicação e a Quarteto Filmes, o evento vai homenagear escritor e médico psiquiatra são-joanense Ronaldo Simões Coelho, que assina mais de 60 livros infantis. Por meio de parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC), os autores Leila Ferreira, Martha Medeiros e Marina Colassanti também vão participar da programação. O curador do evento é o jornalista José Eduardo Gonçalves.

Um dos realizadores do evento é o jornalista Lúcio Teixeira Carvalho, que nasceu e cresceu na cidade. “Começamos o Festival em 2007, quando São João foi eleita Capital Brasileira da Cultura. Naquele ano, o FELIT passou a integrar a programação cultural da cidade”, destaca.

O maior destaque da programação será a presença do homenageado, e serão realizadas uma série de atividades tendo como ponto de partida a obra e a vida de Ronaldo Simões Coelho. Já no início do ano letivo, a Comissão Organizadora firmou parceria com as secretaria municipais de Educação de São João del-Rei e de Tiradentes para que os professores trabalhassem, em sala de aula com seus alunos, até a data do festival a obra do escritor.  Além disso, entre março e junho, o FELIT realizou mais uma edição da Oficina de Formação de Jovens Autores envolvendo 37 estudantes dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental das escolas municipais, estaduais e particulares de São João. No dia 20, em parceria com o SESC em Minas será lançado o livro  “Bichos em prosa e verso”, resultado desta oficina. Ele foi escrito e ilustrado por esses jovens autores, entre 13 e 15 anos de idade.

Outro ponto alto da programação é o VII Circuito Gastronômico Literário do FELIT, que foi aberto no dia 15. Os bares e restaurantes que participam dessa iniciativa oferecem ao público cardápios inspirados na vida e obra de Ronaldo Simões Coelho.

Neste ano, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) serão promovidas duas oficinas de reaproveitamento de alimentos e de educação alimentar para 40 alunos da rede municipal, em Tiradentes, onde o FELIT acontece desde 2012.

Oficialmente, o FELIT será realizado entre 20 e 23 de setembro no Teatro Municipal de São João del-Rei e na região histórica do Largo do Carmo, mas desde o dia 12 já estavam sendo promovidas uma série de atividades literárias por meio de parcerias firmadas com a Secretaria de Educação de Tiradentes, com bares e restaurantes da cidade sede do festival, com o UNIPTAN, com o grupo Teatro da Pedra, entre outros, estendendo-se até o dia 24, com ações literárias na Academia de Letras e na Taberna D’Omar.

Mais informações pelo site www.felit.com.br

O Olhar de Carolina

Carolina
Carolina

Será lançado hoje, na Leitura do Pátio Savassi, o livro de Carolina Monteiro

Amigos surgem nas nossas vidas de maneiras inusitadas e amigo que é amigo se acompanham ao longo da vida, mesmo estando à distância. Em 1985, comprei meu primeiro apartamento. Meu pai deu a entrada de presente e eu continuei a pagar o financiamento. Tinha acabado me separar. Era um dois quartos, no alto do Santo Antônio de 65m² onde fui muito feliz.

Pouco tempo depois que eu mudei, chegou uma família para o apartamento ao lado. Um casal com um filhinho de um ano. Cristina e Rodrigo Faleiro com o pequeno Bruno que hoje é advogado, casado e tem um filhinho muito fofo chamado Cesar.

Cris e eu na década de 80
Cris e eu na década de 80

Cristina Sampaio – hoje assina seu nome de solteira novamente – muito simpática, comunicativa. Claro que, como boa vizinha, ofereci ajuda, dei boas-vindas e disse que o que precisasse estaria às ordens. Foi o início de uma grande amizade que dura até hoje.

Seu segundo filho, Daniel, é apenas um ano mais velho que minha filha e cresceram juntos. Trocamos segredos, rimos e choramos juntas. Demos muito apoio uma à outra. Era convivência diária, viajamos juntas com a família.

Por conta disso conheci toda a família de Rodrigo e de Cristina. Cris tem dois irmãos, Fernando e José Henrique. Fernando mora na Bélgica e Zé Henrique aqui em BH, se casou com Juliana e teve duas filhas. A primeira, Daniela, acompanhei mais, depois me mudei do prédio e acabei me distanciando. A segunda, Carolina, nasceu especial.

Desde pequena, Carolina conseguia desenhar no paint, um programa de computador, que com mouse é bem difícil de controlar para desenho, e sua mãe foi guardando tudo. E como sempre assistiu programas sobre animais – uma de suas paixões – todos os desenhos se remetem aos bichos. Hoje, Carolina está na faculdade ao lado da mãe.

Um dia Juliana mostrou os desenhos para a amiga, a Ivanete Mirabeau, professora de psicologia educacional e de ciências humanas aplicadas às artes e ex-coordenadora do de educação artística da Escola Guignard. Quando viu os  desenhos e leu os títulos dados por Carolina quando tinha apenas 10 anos disse que tinha que transformar em um livro, e assim foi feito.

CarolinaHoje, das 11h às 14h, Carolina Monteiro lança seu livro O Olhar de Carolina, na Livraria Leitura do Pátio Savassi, e vale a pena ser adquirido. Vou reproduzir abaixo um texto escrito por Ivonete Maribeau sobre Carolina, que está publicado na última página do livro:

“A vida das pessoas muda para melhor quando conhecem Carolina Monteiro.

A princípio, o espanto supera toda compreensão. Carolina vive no mesmo planeta em que vivemos, mas seu entendimento do mundo é diferente do nosso. Sua observação aborda detalhes que nos escampam, com propriedades que dificilmente poderiam ter sido a ela ensinadas em tal qualidade e volume. Sua leitura da natureza seria impossível se ela não se sentisse participante, aliada dentro dela. Talvez os animais, as plantas, as pedras, os rios, as lagoas, o mar, o céu, a lua, o sol, a chuva e o vento segredem à Carolina informações que não ficam claras à maioria de nós. (…)

Trata as pessoas com grande carinho. Identifica com facilidade o que para elas é importante. (…) Já em curto tempo percebe-se que o que norteia os seus pensamentos e ações é um amor incomensurável.”

Apesar de ter distanciado da família, Cris e eu somos amigas até hoje, nos vemos quase toda semana e tenho certeza que essa amizade continuará por toda a vida. Nunca fui tão amiga assim de nenhuma vizinha, a não ser na época da minha mocidade. Mas isso é assunto para outra crônica.

Isabela Teixeira da Costa

Feira de culinária e literatura

Divulgação/Escola Americana
Divulgação/Escola Americana

Literatura e culinária reúnem cerca de 1 mil pessoas em feira

Hoje, 8 de abril, das 10h às 14h, será realizada a Mostra Internacional Feira de Culinária e Literatura, na Escola Americana de Belo Horizonte, que fica na Avenida Professor Mário Werneck, 3301, no Buritis.

Aberta ao público e com expectativa de receber cerca 1 mil pessoas, a feira contará com estandes representados por 18 nações com receitas típicas da África do Sul, Alemanha, Argentina, Brasil, China, Israel, Quênia, México entre outros. Entre os destaques estão os pratos de samosa (Índia), paella (Espanha), frango xadrez (Japão), mini bolos provençais (França) e mousse de chocolate (Bélgica). Para entrar no clima, os convidados poderão ir vestidos com trajes típicos de um país da sua escolha.

Na literatura, o público poderá conferir publicações infanto-juvenis em inglês e português, que estarão à venda e terá também um estande da Livraria Leitura com outras publicações. Os ingressos para a Mostra podem ser adquiridos na entrada e custam R$55 para adultos, e R$35 até 18 anos, com buffet liberado. Crianças de até cinco anos não pagam.

Dia Nacional do Livro

livroData homenageia fundação da Biblioteca Nacional do Rio, que é considerada uma das dez maiores do mundo.

Sábado, 29 de outubro, foi comemorado o Dia Nacional do Livro. Para a primeira biblioteca do Brasil, Portugal disponibilizou um acervo bibliográfico muito rico, vindos da Real Biblioteca Portuguesa, com mais de sessenta mil objetos. O acervo era composto por medalhas, moedas, livros, manuscritos, mapas, etc. Ela foi instalada em salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro.

A escolha da data foi em razão da transferência da mesma para outro local, no dia 29 de outubro de 1810, fundando-se assim a Biblioteca Nacional do Livro, pela coroa portuguesa. Hoje, é considerada uma das dez maiores do mundo.

No início os livros eram manuscritos em pergaminhos. Em meados de 1455, depois de anos de pesquisa e trabalho duro, Johannes Gutenberg (1398-1468) criou a prensa tipográfica e publicou o primeiro livro em série, a Bíblia. A obra foi apresentada em 642 páginas e a primeira tiragem foi de duzentos exemplares. Essa invenção marcou a passagem da era medieval para a era moderna.

“O primeiro livro publicado no Brasil foi Marília de Dirceu, escrito por Tomás Antônio Gonzaga. Na época, o imperador do país fazia uma leitura prévia dos mesmos, a fim de liberar ou não o seu conteúdo, funcionando como censura”, conta a pedagoga Jussara de Barros

Em 1925, Monteiro Lobato, escritor e editor, autor do Jeca Tatu e do Sítio do Pica-pau Amarelo, fundou a Companhia Editora Nacional, trazendo grandes possibilidades de crescimento editorial para o Brasil.

Mas, nesta época de invasão tecnológica, onde crianças de meses já sabem mexer em smartphones e tablets, como introduzir o livro e incentivar a leitura infantil? Todos n´s sabemos o quanto isso é importante na vida de uma criança, tanto para desenvolver alfabetização, habilidades cognitivas, criatividade, imaginação, fala, vocabulário, compreensão e produção de textos, etc.

Recente pesquisa realizada pela Fundação Itaú Social aponta que, apesar de 96% dos entrevistados considerarem importante a leitura na infância, apenas 37% têm o hábito de ler para as crianças.

De acordo com Thalita Thomé, coordenadora pedagógica da Ensina Maisrede de apoio escolar para alunos do Ensino Fundamental, ler histórias para a criançada é a forma mais eficaz de gerar nelas o interesse pela leitura. “Quando os pais se sentam com os filhos para ler criam um laço afetivo entre a criança e os livros, além de ser um momento muito especial de interação da família”, afirma a pedagoga.

A professora também comenta que não existem limites para a imaginação na hora dos contos infantis. “Os livros têm o poder de transportar a criança para outro mundo e ampliar seus conhecimentos de uma forma gostosa e divertida. Por isso, os pais podem usar a criatividade com teatros, usar objetos que tenham em casa, tudo para fazer a criança se sentir parte da aventura”, acrescenta Thalita.

Para iniciar essa prática de maneira prazerosa, Thalita Tomé indica três livros recheados de fantasia e conhecimento, as dicas são: “Bruxa, Bruxa, venha a minha festa”, “ A menina bonita do laço de fita” e “Pedro e Tina”, “ esses contos trazem uma abordagem muito bacana sobre diversidade de raças, laços de amizades e como enfrentar o medo, que são temas muito propícios para essa faixa etária”, finaliza a psicopedagoga.

Tentem, acho que vão gostar da experiência.

 

Isabela Teixeira da Costa

Rápido e devagar

robertobrant
Paulo Brant Foto: arquivo pessoal

O hábito de ler expande o nosso conhecimento, nossa capacidade de comunicação, nossa criatividade, aprimora o nosso senso crítico, além de proporcionar outros incontáveis benefícios.

Iniciamos, portanto, a nossa sessão literária, onde passaremos a receber convidados especiais, que indicarão a leitura de livros de sua preferência, para que você possa aproveitar e se deleitar com essas sugestões de leituras.

Nossos convidados serão pessoas amantes da leitura, empresários, professores, pessoas de destaque em nossa vida cultural e social e, inclusive, nossos próprios leitores.

Estreando de forma magnífica, convidamos o atual presidente da CENIBRA, Paulo Brant, para nos presentear com a sua indicação.

Tenho a certeza que vocês serão muito beneficiados com essa e com as próximas indicações que serão divulgadas esporadicamente.

Cláudia Elias

Capa Rapido e Devagar.inddLivro: Rápido e Devagar: Duas formas de pensar

Autor: Daniel Kahneman

Esse livro foi escrito pelo psicólogo israelense, Daniel Kahneman, em 2011 e é uma viagem fascinante pela mente humana. Nele, o autor analisa o nosso processo de tomada de decisões, demonstrando que o mesmo está longe de ser uma experiência essencialmente racional, envolvendo de fato dois sistemas de pensamento, duas formas de pensar: uma rápida, intuitiva e emocional; outra lenta, lógica e deliberativa. Ambas extraordinárias e poderosas. Mas, como tudo o que é Humano, falíveis e sujeitas a erros. O trabalho de Kahneman foi tão influente que com ele o autor recebeu o Prêmio Nobel de Economia, sim, de Economia, pelas luzes que lançou sobre as decisões dos agentes econômicos, que em última instância configuram o funcionamento da economia como um todo. Recomendo enfaticamente!!!

Paulo Brant