Arte, exposições, polêmicas e crianças

Imagens pesadas de cunho erótico não devem ser liberadas para o público em geral por receberem o nome de arte. Artes plásticas deveriam ser classificadas como os filmes.

Exposições com nudez e cenas eróticas causam polêmica Foto MAM/Divulgação

Não queria entrar nessa discussão de arte que se abateu sobre o país, porque seria mais uma leiga a palpitar sobre o assunto, já que não sou entendedora de arte. Claro que tenho minha opinião. Porém, li um artigo escrito pelo jornalista Alexandre Garcia que achei de tamanha propriedade que decidi dar minha opinião e reproduzir o texto de meu colega a seguir.

Fiquei chocada com a exposição feita pelo Banco Santander em Porto Alegre, no mês de agosto, aberta ao público em geral, com obras que promoviam blasfêmia contra símbolos religiosos e faziam apologia à pedofilia e à zoofilia. As cenas de sexo eram grotescas e chocantes. Foram tantos protestos – graças a Deus – que cerca de 30 dias depois o banco cancelou a exposição. Esta exposição foi terrível.

Em outubro, outra exposição causou polêmica, no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo. O artista Wagner Schwartz manipula uma réplica de plástico de uma escultura da série e se coloca nú, entregue à performance artística, convidando o público a participar. A apresentação foi na estreia do 35º Panorama de arte Brasileira, tradicional bienal, aberta a visitantes, com uma sinalização sobre a nudez na sala.

O que vejo de muito errado nisso tudo é a livre visitação. Querem mostrar imagens obscenas, mesmo que seja como “arte” (cada um tem um conceito e não entro nesse mérito, apesar de eu não gostar), que seja em sala fechada, com limite de idade, tipo permitido para maiores de 18 anos. O mesmo deveria ter sido feito na abertura da exposição do MAM. Não foi, simplesmente informaram que havia nudez.

Não sei de que maneira e qual o tamanho do aviso, mas uma coisa é certa, a criança que estava lá dentro não entrou sozinha, estava acompanhada de sua mãe e pelas imagens a mãe não me pareceu desavisada. Não estava surpresa e nem assustada. Entrou com a filha sabendo o que encontraria ali dentro e ainda deixou ou estimulou (não sei, o que ocorreu, mas foi o que li) a filha a tocar no artista. Se ela estava certa ou errada? Vai da opinião de cada um, eu acho errado, acho que dá margem para muita coisa que lutamos para evitar.

Leiam agora o texto do jornalista Alexandre Garcia:

Nossas crianças

“O volante Gabriel, do Corinthians, foi suspenso por dois jogos por causa de gesto obsceno feito para a torcida do São Paulo. Ele pusera a mão sobre a parte da frente do calção, entre as pernas. Fico me perguntando se seria arte, na mesma cidade, quando aquela mãe induziu a filhinha a tocar num homem nu deitado no chão. Em Jundiaí, a alguns quilômetros dali, um pai de 24 anos foi preso por estar fumando maconha no carro de vidros fechados,  com seu bebê de uma semana deitado ao lado. Fico me perguntando por que estava aberta para crianças uma exposição em Porto Alegre que mostra um negro com o pênis de um branco na boca, enquanto outro branco o penetra por trás. A mesma exposição tem uma ovelha sendo violentada por duas pessoas, enquanto uma mulher pratica sexo com um cachorro. Não entendi porque isso estava num museu, aberto a crianças, e não numa casa noturna de shows de esquisitices sexuais e restrito a adultos.

Tampouco entendi a performance de um homem nu que esfrega num ralador uma imagem de Nossa Senhora. Em São Paulo, alguém que pensa que somos idiotas explicou que o homem nu é arte interativa com o corpo humano. Ora, arte com o corpo humano é o que a gente vê, e aplaude, no Cirque du Soleil.  E a Veja, de que sou assinante, deve pensar que abandono meus neurônios ao abrir a revista. Comparou as garatujas da exposição de Porto Alegre a Leda e o Cisne, de Leonardo. Como piada, eu poderia acrescentar, no mesmo tom, que deveriam convidar o tarado ejaculador em ônibus para mandar uma foto a ser exposta entre as semelhantes manifestações de “arte”. As pinturas murais artesanais eróticas em Pompéia têm um significado histórico que o mau-gosto do tal museu não tem.

Tudo bem, eu não gosto, mas há milhões de gostam. Respeito. Só não aprovo, como cidadão, que abram as portas para as crianças se chocarem com essas agressões. Que limitem a adultos. Aprendi que arte é beleza, tem padrão estético, tem perfeição técnica, dá prazer intelectual. Há quem pense que arte é escatologia, agressão, garatujas ou até uma tela pintada de branco. Como disse Affonso Romano de Sant’Anna: “arte não é qualquer coisa que qualquer um diga que é arte, nem é crítico qualquer um que escreva sobre arte”.

No Peru, o povo encheu as ruas de Lima para exigir a retirada de doutrinação de crianças em assuntos sexuais no ensino público. E ganhou. Nas ruas, defenderam que as crianças são educadas pelos pais e parentes. No Senado brasileiro, excelentes senadores, como Ana Amélia (RS) e Magno Malta (ES) estão convocando os responsáveis por tais exposições a explicarem em CPI onde não estão agredindo o Estatuto da Criança e do Adolescente e qual o objetivo de envolverem crianças nos seus estranhos experimentos.”

Isabela Teixeira da Costa

Exposição

Mostra Prosaica Humanidade revela a face do homem comum nas obras de grandes artistas entre eles Goya, Marc Chagall, Goeldi.

Marc Chagall

Abre amanhã, 28 de setembro, na cAsA – Obras Sobre Papel, uma exposição de coletiva com 37 gravuras de 29 artistas entre eles Erik Desmazières, Käthe Kollwitz, Evandro Carlos Jardim, Francisco Goya, Marc Chagall, Oswaldo Goeldi e Renina Katz.

Para quem não sabe, a cAsA – Obras Sobre Papel foi inaugurada em Belo Horizonte em 2015, e tem como princípio abrir suas portas para a realização de exposições, encontros, discussão de ideias e promoção da arte sobre papel em todas as suas manifestações, sobretudo a gravura.

A nova mostra apresenta o homem comum em suas atividades, do banal, passando pelo sofrimento e o trabalho até chegar à morte. A curadoria assinada pela equipe da cAsA, Lucia Palhano, Paulo Rocha e Thyer Machado, Prosaica Humanidade busca trazer a discussão sobre a representação do homem que, na historiografia tradicional das artes, sempre foi retratado com idealização. “A mostra revela a face dos vencidos, do homem comum, colocando em relevo outras narrativas a contrapelo da história dos vencedores. Em uma sociedade que frequentemente renega experiências de sofrimento e compele o ser humano a vivências anestesiadas, a arte (quem sabe) pode oferecer outras possibilidades, a partir do encontro com as imagens. Tal relação dos corpos com estas obras talvez possa questionar e impactar quem se lança nesse embate”, explicam os curadores.

Francisco Goya

As gravuras da exposição expõem o banal, pessoas em suas atividades íntimas, a vida rotineira em família, mães amamentando, pessoas bebendo, trabalhadores dormindo. É possível ver o sofrimento, como a figura materna acolhendo o filho morto na obra impactante de Käthe Kollwitz. O trabalho se faz presente por meio de imagens de operários, açougueiros, trabalhadores campesinos e desempregados, revelando a face desumana do trabalho. Rostos humanos também aparecem, caminhando do realismo até imagens degradadas, em que na última gravura, de Erik Desmazières, há apenas uma caveira. O fim.

 

 

Käthe Kollwitz

SERVIÇO:

Prosaica Humanidade

Abertura: 28 de setembro,  às 20h

Visitação: de 29 de setembro a 23 de dezembro

De segunda a sexta, das 10h às 19h. Aos sábados de 10h às 14h

Local: cAsA – Obras Sobre Papel – Av. Brasil 75 – Sta. Efigênia

Informações: (31) 2534-0899

Entrada franca

 

Artistas participantes da exposição:

  1. Anestor Tavares – BRASIL
  2. Angelo Canevari – ITALIA
  3. Benito Quinquela Martin – ARGENTINA
  4. Bernd Koblischek – ALEMANHA
  5. Clare Leighton – INGLATERRA
  6. Danúbio Gonçalves – BRASIL
  7. Edgard Cognat – BRASIL
  8. Erik​ ​Desmazières​ – FRANÇA
  9. Evandro​ ​Carlos​ ​Jardim​ – BRASIL
  10. Francesc Domingo Segura – ESPANHA
  11. Francisco​ ​Goya​ – ESPANHA
  12. Glauco Rodrigues – BRASIL
  13. Hannah Brandt – BRASIL
  14. Hans Steiner – ÁUSTRIA
  15. Ignaz Epper – SUÍÇA
  16. J. Barros – BRASIL
  17. Johann Robert Schürch – SUÍÇA
  18. John Edward Costigan – ESTADOS UNIDOS
  19. Käthe​ ​Kollwitz​ – ALEMANHA
  20. Leonard Baskin – ESTADOS UNIDOS
  21. Lionel Le Couteux – FRANÇA
  22. Marc​ ​Chagall​ – BIELORUSSIA
  23. Max Liebermann – ALEMANHA
  24. Octávio Araújo – BRASIL
  25. Oswaldo​ ​Goeldi​ – BRASIL
  26. Ramon Rodrigues – BRASIL
  27. Renina​ ​Katz​ – BRASIL
  28. Robert E. Marx – ESTADOS UNIDOS
  29. Winslow Homer – ESTADOS UNIDOS

Circuito das artes

Tela de Solange Raso

2º Circuito 10 Contemporâneo abre neste sábado com 10 exposições simultâneas em Belo Horizonte, reunindo as maiores galerias de arte mineiras.

Dez importantes galerias mineiras se reuniram e criaram uma agenda comum para dar visibilidade e fortalecer a arte contemporânea, intitulando o projeto de 10 Contemporâneo. Neste sábado, 2 de setembro, será lançado o segundo circuito com dez exposições inéditas e simultâneas, em Belo Horizonte, nas galerias AM Galeria, Beatriz Abi-Acl, Cícero Mafra, Celma Albuquerque, dotART, Lemos de Sá, Manoel Macedo, Murilo Castro, Orlando Lemos e Quadrum.

10 Contemporâneo é mais que uma associação, trata-se de um movimento espontâneo e colaborativo, que acredita em formação de público e de mercado. A união de expertises, portfólios e contatos traz uma força maior e ideias inovadoras. O crescimento de cada um contribui para a excelência do grupo.

No circuito o público terá uma van disponível para visitar as dez galerias para ver todas as exposições, observar, apreciar, questionar e ser questionado. Cada espaço tem uma linha diferente e um mesmo objetivo: tornar a arte acessível.

As exposições poderão ser visitadas. Uma agenda de workshops e discussões sobre a arte contemporânea, com presença de importantes artistas e galeristas, está programada. Veja a programação abaixo:

 

Abstrato de Marisa Trancoso

PROGRAMAÇÃO DE EXPOSIÇÕES:

Trabalhos Recentes – AM Galeria – até 30 de setembro

A exposição “trabalhos recentes” apresenta os últimos dois anos de produção do pintor Ricardo Homen e mostra séries de pinturas em diversas dimensões além dos objetos que passou a produzir nos últimos meses.

Mariza Trancoso, Seus Anjos, suas Meninas, Figuras e Abstratos –
Galeria Beatriz Abi Acl – até 30 de setembro

Diplomada pela UFMG com especializações na Bélgica e na França, a artista Mariza Trancoso reúne em seu trabalho características do expressionismo, do moderno e do contemporâneo.

Volumetrias – Galeria Celma Albuquerque – até 30 de setembro

Exposição coletiva com obras dos artistas Beth Jobim, José Bechara, José Bento, Raul Mourão e Waltercio Caldas. Nesta exposição, podemos ver um conjunto de obras/volumes que determinam não só suas próprias dimensões como também reconfiguram e redimensionam o espaço arquitetônico no qual estão inseridos.

 

Intervenções – Studio Cícero Mafra – até 2 de outubro

Para a artista plástica Solange Costa, a pintura sempre foi uma vocação, depois aprimorada na Escola de Belas Artes GranPeña em Madri, onde ela passa grande parte do tempo, dedicada às suas produções. As obras apresentadas foram criadas especialmente para essa exposição. São intervenções da artista em óleo sobre fotografias de Cícero Mafra.

Coletiva – dotART Galeria – até 21 de outubro

Individuais Re-, do artista Barrão; Children’s Corner da artista Renata Egreja e Meu mundo teu do artista Alexandre Sequeira e lança a segunda edição do “Programa Gravura” que terá como convidado o artista carioca Elvis Almeida.

Para o artista o trabalho é um reencontro com essa prática da gravura, uma vez que sua referência para a produção de pinturas veio das gravuras.

Célia Euvaldo – Galeria Lemos de Sá –  até 30 de setembro

As pinturas de Célia despertam interesse particular para a experiência estética na sua obra. O preto impõe-se com sua presença já conhecida no trabalho e a aguada, em cores tênues, delicadas e discretas contrariam a imposição do preto, pela sua delicadeza.

José Resende – Manoel Macedo – até 4 de novembro

A solução clara, elegante, de articulações plásticas tensas e precárias distingue prontamente uma escultura de José Resende. A disparidade de materiais, o recurso a laços, nós e dobras como agentes de sustentação, até a sua posição circunstancial no ambiente, tudo converge para uma configuração positiva que testemunha a maleabilidade inesgotável do espaço, a disponibilidade essencialmente plástica do mundo.

A Convergência do Design e da Arte Contemporânea – Murilo Castro – até 7 de outubro

O mundo moderno sempre buscou a integração entre a Arte e a Indústria substituindo os antigos ateliês por estúdio de criação coletiva, sintetizados pela Bauhaus que propunha a unidade de todas as artes através de práticas interdisciplinares visando a produção de objetos ao mesmo tempo úteis e belos. Nos últimos tempos tem-se desenvolvido pesquisas sobre o tema e realizado exposições que abordam a relação entre a Arte e o Design no mundo moderno e contemporâneo.

Deneir, um sobrevôo sobre o erudito e o popular – Galeria Orlando Lemos – até 06 de outubro

Deneir de Souza começou a sua vida artística aos 19 anos, quando frequentou um curso livre de arte.  Sua arte é desenhada, sonora, impregnada de sentidos e sensações, emoções e ações, movimento e cor. Ele tudo entrelaça e vai compondo poemas. Ora lúdico, ora crítico, ora poético, Deneir sempre apresenta algo capaz de nos fazer pensar a natureza do mundo material. Ao apanhar desperdícios ele renova sentidos no mundo.

 

Uma Face Inédita – Quadrum – até 11 de outubro

Nesta mostra será apresentada uma face inédita da obra do artista paulistano Thomaz Ianelli, composta por objetos e assemblages. Cada trabalho do artista traz a marca de um profundo respeito e o reconhecimento de que o objeto artístico é o resultado de um consórcio entre a mente, o olho, a mão, o plano branco da tela ou do papel, as cores, e a matéria.

 

SERVIÇO:

2º Circuito de Arte 10 Contemporâneo

Data: 2 de setembro de 2017

Sobre a van: uma van gratuita fará o circuito entre as 10 galerias a cada 30 minutos.

Informações: http://www.10contemporaneo.com.br

 

AM Galeria

Endereço: Rua do Ouro, 136 Serra, CEP: 30.220-000 | Belo Horizonte | MG | Brasil

Telefone: (31) 3223-4209

Site: http://www.amgaleria.com.br/

Funcionamento: Segunda a Sexta das 10h às 19h. Sábados das 10h às 14h.

 

Beatriz Abi-Acl

Endereço: Rua Santa Catarina, 1155, Lourdes, CEP: 30.170-081 | Belo Horizonte | MG | Brasil

Telefone: (31) 3291-2101

Site: https://www.galeriabeatrizabiacl.com.br/

Funcionamento: segunda a sexta das 9h às 18h.Sábados das 9h às 13h.

 

Celma Albuquerque

Endereço: Rua Antônio de Albuquerque, 885, Lourdes, CEP:30.112-011 | Belo Horizonte | MG | Brasil

Telefone: 3227-6494

Site: http://galeriaca.com/

Funcionamento: Segunda a Sexta das 09h às 19h. Sábado das 9h30 às 13h.

 

Cícero Mafra

Endereço: Rua Xingú, 487, Alto Santa Lúcia, CEP:30.360-690 | Belo Horizonte | MG | Brasil

Telefone: (31) 3296-4246

Site: http://www.studiociceromafra.com/

Funcionamento: Segunda a Sexta das 14h às 19h.

 

dotART

Endereço: Rua Bernardo Guimarães 911, salas 8 e 18, Funcionários, CEP: 30.140-081 | Belo Horizonte | MG | Brasil

​Telefone: (31) 3261-3910

Site: http://www.dotart.com.br/

Funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 19h. Sábado, das 9h às 13h.

 

Lemos de Sá

Endereço: Av. Canadá, 147, Jardim Canada, CEP: 34000-000 | Nova Lima | MG | Brasil

Telefone: (31) 3261-3993

Site: http://www.lemosdesagaleria.com.br/

Funcionamento: Segunda a Sexta das 10h às 18h. Sábado das 11h às 14h.

 

Manoel Macedo

Endereço: Rua Lima Duarte, 158, Carlos Prates, CEP: 30.710-470 | Belo Horizonte | MG | Brasil

​Telefone: (31) 3411-1012

Site: www.manoelmacedo.com.br

Funcionamento: Segunda a Sexta das 10h às 19h. Sábado das 10h às 14h.

 

Murilo Castro

Endereço: Rua Benvinda de Carvalho, 60, Santo Antônio, CEP: 30.330-180 | Belo Horizonte | MG | Brasil

Telefone: (31) 3287-0110

Site: www.murilocastro.com.br

Funcionamento: Segunda a Sexta das 10h às 19h. Sábados das 10h às 14h.

 

Orlando Lemos

Endereço: Rua Melita, 95, Jardim Canadá, CEP: 34.000-000| Nova Lima | MG | Brasil

Telefone: (31) 3224-5634 | (31) 3581-2025

Site: http://orlandolemosgaleria.com.br/

Funcionamento: Segunda a Sexta das 09h às 19h. Sábado das 10h às 14h.

 

Quadrum

Endereço: Av. Prudente de Morais, 78, Cidade Jardim, CEP: 30380-002 | Belo Horizonte | MG | Brasil

Telefone: (31) 3296-4866

Site: http://www.quadrumgaleria.com.br/

Funcionamento: Segunda a Sexta das 12h às 19h.

Isabela Teixeira da Costa

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CCBB

O artista plástico Renato Morcatti expõe suas peças no CCBB até 14 de agosto.

A exposição Pirajá apresenta três séries escultóricas de Renato Morcatti, realizadas em cerâmica: Entre, pequenos totens “trancados”, uma analogia a questões sobre liberdade; Nós, simulações de molhos de chaves, um referência ao excesso, atemporal, de modos de segurança e Segredos, sulcos das chaves que giram o tambor, onde forma/função não são identificáveis.

SERVIÇO

Data: De 26 de junho a 14 de agosto de 2017
Local: Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários
Horário: 9h30
Classificação etária: Livre.

Exposição de objetos da 2ª Guerra Mundial

FundaçãorádioA Fundação Torino está com uma mostra de objetos raros da coleção particular de Carlos Daher, da 2ª Guerra Mundial.

Um dos mais complexos episódios da humanidade, a Segunda Guerra Mundial é composta por múltiplos elementos, tanto humanos quanto materiais. Centenas de objetos dessa história de tensão e esperança poderão ser conferidos numa exposição no Centro Cultural da Fundação Torino, até 9 de junho. A mostra, resultado do trabalho desenvolvido pelos alunos durante a Feira da Cultura, contém mais de 300 artefatos ligados ao conflito, pertencentes ao acervo particular do ferroviário Carlos Daher, 53 anos. A entrada é gratuita.

Os visitantes terão a oportunidade de conhecer objetos usados em diversas frentes de ação. “Além de viaturas e de equipamentos para os veículos em combate, tem réplicas de armas de airsoft, baionetas e facas. Tem também instrumentos óticos, como binóculos e miras, vestuários de unidades importantes durante a guerra, medalhas de diversos países, kits individuais de soldados e uma série de artefatos usados nos postos médicos”, esclarece Carlos.  Pode ser visto, ainda, um posto médico similar aos dos fronts de batalha.

A coleção de Carlos Daher – hoje, com mais de 1.6 mil itens – não nasce apenas de seus interesses pessoais, mas, do desejo de compreender a natureza das ações humanas: “Tive parentes que fugiram da Europa durante o conflito, em direção ao Brasil. Ao longo dos anos, à medida que estudava o tema, crescia minha vontade de entender por que os seres humanos são capazes de fazer certas coisas com seus semelhantes. Por que não podemos resolver as coisas com conversas?”, destaca o ferroviário, ao lembrar a dificuldade de conceber certas barbaridades do exército alemão. “Como é possível desumanizar a pessoa de que você não gosta?”, completa.

No que diz respeito aos mecanismos de comunicação do front, a exposição conta com peças preciosas ainda em funcionamento. Há três grandes grupos de rádio, usados no Pacífico, na aviação e nos campos de batalha. Foram os melhores rádios usados na guerra. Um item exposto que desperta bastante a curiosidade é um traje de voo de grande altitude, para uso em bombardeiro. “Com ele, é possível suportar temperaturas de até 54 graus abaixo de zero. A roupa é coberta com couro e revestida com pele de carneiro. Não temos notícia de outro item como este na América Latina”, conta Carlos Daher.

Segundo o diretor didático brasileiro da Fundação Torino Escola Internacional, Marcus Vinícius Leite, a ideia da exposição deste acervo de Carlos Daher surgiu em uma das visitas dos alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental ao Museu da FEB, do qual Carlos é um dos diretores. O tema, desenvolvido pelo grupo de estudantes para a Feira da Cultura foi ‘O Brasil na Segunda Guerra Mundial’, e o colecionador  emprestou parte de seu acervo. “Diante de objetos tão raros, não pensamos duas vezes em abrir essa mostra também para o público em geral”, conta o diretor.

 

SERVIÇO

Exposição “Objetos raros da Segunda Guerra Mundial”

Local: Centro Cultural da Fundação Torino –  Escola Internacional (R. Jornalista Djalma Andrade, 1250 – Belvedere)

Período de visitação: até 9 de junho

Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h.

Classificação Livre

Entrada gratuita

 

Paulo Laender

Paulo Laender. Foto: Beto Magalhães / EM / D.A. Press
Paulo Laender. Foto: Beto Magalhães / EM / D.A. Press

Exposição de Paulo Laender mostra sua trajetória.

Paulo Laender está com uma bela exposição de seus trabalhos Galeria de Arte do Minas 1, na Rua da Bahia. O artista conseguiu reunir obras desde a década de 80 e com isso foi possível montar uma linha histórica mostrando sua trajetória artística. Laender é arquiteto, desenhista, escultor e designer.

Pode-se dizer que Paulo Laender é um dos primeiros mineiros que trabalha de forma diferente da escola Guignard, ele salta do expressionismo e chega ao modernismo com os pés bem fincados, devido ao seu conhecimento na área de arquitetura e design. Laender bebe da fonte do modernismo e do cubismo passando pelo art-dèco, não traçando uma identidade que tem as características da arte feita em Minas como, por exemplo, a barroca.

Pode-se dizer que o trabalho apresentado na exposição ‘Paulo Laender – Uma Trajetória’ é atemporal, pois o artista cria no tempo da arte. A coleção que pode ser vista inclui esculturas, relevos, pinturas, gravuras e objetos.

A artista plástica Maria Helena Andrés visitou a exposição e escreveu um lindo texto que faço questão de publicar aqui:

PAULO LAENDER, UMA TRAJETÓRIA

mariahelena
Emmanuel

Maria Helena Andrés

Estou na Galeria de Arte do Minas Tênis Clube, percorrendo uma exposição de Paulo Laender. Ele mostra sua trajetória na arte, desde a sua primeira exposição no Minas Tênis Clube, a convite de Palhano Junior. Na ocasião ele mostrou desenhos de 1963. No catálogo desta mostra coletiva estão: Paulo Frade Laender, Luiz Antonio Lanza e Antonio Eugênio de Salles Coelho. Para esses três artistas, a vida foi mostrando caminhos diferentes.

Paulo Laender viveu etapas diversas de sua arte, sempre conservando uma ligação de uma fase com a outra.

Talvez poderíamos dizer: crescimento orgânico, como uma árvore que vai conservando as características de sua espécie e vai crescendo, tomando formas variadas mas sempre ligadas umas com as outras, com uma coerência impressionante. Exemplo de Unidade na Diversidade. Isto porque na diversidade de materiais, gravuras em metal, desenhos, pinturas, esculturas, há sempre uma unidade que caracteriza o artista.

Foto Eliana Andrés
Foto Eliana Andrés

Paulo Laender foi meu aluno, e desde os desenhos dos primeiros barcos, já demonstrava a sua escolha pelas formas curvas. Há também uma característica que nos mostra a busca dessas formas curvas. Os barcos de 1963 nos mostram o jovem talento despertando para uma viagem ao desconhecido.  O barco simboliza viagem e Paulo Laender viajou, percorreu o mundo, mas agora em seu atelier de Nova Lima, continua a grande viagem pelos caminhos da arte. O perfeccionismo de suas obras é fascinante e a sensualidade de suas formas nos lembra os grandes mestres do barroco mineiro. Os portugueses trouxeram para nós o barroco e, em terras brasileiras, produziram suas melhores obras que até hoje estão nas igrejas de Ouro Preto, Tiradentes, São João Del Rey e Sabará.

Paulo retoma o barroco em seu espírito, transcendendo a forma e elevando-a a um plano de grande contemporaneidade.

Ele é um artista barroco e contemporâneo, está presente no seu tempo, corajosamente enfrentando as dificuldades que a arte nos impõe. Em suas esculturas, inspiradas em andanças pela Índia, admiramos a figura de Ganesh, aquele que abre os caminhos. Sem reproduzir a figura de Ganesh, ele nos mostra o seu espírito e a sua atitude resoluta e firme.

Voltando ao Brasil, encontramos o escultor trabalhando na forma de  barcos. Grandes troncos de árvores são esculpidos lembrando a forma dos nossos barcos indígenas e dos barqueiros do São Francisco.

Agora, o barco não é mais desenhado, mas esculpido na madeira laminada, colada e cavilhada, característica muito especial de seu estilo como escultor. Paulo desce às nossas origens, rebusca seus antepassados indígenas e os artistas e artesãos que construíram o patrimônio artístico de Minas Gerais.

Ser universal e ao mesmo tempo regional é a grande lição que este artista mineiro está dando para as gerações futuras.

Paulo Laender é um artista consciente, maduro. Não busca modismos nem influências externas, mas é dentro dele mesmo, em seu interior que ele vai buscar motivações para o seu trabalho.

Esta busca interior às vezes é também figurada em esculturas ou objetos, onde outras formas menores estão colocadas mostrando o mundo externo e o mundo interno que continua existindo em toda a natureza e na criação.

 

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ComCiência

Abriu esta semana, no CCBB-BH duas exposições sobre o corpo humano e a genética: da grande exposição da artista australiana, Patricia Piccinini, ComCiência e a instalação O Desmedido, humano.

ComCiência traz questões das mutações genéticas para a arte. A artista Patrícia Piccinini usa do realismo como linguagem para apresentar ao público um universo desconhecido e surpreendente. A exposições propõe ao propõe ao público um percurso narrativo entre esculturas, desenhos, fotografias e vídeos.

Aproveitando a exposição que tem a ciência como mote, o Grupo Hermes Pardini abraçou a mostra como patrocinador, mostrando que acredita e investe na arte e na cultura como maneira de oferecer à população saúde e bem-estar. E aproveitou a oportunidade para lançar a instalação O desmedido, humano, criada a partir de imagens de exames de componentes internos do corpo humano, permitirá uma experiência sensorial aos visitantes.

De acordo com Victor Pardini, presidente do Conselho de Administração do Grupo Hermes Pardini, a instalação dialoga com a exposição ComCiência de Patricia Piccinini,  uma vez que o fio condutor de ambas é o corpo humano. “Admiro o trabalho da Patrícia e em minha visão, sua exposição trabalha a ciência e a arte que visualizamos, sentimos e por fim adquirimos afeto. Já a nossa instalação revisita de forma lúdica o que o Pardini tem de mais moderno, que é a genética, a citogenética, a terapia celular com células tronco, o corpo humano e o mais importante, que é o respeito às diferenças”, destaca. “É uma alegria para o Grupo Hermes Pardini saber que estamos patrocinando uma exposição de uma artista de peso, com uma obra e tema tão relevantes, que já esteve em diversas capitais brasileiras”, afirma Victor.

As exposições ficam em cartaz no CCBB Belo Horizonte até 10 de janeiro. A entrada é gratuita.

Modernos Eternos

mehall3Começou, em BH, a mostra de decoração Modernos Eternos. O diferencial desta exposição de ambientes decorados estabelece que o decorador tem que usar 50% dos itens antigos, 50% contemporâneos e pelo menos um item deve ser de autoria do decorador.

Esta mistura de estilos já garante um tempero a mais, trazendo ambientes mais ricos em conteúdo, com personalidade, cheio de detalhes e muitas obras de arte. Outro diferencial é que todos os itens expostos estão à venda. Pode-se dizer que a Modernos Eternos é uma Mostra-boutique, ou uma vitrine aberta.

São 16 ambientes que ocupam todo o Solar Pentagna Guimarães, na Cidade Jardim. Os decoradores que assinam os ambientes são: Ana Paula Carneiro, Ana Paula Rohlfs, Beatriz Siqueira, Christiana Gontijo e Patrícia Salvador, Cioli Stancioli, Décio Magalhães, Erika Viana, Flávio Bahia, Graziella Nicolai, Juliana Boechat e Patricia Nicácio, Júnior Piacesi, Mariana Penido e Carolina Pinhel, Marina Dubal, Melina Mundim, Rodrigo Aguiar e Rachel Ramos, Will Lobato.

O que chama a atenção, além do bom gosto dos ambientes e beleza de algumas peças que realmente se destacam, é que não se vê o excesso de tecnologia como em outras mostras. Nas outras exposições a TV está presente em todos os cômodos, inclusive nos banheiros e cozinha, isso quando não são mais de uma. Aparelhagem de som sofisticadas, computadores de última geração, sistemas de automação, nada disso se vê nos ambientes, o que torna a visita mais agradável. Um dos ambientes é o Café operado pelo restaurante Gomide.

A Modernos Eternos foi criada para fomentar o mercado de exposições de decoração e design, além de registrar as tendências atuais do setor. “O tema é a mistura e a combinação de mobiliário e objetos vintage ou antigos com os contemporâneos, fazendo este mix&match que é o tom universal, hoje, da melhor decoração”, diz o curador da mostra, Sergio Zobaran, ao lado da sócia Maria di Pace. A mostra chegou a BH pelas mãos de Josette Davis. Confira os ambientes nas fotos de Gustavo Xavier.

SERVIÇO:

Período:  27 de setembro a 16 de outubro
Horário: 3ª a sexta: de 16 às 22 horas
Sábado e feriado: de 13 às 22 horas
Domingo: de 13 às 19 horas
Local: Rua Sinval de Sá, 350 – Bairro Cidade Jardim – BH – MG
Ingressos: adquiridos na bilheteria da mostra, R$ 50,00 e meia entrada R$ 25,00
Instagram: @modernoseternosbh

Isabela Teixeira da Costa

Fotografia

Casa Dalva Simão Foto Jomar Bragança
Casa Dalva Simão Foto Jomar Bragança

Jomar Bragança abre exposição na AM Galeria, sábado, 24.

O conhecido e reconhecido fotógrafo de arquitetura Jomar Bragança,  abre exposição de suas fotografias. São trabalhos inéditos da série intitulada E se fossemos nós os modernos?.

Desde meados da década de 80, Jomar passou a desenvolver um trabalho autoral que lida com a memória dos lugares, a arquitetura abandonada e a relação do homem com a natureza.

Para a nova exposição o fotógrafo apresenta um ensaio sobre a residência modernista Dalva Simão de 1954 projetada por Oscar Niemeyer, localizada na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. O projeto, começou em 2013, tem curadoria de Manu Grossi,  e se desenvolde a partir do livro do antropólogo, sociólogo e filósofo francês Bruno Latour, que afirma que a nossa modernidade jamais passou de um projeto e que tal projeto falhou.

Casa Dalva Simão Foto Jomar Bragança
Casa Dalva Simão Foto Jomar Bragança

No ensaio o artista nos apresenta a casa vazia, detalhes da arquitetura, ângulos, luzes, sutilezas próprias do projeto modernista de Niemeyer. Na exposição as imagens se confundem com os materiais presentes no projeto e, em duplas, compõem uma montagem onde se tornam janelas de alumínio, caixas de concreto, lambris de madeira, azulejos, jardins e espelhos. Segundo Manu Grossi, “é como um passeio pela memória do modernismo. A obra de Jomar Bragança apresenta uma força delicada e uma simplicidade de recursos próprios dos grandes fotógrafos/artistas que conseguem desmaterializar e reconstruir conceitos através de seu olhar sobre um lugar e seus possíveis novos significados. Sem dúvida este ensaio tem uma poesia que traz importante reflexão sobre o papel da arquitetura moderna no Brasil, o abandono dessas edificações residenciais e sobretudo o que existe de modernidade em nós e qual seu legado – especialmente em Belo Horizonte.”

SERVIÇO

Exposição: E se fossemos nós os modernos?
Abertura: 24 de setembro, das 11h às 16h
Local: AM Galeria de Arte | Rua do Ouro, 136, Serra – Belo Horizonte/MG

Funcionamento: segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 13h30
Encerramento: 19 de outubro.
Entrada gratuita
Presença de manobrista no local

ITC

Piccola Galeria

Exposição Ensaios Visuais do Piemonte. Foto Leo Lara/Studio Cerri
Exposição Ensaios Visuais do Piemonte. Foto Leo Lara/Studio Cerri

Novo espaço de artes visuais abre seleção de artistas para exposição.

Casa Fiat de Cultura criou a Piccola Galleria, um pequeno espaço para artes visuais, no hall principal, para receber para exposições individuais ou coletivas de curta duração. E lança seu programa de seleção para artistas interessados inscreverem seus trabalhos.

No novo espaço, serão realizados dois tipos de mostras: as programadas pela própria Casa Fiat e as selecionadas entre os inscritos.

Em local de grande circulação de visitantes em sua sede na Praça da Liberdade, a sala já está pronta para receber mostras inéditas de artistas locais, brasileiros ou estrangeiros, e dar destaque a novos talentos da pintura, desenho, gravura, escultura, fotografia e videoarte.

Os interessados devem se inscrever, até 15 de agosto, segundo as instruções do programa disponível no site www.casafiatdecultura.com.br. As escolhas ficam a cargo de comitês integrados por artistas, críticos, colecionadores e professores.

“A Piccola Galleria está alinhada à premissa da Casa Fiat de Cultura de incentivar a produção artística brasileira e internacional. Com toda a alta qualidade técnica e a expertise da Casa Fiat, as artes visuais, em suas diversas manifestações, contam agora com mais esse espaço para fruição. Esperamos que artistas e público se apropriem e usufruam de nossa Piccola Galleria”, ressalta o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira.

Em 10 anos de trajetória, a Casa Fiat de Cultura consolidou-se como referência no mundo das artes em Minas e no Brasil, ao conquistar o respeito e a confiança dos mais renomados museus e coleções de vários países e ao atrair mais de um milhão de visitantes em suas exposições. A intenção da Piccola Galleria é dar evidência às novas ideias e incentivar a produção artística contemporânea, em um local intimista e charmoso, mas com grande circulação de público, com a chancela da Casa Fiat de Cultura e do Circuito Liberdade, um dos mais importantes corredores culturais do país.

Como participar

O artista interessado deverá entregar material contendo nome da exposição, número de obras a serem apresentadas, categoria (pintura, desenho, gravura, escultura, fotografia, videoarte, instalações e performances) e dados pessoais na recepção da Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10, Funcionários – Belo Horizonte, Minas Gerais), mediante protocolo, até o dia 15 de agosto de 2016.

O material entregue também deve conter fotos em alta resolução das obras de arte; lista de obras com identificação, medidas, técnica e ano de produção; currículo do artista; proposta curatorial e textos base. A resposta será encaminhada, via e-mail, em um prazo de 60 dias.

As demais orientações podem ser obtidas no programa de seleção disponibilizado no site www.casafiatdecultura.com.br.

Cláudia Garcia Elias