ComCiência

Abriu esta semana, no CCBB-BH duas exposições sobre o corpo humano e a genética: da grande exposição da artista australiana, Patricia Piccinini, ComCiência e a instalação O Desmedido, humano.

ComCiência traz questões das mutações genéticas para a arte. A artista Patrícia Piccinini usa do realismo como linguagem para apresentar ao público um universo desconhecido e surpreendente. A exposições propõe ao propõe ao público um percurso narrativo entre esculturas, desenhos, fotografias e vídeos.

Aproveitando a exposição que tem a ciência como mote, o Grupo Hermes Pardini abraçou a mostra como patrocinador, mostrando que acredita e investe na arte e na cultura como maneira de oferecer à população saúde e bem-estar. E aproveitou a oportunidade para lançar a instalação O desmedido, humano, criada a partir de imagens de exames de componentes internos do corpo humano, permitirá uma experiência sensorial aos visitantes.

De acordo com Victor Pardini, presidente do Conselho de Administração do Grupo Hermes Pardini, a instalação dialoga com a exposição ComCiência de Patricia Piccinini,  uma vez que o fio condutor de ambas é o corpo humano. “Admiro o trabalho da Patrícia e em minha visão, sua exposição trabalha a ciência e a arte que visualizamos, sentimos e por fim adquirimos afeto. Já a nossa instalação revisita de forma lúdica o que o Pardini tem de mais moderno, que é a genética, a citogenética, a terapia celular com células tronco, o corpo humano e o mais importante, que é o respeito às diferenças”, destaca. “É uma alegria para o Grupo Hermes Pardini saber que estamos patrocinando uma exposição de uma artista de peso, com uma obra e tema tão relevantes, que já esteve em diversas capitais brasileiras”, afirma Victor.

As exposições ficam em cartaz no CCBB Belo Horizonte até 10 de janeiro. A entrada é gratuita.

CCBB

Hoje, temos três dicas muito legais para dar, todas no CCBB, que fica na Praça da Liberdade. São duas exposições e uma peça teatral. Anotem:

Exposição Mondrian e o movimento De Stijl

Obra da exposição Mondrian e o Movimento De Stijl (1921) Credito Gemeentemuseum, Dan Haag
Obra da exposição Mondrian e o Movimento De Stijl (1921) Credito Gemeentemuseum, Dan Haag

Já está aberta em Belo Horizonte, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a mais completa exposição sobre Mondrian e o movimento De Stijl já realizada na América Latina, organizada pela Art Unlimited, patrocinada pelo Banco do Brasil, com apoio do Banco Votorantim.

A mostra apresenta 100 obras (sendo 30 delas de Mondrian) e uma seleção de múltiplas manifestações do movimento De Stijl, compondo o mais completo conjunto desse período já exibido no Brasil. A maior parte do acervo é procedente do Museu Municipal de Haia (Gemeentemuseum, Den Haag), da Holanda, que reúne a maior coleção do mundo de obras do artista.

Quando se fala em Mondrian, logo visualizamos retângulos de cores primárias delimitados por grossas linhas pretas. Porém, como tantos outros mestres das artes, Mondrian não se manteve a vida inteira no âmbito dos seus trabalhos mais conhecidos. Nos quase 30 anos que antecederam a esse despojamento, Mondrian produziu paisagens carregadas de cores escuras, e às vezes sombrias, que caracterizavam a pintura holandesa do século XIX. Com o tempo, ele foi se aproximando dos movimentos artísticos que ocorriam na Europa. Seus tons foram clareando e suas composições ficando mais ousadas à medida que se aproximava dos pós-impressionistas franceses, enchendo-se das cores e pinceladas vigorosas de Van Gogh, ou experimentando o pontilhismo de Seurat. Após uma influência temporária do cubismo, procurou formas de abstrair a realidade e buscar a essência da imagem. Piet Mondrian (1872-1944) chegou à sua obra mais famosa – Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul – em 1921, depois de uma trajetória que iniciou em 1892, ao ingressar na Academia Real de Artes Visuais de Amsterdã.

Composição com Oval em cores planas II (1914) Crédito Gemeentemuseum, Den Haag
Composição com Oval em cores planas II
(1914) Crédito Gemeentemuseum, Den Haag

Mondrian e o movimento De Stijl é uma exposição que vai além da história artística de Piet Mondrian. Há outra abordagem, igualmente relevante para compreender o que aconteceu no período (1917-1928), que retrata a agitação provocada pela revista De Stijl (O Estilo), meio escolhido para que um grupo de artistas, designers e arquitetos, incluindo Mondrian, defendesse o neoplasticismo e a utopia da harmonia universal de todas as artes. Mondrian acreditava que sua visão da arte moderna transcendia as divisões culturais e poderia se transformar numa linguagem universal, baseada na pureza das cores primárias, na superfície plana das formas e na tensão dinâmica em suas telas. Seus companheiros da De Stijl não só tinham visão semelhante, como aplicaram esses conceitos a todo tipo de arte.

No design, por exemplo, é representativa desse movimento a cadeira Vermelha Azul, que Gerrit Rietveld criou entre 1917 e 1923. O mesmo Rietveld levou o De Stijl para a arquitetura, ao desenhar e construir em 1924 uma casa para Truus Schroder-Schrader em que aplicou a paleta de cores primárias privilegiando espaços abertos, luminosidade, ventilação e funcionalidade, rompendo com convenções arquitetônicas da época.

Na exposição será possível acompanhar, por intermédio de obras originais, maquetes, mobiliários, fotografia, documentários, fac-símiles e publicações de época, essa forma de ver o mundo e as artes que era revolucionária em 1917 e continua moderna até hoje.

A entrada é franca e a mostra poderá ser vista até 26 de setembro, no CCBB de Belo Horizonte, depois segue para o Rio de Janeiro.

Gerrit Rietveld, Cadeira Vermelha Azul (1917-1923) crédito Gemeentemuseum, Den Haag
Gerrit Rietveld, Cadeira Vermelha Azul (1917-1923) crédito Gemeentemuseum, Den Haag
SERVIÇO

CCBB Belo Horizonte
Abertura ao público: 20/7/2016 a 26/9/2016
Praça da Liberdade, 450 – Funcionários – (31) 3431-9400
Horário: quarta a segunda, das 9h às 21 horas

CCBB Rio de Janeiro
Abertura ao público: 12/10/2016 a 9/1/2017
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – (21) 3808-2020
Horário: quarta a segunda, das 9h às 21 horas

Cláudia Garcia Elias

Exposição Musica Brasilis “INTERAGIR>>> TOCAR, OUVIR, CRIAR

Mesa de compor desenvolvida em colaboração com o compositor Tim Rescala
Mesa de compor desenvolvida em colaboração com o compositor Tim Rescala

Ao visitar a exposição Mondrian e o movimento De Stijl, no CCBB, você ainda terá a oportunidade de ver outra mostra muito interessante: a Musica Brasilis “INTERAGIR>>> TOCAR, OUVIR, CRIAR”, aberta 22 de julho, e aborda a música brasileira de todos os tempos, desde os cantos tupinambás até os dias de hoje, por meio de totens interativos, jogos e realidade aumentada, traçando um panorama de cinco séculos de práticas musicais brasileiras de todos os tempos e gêneros. A mostra reunirá instrumentos indígenas, europeus e africanos, vídeos e instalações digitais.

Com curadoria da cravista e doutora em Informática Rosana Lanzelotte, o projeto se apoia nos conteúdos reunidos ao longo de sete anos para o portal Musica Brasilis (www.musicabrasilis.org.br), que realiza um relevante trabalho de resgate e difusão de música brasileira.

Com entrada gratuita, a exposição exibe o vídeo Imagens da Música, que mostra desde a reconstituição dos cantos tupinambás, anotados por Jean de Léry em 1557, passando pelos carros alegóricos que desfilaram no Carnaval de 1786, gravuras de Debret e Rugendas retratando escravos e suas práticas musicais, até grafites do século XXI. São seis as instalações interativas desenvolvidas em colaboração com a SuperUber:

Contemplada no edital de cessão de espaço do CCBB, a mostra integra o VII Circuito BNDES Musica Brasilis, que esse ano realiza 14 espetáculos multimídia nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Aracaju, Paraty, Campinas e Belém.

SERVIÇO:

CCBB BH
Praça da liberdade, 450 – Funcionários – Belo Horizonte
Visitação: 22 de junho a 25 de julho
De quarta a segunda, das 9h às 21h
Entrada gratuita

CGE

Estudo para missa para Clarice

O diretor e ator Eduardo Wotzik Foto Ricardo Brajterman / Divulgação
O diretor e ator Eduardo Wotzik Foto Ricardo Brajterman / Divulgação

Pode ser visto até 8 de agosto, também no CCBB, a peça Estudo para missa para Clarice, que traz a temática do “sagrado” na obra de Clarice Lispector, do aclamado diretor Eduardo Wotzik, Clarice Lispector, questionadora e completamente entregue à sua crença, revela em sua obra a sua maneira de se conectar com seu Deus, traçando com clareza sua relação particular com o Sagrado. “A salvação é pelo risco”. O espetáculo reúne textos extraídos e editados da obra de Clarice, proporcionando a união do espaço físico do teatro e toda sua capacidade de encantamento ritualístico ao poder da palavra – uma das manifestações primordiais da humanidade e o refúgio da autora em questão – para uma reflexão sobre a condição humana. Além da direção e criação, Wotzik atua e divide o palco com Cristina Rudolph e Natally do Ó.

FICHA TÉCNICA:

Da obra de Clarice Lispector
Edição e Texto Final: Eduardo Wotzik
Direção de Arte: Analu Prestes
Iluminação: Fernanda Mantovani e Tiago Mantovani
Elenco: Cristina Rudolph, Natally Do Ó e Eduardo Wotzik
Música: Henryk Gorécki
Dramaturg: Vittorio Provenza
Diretores Assistentes: Carla Ribas, Daniel Belmonte, Alexandre Varella
Direção de Produção: Michele Fontaine e Jessica Leite
Direção Geral e Concepção: Eduardo Wotzik

SERVIÇO:

Estudo para Missa Para Clarice – Um espetáculo sobre o homem e seu Deus
De 14 de julho a 8 de agosto – de quinta a segunda
Horário: 19h
CCBB BH – Praça da Liberdade, 450 – Funcionários
Ingressos: R$ 20/inteira e R$ 10/meia entrada (à venda na bilheteria do CCBB e pelo site: http://culturabancodobrasil.com.br)
Classificação Indicativa: 14 anos

CGE