Muita gente já deve ter ouvido a expressão “isso vem de berço”, se referindo a que educação, ética, princípios, valores, e respeito começam a ser ensinados desde cedo, em casa. É a mais pura verdade.
Ter filhos é uma grande responsabilidade e cabe aos pais a missão de educá-los, e o que eles aprenderem desde de criança será o que vão repetir ao longo da vida.
Educar não é fácil, precisa de muita sabedoria, posicionamento, firmeza, paciência e pode ser muito simples se for feito com responsabilidade, compromisso e, sobre tudo, amor.
Muitas das coisas absurdas que vemos ou tomamos conhecimento hoje, se devem à falta dessa educação e limites dados por parte dos pais aos filhos ainda pequenos. Não são poucas as vezes que vemos crianças mandando em seus pais. Há alguns anos, vi um pai perguntando para sua filhinha – que deveria ter uns 3 anos –, se ele poderia sentar em determinada cadeira. Fiquei chocada. A criança respondeu que não, que ele tinha que sentar na outra e ele obedeceu.
Atitudes como essa, que podem parecer uma bobagem, fazem parte da formação da personalidade e comportamento do ser humano. O que essa menina está aprendendo? Que ela manda na pessoa que deveria ser a autoridade máxima sobre sua vida, ou seja, eu posso tudo, eu estou no controle. Que limite ela terá? Ensinar aos filhos, desde cedo os significados e as consequências do sim e do não; do certo e do errado; das razões e dos limites; tudo pode representar a diferença entre saber o caminho a seguir ou sair a esmo apanhando-se a cada esquina. É aquela máxima, você pode aprender pelo amor, ou pela dor.
Não aprendemos apenas essa educação básica e as cinco palavrinhas mágicas, mas também a reconhecer erros, pedir perdão e perdoar, ser grato, ter delicadeza, gentileza, simpatia, ser prestativo. Recentemente, fiquei sabendo da morte de um senhor idoso, pai de muitos filhos, que já estava doente há um bom tempo. Entrou em estado terminal. Um dos filhos, mesmo sabendo que o pai poderia morrer a qualquer momento, viajou com a família. No dia seguinte o senhor faleceu. Três dias depois, o viajante postou uma foto da família, toda sorridente no passeio. Onde está o respeito a quem lhe deu a vida? O que leva um filho a não se importar com a perda de um pai?
Em contrapartida, me contaram outro exemplo. Um rapaz, casado, com três filhos, um adolescente e dois pequenos, estava com uma viagem comprada para a Disney, em um dos hotéis mais caros do complexo. Uma semana antes do embarque seu pai foi internado, mas não corria risco de morrer. Ele cancelou toda a viagem , sem direito a reembolso. A mulher chegou a perguntar por que não ir, já que o pai não estava tão grave, e ele disse que se tratava de família. Naquele momento o mais importante era estar junto, ao lado do pai, e principalmente, ensinar aos filhos pequenos o valor e a importância da família.
Isso faz toda a diferença. Dois casos semelhantes, duas atitudes diferentes, dois ensinamentos.
Existe luz no fim do túnel. Já tem escola com uma didática inovadora, fora do tradicional e bem aceita por pais e alunos.
O modelo de educação está passando por uma transformação no país. A proposta é transformar todas as séries do ensino médio em período integral. O currículo será dividido em duas partes, uma com disciplinas obrigatórias e outra com matérias optativas, escolhidas pelo estudante de acordo com sua área de interesse.
Toda mudança é válida – afinal, o mundo vive em transformação. Nada pode ficar parado no tempo, a questão importante é saber se essas mudanças levarão o jovem a voltar a se interessar pelas aulas. O que está na berlinda é a didática. Mexer no formato do ensino é ótimo, porém, se a didática continuar a mesma, não há resultado positivo.
Vivemos em um mundo acelerado pelas conexões virtuais. Milhares de informações chegam a cada segundo. Adolescentes se conectam a 10 fontes de informação ao mesmo tempo, no mínimo, e conseguem interagir com todas simultaneamente. Será que a pessoa acostumada com tanta agilidade consegue ficar parada por quatro horas e meia ouvindo o professor dar aula expositiva? Não. A cabeça voa longe, não se concentra. Essa preocupação ronda a educação há pelo menos uma década.
Pois o diretor da Escola da Serra, Sérgio Godinho, descobriu um novo modelo de didática, implantou-o há cinco anos e hoje comanda uma instituição-modelo em BH. Desde que assumiu a instituição, em 2003, ele criou o plano pedagógico, que é o mesmo até hoje. Sabia onde queria chegar, mas não imaginava como. O que lhe deu luz foi o livro de Rubem Alves A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir.
O autor relata a história da Escola da Ponte, em Portugal, que há mais de três décadas ensina crianças de uma maneira completamente fora do padrão. O responsável pela metodologia é o professor José Pacheco, que, baseado no construtivismo, desenvolveu o modelo de sucesso, depois de muitos erros e acertos.
Sérgio foi atrás dele, conheceu a fundo o trabalho e o adaptou. Isso mesmo, porque estamos em outro país, temos outra cultura e a Escola da Serra lida com o ensino médio e a pressão para o Enem. É impressionante. Muito antes da criação das nove séries no ensino fundamental, o referido colégio já era assim. O ensino é dividido em ciclos: dois no infantil; três, de três anos cada, no ensino fundamental; e um, também de três anos, no ensino médio.
Não existe aula, mas períodos escolares por áreas afins – língua portuguesa, ciências humanas e sociais, matemática, etc. As salas, bibliotecas com mesas para quatro pessoas, recebem roteiros dos professores e os estudantes fazem pesquisa para desenvolvê-los. A pesquisa pode ser feita nos livros ou em tablets, que ficam à disposição. O silêncio é total. Se começa a ficar barulhento, os professores, sempre à disposição para esclarecer dúvidas, simplesmente levantam a mão e o silêncio volta. É proibido o uso do celular no período escolar, mas a liberdade é total.
No início do ano, é feito o diagnóstico de cada estudante para saber como é seu ritmo de aprendizagem. Cada aluno escolhe um professor como seu tutor, com quem terá reuniões semanais. Prova? Só de matemática. Livro didático de propriedade do aluno? Só o de línguas (inglês ou espanhol), únicas disciplinas com aulas “formais”. Todos os estudantes têm que fazer alguma atividade artística: teatro, dança, artes visuais ou música.
A avaliação se dá para verificar a evolução do aluno com base no acompanhamento diário de seu progresso Esse processo contempla os três campos da cognição ligados à formação de competências: o desenvolvimento de conceitos (conhecimentos), de habilidades (procedimentos) e de valores (atitudes). Se o estudante estiver atrasado em alguma disciplina, o supervisor dá um tempo para que a tarefa seja concluída. O aluno se compromete, estuda por conta própria com orientação do professor, aprende a pensar e a encontrar respostas e soluções.
Isabela Teixeira da Costa
Publicada no Caderno EM Cultura do Estado de Minas
Está passando da hora de olharmos com atenção para a questão da superlotação das cadeias e do sistema de correção dos detentos, que está mais do que provado ser totalmente ineficiente.
Um dos grandes problemas que vivemos é a questão do sistema penal brasileiro. Além de termos leis antigas, o sistema penitenciárionão é suficiente para abrigar o número de detentos e o sistema de trabalho desenvolvido com eles não promove recuperação satisfatória para afirmar que depois de cumprida a pena, o cidadão retorna à sociedade regenerado. Infelizmente, a grande maioria volta para a marginalidade e os que tomam a decisão de levar uma vida correta, sofrem o preconceito por parte da sociedade por ser ex-detento. Se não consegue trabalho, é grande o risco de retornar ao crime.
Para discutir essas questões, Belo Horizonte vai sediar na próxima semana, a 1ª Conferência Internacional: Novos Rumos na Execução Penal, encontro que celebra os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e vai debater a efetividade das políticas públicas na redução de crimes e no tratamento dos internos durante a execução da pena. O evento é gratuito, aberto ao público e será, no auditório da Faculdade Pitágoras Cidade Acadêmica(segunda, 19, das 18h às 21h), e no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais (terça, 20, das 9h às 18h). Vale ressaltar que a população carcerária no Brasil é uma das maiores do mundo e a edição mais recente do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen, 2017) indica que 89% desta população estão em unidades que registram déficit de vagas, independentemente do regime de cumprimento da pena.
A iniciativa da conferência faz parte do Pacto Universitário de Promoção aos Direitos Humanos, assinado ano passado pela Kroton, com a Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania, e com o Ministério da Educação. Com a parceria, a Fundação Pitágoras e as faculdades de direito do grupo irão implementar, em larga escala, ações relacionadas à promoção dos direitos humanos no âmbito do ensino.
A instituição de ensino incentiva também outras ações voltadas à comunidade carcerária, como programas de remição por meio de leitura e oferta de cursos gratuitos para melhorar a escolaridade e capacitação profissional dos presos, ou seja, o trabalho que vem sendo desenvolvido por eles oferece estudo aos detentos, e é sabido da importância da educação na transformação do ser humano. Dessa forma há uma grande chance do detento sair realmente transformado e preparado para ser reinserido na sociedade, além de ter a capacidade de conseguir colocação profissional, pois estará preparado tecnicamente. Paralelo a isso, alunos e professores das faculdades de direito do grupo oferecem atendimento gratuito à comunidade carcerária desassistida e suas famílias, o objetivo é contribuir com o aspecto social desse tema, dentro do Núcleo de Prática Jurídica Penal. O Núcleo envolverá os alunos e professores nas práticas em direitos humanos e cidadania de todo o grupo. Atualmente, essa ação alcança até 2 mil atendimentos por semestre e conta com o envolvimento de 200 estudantes dos cursos de direito, que realizam visitas técnicas aos presídios, além do suporte prestado aos familiares e na distribuição de cartilhas informativas com as regras de visitas e de segurança.
A I Conferência Internacional reunirá autoridades, juristas e pesquisadores que farão um diagnóstico sobre a situação atual dos presos brasileiros, entre eles os professores Evando Neiva e Mario Ghio, o presidente da OAB/MG, Antônio Fabrício, o ex-secretário de Segurança Pública e advogado Maurício Campos Jr., o presidente do Conselho de Criminologia e Desembargador Alexandre de Carvalho, e representantes da Defensoria Pública, do Ministério Público e da Comissão da OAB de Direito Carcerário.
Inscrições no site: www.doity.com.br/i-conferencia-internacional-novos-rumos-na-execucao-penal
Educação, má distribuição de renda e inchaço da máquina pública são três dos grandes problemas do nosso país. Veja a análise de um especialista sobre o tema.
O palestrante e máster coach Celso Luiz Tracco, que acaba de lançar o livro “Às margens do Ipiranga”, que tem como pano de fundo a desigualdade social brasileira, enviou um bom artigo sobre nosso país e achei importante postar.
A sociedade brasileira vem enfrentando enormes dificuldades nos últimos anos. Corrupção endêmica, violência urbana, altas taxas de desemprego, uma grave crise ética, falta de confiança em sua classe política são sinais claros da falta de esperança em um futuro promissor. Como resultado imediato, aumenta o número de jovens e mesmo de famílias constituídas que decidem construir suas vidas no exterior, refazendo o caminho inverso de seus antepassados, 100 anos atrás.
Mas, será que a nossa sociedade tem consciência de que esta crise não é de agora? Será que ela procura refletir as verdadeiras causas de seu infortúnio? Mais ainda, será que ela, tomando consciência das causas reais, tem condições de combatê-las transformando esse cenário caótico?
Não tenho a pretensão de dar uma solução definitiva à grave crise vivenciada pela nossa população, mas gostaria de refletir sobre três pontos que considero fundamentais e que estão na raiz de nossos problemas sociais. Claro que nossa crise não é de hoje. Nosso flagrante atraso social vem de muito tempo, mesmo comparado a países cujos recursos são infinitamente menores que os nossos. Minha proposta, aqui, é debater sobre temas como a baixa escolaridade, a enorme desigualdade social e o paquidérmico tamanho do Estado brasileiro.
A baixa escolaridade vem desde os tempos de nossa colonização europeia. Colonização essa que foi exploradora, predatória e oportunista. Nossos primeiros colonizadores não vieram para se estabelecer na terra, criando uma nova vida, construindo uma nova sociedade. Vieram explorar as riquezas naturais, utilizar mão de obra escrava, juntar o máximo de dinheiro possível e voltar para a metrópole enriquecidos. Sob esta visão, a educação nunca atingiu um papel relevante, afinal os nobres exploradores preocupados com a educação de seus filhos, envia-os para estudos na Europa. E para quê escravos precisavam ler e escrever?
A independência política não modificou substancialmente esse quadro. O Brasil faz censos regulares desde 1872 e, desde 1890, a cada 10 anos. Em 1890, início do período republicano, a taxa de analfabetismo no Brasil beirava os 90%.
Nossos primeiros cursos de estudos superiores só foram instalados no início do século XIX e nossas primeiras universidades, apenas, em 1934, por decreto do então presidente Getúlio Vargas. A partir da década de 70, há um enorme declínio na qualidade da escola pública de ensino básico, com gravíssimas consequências para a nossa população. Hoje, estima-se que em torno de 30% dos brasileiros maiores de 15 anos são analfabetos ou analfabetos funcionais (não têm capacidade de interpretar um texto).
A escola básica nunca foi uma verdadeira prioridade na política de Estado; ao contrário, é apenas usada como propaganda eleitoral de governos inescrupulosos. Não há saída para uma sociedade evoluída sem uma educação básica e massiva de qualidade.
O segundo ponto é a nossa enorme desigualdade social. De novo, um mal histórico. Evidente que a economia brasileira cresceu e se diversificou muito desde o final do século XIX, quando terminou a escravidão. Claro que ela permite uma ascensão social, exemplificada em milhares de imigrantes que aqui chegaram sem nada, e se tornaram industriais, banqueiros, empresários de sucesso. Sem dúvida, existem oportunidades, mas são para a maioria da população?
Na sua essência, a escorchante distribuição de renda não muda, não importa a época, não importa se há crise ou se a economia cresce muito ou pouco. A distribuição de renda no Brasil é imutável, infelizmente. Os 10% mais ricos detêm cerca de 55% da renda nacional, não importando o tipo de governo de plantão, enquanto os 50% mais pobres respondem por 10% da renda. As poucas e esparsas políticas sociais, sempre com objetivos eleitoreiros, são políticas assistencialistas, paliativas que não buscam uma real e verdadeira transformação da situação existente.
Evidentemente, uma enorme parcela da população está condenada a viver em condições de miséria e extrema pobreza, em estado de contínua degradação. Quanto mais essas condições perdurarem, mais a sociedade brasileira estará condenada a viver no atraso e em descompasso com os países mais avançados.
Sem uma distribuição de renda consistente, não teremos uma evolução em relação a emprego, nem melhores condições de moradia, de transporte, de saúde, de uma melhor oferta de bens e de serviços. O urgente avanço na distribuição de renda não é apenas uma questão humanitária, é uma questão econômica, fundamental para o futuro de todos.
Finalmente, a terceira parte de nossa reflexão: A gigantesca máquina pública, aqui englobando os governos federal, estadual e municipal e os poderes executivo, legislativo e judiciário.
A cultura latina, de onde somos originários, é famosa por seu grau de apadrinhamento, nepotismo e burocracia. Esses elementos, sordidamente combinados, fizeram a máquina pública inchar mais e mais, sem parar, ao longo de décadas. Este inchaço traz como agravante, a necessidade insaciável de arrecadação de impostos. Além disso, o governo em geral, proporciona uma má qualidade de serviços, penalizando quem quer produzir.
As empresas estatais, ainda que necessárias quando da sua criação, ao longo do tempo, mostraram-se ineficientes, caras e com focos contínuos de corrupção, um cabide de empregos disputados por políticos e apaniguados. Não por acaso, o Brasil possui o pior retorno sobre impostos arrecadados, entre as 30 principais economias do mundo.
A máquina pública brasileira já se revelou obsoleta, ineficaz, lenta, burocrática e corrupta. Os recursos despejados em impostos são gastos com folha de pagamento, por meio de vultosas aposentadorias e pensões, mordomias nababescas, cargos de confiança, entre outros, faltando dinheiro para a segurança, a saúde, a educação, a infraestrutura, o que afeta a vida de milhões de brasileiros.
Nunca se ouve falar em redução de gastos, mas sempre na necessidade de arrecadação de mais impostos. O governo brasileiro é uma vergonha.
A sociedade brasileira precisa enfrentar esses três pontos de frente. Qual a saída? A sociedade civil deve estar comprometida com as mudanças estruturais. Claro que estamos acostumados a depender do governo como um salvador da pátria, mas já tivemos muitos e nenhum resolveu, e ninguém resolverá.
Devemos fazer a parte que nos cabe, sermos protagonistas de nosso destino, procurar incentivar e apoiar toda e qualquer medida que favoreça a educação. Não devemos explorar o próximo e contribuir de todo modo para uma maior e mais equitativa distribuição de renda.
Lutar, com todas as forças, para pressionar o governo a não aumentar a carga tributária, na verdade deve diminuí-la. Assim estaremos, efetivamente, trabalhando para uma transformação de nossa sociedade. Utopia? Pode ser, mas lembre-se que utopia é algo muito difícil, mas não impossível, de ser alcançado.
Celso Luiz Tracco é master coach, palestrante e escritor. Acaba de lançar o livro “Às margens do Ipiranga”, que tem como pano de fundo a desigualdade social brasileira.
Colégio Batista Mineiro ensina alunos a ter uma alimentação saudável e equilibrada e tem horta escolar para estimular as crianças.
Outubro é um mês voltado para a saúde alimentar. Dia 11 é o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade e dia 16, é a vez do Dia da Alimentação. Especialistas estão cada vez mais empenhados em disseminar a importância e necessidade de educar as crianças sobre os hábitos alimentares. O que pode parecer uma conversa nova, já é papo antigo no Colégio Batista, em BH.
Um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade, que já era preocupante pelo crescimento dos casos em adultos, vem alertando médicos e pais para a obesidade infantil, assunto que já abordei diversas vezes por aqui. Projeções apontam que em 2025 haverá mais de 700 milhões de adultos e 75 milhões de crianças obesas em escala mundial. O que é um absurdo.
Já no Brasil de hoje, alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Entre crianças, esse número chega a 15%. Penso que um dos fatores que tem contribuído para esse crescimento, além da alimentação errada, é o fato da valorização da obesidade. Deixa eu explicar. A vida inteira pessoas obesas foram vítimas de bulling. Posso dizer de cadeira porque a vida inteira fui acima do peso. Mesmo que a afronta não seja direta, tem a indireta. De um tempo pra cá, os gordinhos passaram a se aceitar, a aumentar a autoestima.
Ótimo, acho sim que a pessoa tem que ser feliz e se aceitar o jeito que é, porém, não deve achar lindo estar obesa, ignorando os problemas de saúde que isso pode provocar. Eu precisei ter minha saúde afetada para cair a ficha, perceber o quão prejudicial à minha saúde foi ser gordinha e sedentária à vida inteira. Glicose alta, colesterol aumentado, princípio de artose nos dois joelhos. Mas isso é assunto para outro artigo.
Caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo, a obesidade gera vários riscos à saúde, como: aumenta a incidência de doenças cardiovasculares, doenças cerebrovasculares, doenças respiratórias, doenças osteoarticulares, hipertensão arterial, insuficiência vascular periférica, trombose, cálculo biliar, cálculo renal, distúrbios hormonais, diabete, câncer de rim e câncer hormônio dependente, como mama, próstata e pâncreas, entre outras doenças.
Segundo Mercedes Maria Campolina, coordenadora do serviço de nutrição do Colégio Batista Mineiro, uma criança obesa tem grandes possibilidades de se tornar um adulto obeso. Por isso, os pais devem ficar atentos à alimentação de seus filhos. “O melhor ensino é o exemplo! As crianças não herdam apenas a genética dos seus pais, mas, também, seus hábitos alimentares. Portanto é muito importante que a família desenvolva práticas alimentares saudáveis em casa, no dia a dia. Eventualmente não há problemas no consumo de alimentos fora deste padrão quando na rotina diária a alimentação é adequada. Costumo dizer que podemos resumir os cuidados alimentares em três regras: o alimento certo, na hora certa e na quantidade certa!”, explica a nutricionista, que acredita que a escola é uma das grandes parceiras da família na construção de diversos valores, inclusive os alimentares.
Em 2015, o Batista implantou o Serviço de Educação Integral na unidade Floresta, e com ele, o projeto Horta Escolar, um exemplo de ação que visa incentivar e conscientizar as crianças sobre a importância de uma boa alimentação.
Focado nos alunos de 2 a 6 anos, a iniciativa proporciona às crianças uma vivência concreta e prazerosa do estudo das plantas, observando seu crescimento, as variedades de frutas e hortaliças, noções de plantio, sustentabilidade e preservação da natureza.
“Um fato interessante é que as hortaliças e legumes cultivados na horta escolar são usados na alimentação escolar com muito sucesso. Todos querem provar, porque são fruto do trabalho deles”, conta Edi Soares Moura, coordenadora do SEI Plus.
Edi revela que os resultados obtidos nesses anos de Horta Escolar são ótimos, incluindo melhor aceitação das verduras e legumes e conscientização da importância de uma alimentação saudável e nutritiva. “A horta inserida no ambiente escolar torna-se um laboratório vivo, que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas. Unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxilia no processo de ensino, aprendizagem e estreita a relação por meio da promoção do trabalho coletivo”, revela.
Edi destaca ainda que os alunos, mais conscientes da boa alimentação, tornam-se defensores e incentivadores dos bons hábitos em casa. “Os pais apoiam a ideia e acham fantástica a iniciativa! Os alunos levam para casa as mudas produzidas por eles, e junto com a família cuidam até o momento da preparação”, finaliza.
Quantas pessoas conhecemos que vivem distante daquilo que eram seus sonhos e objetivos? Têm esses sentimentos de frustração e acomodação em uma vida que é somente a sombra do que desejavam para si mesmas? A maioria desses indivíduos tem talento e potenciais, mas não sabe como desenvolvê-los, não se sente merecedor e não tem a força interior necessária para fazer acontecer.
*Por Eduardo Shinyashiki
A escola é o primeiro lugar que frequentamos independentes dos pais, onde começamos a desenvolver a consciência das nossas capacidades, escolhas, possibilidades, identidade, confiança e objetivos. É a ponte que liga a infância ao início da vida adulta e de suas infinitas possibilidades.
O desafio da escola é permitir que essa travessia se cumpra de forma saudável e construtiva, equilibrando as exigências de passar conteúdos e conhecimentos, com a necessidade de estimular no aluno a confiança, a autoestima, as competências emocionais e sociais para compreender a si mesmo e, assim, superar os desafios da vida e construir o seu futuro.
A formação do jovem é um direito e um fator estratégico para a sua vida. Ela não se baseia apenas em conhecimentos técnicos e didáticos, mas principalmente, em permitir que obtenha os instrumentos essenciais para administrar mudanças e dificuldades, traçar e realizar objetivos, superar derrotas e frustrações, escolher uma profissão e viver na sociedade de forma autônoma, responsável e feliz.
Mas a instituição de ensino que temos é realmente a escola que pode proporcionar isso? Nela, são construídos os valores que norteiam a vida do ser humano? A escola está passando os conhecimentos fundamentais para o aluno criar seu futuro? Para responder a esses questionamentos, podemos refletir sobre três pontos:
– Permitir ao aluno aprender a pensar: incentivá-lo a questionar e a elaborar as informações, estimular a curiosidade e a perseverança, fortalecer a capacidade de direcionar seus pensamentos naquilo que é importante e manter o foco e a atenção nos seus objetivos;
– Ajudar o aluno a ser ele mesmo: estimulá-lo a descobrir os seus talentos, a se conhecer nas suas emoções e a se realizar nas suas potencialidades, para ir em direção aos seus sonhos com coragem, confiança e respeitar o outro nas suas diversidades;
– O aprendizado acontece quando existe um ambiente acolhedor: um espaço assim, onde o educador e o aluno se abrem para a construção de uma relação verdadeira de confiança, admiração e respeito, permite que a ação educativa aconteça e a motivação seja estimulada.
Quando trabalhamos para integrar essas reflexões, junto à cultura e ao saber, defendemos a escola na sua missão e visão mais profunda de ser o agente educador e social fundamental na nossa vida.
A escola é o elo entre o passado (nossa história) e a experiência atual, entre o patrimônio cultural e a construção do futuro. Cada vez mais, precisamos reconhecê-la como a nossa base, como o meio que pode transformar sonhos em vida.
* Eduardo Shinyashiki é mestre em neuropsicologia, liderança educadora e especialista em desenvolvimento das competências de liderança organizacional e pessoal. Com mais de 30 anos de experiência no Brasil e na Europa.
Psicopedagoga explica como a utilizar a internet como aliada do desenvolvimento infantil.
Não tem jeito, tablets e celulares é presença constante na vida das crianças. A psicopedagoga e fonoaudióloga Sheila Leal, especialista em desenvolvimento infantil explica que estes aparelhos conectados à internet podem ser vilões ou grandes aliados da educação das crianças. “Tudo depende de como os pais se posicionam e das regras colocadas na casa”, conta a especialista, que elenca algumas dicas importantes para os pais.
Sheila conta que o primeiro passo a ser tomado é entender que a internet, celulares, tablets e vídeo games são parte do dia a dia e nos ajudam em muitas coisas. “Tentar proibir crianças de jogarem ou impedi-los de terem acesso à internet pode gerar problemas e defasagem na escola, onde eles terão acesso a tudo isso”, explica, reforçando a importância de valorizar as vantagens da conexão.
2- Limitar o uso para crianças de até 5 anos
Até os 5 anos, o acesso às telas de celulares deve ser restrito, conforme explica a especialista, que reforça as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria. “O ideal é que as crianças de até 2 anos não sejam expostas a esse tipo de tecnologia e brinquem apenas com os brinquedos ideais para cada faixa etária”, conta Sheila. “Entre os 2 e 5 anos, os filhos não devem permanecer mais do que uma hora por dia diante de celulares e tablets com desenhos e jogos. E até os 6 anos, é muito importante estar atento ao conteúdo que a criança assiste: cenas violentas com tiros e lutas podem afetar seu desenvolvimento”, alerta.
O mais importante é sempre ter um adulto mediando esses momentos. É necessário fracionar o uso dos eletrônicos, por exemplo, 30 minutos pela manhã e 30 à tarde, dessa forma diminui a ansiedade da criança.
3- Combinar as regras de forma clara
Com crianças a partir dos 4 anos, já é possível combinar regras. “O importante é definir o que pode e o que não pode com relação a horários e conteúdo, e explicar de maneira bem clara sobre o assunto”, explica Sheila, que destaca a importância de estabelecer punições para as regras que forem quebradas. “Essas punições jamais devem ser físicas, mas podem ser a proibição de algum brinquedo que eles gostem”, sugere.
4- Dar preferência a sites educativos e valorizar pesquisas
Sheila Leal conta que existem muitos sites educativos e com jogos voltados a desenvolver diversas habilidades nas crianças, como noção de espaço ou coordenação. “Tente explorar ao máximo esses jogos e incentive seus filhos a dividirem o que estão aprendendo ou o desafio que estão enfrentando.”
5- Dar o exemplo
Outra dica muito importante é que os pais deem o exemplo em relação ao uso de celular. “Não adianta nada querer que os filhos deixem o telefone de lado se os pais estão o tempo todo olhando as mensagens e as redes sociais”, alerta. Sheila explica que é importante ensinar os filhos a deixarem de jogar ou assistir vídeos na hora da refeição, mas que a mesma atitude deve ser tomada pelos pais. “Aproveite para valorizar o momento com a família, sem interrupções”.
Por fim, a psicopedagoga conclui que a presença dos jogos e aparelhos com acesso à internet dificilmente serão um problema caso os pais tenham o hábito de fazer brincadeiras offline com os filhos. “Desde o começo, tente sempre desenhar, brincar com jogos e ler histórias para eles, assim você garante uma diversidade de estímulos importantes para o desenvolvimento dos filhos, e ensina desde o começo que existem várias formas de aprender e se divertir”, conclui.
O que levar em conta na hora de decidir se vamos trocar nossos filhos de colégio, ou não?
Já disse aqui algumas vezes, que sempre estudei no Instituto Metodista Izabela Hendrix, e amava o colégio. Saí de lá depois de tomar uma bomba no primeiro ano do 2º grau. Foi em física. Aí, decidi fazer o chamado ensino médio com um técnico de secretariado porque já trabalhava como secretária do meu pai no jornal Estado de Minas.
Porém, um pouco antes, tinha resolvido mudar de colégio. Até hoje não sei o que deu na minha cabeça. Acho que foi burrice mesmo. Fui pro Pitágoras – nada contra o colégio –, era o colégio da moda, todo mundo estava indo pra lá e fui também. Fiquei dois meses e voltei correndo pro Izabela. Ninguém conhecia ninguém. Um colégio frio, indiferente. Nem… Gosto de calor humano, relacionamentos.
Enfim, cada aluno se adapta bem em um sistema escolar. Minha irmã estudou no Izabela, no Santo Antonio, no Pitágoras e gostou de todos. A filha de uma grande amiga, lá nos anos 90, estudava no Loyola e teve que sair porque ficou com uma depressão terrível. Não aguentou a pressão. Por outro lado, conheço diversas pessoas e filhos de amigos que estudam lá e amam. Têm turma grande, são excelentes nos estudos. Na Festa de Natal da Jornada Solidária no ano passado foi uma galera do Loyola trabalhar como voluntários.
Cada caso é um caso. Cada um sabe o calo lhe aperta. O que não pode é a criança querer trocar de colégio e os pais não escutarem o que ele diz. É claro que a primeira escolha da escola cabe aos pais que levarão em conta vários aspectos como proximidade com o local onde moram, referencia escolar de onde estudaram, avaliação geral de ser um bom colégio pedagogicamente falando e com um grau de ensino elevado, etc.
Mas depois que o filho já está encaminhado, resta aos pais observarem o andamento dele na vida acadêmica. Uma vez tive que tomar esta decisão. Tirei minha filha do Izabela Hendrix, onde ela estava desde o maternal 2, e passei para o Edna Roriz. Fiz isso porque o Izabela não soube alfabetizar as crianças no pré-primário com a teoria piagetiana que estavam implantando. Quem sofreu foram as crianças. Minha menina começou a ficar traumatizada e sofrendo bulling, tinha que dar um jeito nisso.
Ela detestou a turma do Edna, mas a didática do colégio foi excelente. Com dois meses lá ela me disse que era inteligente e não sabia. Nunca esqueci estas palavras. Soaram como mel nos meus ouvidos. Ficou por lá dois anos. Sei que foram anos sofridos para ela, mas necessários. Depois, voltou para o Izabela. Hoje, é formada em duas faculdades: arquitetura e teologia. Adora ler, é estudiosa, aplicada, responsável. Chega de falar, porque vão dizer que sou mãe coruja, mas quem a conhece sabe que estou falando a verdade.
Segundo Ronaldo Yungh, diretor do Colégio Visão em Goiás, o importante é avaliar, entre vários aspectos, fatores distintos do dia a dia dos jovens, como o relacionamento entre os colegas de classe. A pedagogia voltada para novos ares, além do ambiente escolar, também devem ser levados em conta na hora de optar por uma instituição de ensino. “O ideal é que a criança veja, e não os pais, se ela está satisfeita com aquele sistema de ensino. A partir da avaliação dela, os pais devem observar o comportamento”, ressalta o pedagogo, ao abordar que um dos fatores que mais ocasiona a troca de instituição é a mudança de endereço da família, fazendo com que os filhos fiquem o mais próximo de casa.
De acordo com Ronaldo, o comportamento leva a alguns indícios para os responsáveis saberem se os filhos estão satisfeitos ou não. “Muitas vezes, a criança ou o adolescente chega em casa já contando sobre a vivência dos alunos, do relacionamento com os professores, das atividades realizadas. Demonstra interesse e entusiasmo pelas atividades do dia a dia”. Para o pedagogo, até mesmo a insatisfação dos profissionais de ensino é um ponto a ser ressaltado, já que o aluno tende a se inspirar muito no que o professor fala.
O especialista diz que a troca de ambiente escolar, para os alunos que não estão satisfeitos, pode ser uma motivação, e não uma desvantagem, como veem muitos pais, já que a mudança de ares pode indicar novas ideias, no caminho para um trabalho melhor.
O que um pai não deve fazer é, percebendo que seu filho vai mal nos estudos, que o colégio está muito forte para ele, é insistir em mantê-lo ali. Isso só vai desestimulá-lo, provavelmente será vítima de bulling pelos colegas e ainda correrá o risco de tomar bomba. Fiquem atentos, a hora é agora.
O pedestre quer que os carros parem no meio quarteirão para ele atravessar.
Constantemente me perguntava isso. Sempre invejei – no bom sentido – os países onde carros param para os pedestres atravessarem as ruas com segurança. Acho o máximo da educação e respeito. E tinha certeza absoluta que isso seria algo completamente utópico no Brasil.
Meus avós moravam em Brasília, meu tio e primos também. Por isso, passei muitas férias por lá, na minha adolescência. E sempre voltava lá. Brinquei muito naqueles gramados nas quadras residenciais, já subi muito em árvore – o que era proibido, mas fazíamos assim mesmo. Corrigindo, meus primos subiam muito em árvore. Eu ficava em baixo olhando. Sempre fui gordinha e não dava conta. Podem rir.
Certa vez, cheguei a Brasília para as férias com a minha mesada e fomos ao mercadinho perto da casa da minha vó. Comprei umas faquinhas, tipo canivete, e dei de presente pros primos e pros amigos. Do lado da casa de vó tinha uma árvore que soltava uma seiva leitosa, que virava borracha. Não deu outra, todo mundo subiu na árvore e com as faquinhas começaram a cortar e colher o leite para fazermos bolinhas de borracha para brincar. Tinha um galho bem baixinho que deixaram pra mim. Sentei nele como se monta em um cavalo.
Jogava a faquinha, ela fincava na árvore, eu puxava e o leite escorria. Era uma aventura. Estava no céu, pela primeira vez tinha subido em uma árvore. Tá certo que o galho ficava a um metro do chão, mas pra mim era muito. Sentia como se tivesse escalado o Everest. Minha bolinha estava maior que uma bolinha de gude quando, de repente, em vez da faca entrar na árvore, entrou no meu joelho, arrancou um pedaço e caiu no chão. O sangue jorrava. Chorei demais e não sabia se chorava mais da dor ou do medo do meu avô, porque tinha certeza que ele ia me xingar muito, ou me bater – eu estava sozinha, meus pais estavam aqui trabalhando.
Quando ele viu, ralhou comigo, colocou um algodão com esparadrapo e nos colocou de castigo, porque o que fazíamos era proibido e ele poderia receber uma baita multa. O corte e o buraco que tinha feito no meu joelho foi tão grande que precisaria de pontos, mas a raiva de vô foi tão grande que ele nem pensou nisso. Tenho a cicatriz até hoje.
Contei tudo isso para dizer que em Brasília eles sempre tiveram muito respeito pelos jardins da cidade e pelo cidadão. Tanto é, que há alguns anos o jornal Correio Braziliense lançou uma campanha para que os carros parassem nas faixas de pedestres, quando esses quisessem atravessar. A cidade abraçou a campanha. Deu muito certo. Quando retornei à cidade fiquei impressionada. Se um pedestre chega na faixa e faz sinal, todos os carros param para ele atravessar. Fiquei tão orgulhosa.
Pouco tempo depois começa a mesma campanha em BH. Infelizmente, não pegou com tamanha força, e fiquei me perguntando o por quê. Agora eu descobri. São dois os motivos: o primeiro é porque nem todos os motoristas param, alguns, infelizmente não respeitam os pedestres, porém este é o menor dos motivos, pois se o segundo motivo funcionasse direito, com o tempo esses motoristas mal educados acabariam se rendendo à educação.
O segundo motivo é que os pedestres ouvem o galo cantar e não sabem onde. Eles Esquecem de um pequeno detalhe da campanha: os pedestres têm que atravessar na faixa! Vira e mexe vejo pessoas atravessando no meio do quarteirão, em qualquer lugar, e querendo que os carros parem. Assim não dá. Outros, chegam na faixa e vão atravessando sem sinalizar, o que também fica bastante perigoso. E ainda têm aqueles que, em esquinas com sinal, que mesmo com o sinal fechado para eles e aberto para os carros, querem que os carros parem para eles atravessarem. Não é assim que as coisas funcionam. Quando existe sinal, é ele quem comando o trânsito.
Enfim, basta bom senso e respeito às leis que, com certeza, a campanha de respeito aos pedestres funcionará por aqui também.
Se no lugar do brinquedo você encher a criança de amor, presença e diversão, tenho a impressão de que o efeito será melhor.
Coisa boa é criança. Alegra uma casa e uma família inteira, traz um novo colorido à vida. Uma vez alguém me disse, não me lembro quem, que se uma pessoa não gosta de criança ou de animal é para abrir o olho, porque boa coisa não é. Pura verdade. Um ser humano que não gosta de criança nem de animal é para ficar com os dois pés atrás. São dois seres puros de coração, indefesos e para alguém não gostar de nenhum dos dois… Sei não… Tem gente que não gosta de bicho, mas é doido com criança e tem gente que não é chegado em criança, mas, por outro lado, gosta muito de animais, aí uma coisa compensa a outra, mas não gostar de nenhum deles me deixa com uma pulga enorme atrás da orelha.
Hoje é comemorado o Dia das Crianças. Um dia lindo, pois celebra a idade da pureza de coração. E como esses pequenos se divertem com todas as atenções voltadas para eles. É sabido que este dia foi criado pelo comércio para vender brinquedos, mas, em tempos de crise, se no lugar do brinquedo você encher a criança de amor, presença e diversão, tenho a impressão de que o efeito será melhor do que um belo brinquedo. Mesmo porque, na vida corrida que os pais têm, o que os filhos menos recebem é a presença integral de quem eles mais amam e, acredito, trocariam um dia inteiro com os pais por conta deles, sem ter que dividir com celular, trabalho etc. Já que falei de tempo e presença, quero comentar uma cena que vi há uns dois anos em uma festa de criança: um casal chegando com três filhos de idades variadas e cada um deles com uma babá. Fiquei pensando que horas os meninos devem ficar com seus pais, que devem trabalhar durante a semana, e no fim de semana os deixam com as babás.
Outro ponto importante que gostaria de abordar neste Dia das Crianças é a educação. Tenho a Bíblia como uma referência na minha vida, e ela traz um versículo muito lindo e importante sobre a educação dos filhos que devemos prestar atenção. Na minha opinião, por uma questão de sabedoria, deveríamos seguir e aplicar na prática: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”, está em Provérbios 22:6. A criação é que faz de cada um o que será e como será. Tudo que se ensina a uma criança ela aprende e guarda. Hoje, vemos vários adolescentes, que são jovens adultos, que não querem levar nada a sério, porque os pais não educaram direito, não colocaram limites ou educaram da forma que achavam certo, e aí, paciência. A escola da permissividade e o discurso de que não pode corrigir levaram os pais a se perderem no caminho da educação e deixaram para o colégio fazer o papel que era deles. Não deu certo, pois escola não educa, ensina.
Fico pensando se não é por essa demora no amadurecimento que os jovens estão se casando mais tarde. Antes, tínhamos filhos com 23, 25 anos, quando o primeiro filho chegava aos 28 ou 30 anos era considerado tarde, hoje os primeiros filhos nascem quando a mãe está com 34 anos ou mais. Teve uma mudança na sociedade e penso que pode ser porque os jovens querem aproveitar mais a vida ou querem se casar com a vida mais estabilizada. Não sei responder. Fica a divagação. Estou aberta a opiniões.
O fato é que as crianças de hoje estão muito mais espertas e inteligentes do que éramos. Penso que é a tão conhecida evolução da espécie. Delicio-me conversando com os pequenos de hoje. São papos com conteúdo, nada infantilizado. Outro dia, uma menina de 9 anos me deu uma aula de como mexer no meu iPhone. Ensinou-me recursos que nunca pensei que existissem no telefone. Minhas sobrinhas-netas mexem no iPad e jogam meus joguinhos melhor que eu, desde que tinham 3 anos de idade. É surpreendente. A mente dessas crianças é uma esponja virgem pronta e ansiosa para absorver tudo o que é ensinado, por isso temos que ter muito cuidado e responsabilidade com o que passamos para elas, e nas mãos de quem vamos deixá-las, pois é impossível ficar com elas em tempo integral, já que pais precisam trabalhar.
Por essas e outras, curtam o dia de hoje com seus filhos, se esbaldem, eles vão amar.