Educação transforma sonhos em vida

Quantas pessoas conhecemos que vivem distante daquilo que eram seus sonhos e objetivos? Têm esses sentimentos de frustração e acomodação em uma vida que é somente a sombra do que desejavam para si mesmas? A maioria desses indivíduos tem talento e potenciais, mas não sabe como desenvolvê-los, não se sente merecedor e não tem a força interior necessária para fazer acontecer.

*Por Eduardo Shinyashiki

A escola é o primeiro lugar que frequentamos independentes dos pais, onde começamos a desenvolver a consciência das nossas capacidades, escolhas, possibilidades, identidade, confiança e objetivos. É a ponte que liga a infância ao início da vida adulta e de suas infinitas possibilidades.

O desafio da escola é permitir que essa travessia se cumpra de forma saudável e construtiva, equilibrando as exigências de passar conteúdos e conhecimentos, com a necessidade de estimular no aluno a confiança, a autoestima, as competências emocionais e sociais para compreender a si mesmo e, assim, superar os desafios da vida e construir o seu futuro.

A formação do jovem é um direito e um fator estratégico para a sua vida. Ela não se baseia apenas em conhecimentos técnicos e didáticos, mas principalmente, em permitir que obtenha os instrumentos essenciais para administrar mudanças e dificuldades, traçar e realizar objetivos, superar derrotas e frustrações, escolher uma profissão e viver na sociedade de forma autônoma, responsável e feliz.

Mas a instituição de ensino que temos é realmente a escola que pode proporcionar isso? Nela, são construídos os valores que norteiam a vida do ser humano? A escola está passando os conhecimentos fundamentais para o aluno criar seu futuro? Para responder a esses questionamentos, podemos refletir sobre três pontos:

– Permitir ao aluno aprender a pensar: incentivá-lo a questionar e a elaborar as informações, estimular a curiosidade e a perseverança, fortalecer a capacidade de direcionar seus pensamentos naquilo que é importante e manter o foco e a atenção nos seus objetivos;

– Ajudar o aluno a ser ele mesmo: estimulá-lo a descobrir os seus talentos, a se conhecer nas suas emoções e a se realizar nas suas potencialidades, para ir em direção aos seus sonhos com coragem, confiança e respeitar o outro nas suas diversidades;

– O aprendizado acontece quando existe um ambiente acolhedor: um espaço assim, onde o educador e o aluno se abrem para a construção de uma relação verdadeira de confiança, admiração e respeito, permite que a ação educativa aconteça e a motivação seja estimulada.

Quando trabalhamos para integrar essas reflexões, junto à cultura e ao saber, defendemos a escola na sua missão e visão mais profunda de ser o agente educador e social fundamental na nossa vida.

A escola é o elo entre o passado (nossa história) e a experiência atual, entre o patrimônio cultural e a construção do futuro. Cada vez mais, precisamos reconhecê-la como a nossa base, como o meio que pode transformar sonhos em vida.

 

* Eduardo Shinyashiki é mestre em neuropsicologia, liderança educadora e especialista em desenvolvimento das competências de liderança organizacional e pessoal. Com mais de 30 anos de experiência no Brasil e na Europa.

Como lidar com a frustração de um ano sem muitas realizações

Foto Excellence Studio
Foto Excellence Studio

Nos últimos meses do ano muitos se desesperam pensando no que ainda não conquistou!

O fim do ano se aproximando, para muitos é momento de renovação e alegrias. As luzes natalinas trazem consigo o símbolo do renascimento. É hora de agradecer as conquistas ou simplesmente o fato de que vivemos mais um ano.

Essas datas comemorativas despertam na maioria das pessoas o desejo de mudança e de realização. Um novo ano se inicia e com ele as promessas em relação a transformar sonhos em realidades. Isso se dá por vários fatores, entre eles está o fato que nesses momentos estamos bastante reflexivos e envolvidos num estado emocional de grande expectativa e esperança.

Porém, nem todas as pessoas têm esse sentimento festivo no fim do ano. Muitos não gostam dessas datas, já que as mesmas remetem a alguma lembrança dolorosa do passado. Outros sentem saudades daqueles que não estão mais presentes. Outros ainda se sentem frustrados por tantas promessas que ficaram no meio do caminho.

Quando empolgados fazemos listas enormes de desejos. Prometemos que vamos ganhar mais dinheiro, mudar de emprego, emagrecer, comprar uma casa, casar, ser um pai melhor, um filho mais dedicado etc.  São muitas promessas, todas misturadas e sem prazos definidos. Queremos agora!

Hilda Medeiros/ Divulgação
Hilda Medeiros/ Divulgação

O querer infantil, sem um plano detalhado, não permite tempo necessário entre o plantio e a colheita. É aí que entra em cena mais uma vez o fator frustração. Passada a empolgação dos primeiros quinze dias de janeiro, temos que lidar com a realidade de muitos afazeres e ainda assimilar os novos desafios. Sem organização e persistência, desistimos. Felizmente algumas pessoas conseguem levar os seus objetivos até o fim e têm o prazer de comemorar a vitória. Mas, por que a maioria para no meio do caminho?

Fazer a lista do que se quer é fácil, toma pouco tempo e exige o mínimo esforço. No entanto, colocar em prática até chegar no resultado desejado é um trabalho árduo, que exige dedicação e muitas vezes sacrifícios. Para colocar um plano em ação é preciso muito mais do que palavras no papel. É necessário comprometimento e um real valor agregado, capaz de nos impulsionar todas as vezes que sentimos vontade de desistir.

É importante saber o que queremos e, principalmente, o que verdadeiramente nos motiva a conseguir. Qual é o propósito por trás do objetivo desejado. Sabendo exatamente o porquê se quer, o próximo e mais importante passo é agir. Sem atitude o sonhador viverá numa eterna utopia. Para agir é fundamental ter sabedoria e conhecimento para colocar o plano de ação numa ordem correta e organizada, como num game, que o primeiro passo leva ao seguinte e assim sucessivamente. É na ação específica que conseguimos progredir na direção do que queremos.

Algumas vezes dizemos para nós mesmos que queremos muito alguma coisa, mas não estamos dispostos a fazer o necessário para conseguir. Outras vezes temos um desejo fraco, sem alma, esses também não se sustentam. Para agir é preciso saber o que fazer. Quando imaginamos uma meta muito grandiosa, ela pode parecer assustadora, fazendo com que nem comecemos deixando o propósito no meio do caminho. São as minimetas que fazem com que algo grandioso aconteça.

É hora de deixar para trás as frustrações por aquilo que não foi feito e vislumbrar estratégias diferentes para o novo que se aproxima.

Hilda Medeiros – coach e terapeuta