A inteligência do seu filho

Gosto do Leandro Karnal, tenho que confessar que prefiro Mário Cortela, mas posto hoje um artigo muito bom do Karnal, publicado no Estadão de São Paulo, em abril, sobre a inteligência dos filhos. Tenho que confessar que não concordo com seu primeiro parágrafo, farei minha consideração entre parênteses para que saibam que trata-se da minha opinião. Segue o artigo.

Leandro Karnal, O Estado de S. Paulo

Há que se ter humildade e paciência. Se urge incluir o lúdico, é imperativo estabelecer o exemplo.

Leandro Karnal. Foto Jair Magri

Há uma preocupação forte dos pais com a inteligência dos filhos. Antes bastava amar, vacinar e alimentar. (Esta parte eu não concordo, meus pais sempre preocuparam com nossa inteligência e nossa educação acadêmica, bem como os pais de meus amigos. Sinceramente não sei com quem Karnal conviveu…). Hoje temos de estimular de consciência hídrica até desenvolvimentos de habilidades cognitivas avançadas.
Existe razão na preocupação. Por milhões de anos, o poder na sociedade foi determinado pela força física. O macho alfa hábil nas armas era o líder natural. A força física perdeu muito espaço para o poder econômico. A riqueza passou a determinar o status social das pessoas. Os guerreiros de outrora passaram a ser guarda-costas dos senhores endinheirados. Redefiniu-se a pirâmide social.
Crescendo rapidamente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e disparando com a revolução dos computadores e softwares no fim do século 20, despontou de vez o critério da inteligência. Os homens mais influentes deixaram de ser os construtores de ferrovias ou produtores de aço. Criadores como Bill Gates e Steve Jobs eram o máximo da admiração mundial e tornaram-se parte da elite dos multibilionários. O novo empreendedor é o homem das ideias novas, das rupturas de paradigmas, da criação inquieta como eixo. Considere o celular de hoje. Com que parcela do lucro fica o criador do software, do design e da inovação tecnológica? Com qual fica a fábrica na Ásia? Por fim, qual o quinhão de quem aplicou força física como operário? Ao responder a essas questões teremos a completa noção da metamorfose.
O crescimento da inteligência desperta o sinal de alerta dos pais. Será que meu filho está apto ao admirável mundo novo? Será que a escola está adequada? Por que ele não lê mais? São perguntas justas e lícitas.
Primeiramente façamos uma distinção básica. Saber dados constitui informação que pode tornar uma pessoa culta. Erudição é um treinamento que não implica muita inteligência, apenas memória e repetição. O processo leva anos, mas é mais ou menos padronizado e eficaz. A inteligência está associada à capacidade de criar, associar, comparar, inovar, relacionar e dar aos dados formais da erudição um sentido novo. Há pessoas cultas que não são inteligentes. Há pessoas muito inteligentes que não são cultas.
A busca para incrementar a inteligência dos filhos leva a crenças variadas. Não existem estudos irrefragáveis sobre o efeito da música de Mozart no quarto de um bebê. Pense: os filhos de Mozart tinham seus genes e cresceram ouvindo o pai. Ambos foram medíocres na sua produção. Imaginar que sua caixinha de música tenha efeito superior ao próprio Mozart tocando é algo fantasioso. Porém, o ambiente tranquilo e com música pode ajudar a relaxar. Dormir bem será fundamental na formação do cérebro.
A inteligência pode ser estimulada. Ler para crianças com paixão e fantasia, levá-las a atividades culturais, estimular a criatividade, ensinar línguas e instrumentos musicais são, comprovadamente, fatores estimulantes de mais conexões cerebrais. O importante é não forçar ou tornar a leitura ou o teatro uma obrigação formal. O caminho preciso para criar ódio de um aluno por um livro é forçá-lo a ler e fazer prova. Da mesma forma, já disse em outra crônica, fazer um percurso de horas em um museu é caminho bom para sepultar a análise estética de um jovem ser.
O exemplo funciona bem. Pais lendo com prazer e comentando algo do que leram ou admirando um quadro especial em uma exposição é mais eficaz do que a formalidade educacional. Piaget tinha razão: o lúdico é a chave educativa mais forte.
O ponto central de toda influência é permitir que os jovens façam a vinculação afetiva com os portadores de conhecimento.
Na minissérie Merlí, o professor de Filosofia faz uma pergunta na primeira aula e ouve uma resposta do pior aluno, aquele que havia repetido duas vezes de ano. Ouve e elogia: você é meu aluno preferido a partir de agora. O simples estímulo intelectual refez a visão da personagem Pol Rubio, que acabará orientando toda sua carreira futura a partir desse encantamento inicial.
No melhor estilo da personagem infantil do Show da Luna, despertar a curiosidade científica é fundamental. Boas perguntas sobre o funcionamento das coisas e idas a museus de ciências funcionam como estratégia. Como o peixe respira debaixo da água? Por que o gelo derreteu em um copo cheio até a borda e não existiu transbordamento? Também a curiosidade sociológica e humanística estimula o olhar. Por que há pessoas dormindo na rua e nós temos quartos bons? Não se trata de moldar seu filho a ideias conservadoras ou de esquerda, mas fazê-lo perguntar, a partir de um óbvio socrático, para entender a estrutura das coisas e do mundo.
Por fim, minha querida mãe e meu estimado pai: não sejam ansiosos. Existe um tempo e hora para tudo. Não temos poder absoluto sobre as pessoas e seus cérebros. O “estalo de Vieira”, a velha lenda de que um emburrado e medíocre aluno, um dia, despertou para o latim e a oratória e se tornou nosso genial Padre Vieira pode ocorrer. Há muitos estalos possíveis na vida. Devemos lembrar que nem todos os pais que clamam por mais leituras dos rebentos foram exatos devoradores de livros na mesma idade. Há que se ter humildade e paciência. Se urge incluir o lúdico, é imperativo estabelecer o exemplo.
Claro: os velhos valores ainda existem: alimentar, vacinar, cuidar. O resto vai do cruzamento da maquiavélica virtù com a fortuna. Há algo de aleatório no interesse e no despertar da inteligência criadora. Ela pode brotar longe do solo ideal como em Machado de Assis e rarear em filhos tratados com todas as benesses do dinheiro. Boa semana para todos nós.

Divórcio X Alienação Parental

Hoje, publico um artigo do advogado de família Paulo Eduardo Akiyama, sobre divórcio, filhos e alienação parental.

Ao longo dos anos que acompanhamos pais (pai e mãe) com problemas de guarda de seus filhos, prática de alienação parental, litígios intensos, processos intermináveis, há sempre um ponto de congruência, a animosidade entre eles.

É nítido nestes casos mais calorosos que o divórcio ou a separação do casal foi traumático, um total desastre que levou à falência do relacionamento. Nestes casos, sempre há uma discussão em relação aos bens do casal, onde uma parte entende que a outra não merece participar com o quinhão que lhe pertence, incluindo nesta discussão a guarda dos filhos. A discussão sempre parte de ambos, pois, é a forma de atingir um ao outro, pelos bens materiais.

Em diversos processos de guarda de menores, há a citação de que o pai ou a mãe não está cumprindo com a divisão dos bens, ou seja, sempre surge uma discussão em razão de valores.

Quando no processo de divórcio a guarda dos filhos provisoriamente fica a cargo da mãe (99% dos casos), estabelece-se uma verba de alimentos provisória, devendo o pai ser o provedor de tal valor.

É muito comum também o genitor usar o argumento de que o valor determinado para alimentos é exagerado e que não vai dar dinheiro para manter luxos da ex-esposa. Ou seja, como já dito, uma discussão insana e insensata por ambos e que acaba por atingir os filhos e expor ao perigo de sofrerem alienação parental, tanto pela parte de um como do outro.

O livro Ainda somos uma família da escritora Lisa René Reynolds, nos ilumina com casos reais quando em Connecticut, nos Estados Unidos, iniciou o programa PEP – Programa de Educação Parental, um curso ministrado pela escritora a inúmeros casais em processo de separação.

As experiências relatadas, vividas por pessoas de diversas etnias, religião, idades, faixas socioeconômicas, descevem inúmeras situações, diversas e particulares a cada caso, porém, as questões essenciais sempre são comuns entre elas.

Constata-se que, na maioria dos casos de separação de casais, as vitimas são as crianças. Foram elaboradas pesquisas nos Estados Unidos que demonstram que os filhos de pais separados sempre foram afetados de forma negativa pela separação dos pais.A mudança que ocorre, por ocasião da separação dos casais, alterando o meio de convivência familiar, por si só, afeta demais os filhos.

Saibam, aqueles que estão se separando ou se separaram, e vivem enorme conflito, litigio que seus filhos já sofreram muito com a separação do casal, principalmente pela sensação de terem perdido a família. Este sentimento de perda é o mais doloroso dos sentimentos para os filhos, superando em muito a necessidade de adaptação à nova situação de papai e mamãe não morarem mais juntos e ainda, com a certeza de que conviverão em um ambiente de tristeza que acompanha a separação do casal.

Esta perda, ou seja, a sensação de ter perdido a família, acaba sendo uma espécie de luto para os filhos, sensação de vazio, da falta daquele que não mais estará presente no dia a dia (pai ou mãe – dependendo de quem terá a guarda provisória).

Se o casal, na sua separação, não conseguir visualizar que seus filhos não se separam deles e que continuarão sendo pais, torna a situação ainda pior para que seus filhos superem a tristeza que lhes envolve. Sentem os filhos, que a separação dos pais é o término de um de seus mundos.

É comum, em um litigio de divórcio e guarda de filhos, os pais quererem especular, com os filhos o que o ex-conjuge tem feito. As crianças se sentem usadas como sendo espiões, fofoqueiros, criando assim, mais um conflito psicológico.

A separação vai alterar a dinâmica familiar, porém o que não muda é que pai e mãe não extinguem a relação deles com seus filhos. Continuarão sendo o alicerce de seus filhos, o exemplo que eles se espelharão. Portanto, se decidiu se separar, por mais penoso que seja a separação, coloque como meta que você (pai e mãe) deverá construir uma nova rede de relacionamento com seus filhos e que esta será a sua nova família.

As experiências vividas por casais que, ao decidirem sobre a separação, buscam orientações psicológicas para lidar com a situação, resultam em um processo dinâmico de divórcio, de resolução da guarda dos filhos, da convivência entre filhos e pais separados, de relacionamento maduro e objetivo na busca de educar e amparar os filhos. Nestes casos, inclusive, a divisão de bens acaba por se resolver de forma pacífica, visto que, deixa de ser o objeto usado para o início da guerra judicial.

Quando as partes entendem que não há como reatar, não há culpa, pois deixaram um de conhecer o que o outro demonstrou anteriormente, entenderão que, o melhor para ambos é cada um viver a sua própria vida, e ambos, viverem a vida de seus filhos, ou seja, dedicarem-se aos filhos, mesmo que separados. Proporcionarem aos filhos o máximo que poderão proporcionar na condição de pais separados. Conviverem com seus filhos o máximo que puderem de forma sadia.

Alienar parentalmente as crianças em função de um divórcio mal resolvido, não é a solução, pois as vitimas são seres humanos que não pediram para estar neste campo de batalha e muito menos pediram para serem usadas como objetos por parte de seus pais insatisfeitos.

*Paulo Eduardo Akiyama é formado em economia e em direito e atua com ênfase no direito empresarial e de família.

 

Ser mãe, sem culpa

Madalena com o filho José Antônio
Magdalena com o filho José Antônio

Ser mãe é delicioso, mas não é fácil, e carregamos, sem necessidade, uma grande parcela de culpa.

De vez em quando me deparo com alguns textos muito legais nas redes sociais. Outro dia foi um desabafo de um amigo sobre o que é ser um verdadeiro companheiro, em seguida, minha amiga Magdalena Ribeiro nos presenteou com um texto sobre ser mãe.

Achei muito apropriado para a época que estamos vivendo, não só por ter sido postado no mês de maio – mês que se comemora o dia das mães – mas por abordar muito bem o ritmo da vida atual. Guardei para publicar hoje, pertinho do Dia das Mães, para começar a homenagem a todas nós.

“Você acorda atrasada e se esquece de dar um beijo de bom dia no seu filho. O outro acorda chorando e assim permanece por um bom tempo. Ele não toma o leite, você não toma café. Escondida no banheiro, você chora todo o seu cansaço e suas incertezas, sem entender onde está errando, se sentindo sozinha, se sentindo uma péssima mãe, uma péssima pessoa.
Não, eu não instalei uma câmera na sua casa. Simplesmente, quero que você saiba que isso acontece com outras mães também.
Ser mãe é algo que demanda muito da mulher: demanda o tempo, o sono, a paciência, o colo, o corpo, a psique, a libido…. O desgaste é físico e mental. Não é tão belo quanto mostra aquela propaganda na TV. A vida com filhos é insana, mas não desistimos dela, não podemos desistir.
Todas nós temos nossos defeitos, nossas falhas. Somos humanas. Erramos muitas vezes, não por falta de vontade ou negligência, mas por não saber qual o jeito certo, qual a melhor forma de se educar. Alguém sabe se existe manual? Eu sei, NÃO EXISTE!! Procurei muito.

Magdalena e eu, na década de 1970
Magdalena e eu, na década de 1975 ou 76

E quando nossas tentativas não têm um bom desfecho, achamos que falhamos e nos sentimos mal.
Mas eu preciso te dizer algumas verdades sobre esse negócio de a gente se sentir uma péssima mãe.
1. Um dia ruim não arruína a infância inteira de seus filhos: Com toda certeza, você se lembra da sua mãe te dando bronca, das punições. Mas se eu pedir para você se recordar de você quando pequena, vai se lembrar de brincadeiras, de momentos bons. São eles que aparecem em maior quantidade em nossas vidas. E são neles que devemos focar. Todos temos dias ruins, fechados. Mas não são eles que vão arruinar o tempo de criança de seus filhos.
2. Seus defeitos não te definem: Você pode ter perdido a paciência, pode ter mudado o tom de voz, pode ter colocado seu filho de castigo por um motivo besta, pode, de fato, ter errado. Mas isso não faz de você este erro. Você é feita de alguns defeitos e muitas, muitas qualidades. Pergunte ao seu filho o que ele mais gosta em você! Pergunte a ele o que você faz de melhor. Isso sim é o que te resume! É essa mãe que seu filho vai se recordar. Ele jamais vai dizer que você é uma péssima mãe – a não ser que esteja bravo, daí não conta. Saiba que você é a melhor mãe que seus filhos poderiam ter.
3. Saber que errou faz de você uma excelente mãe: A partir do momento em que entendemos que falhamos, estamos nos tornando melhores. Não enxergar que o que fizemos não foi legal é estar cega para o problema. Quando estiver mais calma, pense em como você poderia ter feito diferente. Numa próxima oportunidade, se sairá melhor. Tenha certeza!
4. Não acredite na internet: Não se deslumbre com a pia limpa daquela amiga logo após o jantar – o restante da casa deve estar um caos, pode apostar. Não se impressione com os passeios em família todos sorridentes – eles também tiveram dificuldades para entrar no carro e passaram vergonha no restaurante. Não seja seduzida pelos conselhos do grupo de mães – todo mundo adora dar um pitaco. Não se sinta uma péssima mãe com a receita maravilhosa que a moça postou – tenha certeza que ela preparou aquilo enquanto um filho chorava e o outro estava com a cara enfiada no tablet. Somos todas lindas e perfeitas na internet! Até você quando resolveu postar aquela foto linda da brincadeira que vocês finalmente fizeram.
5. É fase… E fases passam mais rápido do que imaginamos. Esse é o pensamento mais chato, mas o mais sensato da vida pós-filhos. A gente se cansa, vive como um zumbi, e depois sente falta da vida com um recém-nascido. Passamos os dias catando brinquedos jogados, depois brigamos para que eles brinquem um pouco. A gente se estressa com a vida escolar do filho, e depois sente falta de quando sabia tudo o que ele precisava fazer. A maternidade é feita de fases, de descobertas. O novo assusta e nos põe em xeque. A melhor coisa a fazer é aproveitar, focar nos momentos bons e, se errarmos, pedimos desculpas – nem que seja a nós mesmas – e seguimos em frente. A vida de mãe não pode parar! E nunca para. Eles crescem, saem de casa, dizem que já são donos de suas vidas (como se algum dia você tivesse tomado posse de suas vidas), mas você continua cuidando deles.
Não é fácil, mas é muito gostoso. Tem cada surpresa! Ter me tornado mãe me faz uma pessoa melhor todo dia.”

Salvar

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Feliz Dia das Crianças

childrens-daySe no lugar do brinquedo você encher a criança de amor, presença e diversão, tenho a impressão de que o efeito será melhor.

Coisa boa é criança. Alegra uma casa e uma família inteira, traz um novo colorido à vida. Uma vez alguém me disse, não me lembro quem, que se uma pessoa não gosta de criança ou de animal é para abrir o olho, porque boa coisa não é. Pura verdade. Um ser humano que não gosta de criança nem de animal é para ficar com os dois pés atrás. São dois seres puros de coração, indefesos e para alguém não gostar de nenhum dos dois… Sei não… Tem gente que não gosta de bicho, mas é doido com criança e tem gente que não é chegado em criança, mas, por outro lado, gosta muito de animais, aí uma coisa compensa a outra, mas não gostar de nenhum deles me deixa com uma pulga enorme atrás da orelha.

Hoje é comemorado o Dia das Crianças. Um dia lindo, pois celebra a idade da pureza de coração. E como esses pequenos se divertem com todas as atenções voltadas para eles. É sabido que este dia foi criado pelo comércio para vender brinquedos, mas, em tempos de crise, se no lugar do brinquedo você encher a criança de amor, presença e diversão, tenho a impressão de que o efeito será melhor do que um belo brinquedo. Mesmo porque, na vida corrida que os pais têm, o que os filhos menos recebem é a presença integral de quem eles mais amam e, acredito, trocariam um dia inteiro com os pais por conta deles, sem ter que dividir com celular, trabalho etc. Já que falei de tempo e presença, quero comentar uma cena que vi há uns dois anos em uma festa de criança: um casal chegando com três filhos de idades variadas e cada um deles com uma babá. Fiquei pensando que horas os meninos devem ficar com seus pais, que devem trabalhar durante a semana, e no fim de semana os deixam com as babás.

Outro ponto importante que gostaria de abordar neste Dia das Crianças é a educação. Tenho a Bíblia como uma referência na minha vida, e ela traz um versículo muito lindo e importante sobre a educação dos filhos que devemos prestar atenção. Na minha opinião, por uma questão de sabedoria, deveríamos seguir e aplicar na prática: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”, está em Provérbios 22:6. A criação é que faz de cada um o que será e como será. Tudo que se ensina a uma criança ela aprende e guarda. Hoje, vemos vários adolescentes, que são jovens adultos, que não querem levar nada a sério, porque os pais não educaram direito, não colocaram limites ou educaram da forma que achavam certo, e aí, paciência. A escola da permissividade e o discurso de que não pode corrigir levaram os pais a se perderem no caminho da educação e deixaram para o colégio fazer o papel que era deles. Não deu certo, pois escola não educa, ensina.

Fico pensando se não é por essa demora no amadurecimento que os jovens estão se casando mais tarde. Antes, tínhamos filhos com 23, 25 anos, quando o primeiro filho chegava aos 28 ou 30 anos era considerado tarde, hoje os primeiros filhos nascem quando a mãe está com 34 anos ou mais. Teve uma mudança na sociedade e penso que pode ser porque os jovens querem aproveitar mais a vida ou querem se casar com a vida mais estabilizada. Não sei responder. Fica a divagação. Estou aberta a opiniões.

O fato é que as crianças de hoje estão muito mais espertas e inteligentes do que éramos. Penso que é a tão conhecida evolução da espécie. Delicio-me conversando com os pequenos de hoje. São papos com conteúdo, nada infantilizado. Outro dia, uma menina de 9 anos me deu uma aula de como mexer no meu iPhone. Ensinou-me recursos que nunca pensei que existissem no telefone. Minhas sobrinhas-netas mexem no iPad e jogam meus joguinhos melhor que eu, desde que tinham 3 anos de idade. É surpreendente. A mente dessas crianças é uma esponja virgem pronta e ansiosa para absorver tudo o que é ensinado, por isso temos que ter muito cuidado e responsabilidade com o que passamos para elas, e nas mãos de quem vamos deixá-las, pois é impossível ficar com elas em tempo integral, já que pais precisam trabalhar.

Por essas e outras, curtam o dia de hoje com seus filhos, se esbaldem, eles vão amar.

Isabela Teixeira da Costa