Colégio Batista Mineiro ensina alunos a ter uma alimentação saudável e equilibrada e tem horta escolar para estimular as crianças.
Outubro é um mês voltado para a saúde alimentar. Dia 11 é o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade e dia 16, é a vez do Dia da Alimentação. Especialistas estão cada vez mais empenhados em disseminar a importância e necessidade de educar as crianças sobre os hábitos alimentares. O que pode parecer uma conversa nova, já é papo antigo no Colégio Batista, em BH.
Um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade, que já era preocupante pelo crescimento dos casos em adultos, vem alertando médicos e pais para a obesidade infantil, assunto que já abordei diversas vezes por aqui. Projeções apontam que em 2025 haverá mais de 700 milhões de adultos e 75 milhões de crianças obesas em escala mundial. O que é um absurdo.
Já no Brasil de hoje, alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Entre crianças, esse número chega a 15%. Penso que um dos fatores que tem contribuído para esse crescimento, além da alimentação errada, é o fato da valorização da obesidade. Deixa eu explicar. A vida inteira pessoas obesas foram vítimas de bulling. Posso dizer de cadeira porque a vida inteira fui acima do peso. Mesmo que a afronta não seja direta, tem a indireta. De um tempo pra cá, os gordinhos passaram a se aceitar, a aumentar a autoestima.
Ótimo, acho sim que a pessoa tem que ser feliz e se aceitar o jeito que é, porém, não deve achar lindo estar obesa, ignorando os problemas de saúde que isso pode provocar. Eu precisei ter minha saúde afetada para cair a ficha, perceber o quão prejudicial à minha saúde foi ser gordinha e sedentária à vida inteira. Glicose alta, colesterol aumentado, princípio de artose nos dois joelhos. Mas isso é assunto para outro artigo.
Caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo, a obesidade gera vários riscos à saúde, como: aumenta a incidência de doenças cardiovasculares, doenças cerebrovasculares, doenças respiratórias, doenças osteoarticulares, hipertensão arterial, insuficiência vascular periférica, trombose, cálculo biliar, cálculo renal, distúrbios hormonais, diabete, câncer de rim e câncer hormônio dependente, como mama, próstata e pâncreas, entre outras doenças.
Segundo Mercedes Maria Campolina, coordenadora do serviço de nutrição do Colégio Batista Mineiro, uma criança obesa tem grandes possibilidades de se tornar um adulto obeso. Por isso, os pais devem ficar atentos à alimentação de seus filhos. “O melhor ensino é o exemplo! As crianças não herdam apenas a genética dos seus pais, mas, também, seus hábitos alimentares. Portanto é muito importante que a família desenvolva práticas alimentares saudáveis em casa, no dia a dia. Eventualmente não há problemas no consumo de alimentos fora deste padrão quando na rotina diária a alimentação é adequada. Costumo dizer que podemos resumir os cuidados alimentares em três regras: o alimento certo, na hora certa e na quantidade certa!”, explica a nutricionista, que acredita que a escola é uma das grandes parceiras da família na construção de diversos valores, inclusive os alimentares.
Em 2015, o Batista implantou o Serviço de Educação Integral na unidade Floresta, e com ele, o projeto Horta Escolar, um exemplo de ação que visa incentivar e conscientizar as crianças sobre a importância de uma boa alimentação.
Focado nos alunos de 2 a 6 anos, a iniciativa proporciona às crianças uma vivência concreta e prazerosa do estudo das plantas, observando seu crescimento, as variedades de frutas e hortaliças, noções de plantio, sustentabilidade e preservação da natureza.
“Um fato interessante é que as hortaliças e legumes cultivados na horta escolar são usados na alimentação escolar com muito sucesso. Todos querem provar, porque são fruto do trabalho deles”, conta Edi Soares Moura, coordenadora do SEI Plus.
Edi revela que os resultados obtidos nesses anos de Horta Escolar são ótimos, incluindo melhor aceitação das verduras e legumes e conscientização da importância de uma alimentação saudável e nutritiva. “A horta inserida no ambiente escolar torna-se um laboratório vivo, que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas. Unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxilia no processo de ensino, aprendizagem e estreita a relação por meio da promoção do trabalho coletivo”, revela.
Edi destaca ainda que os alunos, mais conscientes da boa alimentação, tornam-se defensores e incentivadores dos bons hábitos em casa. “Os pais apoiam a ideia e acham fantástica a iniciativa! Os alunos levam para casa as mudas produzidas por eles, e junto com a família cuidam até o momento da preparação”, finaliza.
Isabela Teixeira da Costa