Trabalho gratificante

Foto Marcos Vieira/EM/D.A.Press

Depois da Festa Junina, saí com dois amigos para distribuir as comidas que sobraram da festa, para moradores de rua.

Sábado foi um dia completo, em todos os sentidos. Fizemos uma grande festa junina, o Arraial Solidário, para arrecadar recursos para a Jornada Solidária Estado de Minas. Foi perfeita! Animada, cheia de pessoas queridas, com ajuda dos principais buffets e fornecedores da cidade.

O local foi o mais novo salão de festas de BH, o Sua Sala, no Ponteio Lar Shopping. Excelente em localização e com a vantagem de ter estacionamento. A decoração estava maravilhosa, mais um show que a Olguinha Ullmann, da RD Design, fez (agradecimento especial para Rafael, Rosa, Luiz e Sidney). As pessoas não paravam de elogiar. Na entrada ela montou um lounge com o mobiliário das LF Loja das Festas – que cedeu mobiliário para toda a festa –, e enfeitou com uma mistura de margaridas coloridas, onde foi servido o café mineiro, assinado pelo buffet Das Gêmeas e Casa Nicolau Café com Café Beloto. E ainda colocou umas mesinhas de madeira com cadeirinhas coloridas. Ficou um escândalo.

Dentro do salão, muita chita colorida no teto, descendo pelas paredes e bandeirinhas. As mesas foram decoradas pelas patronesses, e ficaram maravilhosas também. Teve até concurso para a mesa mais bonita. Tudo lindo, e posso falar porque nesta parte toda, não coloquei um dedo.

Algumas pessoas mais animadas foram a caráter. Na minha opinião todos deveriam ter ido fantasiados, mas acho que a timidez ou o medo de ser o único na festa de jeca, as pessoas preferem ir com a roupa de uso normal.

As comidas estavam deliciosas: churrasco do Assacabrasa; tropeiro e canjica do Rullus; caldo de madioca, de feijão e canjiquinha do Pichita Lanna; tabule do Bouquet Garni. Cachorro quente do Alma Chef; Canjica, coxinha e salgadinhos do Célia Soutto Mayor; pastel da Marília de Dirceu; bolinho de feijão da Vó Idelma; e docinhos do Catharina, Mariângela e Meu Buffet. Na área das bebidas, chope do Albano’s; capis variadas do Class Caipis; frozen da Gongo Soco, cachaças da Cachaciê, além de água, sucos e refrigerantes.

E como atrações as bandas Top Five, OS4, a dupla sertaneja João Victor e Greg e o DJ Lauro Maloy. Para agitar a pista os dançarinos da Dance Galery e ainda pescaria de grife, argolas e fotos da Fotofast.

E ainda tivemos como parceiros a Conservadora ZCM, Tecno Som, Epa Plus e o patrocínio foi do Instituti MRV.

Como sempre, sobrou muita comida. Sempre pedi para voluntários fazerem esta distribuição, mas dessa vez eu e dois grandes amigos – Sandra Botrel e Phillip Martins –, fomos fazer o trabalho e dar alimento para moradores de rua. Fiquei encantada e impressionada. São muitos moradores de rua e com o frio, estavam todos encolhidos e enrolados em cobertores e o que mais conseguiam. Fomos a vários pontos da cidade e quando chegávamos com canjica e caldos, vinha gente de todos os lados, e numa educação, que é rara encontrara hoje em dia. Sempre agradecendo muito e desejando a benção de Deus.

Sempre perguntavam de qual igreja éramos, o que me alegrou, pois significa que as igrejas têm ajudado bastante esta turma tão carente. Em um dos pontos encontramos um senhor chamado Rafael, com um português impecável. Conversamos muito e ele disse que já trabalhou na IBM, Leitura e Saraiva e que já deu palestra na Fundação Clovis Salgado. Claro que quis saber o por que estava naquelas condições. Ele morava no apartamento da ex-mulher, que voltou para BH e quis o imóvel. Ele não tinha para onde ir e ficou na rua, o que o levou para a bebida e foi só se afundando. Mas tem esperanças de sair dessa vida.

Saí da rua de alma lavada. Apesar de tanta tristeza e pobreza, pudemos dar um pouco de alento, carinho e comida. Eles amaram tudo, elogiando sem parar. Obrigada Deus, por nos dar essa oportunidade.

Isabela Teixeira da Costa

Educação transforma sonhos em vida

Quantas pessoas conhecemos que vivem distante daquilo que eram seus sonhos e objetivos? Têm esses sentimentos de frustração e acomodação em uma vida que é somente a sombra do que desejavam para si mesmas? A maioria desses indivíduos tem talento e potenciais, mas não sabe como desenvolvê-los, não se sente merecedor e não tem a força interior necessária para fazer acontecer.

*Por Eduardo Shinyashiki

A escola é o primeiro lugar que frequentamos independentes dos pais, onde começamos a desenvolver a consciência das nossas capacidades, escolhas, possibilidades, identidade, confiança e objetivos. É a ponte que liga a infância ao início da vida adulta e de suas infinitas possibilidades.

O desafio da escola é permitir que essa travessia se cumpra de forma saudável e construtiva, equilibrando as exigências de passar conteúdos e conhecimentos, com a necessidade de estimular no aluno a confiança, a autoestima, as competências emocionais e sociais para compreender a si mesmo e, assim, superar os desafios da vida e construir o seu futuro.

A formação do jovem é um direito e um fator estratégico para a sua vida. Ela não se baseia apenas em conhecimentos técnicos e didáticos, mas principalmente, em permitir que obtenha os instrumentos essenciais para administrar mudanças e dificuldades, traçar e realizar objetivos, superar derrotas e frustrações, escolher uma profissão e viver na sociedade de forma autônoma, responsável e feliz.

Mas a instituição de ensino que temos é realmente a escola que pode proporcionar isso? Nela, são construídos os valores que norteiam a vida do ser humano? A escola está passando os conhecimentos fundamentais para o aluno criar seu futuro? Para responder a esses questionamentos, podemos refletir sobre três pontos:

– Permitir ao aluno aprender a pensar: incentivá-lo a questionar e a elaborar as informações, estimular a curiosidade e a perseverança, fortalecer a capacidade de direcionar seus pensamentos naquilo que é importante e manter o foco e a atenção nos seus objetivos;

– Ajudar o aluno a ser ele mesmo: estimulá-lo a descobrir os seus talentos, a se conhecer nas suas emoções e a se realizar nas suas potencialidades, para ir em direção aos seus sonhos com coragem, confiança e respeitar o outro nas suas diversidades;

– O aprendizado acontece quando existe um ambiente acolhedor: um espaço assim, onde o educador e o aluno se abrem para a construção de uma relação verdadeira de confiança, admiração e respeito, permite que a ação educativa aconteça e a motivação seja estimulada.

Quando trabalhamos para integrar essas reflexões, junto à cultura e ao saber, defendemos a escola na sua missão e visão mais profunda de ser o agente educador e social fundamental na nossa vida.

A escola é o elo entre o passado (nossa história) e a experiência atual, entre o patrimônio cultural e a construção do futuro. Cada vez mais, precisamos reconhecê-la como a nossa base, como o meio que pode transformar sonhos em vida.

 

* Eduardo Shinyashiki é mestre em neuropsicologia, liderança educadora e especialista em desenvolvimento das competências de liderança organizacional e pessoal. Com mais de 30 anos de experiência no Brasil e na Europa.

Imprevistos

Quando estamos com o dia mais cheio, costuma acontecer coisas que nos atrasam e todo o planejado vai por água a baixo.

Sabe aqueles dias que precisávamos que tivesse 36 horas? Pois é, hoje, para mim, é um desses dias. Estou terminando a produção da festa junina da Jornada Solidária estado de Minas que será neste sábado. Dormi tarde ontem preparando material para o Arraial, e acordei super cedo para chegar ao trabalho umas 7h30 no máximo. Isso porque hoje, as 24 horas do dia não serão suficientes para eu fazer tudo o que preciso. Aí, ocorre um imprevisto, que muda tudo.

Saí de casa e quando descia o quarteirão senti o carro esquisito, pesado. Não deu outra, pneu furado. Estacionei e, como uma boa motorista, fui tentar trocar o pneu. Meu carro é mais antigo, mas nunca precisei trocar um pneu dele. Peguei todas as ferramentas necessárias, coloquei o macaco, e quando fui desparafusar os parafusos, a chave de roda não entrava. Tinha uma outra pecinha amarela, mais larga um pouco, mas também não encaixava.

Não tinha um homem na rua que pudesse me dar uma luz, então resolvi ligar para o meu seguro. O cartão que eu tinha era antigo e o número havia mudado. Olhei na internet – santo celular, nessas horas –, e achei outro telefone. Liguei umas seis vezes não dava sinal nenhum. Aí, apesar do horário tão cedo, decidi telefonar para o meu corretor do seguro, para que me desse um número que funcionasse. Ele não atendeu, imaginei.

Assim que vi o imprevisto, apenas orei e disse para Deus que tudo estava nas mãos dele. Ele, mais do que ninguém, sabia tudo o que eu tenho que fazer hoje, então, descansei. Em nenhum minuto fiquei irritada, nervosa, não xinguei. Apenas, descansei em Deus. Se fosse em outros tempos, estaria brigando e xingando, desesperada. Quando não consegui falar com o seguro, orei e pedi que Ele solucionasse o problema. Liguei de novo e atenderam. Pedi o socorro, que deveria demorar 40 minutos para chegar, mas adiantou bastante. Aprendi a trocar o pneu do carro, que é cheio de macetinhos.

Fiquei mais impressionada quando o mecânico que foi me atender disse que eu era muito gentil e bacana e que vários clientes são nervosos, brigam e reclamam. Oi?? Como assim?? Você está com um problema, vem alguém para te ajudar e em vez de você ser agradecido, briga e reclama? Realmente, cada dia que passa entendo menos o ser humano.

Tudo resolvido. Passei no borracheiro e descobri que o pneu tinha sido cortado, na parte de dentro. Dá para entender como consegui este feito? Não, nem eu e nem o borracheiro. Demoraria para arrumar. Decidi ir para o trabalho e buscar o step depois.

Tenho certeza que hoje o dia será elástico, para dar tempo de tudo. Essa atitude de não murmurar, nem ficar nervoso ajuda bastante.

Isabela Teixeira da Costa

Salvar

Psicopatia e política

Os psicopatas são mentirosos, sedutores e sem sentimentos. Uma das profissões que reúne muitos perfis psicopatas é a política.

Meu amigo Josafá Xavier Siqueira, psicólogo, escreveu um ótimo texto sobre psicopatas e políticos e decidi reproduzi-lo aqui, na íntegra.

Josafá Xavier Siqueira*
Você sabe o que é psicopatia? Ou melhor, o que é um psicopata? Do grego PSYKHÉ=alma e PATHÓS**=doença a junção das palavras leva ao significado de “doença da alma”.
Normalmente, dizemos que alguém é psicopata, mas não sabemos ao certo como descrever este comportamento. Psicopatas têm características claras, embora nem sempre facilmente identificadas, seja pela falta de embasamento ou porque muitas vezes nossa cultura valoriza e dá suporte às atitudes dos portadores deste transtorno.
Estes indivíduos possuem traços nítidos que possibilitam sua identificação, e são eles: egocentrismo, desonestidade,  ausência de sentimento de culpa ou remorso, insensibilidade, frieza e calculismo, mentiras  contumazes, megalomania, parasitismo social, manipulação, impulsividade, ausência de escrúpulos, irresponsabilidade, transgressão de regras sociais e, busca de interesse próprio.
O psicólogo canadense Robert D. Hare da Universidade da Colúmbia Britânica desenvolveu o teste chamado Psychopaty Checklist – Revised  (PCL-R), que em sua aplicação revela três grandes grupos de características que geralmente aparecem sobrepostas, mas que podem ser analisadas separadamente. São elas: 1) deficiência de caráter (sentimento de superioridade e megalomania), 2) ausência de culpa ou empatia e 3) comportamentos impulsivos ou delinquentes (incluindo promiscuidade sexual e furto).
Ao contrário do que se imagina, psicopatas nem sempre são violentos, e quase nunca manifestam o TPAS (Transtorno de Personalidade Anti Social). Normalmente são inteligentes e racionais e não desenvolvem uma psicose (perda de contato com a realidade).
Muito embora toda esta descrição de um comportamento psicopata nos ajude a entender o funcionamento destes indivíduos, existem duas características que não são exclusivas da psicopatia, mas que são usadas à exaustão por seus portadores: trata-se da sedução e encantamento.
Psicopatas são, na maioria das vezes, sedutores e encantadores, e são capazes de embriagar pessoas com suas palavras,  seduzir indivíduos e multidões com seu discurso sob medida, para com ele exercer controle e domínio. Aqui se revela a outra face da moeda: não existe sedutor sem o seduzido, e encantamento sem o encantado e o psicopata sempre acha lugar para agir, pois existe a nível inconsciente, ou mesmo consciente, o desejo por sua sedução.
No campo amoroso ou afetivo, é fácil perceber como a sedução e o encantamento produzem paixões arrebatadoras, e é difícil achar alguém que nunca tenha se encantado com o sedutor(a) mesmo a despeito de avisos que a percepção dos não seduzidos e não encantados, que insistem em nos trazer a realidade.
O mundo atual nos traz um campo de análise muito nítido e perceptivo sobre o comportamento psicopata e não só entre as nações, mas sobretudo no Brasil, ele se desenha basicamente no mundo político. Um olhar atento sobre alguns líderes mundiais hoje, nos leva a enxergar que algumas nações são claramente governadas por indivíduos com psicopatia evidente, e não apenas em nível de direção, mas também de outros, encastelados nas estruturas politico partidárias, no Executivo, e até mesmo no Judiciário. É obvio que no Brasil, a maior parte de políticos, dirigentes executivos, e membros do judiciário, não são psicopatas, mas é inegável que alguns claramente o são, e normalmente encontram facilmente espaço entre os seduzíveis e encantáveis para exercer seu fascínio e controle. Eles são como “Machos Alfa”, a conduzir seus rebanhos mambembes para seus currais emocionais ou eleitorais, oferecendo-lhes uma trilha ou direção aparentemente correta, a despeito do fato de que a maioria ficará à margem do caminho traçado e nunca alcançarão o que lhes foi prometido.
Que fique claro: psicopatas só sobrevivem em ambiente político por causa da despersonalização da sociedade, e da crença do messianismo destes personagens (é o que são: personas, atores) na sua capacidade de seduzir e encantar as multidões ou simplesmente dando a elas algum tipo de benesse, ou mesmo um sentimento de pertencimento. Seduzidos estão em todas as camadas e extratos sociais, desde os que labutam no dia a dia pela sua sobrevivência, mas até as elites empresariais, acadêmicas, artísticas e tantos outros segmentos da sociedade. Neste caso, a sedução e o encantamento se impõem ou pela convalidação, ou por um intrincado sistema de trocas. Podemos inferir que nas camadas menos instruídas da população, o psicopata seduz pela pseudo empatia, pela promessa de resgate, pelo sentimento de pertencimento e pelo acolhimento quase paternal. Na outra ponta, entre as classes mais instruídas e abastadas, o psicopata age dentro de um sistema de troca de favores e benesses, onde se cria uma necessidade e demanda para gerar gestos magnânimos de ajuda e facilitação, produzindo gratidão e fidelidade. E aqui, a beleza das belezas: sedutores seduzindo outros sedutores.
Hoje, alguns de nossos líderes políticos de todos os matizes ideológicos são claramente psicopatas pelas características claras de suas ações: são em grande parte mentirosos, megalômanos, manipuladores, parasitas econômicos (enriqueceram sem uma gota de suor), frios e calculistas, inescrupulosos, irresponsáveis, incapazes de sentir culpa ou remorso por suas ações e principalmente; ladrões. Não é preciso nomeá-los, pois são todos bem conhecidos.
Quanto aos psicopatas, sempre os teremos conosco, e a questão não é extirpá-los, mas em primeiro lugar, identificá-los, em seguida, enfrentá-los e desconstruí-los. É preciso que o véu do encantamento seja descortinado e pessoas tenham um “insight” sobre eles e sobre si mesmos. São como um câncer, e só crescem quando devidamente alimentados. Nosso país, além de uma limpeza geral tipo lava-jato, precisa fechar a fábrica de ração que alimenta a psicopatia que na maioria das vezes se encontra na própria sociedade e dentro de nós.

*Josafá Xavier Siqueira é psicólogo clínico

**Pathós significa, na verdade, paixão, excesso, catástrofe, passagem, passividade, sofrimento, assujeitamento, sentimento e ligação afetiva. O conceito foi criado por Aristóteles e apropriado por Descartes para designar tudo o que se faz ou acontece de novo é geralmente chamado (pelos filósofos) de pathos. E se o conceito está ligado a padecer, pois o que é passivo de um acontecimento, padece deste mesmo. Tal termo grego é utilizados como prefixos e/ou sufixos na composição muitas terminologias (como apatia, empatia, patogénese, psicopatia, telepatia, etc). Observação: Pathos não significa doença, mas tem sido usada para abordar a temática ultimamente.

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70 anos de casados: Bodas de Vinho

Dila e Francisco Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press.

Alegria e emoção dão o tom de uma comemoração rara: 70 anos de casados, data que poucos casais alcançam.

Mês passado recebi um convite de uma comemoração rara de acontecer: Bodas de Vinho, ou seja, 70 anos de casados. Fiquei encantada e impressionada. Nunca vi ninguém completar este tempo todo de casado e acho que nunca mais eu vou ver. Só não entendi porque se chama bodas de vinho, deveria ser o nome de um metal valioso ou uma pedra preciosa, depois conversando com meu amigo Esdras Abreu – um dos filhos do casal –, chegamos à dedução que seja pelo fato de que vinho, quanto mais velho melhor, numa referência de que o casamento para durar tanto é porque foi muito bom.

Os pais Francisco e Dila entro os filhos Neusa e Nathan

Conheci o casal D. Dila e Sr. Francisco Abreu há cerca de 38 anos, quando namorei um de seus filhos. Ficava muito na casa deles. Era uma festa, afinal, dez filhos é sinônimo de casa cheia, movimentada e alegre (apesar de Sr. Francisco ser bem caladinho). Os almoços de domingo eram deliciosos (D. Dila e suas filhas cozinham muito bem e seu tempero era especial), acredito o amor que existe naquela casa e entre a família é o que tornava tudo mais gostoso e aconchegante.

Como é comum, a vida me levou a outros caminhos e nunca mais os vi. Porém, reencontrei com Esdras e sua mulher Léa (que também era amiga das antigas), casados e com seus dois filhos – Israel e Abrahão –, também casados. Por conta de nossa amizade, fui convidada para o culto de celebração dessa data tão importante.

Quando cheguei à Capela do Instituto Izabela Hendrix pensei que não reconheceria ninguém, mas tive a grata surpresa de ver que todos estavam iguais, o tempo foi muito bom com a família. Tive que conhecer apenas a nova geração, que não existia na minha época. Fiquei tão feliz e senti o mesmo por parte deles. Como podemos deixar de conviver com pessoas que gostamos tanto? Perdemos muito tempo e boas oportunidades na vida.

O culto foi um novo casamento. Os filhos estavam elegantes, seriam os padrinhos da renovação dos votos de seus pais. Os bisnetos foram as daminhas e pajens. O pastor que realizou a cerimônia foi o neto Israel Abreu (filho de Léa e Esdras), e toda a parte musical ficou por conta dos netos e do genro Humberto. O culto foi lindo e emocionante.

O primeiro casamento do casal não foi como queriam, por causa das dificuldades financeiras. A noiva não pode ter um vestido longo, pois seu pai não tinha dinheiro para comprar o tecido suficiente, e chegou à igreja de caminhão. Não teve aliança (só conseguiram comprar quando comemoraram bodas de prata), e nem fotografia. Mas nada disso impediu que se casassem, ao contrário, lutaram contra a proibição da mãe de Francisco, mas não abriram mão de seu amor.

Dessa vez, os filhos do casal fizeram questão de organizar tudo como a mãe havia sonhado e nunca pode ter. Capela decorada, D. Dila em um lindo vestido longo de renda em tom champanhe, e nada de chegar de caminhão, mas em um carro chique com motorista.

No meio do culto mais uma supresa, filhos e netos se uniram e montaram um coral da família que, regido pelo filho Nathan, cantou o hino do Salmo 128, o preferido dos pais. Não tinha como não se emocionar vendo tudo aquilo. Penso que mesmo se não conhecesse ninguém ali já me emocionaria com a situação: um casal ter tamanha longevidade e amor que conseguiram completar 70 anos de casados. Mas, conhecendo toda a família que estava lá e o lindo casal que estava no altar, não tinha como não me emocionar, bem como todos os presentes, pois a cerimônia era interrompida, com frequência, por aplausos.

No final, Sr. Francisco falou em rápidas palavras, sobre a importância do amor e da presença de Deus no casamento, o que ele chamou de peça fundamental, e finalizou dizendo que se vivesse mais 70 anos, não mudaria nada, porque eram muito felizes, afinal, o casal nunca brigou em toda a vida. E como disse Israel durante o culto, antes de casar foi pedir conselhos aos avós e ouviu da importância de Jesus como a terceira pessoa no casamento: Jesus, e D. Dila completou falando que é preciso também uma boa dose de paciência.

Fui privilegiada de poder participar de um momento tão raro.

Isabela Teixeira da Costa

 

 

 

 

Casos de viagem

Viagem é das maiores riquezas que adquirimos e o melhor de tudo, guardamos casos hilários que nos acompanham e colorem a vida.

Ainda sobre estilo de viagem. Conheço um casal que curte viagem de um jeito bem peculiar. Não vou dizer aqui se é bom ou ruim, não existem regras para viajar, cada faz o que quer, o importante é aproveitar o passeio, afinal, cada um viaja para se divertir, descansar, conhecer novos lugares, faz isso da maneira que mais lhe agrada e ninguém tem nada a ver com isso.

Eles gostam muito de passear, e o marido ama cozinhar, por isso, o seu grande prazer é cozinhar para sua mulher em todos os lugares. Ou ficam em apartamento ou em apart-hotel para ter acesso a uma cozinha. O parque de diversões dele é um bom supermercado. Sempre que chega a uma cidade, deixa as coisas no apart e sai em busca de um supermercado e seus olhos até brilham quando está lá dentro.

Acho interessante, mas meu estilo de viagem é outro, prefiro sair, comer fora, experimentar os sabores e temperos da região, conhecer as receitas e visitar os lugares. Almoço e janto fora. Claro que tem dia que tem tanta coisa para se ver que não dá tempo de almoçar, aí janta-se um pouco mais cedo, mas enfim, prefiro sair do que ficar dentro de um apartamento.

Ele sempre foi mais econômico, ela também não esbanja, mas gosta de coisas boas, e entre suas qualidades tem uma que admiro, é desapegada. Certa vez emprestou para uma amiga um sapato Louboutin que nunca tinha usado. A falta de grana nunca foi problema que o impedisse de viajar. Sempre viajou, desde jovem. Mochilava mundo a fora. Certa vez ela me contou dois casos de viagem que ri demais.

Quando ainda eram namorados decidiram fazer uma viagem juntos, a primeira. Vale ressaltar que isso foi há muitos anos. Viajaram para a Europa, e ele ainda com o ranso de mochileiro, que hospeda em albergue e tem que manter tudo trancado, carregava uma pochete na cintura com um enorme cadeado dependurado. Fico imaginando a cena ridícula, e o que as pessoas pensavam quando passavam por ele na rua.

Em um dos passeios ela viu, em uma vitrine de uma loja muito chique, um sapato maravilhoso. Não resistiu, entrou, experimentou e comprou. Na hora de pagar era com ele. O enorme balcão de mármore de carrara da loja virou apoio para a ridícula pochete com cadeado, que ele abre sob os olhares dos atendentes que fazem cara de espanto, não acreditando no que estavam vendo. Porém, o pior estava por vir. Quando abre a pochete tira um pacote de biscoitos e, pasmem vocês, um ovo cozido! Quem carrega um ovo cozido na cintura, na Europa???? Os atendentes segurando para não rir aguardavam o que mais sairia da “bolsa da Mary Popins”. Para alívio da sua esposa e para calar o espanto dos estrangeiros, ele tirou um gordo maço de dinheiro e pagou o caro sapato. Ao saírem, sua mulher, na época namorada, deu um grande sermão e lembrou a ele que a época de mochileiro já tinha ido pro espaço.

O casal viaja anualmente. Ele fala inglês com limites, ela, fala muito bem. Em outra ocasião, já casados, foram almoçar e ele tentava explicar para o garçom o que queria comer, com muita dificuldade no inglês. O garçom não entendia nada e ele se oferecendo para ajudar. Mas homem que é homem não aceita ajuda de mulher. Quanta balela. A dada altura da explicação ele solta esta pérola “Do you sabe how?”. O garçom ficou com cara de interrogação, a mulher caiu na gargalhada e diante disso ele se rendeu à incapacidade de comunicação e deixou ela explicar o que ele tentava há quase 20 minutos. Do you sabe how?

Isso é maravilhoso.

Isabela Teixeira da Costa

Viajar sozinha

Tentando um boa foto no Castelo de Palmela

Viajar sozinho não é para qualquer um, a pessoa tem saber se divertir a sós e curtir a viagem. Descobri que viajar sozinho tem vantagens e desvantagens.

Sempre admirei minha amiga Sandra Botrel por ter prazer em viajar sozinha. Ela curte a viagem, não deixa de fazer nada e acaba fazendo amizades. Eu nunca me imaginei fazendo isso. Sou uma pessoa extrovertida, não tenho muita dificuldade em conversar com quem não conheço, apesar de ser bem tímida também – antagonismo –, porém sempre fiquei pensando que graça teria passear sozinha, ver as coisas bacanas e bonitas e não ter com quem comentar. Foi exatamente isso que experimentei nessa viagem.

Como disse, viajei “sozinha”, entre aspas mesmo, porque fui sozinha, fiquei sozinha, mas tinha vários amigos e conhecidos que também tinham ido para o mesmo lugar. Então, em alguns momentos fiquei em turma e em outros, fiquei sozinha. Percebi que viajar sozinho tem vantagens e desvantagens.

A primeira desvantagem, como disse mais acima, é não ter com quem comentar o que se vê, se experimenta, se vive. A segunda é fazer fotos. Adoro estar nas fotos das viagens que faço mas sou péssima em selfs. Na maioria das fotos estou com cara de boba, sem saber pra onde olhar e com pescoço de tartaruga, esticado tentando encaixar meu rosto em algum canto da tela. E olha que minha filha me emprestou sua GoPro, que faz fotos como se fosse lente olho de peixe, ou seja, pega tudo. Ainda não vi as fotos porque meu conhecimento tecnológico é tão pequeno que não sei ainda como passar para o notebook.

Na Universidade de Coimbra

Essa mania de estar nas fotos apareceu quando fui à Argentina e Uruguai. Tinha uns 15 anos. Naquela época foto era com a máquina portátil Kodak, com filme de 36 poses – que era caro, tanto o filme quanto a revelação –, e tínhamos que escolher o que fotografar. Tirei muita foto de paisagem, que eram lindas. Anos depois, quando fui mexer nos meus álbuns, aquelas fotos ficaram sem graça. Onde estavam as pessoas? Meus amigos de viagem, eu? Como eu estava naquela época? Senti como se tivesse perdido um pedaço da minha história e desperdiçado a viagem. Quando vejo uma foto com pessoas, sempre me lembro do momento, é como se ganhasse vida e reavivasse as lembranças. Foto em viagem agora, só comigo nela, mas em viagem sozinha isso é difícil, porque as fotos ficam horríveis.

A vantagem de estar sozinha é que as manotas que você dá, ninguém fica sabendo, a não ser que você resolva contar. Como disse ontem, aluguei um carro e por inexperiência – nunca tinha dirigido na Europa –, não quis o aparelhinho de pedágio pago, portanto, toda vez que saía de Cascais para ir para qualquer outro lugar passava pela “postagem” (nome de pedágio em Portugal). Uma das vezes não tinha nenhuma cabine com cobrador, tudo bem, pensei que era para colocar as moedas e o bilhete sairia, mas não tinha lugar para colocar moedas. Fiquei olhando para o painel com cara de pateta. Tinha apenas um espaço para inserir um cartão, que eu não tinha. Tive que apertar o botão de interfone, e o atendente me explicar que eu deveria apertar o botão verde (não tinha botão colorido estava totalmente descascado) que sairia um cartão e eu deveria apresentar em um posto mais adiante. Tudo esclarecido, mas tive que aguentar muita buzina atrás de mim. Segui em frente.

Outra vantagem de viajar sozinha é não ter que esperar ninguém. Você faz o que quiser, na hora que quiser, no seu tempo. Se estiver com amigos, terá que esperar a turma acordar e aprontar e isso poderá demandar muito tempo, porque cada um tem o seu ritmo. Para falar a verdade isso não me incomoda muito. Eu continuo preferindo viajar acompanhada. Os momentos que estive nesta viagem com meus amigos foram, sem dúvida nenhuma, bem melhores do que meus momentos a sós.

Invejo a Sandra.

Isabela Teixeira da Costa

Surpresas de viagem

Vista da varanda do apartamento

Viagem traz sempre surpresas, só não imaginei que elas começariam assim que cheguei ao aeroporto.

Pela primeira vez na vida viajei sozinha. Foi um sozinha entre aspas, porque encontrei com muitas pessoas conhecidas, já que fui para o casamento do filho de uma grande amiga. Mas fui e voltei sozinha e fiquei em um apartamento sozinha também.

Assim que cheguei ao aeroporto encontrei com um casal de amigos, Lucinha Guedes e Eduardo Dolabela, que iam no mesmo voo que eu para Portugal, porém seguiriam para Paris – viagem para comemorar o aniversário de Eduardo. Ficamos juntos e conversa vai – conversa vem, descobri que sou prima dos dois, casa um de um lado. Conheço o casal há anos e nunca soube disso. Foi uma grata surpresa.

Assim que entrei no avião, quando fui assentar, o senhor que estava na janela perguntou se poderia de trocar de lugar com sua mulher, que estava assentada na fileira de traz, ao lado de uma moça. Na hora eu troquei e ainda disse que viajar separado era muito ruim. Eles ficaram extremamente agradecidos. Assim que me acomodei, a moça que estava ao meu lado fez questão de explicar porque eles ficaram tão felizes. O mesmo pedido tinha sido feito a ela, que negou, de certa forma, pedindo para aguardar quem chegaria para ocupar o lugar. E continuou explicando que tinha claustrofobia e tinha marcado o assento desde o ano passado, e não gostaria de assentar ao lado de uma mãe com um bebê ou de uma pessoa obesa, pois ela ficaria mais apertada, e com a claustrofobia, não seria uma viagem agradável.

Fiquei pensado naquela situação toda. Os dois estavam com a razão, o casal por querer viajar junto e ela por ter o direito de escolher com quem viajar ao lado. O casal não deveria ficar chateado pelo pedido de espera, mas enfim, não custa ser gentil e deu tudo certo. A viagem foi agradável, e quando aterrissamos, e senhora me deu um guardanapo de papel com uma mensagem muito linda de agradecimento, dizendo que pessoas que ajudam ao próximo são como anjos de Deus de Terra.

Chegando em Portugal eu tinha que pegar as malas, comprar um chip de telefone e pegar o carro que tinha alugado pela internet, e aí começam a dar os problemas. Os portugueses não são muito bons de informação. Parece que têm preguiça. Perguntei que horas abria a loja da operadora de celular, e me informaram que em uma hora e meia, só que tinha uma loja da mesma operadora aberta no andar de cima do aeroporto. Só fiquei sabendo disso quando fui à locadora de veículos e eles não conseguiam encontrar minha reserva e eu disse que precisava esperar abrir a loja da operadora para ter acesso ao meu e-mail.

Enfim, celular funcionando descobri que tinham alterado a minha reserva do carro para o dia da saída do meu voo. Eles pedem o número do voo e a data de saída, mas esquecem que saímos em um dia e chegamos no outro. Consegui resolver tudo.

Aí foi a vez do desafio de dirigir em uma cidade desconhecida pela primeira vez. Santo Waze. Este programa conduz a gente com perfeição e como a sinalização e as placas de indicação são muito boas na Europa, consegui me movimentar muito bem por lá. Só dei uma mancada, não peguei carro com o aparelho de pedágio pago. Nunca vi tanto pedágio na minha vida. Fica a dica, alugue carro na Europa com pedágio pago.

Depois conto mais. A viagem foi ótima.

Isabela Teixeira da Costa

 

Ações pelo bem da comunidade

Dia C5A expectativa é de que 300 cooperativas façam parte do Dia de Cooperar em Minas Gerais.

Mês passado fui a uma reunião do grupo Mulheres do Brasil-MG, do qual faço parte, e minha amiga e colega Leila Ferreira deu uma palestra sobre felicidade. Foi maravilhoso. Uma das muitas coisas lindas e verdadeiras que ela disse foi que para viver bem, é preciso conviver bem. Nunca vi nada mais certo na vida, principalmente nos dias de hoje, quando as pessoas estão cada vez mais isoladas do mundo e da convivência física, pois mergulharam no mundo virtual.

Como viver bem sem conviver com o outro? E como conviver sabendo que o próximo está privado de tanta necessidade? É tão fácil ajudar. Não é preciso construir uma casa, reformar uma creche, como se faz na Jornada Solidária Estado de Minas e no Instituto MRV. Mas você pode dar um saco de alimento para uma pessoa que você conhece que está desempregada.

diac4Uma turma criou em BH o Banho de Amor. Um container com chuveiro, que a cada dia da semana para em um ponto de BH para dar banho em moradores de rua e devolver um pouco de dignidade a cada um deles. Isso é lindo demais. Falei sobre isso outro dia mesmo, aqui no site.

No final de maio a Igreja Batista Central de Belo Horizonte fez um trabalho em prol da Comunidade, orientando seus membros e frequentadores não estacionarem em local proibido, para não incomodar os vizinhos e fizeram um mutirão e varreram as ruas próximas à igreja.

Agora, fiquei sabendo do Dia C, que achei muito legal e todo mundo pode participar. Criado há oito anos em Minas Gerais pelo Sistema Ocemg, o Dia de Cooperar (Dia C) tornou-se uma rede nacional de voluntariado, em que cooperados, colaboradores e familiares se reúnem para pensar e executar ações em prol de suas comunidades. O diferencial do projeto é que todas as iniciativas tenham como norte a promoção e o desenvolvimento socioeconômico e ambiental. A próxima ação será no dia 1º de julho – Dia Internacional do Cooperativismo –, e terá como tema Atitudes simples movem o mundo.

O Dia C é um dia reservado para fazer o bem ao próximo por meio de ações sociais diversificadas e simultâneas em todo o país. As atividades variam de campanhas de doação de sangue, arrecadação de alimentos, livros, roupas e materiais de limpeza, até prestação de serviços à comunidade, reforma e assistência a entidades filantrópicas.

Em 2016, 1.477 cooperativas participaram da ação no Brasil, sendo 248 de Minas Gerais. Em todo o país, 1,2 milhões de pessoas foram beneficiadas, e mais de 118 mil voluntários estiveram envolvidos com o Dia de Cooperar.

diac“No meu entendimento o Dia C é um grande projeto cooperativista. O cooperativismo prioriza as pessoas e, quando os cooperativistas priorizam um projeto como o Dia C, elas estão devolvendo para a população o que a sociedade promoveu para que elas tivessem resultados positivos”, ressalta o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato.

A expectativa é de que cerca de 300 cooperativas mineiras participem da iniciativa. No ano passado, o Dia C engajou no Estado mais de 34 mil voluntários em ações em prol do bem-estar da população. Ao todo, 248 cooperativas participaram da campanha, envolvendo 256 municípios do estado e beneficiando mais de 350 mil pessoas.

Entre elas está a Unimed BH, que por meio do seu Instituto desenvolve o projeto Uniclown. Criada em 2013, a iniciativa tem como objetivo capacitar colaboradores, cooperados e público em geral como voluntários da alegria, com o aprendizado de técnicas circenses, jogos de desinibição e arteterapia. O curso é dividido em duas etapas: curso teórico-prático de dois meses e passeios em locais públicos da cidade.

Depois de concluído o curso, os participantes são convidados a integrarem o grupo Uniclown, que tem como rotina visitas em creches, asilos, praças, parques e hospitais, levando alegria, diversão e cultura para pessoas de todas as idades. Em 2016, o projeto atendeu três hospitais com visitas duas vezes por semana e quatro asilos públicos com uma visita por semana. Foram 282 intervenções para mais de 25 mil pessoas.

“Como cooperativa, valorizamos o fazer junto, o trabalho da coletividade e o bem comum. Neste sentido, temos grande orgulho do projeto Uniclown, desenvolvido há quatro anos. Por meio da iniciativa, nossos cooperados e colaboradores podem, voluntariamente,  dedicar seu tempo ao outro, doando carinho, atenção, conforto. São realizadas intervenções lúdicas em comunidades, praças, asilos e hospitais, levando alegria e cultura a pessoas de todas as idades. Para nós, essa também é uma forma de cuidar, o nosso maior compromisso”, observa o diretor-presidente da Unimed-BH, Samuel Flam.

O Sicoob Credicopa, de Patos de Minas, planeja uma ação para auxiliar o Lar da Criança, mantido pela Sociedade São Vicente de Paulo, em Patrocínio. A instituição, que oferece há 40 anos cursos técnicos e profissionalizantes, possui um déficit anual de R$ 60 mil. Sensibilizada pela situação, a cooperativa doou no início do ano novos uniformes para os 80 alunos. Para o Dia C, a Credicopa está organizando uma campanha de arrecadação de arroz. A demanda pelo alimento é alta, já que os estudantes consomem mais de uma tonelada por mês. As doações serão recebidas na agência da cooperativa.

“Escolhemos o Lar da Criança por ser uma instituição que faz parte da história da cidade, principalmente pelo trabalho bonito que realiza. Por notarmos as dificuldades pelas quais passam hoje, decidimos abraçá-lo. Essas primeiras ações que estamos realizando fazem parte um plano perene de apoio”, explica Fúlvio Barbosa, gerente de negócios da Credicopa.

A ação do Sicoob Credilivre, de Manhuaçu, é voltada para conscientização sobre a importância do meio ambiente e sua preservação. A cooperativa recuperou no ano passado uma nascente em Luisburgo como parte do Dia C e já está concluindo o resgate de outra em Manhumirim até o final de junho. A escolha das nascentes é feita de acordo com o número de pessoas afetadas pela restauração do recurso hídrico.

Além da recuperação, o Sicoob Credilivre organizará palestras de educação ambiental para todos os colaboradores, para que eles se tornem multiplicadores em cada comunidade do projeto. “Queremos que o nome Sicoob Credilivre se torne sinônimo de preservação da natureza, especialmente da água doce, um recurso vital para a nossa sobrevivência”, afirma Gabriel Franco, assessor da diretoria do Sicoob Credilivre.

 

Serviço:

Dia C 2017

Data: 1º de julho

Informações: www.minasgerais.coop.br/sig

 

Isabela Teixeira da Costa

 

Slow house: um novo estilo de receber

Marcela Ferrari e Ticha Ribeiro
Marcela Ferrari e Ticha Ribeiro

Marcela Ferrari e Ticha Ribeiro criaram workshop que apresenta um novo conceito de receber, no estilo faça você mesma, priorizando a qualidade de vida e a convivência.

Marcela Ferrari é uma advogada que, depois de um tempo atuando na profissão, decidiu mudar completamente de ramo. Sempre teve jeito para trabalhar com flores. Desde os 9 anos de idade faz arranjos, quando ia com a mãe na feira de flores que tinha na Praça da Liberdade às sextas-feiras à noite. “Comprava as flores, fazia os arranjos e montava as mesas, sempre gostei desse universo”, conta Marcela, que era elogiada por tudo o que fazia em sua casa, o que ocorre até hoje.

Certa vez, preparou uma grande festa surpresa para o aniversário do marido, e fez todos os arranjos florais. Foi a atração da festa, e uns amigos que iam se casar, pediram à Marcela para fazer a decoração da festa que seria para 500 pessoas. Pedido negado na hora, já que a decoração não passada de hobby para Marcela Ferrari. Helô Couto, que era o cerimonial do casamento, não desistiu. Insistiu, deu todo o apoio e estrutura necessários para Marcela, que acabou aceitando o desafio. “Foi aí que entrei para este mundo, no susto, e já estou há dez anos”, relembra.

A ideia do workshop surgiu de uma demanda. “Atualmente, as pessoas estão fazendo muita festa pequena, reuniões menores em casa e querendo que eu faça os arranjos. Muitas vezes não posso atender por indisponibilidade de tempo uma vez que as festas maiores demandam muito tempo de montagem. Quando a reunião é em casa, os arranjos são menores e podem ser feitos pela anfitriã”, conta Marcela. “Então decidi ensiná-las a montar os arranjos. Já conhecia a Ticha, desde o ano passado, quando produzimos umas mesas de primavera para o Caderno Feminino, então propus a ela esta parceria. Uma festa intimista, aconchegante e charmosa”.

Ticha Ribeiro tem uma trajetória na moda, e há alguns anos criou o site de inspiração Inventando Mesa. Adorou o convite e aceitou a parceria, porém achou importante criar um conceito para o encontro que seria para ensinar a receber preparando desde a montagem do arranjo, da mesa e dar algumas dicas. “Sou apaixonada pelo slow moviment que influenciou o slow food e o slow fashion. Fiz uma pesquisa e descobri que o movimento começou em 1984, em oposição a uma rede de lanchonete fast food que abriram na Itália, e depois disso idealizaram uma cidade slow, sem imaginar a loucura que seria o mundo com o boom da internet”, explica Ticha. “O encontro verdadeiro com tempo para as pessoas, a convivência pessoal está acabando, e o movimento mostra a importância deste relacionamento pessoal, trata-se de uma necessidade do ser humano, intrínseca que não pode acabar. A partir daí criamos o Slow House”, conta.

A proposta de Marcela e Ticha começa desde o início da produção da festa. No lugar daquela atitude ansiosa, acelerada e corrida que ficamos para organizar os preparativos, passaremos a curtir o preparar a festa. “A festa começa a ser uma alegria desde o início. Você cria o conceito da festa para ter uma harmonia em tudo o que fizer. Chama um grupo de amigas para preparar junto. Umas amigas cozinham, outras arrumam a mesa, outras fazem o arranjo. Depois os maridos chegam e começa a festa”, explica Ticha.

A dupla montou o workshop como se fosse uma festa, pensando em todos os detalhes, com tudo o que gostariam que tivessem em um encontro agradável. Um brunch com sucos, chás, cafés, pães do Mercado Grano e bolos preparados por Maria Helena Ribeiro, tudo da melhor qualidade. Depois a primeira oficina de arranjo floral com Marcela Ferrari, cheia de detalhes. Em seguida degustação de espumantes e vinhos da Oak, de Vanessa…, e o almoço com saladas da Poró e massa da Bonomi. Mais uma oficina de arranjo e em seguida a palestra de Ticha, com a montagem das mesas.

Em sua palestra, Ticha fala da table culture e de como buscar a sua inspiração, trazendo a moda para a mesa. A importância de fazer o mood board com todos os elementos que captam o seu olhar em diversas áreas, o que Ticha chama de zeitgeist, em alemão, que significa espírito da época, “você começa a perceber o que está aparecendo em vários lugares, isso está aparecendo em um sapato, em uma árvore, na decoração, no carro, então, eu quero falar disso. Aí eu monto um projeto em cima daquele tema. Isso serve para qualquer projeto, você cria a atmosfera, e aquilo te ajuda a ter mais inspiração e põe a sua intuição em cima. A intuição é importantíssima, porque você tem que colocar a sua interpretação dentro da inspiração”, explica Ticha.

Segundo Ticha, é permitido ousar, criar e misturar, sem censura. Pode tudo, desde que quando olhar para a mesa, o que for visto agrade aos olhos. Se não gostar, tem que tirar. Para ela não pode existir preconceito para criar, é preciso experimentar, misturar e se não ficar bom, vai limpando os excessos. Claro que existem regras que têm que ser respeitadas, como a colocação de talheres, por exemplo, e a posição das taças, mas nada impede a mistura de louças e taças na mesma mesa, desde que tenha uma das taças igual em todos os lugares, servindo de elo de ligação na mesa.

“Minha mestra é a holandesa Li Edelkoort, que há anos é quem dita a tendência para as grandes indústrias para 10 anos a frente, em todas as áreas. Junto com profundas pesquisas que faz, soma à sua intuição. Segundo ela, o hemisfério norte está esgotado em sua criatividade e por isso os criativos estão vindo para o hemisfério sul para dar um respiro na criatividade. Ela diz que o brasileiro não sabe usar o seu potencial”, conta Ticha. Para fechar o workshop com chave de ouro, depois da montagem das mesas é servida a sobremesa e são feitos sorteios de presentes. Na saída, um mino: cada uma levou o seu arranjo e ganhou um bolo da fofíssimo.

Com as belas mesas postadas no site Inventando Mesa veio a demanda das pessoas querendo adquirir as peças, que não estavam à venda. A insistência levou Ticha a criar a Ma Perle, sua marca de peças para mesa, onde ela coloca suas ideias de moda e cria coleções com os temas que ela quer trabalhar. A última coleção foi anos 20, com inspiração forte de Chanel, art decô, melindrosas. “Já estou desenvolvendo uma outra linha com estamparia”, conta Ticha.

A periodicidade do workshop é a cada dois meses com vagas limitadas, com tudo incluso no valor da inscrição, desde o café do receptivo, passando pelo almoço e o lanche, e todo o material utilizado. É um dia especial, onde as pessoas vivem uma experiência diferente, convivem com pessoas interessantes, aprendem coisas novas e relaxam, fugindo do agito do mundo cotidiano.

A dupla tem parceria com Oak espumantes e vinhos, Mercado Grano, Fofíssimos Bolos, Poró Salada no Pote, Hilton Impressos, Atelier A Lus de Velas, Tool Box, Florence Zyad Fotografia, Casa da Índia e Evelyn Flores.

Isabela Teixeira da Costa