Brasileiro quer inverno europeu

inverno2Pesquisa revela que brasileiro enxerga inverno com neve, vinho e fondue.

Vivemos em um país tropical e por conta disso, nossas estações do ano não são tão bem definidas como outros países. Por exemplo, estamos no outono desde o dia 20 de março, e entraremos no inverno no dia 21 de junho, mas continuamos enfrentando altas temperaturas.

Se fosse em alguns países, já estaríamos com as folhas das árvores em tons terrosos, chegando até o laranja, e algumas já caindo, formando um tapete lindo no chão, e a temperatura já estaria bem mais fria.
Apenas no final de semana passado é que começou a esfriar depois que anoitece, mesmo assim, para muita gente o clima está ameno. Eu sou friorenta por isso já passo aperto. Saio de casa com um agasalho leve, um blazer ou jaqueta, quando vai dando 11h a temperatura chega aos 26º C e é hora de tirar o casaquinho. Quando começa a escurecer, pega o casaco de novo. É um tal  de tira e põe o dia inteiro.

No Sul do país as temperaturas já baixaram bastante, até surpreendendo para o outono, já que houve ameaça de geada em algumas cidades, mas pelas bandas do Norte, Nordeste e Centroeste o calor ainda impera.

Pesquisadores resolveram tentar entender a cabeça e o comportamento do brasileiro, morador de um país tropical, diante do inverno, e descobriram umas coisas bem interessantes. Muitas delas eu já desconfiava, mas agora está cientificamente comprovado.

A primeira é que Campos do Jordão só existe no inverno. Isso mesmo, segundo a pesquisa, as pessoas associam a charmosa cidade paulista ao clima frio. Nem pensar em passear por lá em outra época. Mal, mal, em um fim de semana aparecem uns gatos pingados.

Vivi isso na pele em 1983 (nossa, século passado! Espero que já tenha mudado bastante). Casei em setembro de 83 e sai de lua de mel passeando de carro. Passei pelo circuito das águas e decidimos ir para Campos do Jordão. Não conhecia a cidade, só de nome e tinha muita curiosidade. Chegamos lá em um domingo. Conseguimos um hotel bem charmoso e depois de nos acomodarmos, decidimos dar uma volta pela cidade. Tinha algum movimento, pessoas bonitas, lojas abertas. A cidade estava viva.

Rodamos bastante a pé e depois fomos jantar. Na segunda-feira, quando acordamos e tomamos café, decidimos retomar o passeio. Ficamos chocados. Estávamos em uma cidade fantasma. Tudo fechado. Nenhuma atração turística estava aberta, nenhuma lojinha, nada. Não tinha um ser humano sequer andando pelas ruas. Me senti dentro de um filme de faroeste, só faltaram aqueles bolos de feno rolando pelas ruas com o vento. Na terça-feira, fechamos a conta e fomos para São Paulo.

invernoGrande parte dos entrevistados afirma que entre os fatores que lembram o inverno estão  neve, lareira, vinho e fondue, elementos que não fazem parte da nossa memória nos dias de frio, mas que ajudam na criação do imaginário e da sensação de frio. O brasileiro só enxerga frio com esses elementos e apesar de vivermos em um país tropical e do nosso Natal ser no verão, não abrimos mão da imagem do Papai Noel com a sua roupa de inverno do Pólo Norte. Não à toa que hoje existem mais de 400 mil vídeos no YouTube, em português, ensinando como fazer neve. É bem capaz de algum shopping começar a fazer neve em seu interior para aumentar as vendar nesta temporada.

Tenho que confessar que gosto bem de um fondue, e sei que para quem gosta, um vinho tem o seu lugar. Mas existem muitos pratos saborosos, mais brasileiros que também são ótimos para esquentar uma noite mais fria. Mas isso é assunto para outra crônica.

Depois falo mais sobre outros pontos levantados na pesquisa.

 

Isabela Teixeira da Costa

Tecnologia para diagnóstico do couro cabeludo

Dra. Cristiane Câmara Alves Foto Divulgação
Dra. Cristiane Câmara Alves Foto Divulgação

Tricoscopia digital do couro cabeludo aponta as características dos fios e revela os diferentes tipos de calvícies.

Já falei algumas vezes aqui sobre calvice e como ela tem sido cada vez mais frequente em mulheres. Isto é um grande problema, pois os cabelos são a moldura do rosto da mulher. Tenho uma conhecida que praticamente não tem mais cabelos. Gosto muito dela, mas nunca tive liberdade de tocar no assunto, mas imagino que isso deve incomodá-la bastante.

O importante é agir e procurar o especialista rapidamente, antes que o problema chegue a um nível irreversível. Conheço várias mulheres que usam pequenos apliques de mechas para aumentar o volume do cabelo. Outras optam pela aplicação com cola, como se faz o mega hair, só que não aumentam o comprimento, usam a técnica apenas para dar mais volume porque à medida que vamos envelhecendo a tendência é o cabelo minguar.

Não sabia e acho que muita gente não sabe, mas existem diferentes tipos de calvices, chamadas também de alopécias. As mais comuns são Alopécia Areata, caracterizada pela queda repentina e pontual de cabelo; a Alopécia Androgenética, de origem genética e hereditária; Alopécia difusa ou Eflúvio Telógeno Crônico, quando há perda aguda e progressiva do cabelo após doenças crônicas, traumas, estresse emocional, parto no caso das mulheres, e a Alopécia Cicatricial, caracterizada por causar estrago irreversível ao couro cabeludo, é desencadeada por alopécias infecciosas, tumores e produtos químicos.

Imagem da internet
Imagem da internet

‘’Para cada tipo de calvice há um tratamento específico e diferente. É fundamental fechar um diagnóstico correto para começarmos com o tratamento o quanto antes’’, explica a médica tricologista Cristiane Câmara Alves. Segundo ela, hoje, é possível fazer um diagnóstico mais preciso das doenças do couro cabeludo por meio da tricoscopia digital. ‘‘Além de exames clínicos, que avaliam a olho nu o couro cabeludo, com o microscópico digital conseguimos ter uma visualização ampliada do couro cabeludo, dos ostios foliculares e das hastes dos pelos’’.

Os tratamentos para os diferentes tipos de calvície, que atinge no Brasil 42 milhões de pessoas, segundo dados da Sociedade Brasileira para Estudo do Cabelo (SBEC),  podem variar entre o uso de medicamentos orais, tópicos e até um possível transplante capilar.

A técnica mais moderna e eficaz para transplante capilar, é a FUE – que quer dizer Extração de Unidades Foliculares. Essa é a técnica de transplante capilar mais utilizada e indicada por especialistas. Ao contrário da técnica convencional, chamada de FUT, que consiste na retirada de uma parte do couro cabeludo, na FUE, as unidades foliculares são retiradas uma a uma da região doadora (na parte posterior do couro cabeludo) do próprio paciente para ser enxertado, fio a fio,  nas áreas afetadas. Ou seja, com a técnica FUE, não há cortes, nem cicatrizes aparentes.

De acordo com Cristiane, com a técnica FUE, em menos de sete dias percebe-se a cicatrização total da área transplantada. ‘’O pós-operatório é bem mais tranquilo e quase indolor. E o melhor é que podem fazer o transplante homens, mulheres e até crianças’’. Ausência de dor, pressão e dormência na cabeça durante o pós-operatório, menor tempo de cicatrização da área doadora e retorno mais rápido para as atividades do dia a dia são algumas das vantagens do transplante capilar.  ‘’É importante lembrar que o implante também pode ser feito nas sobrancelhas, cílios e barba.’’

Isabela Teixeira da Costa

Fonte: Cristiane Câmara Alves (CRM 50504) é médica graduada pela UNIFENAS, concluiu também o curso de Transplante Capilar no Instituto Bauman Medical Group, P.A, nos Estados Unidos. Atende em Belo Horizonte.

Coxinha de batata doce

Quem disse que o salgadinho mais amado de todos, a coxinha, não pode mudar? A chef Ana Spengler, da Smart Temperos, desenvolveu uma receita especial e de fácil preparo: Coxinha com massa de batata-doce. Além de prática, a receita é mais saudável sem perder o sabor tradicional.

coxinha1Coxinha com massa de batata-doce

Rendimento: 6 a 8 coxinhas

Ingredientes:

2 xícaras de purê de batata-doce (batata cozida e amassada)

1/2 xícara de parmesão ralado

2 colheres de sopa de amido de milho

1 gema

1 clara

100g de farinha de rosca

350g de peito de frango cozido e desfiado

150g de iogurte natural

Tempero zero sódio de Frango Smart

Sal rosa do Himalaia

Tempero com sal rosa e alho

 

Preparo da massa: misturar a batata-doce com a gema, o amido, o parmesão e temperar com o tempero com sal rosa e alho.

Preparo do recheio: temperar o frango com o tempero zero sódio de frango e com sal rosa a gosto. Misturar com o iogurte.

Montagem e finalização: Moldar as coxinhas no tamanho desejado e passar na clara de ovo e depois na farinha de rosca. Fritar imersas em óleo quente ou assar no forno.

Como acabar com a fofoca dentro da empresa

Imagem extraída da internet
Imagem extraída da internet

O mentor de pequenas e médias empresas, Marcus Marques, ensina como acabar com a fofoca dentro das empresas.

Marcus Marques

Vou lhe confessar algo: acredito que um dos piores defeitos de um colaborador é a fofoca. Digo isso porque os prejuízos que ela causa, em ambientes organizacionais, são imensos, e se não forem controlados, podem gerar situações constrangedoras em sua empresa. Por isso, é fundamental tomar medidas enérgicas para cortar, de fato, este verdadeiro mal pela raiz, pois, se você adotar uma postura omissa diante de algo como a fofoca no ambiente de trabalho, ela pode causar grandes danos, à sua imagem, à imagem da sua empresa e de seus colaboradores.
Neste sentido, é necessário educar os funcionários que fazem parte do seu negócio a não disseminarem boatos, não dar ouvidos a qualquer disse-me-disse, e muito menos levar adiante informações não oficiais, que muitas vezes, são completamente infundadas e totalmente infrutíferas.
Pensando em evitar que situações como estas ocorram e virem rotina na empresa, escrevi este artigo, com dicas infalíveis, que vão auxiliar na hora de acabar com a fofoca. Confira:

Marcus Marques foto Divulgação
Marcus Marques foto Divulgação

Tolerância zero
Fofocas e boatos são como ervas daninhas, se proliferam como um rastro de pólvora. Posso estar exagerando nas metáforas, mas isso é necessário para que entendam o quanto falar da vida ou de acontecimentos que ocorreram com outras pessoas, dentro ou fora da empresa, é tão prejudicial, para as pessoas – funcionários e diretoria –, e principalmente, para o negócio.
Diante de ambientes em que pessoas fofoqueiras encontram espaço para destilar todo seu veneno, é essencial agir usando de tolerância zero com estes colaboradores e também contra a fofoca em si. Não estou dizendo que deve demiti-los, mas é preciso chamar atenção, dar feedbacks, e se for necessário, até mesmo repreendê-los, para que entendam o quanto estão se prejudicando e prejudicando a empresa como um todo.

A postura do diretor faz toda a diferença
A postura que o diretor, enquanto empresário e empreendedor, figura de extrema importância para o negócio, adota diante da fofoca vai fazer toda a diferença na hora de eliminá-la da empresa. Digo isso, pois conheço muitos empreendedores que tomam decisões importantes, que vão afetar a vida profissional de todos, e não fazem a menor questão de comunicar ou esclarecer a situação a seus colaboradores. Isso dá margem para diversas interpretações sobre o ocorrido e faz com que os funcionários fiquem especulando o que pode estar rolando nos bastidores.
Existe também aquele empresário que simplesmente ignora os prejuízos que a fofoca pode causar ao ambiente e ao clima organizacional e acaba até participando de sua disseminação, sem o menor pudor. É preciso tomar bastante cuidado, pois ao fazer isso, está legitimando atitudes semelhantes e, caso ocorram situações desagradáveis no futuro, não poderão cobrar nada de seus colaboradores, pois foi uma das pessoas que ajudaram a proliferar informações sem fundamento.
É essencial prezar sempre pela transparência em todas as partes, em todos os negócios e departamentos da empresa, pois assim, não haverá espaço para que a fofoca e os fofoqueiros se sintam à vontade para falar do que quer que seja, já que tudo está sendo feito inteiramente às claras.

Comece educando os gestores
Os líderes e gestores que estão na empresa, são os principais elos existentes entre o diretor e os demais colaboradores. Portanto, se torna essencial que eles sejam aliados na batalha contra a fofoca e jamais participem da disseminação de qualquer informação não oficial, seja ela sigilosa ou não. Transforme-os em verdadeiros patrulheiros, pedindo para que fiquem de olho naqueles colaboradores que costumam fofocar em excesso, para que conversem com eles e tentem, ao máximo, esclarecer tudo para que não haja brechas para a fofoca se perpetuar.

Mostrar que não existem benefícios na fofoca
Provar, por A+B, que não existe benefício nenhum ao disseminar ou participar de uma fofoca, é algo que você pode fazer para eliminá-la de dentro da empresa. Para conscientizar a equipe, investir em palestras, workshops e treinamentos, que mostrem exemplos claros de que fofocar só causa prejuízos, não só pessoais, como profissionais. Reforçar ainda que aqueles que ficam falando mal dos outros e repassam informações que não lhe competem, serão punidos e ficarão tachados como fofoqueiros; o que pode acabar afastando não só as pessoas de sua companhia, mas também suas oportunidades de crescimento profissional na empresa.

Discrição é fundamental
A discrição é a melhor saída para não cair na tentação da fofoca. Por isso, o que eu aconselho que se faça, pratique e desenvolva no dia a dia é a capacidade de se tornar uma pessoa cada vez mais discreta, que não se envolve em fofocas e muito menos as dissemina.
Educar os colaboradores para que sejam assim também, ensinando-os a realmente ignorar aquilo que não lhes diz respeito, se negando a ouvir o que o fofoqueiro tem a dizer e até mesmo o repreendendo se for necessário.
Em qualquer ambiente, seja ele empresarial ou não, estamos sujeitos a conviver com a fofoca, pois ainda estamos aprendendo como lidar com pessoas, com suas características e formas de ver o mundo. É por isso, que é necessário ter bastante paciência, perseverança e sabedoria para colocar todas estas dicas em prática, já que fofocar é um costume que está entranhado nos hábitos de diversos tipos de profissionais.
Mas, mesmo diante desta dificuldade, é importante não desistir, pois em nenhum momento eu disse que a fofoca é algo invencível. Eu confio na possibilidade de eliminação da fofoca em uma empresa, basta querer.

Como economizar no presente do Dia das Mães?

Reinaldo Domingos Foto Divulgação
Reinaldo Domingos Foto Divulgação

Como fazer bonito com a mãe, em tempos de crise? Afinal, esta data não passa em branco.

Todo filho dá um presente no Dia das Mães, pode ser do mais sofisticado à lembrancinha mais singela, não importa, e a mãe se derrete toda quando recebe, nem que seja um cartão ou um desenho de seu filho. Ela foi lembrada, acariciada, reconhecida, agradecida. Não é à toa que para o comércio o Dia das Mães é considerado a segunda melhor data para eles, perdendo apenas para o Natal.

Como estamos em tempos bicudos, Reinaldo Domingos, doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, entre outros, vai dar umas boas dicas de como economizar e fazer bonito com a mamãe.

Primeiro de tudo tem que saber o que a sua mãe gosta ou quer e não gastar mais do que suas finanças permitem. Por mais que você ame sua mãe e queira agradá-la, se apertar financeiramente só vai deixá-la preocupada. Como disse na abertura do texto. Um cartão expondo seus sentimentos fará mais efeito.

“Qual filho não tem o desejo de presentear a mãe com o que há de melhor? Isso é muito bom, contudo, se não houve planejamento e poupança antecipada, evite colocar a sua saúde financeira em risco. Se este for o seu caso, procure comprar algo mais acessível, de valor afetivo, e comece a poupar para realizar um dos sonhos dela no próximo ano”, orienta Reinaldo Domingos.

Confira as oito orientações para economizar nas compras de Dia das Mães:

1- Conheça os sonhos dela

De que adianta gastar dinheiro com algo que a mãe não queira ou não esteja ao menos precisando? O ideal é conversar com ela e procurar saber além de seus desejos de consumo, quais são os sonhos que deseja conquistar. Assim, você poderá presenteá-la com algo que ela realmente valorize.

2- Dê o primeiro passo

Caso não possa presentear a mãe com aquilo que ela mais deseja, porque não juntar uma quantia para que ela complete com o valor necessário e realize no futuro? Essa atitude pode reavivar a sua esperança em viajar, comprar um carro ou uma casa – especialmente por ter sido uma iniciativa de seus filhos.

3- Conheça o seu orçamento

Olhe para a sua situação financeira. Caso tenha se planejado com antecedência e poupado dinheiro, o valorize ao comprar e negociar preços. Caso não tenha poupado, a orientação é investir em um presente simbólico, com valor emocional, que remeta ao sonho, e começar a poupar para o próximo Dia das Mães.

4- Una os irmãos

Se não é filho único, que tal reunir os irmãos? Somando recursos vocês podem comprar algo mais significativo – quem sabe até realizar um dos sonhos dela – sem gastar tanto individualmente. A mãe pode ficar mais feliz dessa forma do que receber dois ou mais presentes sem muito significado.

5- Pesquise preços

Escolhido o presente, não compre na primeira oportunidade. Valorize o seu dinheiro, faça pesquisas em pelo menos três lojas diferentes, tanto físicas quanto online. Os preços variam muito e o valor que você economizar pode poupar para a realização do sonho seguinte, seu ou de sua mãe.

6- Negocie o pagamento

Na hora de pagar, muitas pessoas têm vergonha de negociar, acham que estão “pedindo”. Contudo, saiba que na grande maioria dos preços praticados no mercado há “gordura”, ou seja, valor que pode ser eliminado ao conceder descontos aos consumidores. Essa é uma prática comum de mercado e que pode te ajudar – e muito – a economizar.

7- Evite parcelar

Compras parceladas são dívidas feitas hoje para serem pagas no futuro. Neste Dia das Mães, evite contrair uma nova dívida. Caso precise parcelar, analise qual valor caberá confortavelmente em seu orçamento nos próximos meses, evitando o risco de não conseguir pagar e entrar na inadimplência.

8- Saiba presentear

Nem sempre o que a mãe deseja é um presente “comprado”. É possível que ela queira ter mais tempo com os filhos, fazer um passeio ou ser convidada para uma refeição preparada com carinho. Não tenha medo de sair do convencional e demonstrar seus sentimentos por meio de atitudes.

Isabela Teixeira da Costa

Pequenas coisas que deixaram saudade

lanterninha2Ontem, fui ao cinema com alguns amigos e ficamos lembrando coisas que não existem mais.

Sempre que vamos ao cinema, logo no início, o primeiro vídeo que passa é um desenho animado engraçadinho com as informações de seguranças e mostrando o que não se deve fazer dentro de um cinema.

A primeira imagem é um Lanterninha descendo as escadas de um corredor entre as cadeiras da sala de projeção. Isso sempre me chamou muito a atenção, e ontem, pela primeira vez comentei: “Adorava o Lanterninha”. E minha amiga concordou comigo e ficamos relembrando algumas coisas existiam e não existem mais, de forma saudosa.

Acho muito interessante o desenho animado começar por uma figura, ou melhor, pela imagem de um profissional que não existe mais, e que 90% das pessoas que estão assistindo aquilo não têm conhecimento do que ele representou. Fico imaginando se eles ficam pelo menos curiosos para saber quem era aquele, se perguntam para seus pais, ou se simplesmente ignoram, ou nem percebem.

Quando era pré-adolescente e adolescente morava na Rua Tupis, 360, no Centro, em frente ao Cine Jacques, que tinha ao lado o Ted’s. Hoje, o prédio continua lá, e o cinema daquela época se transformou na entrada do Shopping Cidade. A turma do prédio não era grande, São apenas 11 apartamentos – um por andar –, e nem todos tinham adolescentes e jovens, mas o “Seu” Manoel Bernardes morava lá com a família e eram muitos filhos, e a Andrea é mais ou menos da minha idade e brincávamos muito juntas, e tinha a Rosângela (não lembro agora o sobrenome dela). Nós três éramos amigas. Para felicidade, ainda encontro com Andrea, infelizmente, ainda não tive o prazer de rever Rosângela.

Naquela época, não existia essa conversa de viajar todas as férias e nem as férias todas, ate mesmo porque as aulas terminavam em novembro e só recomeçavam em março, e eram o mês de julho todo. Não fiquem com inveja, tínhamos aula aos sábados, sem exceção. Com isso, ficava muito tempo à toa em BH, e minha mãe sempre trabalhou fora.

baleiroQuando cansava de brincar de boneca (coisa que eu adorava), ia ao cinema, sozinha mesmo, naquela época podia. Era só atravessar a rua e os filmes eram ótimos. Não corria perigo. Eu tinha uns 10, 11 anos. Entrava na seção das 14h e só saía às 18h. Passava a tarde assistindo o mesmo filme. Assisti todos os filmes da série do Herbie, Se meu fusca falasse; A Noviça Rebelde; e todos os desenhos clássicos da Disney. Amava.

E tinha o Lanterninha, um rapaz vestido elegantemente com um tipo de farda de gala, com um quepe, que ajudava as pessoas que chegavam atrasadas a encontrarem lugares para assentar – não existia lugar marcado –, e, vez ou outra, passeavam durante o filme pela sala, para iluminar casais de namorados mais fogosos.

Quando alguma turma ficava conversando muito ou fazendo bagunça, era ao Lanterninha que recorríamos, e ele punha moral ou retirava os baderneiros do cinema. Teve uma época que tarados começaram a ir aos cinemas para passar a mão nas pernas e em outras partes mais das moças sozinhas. O Lanterninha também entrava em ação.

Outro profissional daquela época que sumiu foram os baleiros. Apesar de ter a bombonier no foyer do cinema, entravam moças com uma bandeja pendurada no pescoço com todas as balas e chocolates e passavam nos corredores, vendendo para quem já estava assentado. Vale lembrar que, naquela época, era proibido entrar com pipoca na sala de projeção, por causa da sujeira que ficava.

Eu sempre comprava Frumelo, uma bala macia de framboesa, e amendoim revestido de chocolate. A gente saía do filme com a boca até pegando, de tanto doce que comíamos. Era divertido. Quanta saudade.

Isabela Teixeira da Costa

Como ficar com pernas lindas

unnamed (1)Novos e efetivos tratamentos evidenciam a beleza das pernas.

O treino da academia pode até surtir um bom efeito, mas ainda incomoda aquela celulite, as estrias e os vasinhos aparentes nas pernas? Então, é hora de recorrer a procedimentos que podem ajudar na beleza das pernas. Existem procedimentos específicos para tratar desses pequenos probleminhas e deixar as pernas lindas.

CELULITE
Procedimento: VelaShape III
Como age: Referência em tratamento contra celulite, a nova versão do VelaShape permite aquecimento mais específico e confortável com resultado também na redução de gordura localizada e flacidez. “No procedimento, as células de gordura são aquecidas a uma temperatura de 42º a 45ºC provocando apoptose (morte) dos adipócitos de forma completamente segura sem queimar a epiderme”, explica a dermatologista Claudia Marçal, de Campinas. “No caso da celulite, o equipamento age diretamente nas camadas superficiais do tecido, onde se encontra essa alteração; no entanto, como atua simultaneamente nos tecidos mais profundos, melhora o processo inflamatório que provoca a própria celulite”, completa a dermatologista.
Número de sessões: quatro sessões, uma a cada 15 dias.

FIRMEZA
Procedimento: Legacy
Como age: Contando com tecnologia 4D, que combina pulso magnético, radiofrequência multipolar (com 150W), Varipulse™ (sucção ajustável para ação profunda da tecnologia) e controle térmico de temperatura, Legacy é a grande aposta para tratamentos de firmeza de pele corporal. “A radiofrequência multipolar aquece o tecido de maneira homogênea; este aquecimento atua sobre o colágeno e a elastina, promovendo a melhora da flacidez, com a atuação conjunta como pulso magnético, o tratamento atua sobre os fatores de crescimento dos fibroblastos. Assim entregando no final do tratamento uma pele mais firme e com mais elasticidade”, explica a dermatologista Luciana Lourenço, doutora pela Faculdade de Medicina da USP. Dessa forma, a tecnologia também age contra gordura e celulite, ao aumentar a atividade metabólica, realizar a criação de novos vasos, com consequente aumento da oxigenação e nutrição da pele, além de provocar estímulo nos fibroblastos, o que contribui para aumentar a quantidade de colágeno e elastina.
Número de sessões: seis a oito sessões, de 15 em 15 dias

VARIZES
Procedimento: CLaCs
Como age: O procedimento utiliza laser não-invasivo e injeções de glicose, para aumentar eficácia do tratamento e reduzir os efeitos colaterais. “Com o método combinado, o laser pode ser aplicado com energia mais baixa (o que diminui a dor no tratamento) emitindo pulsos de luz que penetram no corpo do paciente e são absorvidos pelo sangue – agindo nas varizes sem causar dano à pele”, explica a Aline Lamaita, cirurgiã vascular e médica do corpo clínico do Hospital Albert Einstein. Logo em seguida, a glicose é aplicada nos mesmos locais onde foi realizado o laser, potencializando seu efeito e secando as varizes. Sendo assim, o método inovador reduz a quantidade de sessões. “Outros tratamentos também podem ser indicados, dependendo do grau das varizes”, acrescenta.
Número de sessões: “Em apenas três sessões, é possível notar uma melhora significativa, de 70%”, comenta a médica.

GORDURA LOCALIZADA
Procedimento: Total Sculptor by Power Shape
Como age: Único equipamento do mundo a associar criolipólise, ultrassom microfocado, corrente de estímulo muscular, radiofrequência multipolar e criofrequência para tratar de forma efetiva a gordura localizada, promover remodelação corporal e definir o músculo. O protocolo começa com o congelamento das células de gordura que, logo após, são destruídas por um potente ultrassom microfocado. Enquanto isso, a corrente de estímulo muscular age: “É uma tecnologia que faz a paciente ‘malhar’ de forma passiva. Enquanto a paciente está parada, o equipamento começa a contrair e soltar o músculo várias vezes até fazer a definição da área muscular”, explica Abdo Salomão Jr, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
Número de sessões: uma.

ESTRIAS
Procedimento: Eletroderme
Como age: As agulhas ultrapassam a epiderme, emitindo ondas eletromagnéticas apenas nas camadas mais profundas da pele, preservando a superfície. Isso faz com que a temperatura da derme chegue até a 70°C, estimulando a produção de colágeno e refazendo as fibras rompidas, explica o Abdo. A ação do Eletroderme provoca o estímulo da regeneração celular por meio do processo de cicatrização, a proliferação de células-tronco e estímulo da síntese de elastina, da neocolagênese (produção de colágeno) e angiogênese (proliferação de vasos sanquíneos).
Número de sessões: São necessárias, em média, quatro sessões com intervalos mensais.

Aniversário é tudo de bom

eusiteAmo fazer aniversário, dia de gratidão e alegria.

Hoje é meu aniversário. Sempre amei esta data e por isso mesmo deixei para escrever o artigo hoje pela manhã, para conseguir colocar no papel tudo o que sinto neste dia. É um misto de sentimentos bons: alegria, felicidade, gratidão, amor, excitação. Volto um pouco a ser criança. Só para registrar, hoje é um aniversário duplo, o meu site completa um ano de vida!

Hoje, entra em mim outro sentimento que só senti uma única vez e retorna este ano: saudade. Minha filhota Luisa não está aqui comigo. A primeira vez foi em 2005, quando Luisa fazia intercambio no Canadá, e hoje, 2017, porque ela está morando em Anagé, no sertão da Bahia e não pode vir e nem eu pude ir. Quem é mãe sabe que a ausência de um filho é faltar um pedaço de nós, não estamos completas.

Não entendo como têm pessoas que não gostam de fazer aniversário, comemorar o seu dia na face da terra. Quando era mais nova começava a avisar a todos do meu aniversário com uma semana de antecedência. Fazia a maior farra. Saía pelo jornal avisando a todos, feliz e saltitante. E da mesma maneira que gosto de comemorar meu aniversário, também gosto de comemorar a data de quem está próximo de mim.

Desde que comecei a trabalhar com minha prima Anna Marina, na véspera do aniversário dela enfeito a sala toda com bandeirinhas e balões de São João – o niver dela é em junho –, o Son Salvador faz um cartaz escrito “Arraiá da DonAnna”.  A primeira vez ela levou um susto! E ficou na maior felicidade. Todo mundo gosta de carinho.

Aniversário é dia de gratidão. Gratidão a Deus por eu ter nascido, por ter completado mais um ano de vida, por estar com saúde e com pessoas que eu amo. Por Ele estar me abençoando, e isso é das coisas mais importantes para mim, e por isso mesmo, sempre que vou desejar parabéns para alguém, escrevo “Parabéns, mil felicidades e muitas bênçãos de Deus”. Estou desejando o que acredito ser o mais importante para a vida dos meus amigos.

Na família tínhamos uma tradição, meu pai, mãe e irmãos entravam no nosso quarto batendo panelas e cantando parabéns. Era um despertar bem alegre e assustado. Depois que ele e minha mãe separaram senti falta dessa farra, e na minha casa instituí uma nova tradição, preparar um café da manhã especial e levar na cama do aniversariante cantando parabéns. Sempre fiz isso para a minha filha e ela para mim.

Sempre comemorei meu aniversário, algumas vezes com mais gente, com festa grande, outras, com um grupinho menor de amigos, mas passar em branco mesmo, acho que nunca. Não esqueço uma festa linda que Adriana e Elói Oliveira fizeram para mim na casa deles, quando moravam no Villa Castela, foi linda, ótima, animada. Fiquei tão feliz!

Já ganhei festa surpresa. A primeira quando eu era bem novinha, na casa da minha Tia Neury, uma vela sobre uma lata de extrato de tomate. Chorei de emoção. As meninas do jornal e o Phillip Martins fizeram uma no ap dele. Ano passado foi a vez das meninas da célula me pegarem com um jantar surpresa lindo na casa da Bárbara Maciel. Amei cada uma delas. Fico muito sem graça, mas adoro!!!

E aniversário é isso, receber carinho das pessoas, ser lembrada por quem gosta de nós e o Facebook ajudou muito nisso, porque eu sou péssima para lembrar dos aniversários . Pessoas que param um minutinho para ligar pra gente ou escrever uma mensagem, desejando sempre algo de bom. E neste infinito de desejos, nada melhor que ilustrá-lo com um poema de Carlos Drummond de Andrade, que para mim tem tudo a ver com aniversário

 

Tempo

 

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,

a que se deu o nome de ano,

foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança

fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano

se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez

com outro número e outra vontade de acreditar

que daqui para adiante vai ser diferente…

…Para você,

Desejo o sonho realizado.

O amor esperado.

A esperança renovada.

Para você,

Desejo todas as cores desta vida.

Todas as alegrias que puder sorrir.

Todas as músicas que puder emocionar.

Para você neste novo ano,

Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,

Que sua família esteja mais unida,

Que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas.

Mas nada seria suficiente…

Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.

Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto,

ao rumo da sua FELICIDADE!!!

 

Isabela Teixeira da Costa

Redefina o valor da sua família

familia10Está na hora de colocarmos na balança o que é importante e priorizar a família.

Por Kie Kume*

A família e os pilares que a sustentam sofreram fortes abalos a partir de meados do século 20. Alguns deles foram determinantes e necessários para torná-la mais transparente, autêntica, para a preservação de seus valores e para mantê-la, como sempre foi chamada, um “ninho de amor” e porto seguro contra as inevitáveis tempestades da vida.

No afã de acumular dinheiro e riquezas, muitas vezes você pode se esquecer da importância que a família ocupa em sua vida. É nela que está quem mais o ama – a pessoa a quem se uniu, os filhos, pais, avós, tios, sobrinhos, primos.

É muito importante termos determinação para conquistar o sucesso e construir uma carreira bem-sucedida. Devemos, sim, buscar sempre o melhor e construir uma poupança para nossa velhice e para a boa educação de nossos filhos. O autor japonês Ryuho Okawa, que acaba de lançar As Leis da Invencibilidade, diz que nem sempre o sucesso garante a felicidade. Por isso, devemos nos esforçar para que sucesso e felicidade andem juntos.

Kie Kume
Kie Kume

Muitos homens de negócios deixam de dar a devida atenção à felicidade de sua família e se esforçam apenas para progredir na carreira. É preciso manter uma vida de equilíbrio, ter aspirações nobres e trilhar o caminho do meio – nem sacrificando a felicidade pessoal e a dos que nos cercam em nome do sucesso, nem tendo uma atitude radicalmente oposta, ou seja, abrindo mão do sucesso por julgar que isso garantirá a felicidade da família.

Quando falamos em caminho do meio, falamos em uma vida de equilíbrio entre o tamanho de nossa dedicação à carreira ou à empresa em que trabalhamos e o tamanho de nossa dedicação à família, aos cuidados com nossa saúde e educação, sem nos esquecer de investir no desenvolvimento de nossa própria espiritualidade. Felicidade é viver a vida em todas as suas dimensões e em sua plenitude.

Essa consciência se torna mais forte quando, afetados por crises, nos voltamos para nossa vida privada, reavaliamos nossas condutas materialistas e a avidez pela riqueza ou poder, e nos voltamos mais para valores religiosos. Com o tempo, como diz Okawa, “as pessoas ficam mais introspectivas e começam a sentir que deveriam colocar um freio em sua ambição”. Ele observa que, com menos dinheiro para gastar com amigos e compromissos, naturalmente cresce a convivência com a família e a redescoberta de seus valores.

“Essa mudança pode proporcionar lições importantes. Assim como as pessoas somente dão o devido valor à saúde quando adoecem, os workaholics podem transformar o período de recessão em oportunidade para refletir sobre a vida que têm levado”, diz o mestre. O foco para uma vida baseada em valores interiores, deixando para trás uma vida de ostentação e extravagâncias, ajudará na compreensão do verdadeiro valor da espiritualidade e na redescoberta dos valores familiares.

Um dos três últimos desejos de Alexandre Magno (rei da Macedônia, 356-323 a.C.) expressos pouco antes de sua morte, foi o de ser levado ao cemitério onde seria enterrado com as mãos estendidas para fora do caixão – para que as pessoas soubessem que viera ao mundo de mãos vazias e que de mãos vazias sairia, mesmo depois de suas vitórias militares e grandes conquistas.

Verdade ou lenda, o episódio confirma que devemos sempre lutar para buscar o sucesso, mas com a consciência de que somente levaremos desta vida as riquezas espirituais que acumularmos, em especial o amor e a felicidade que tivermos compartilhado com nossa família e com as que pessoas com as quais convivemos. É também a mais valiosa herança que deixaremos.

 

* Kie Kume é gerente da editora IRH Press do Brasil, que publica em português as obras de Ryuho Okawa. Um dos autores mais prestigiados no Japão, Okawa tem mais de 2.100 livros publicados, ultrapassando 100 milhões de cópias vendidas, em 28 idiomas

Presépio do Pipiripau reabriu

O presépio. Foto Tati Motta
O presépio. Foto Tati Motta

O Presépio do Pipiripau é a coisa mais linda, de uma delicadeza e singeleza que emociona a todos.

Ontem, eu realizei um dos meus grandes sonhos: conheci o Presépio do Pipiripau. Demorou 56 anos, mas consegui. Fiquei sabendo, quando li no Caderno de Cultura do Estado de Minas, que ele seria reinaugurado na manhã de ontem, depois de ficar fechado por cinco anos, para ser restaurado. Não tive dúvidas, fui junto com o fotógrafo do jornal.

Quando cheguei lá, já estava desligado. Meu colega, o repórter Gustavo Werneck, que tinha chegado mais cedo, disse que já tinham ligado e que até o trovão tinha funcionado. Fiquei enlouquecida, tinha que ver aquilo tudo. “Gustavo, pede para alguém ligar de novo”. Ele pediu e depois de várias entrevistas, religaram.

O presidente da Unimed BH, Samuel Flam, a neta do S. Ramundo, Lúcia Ramos, e o diretor da Unimed BH, Paulo Pimenta
O presidente da Unimed BH, Samuel Flam, a neta do S. Ramundo, Lúcia Ramos, e o diretor da Unimed BH, Paulo Pimenta

A emoção foi tão grande que me senti como criança novamente. Encantada, examinando minuciosamente cada cena da vida de Jesus, desde o seu nascimento, até a sua ressurreição. Cada detalhe, movimento, e embalada pela música repetitiva entoada pelo barulho do mecanismo da maquinária.

Estava embevecida. Era como se não existisse mais ninguém comigo naquela sala, e olha que tinha era gente, um batalhão de repórteres, cinegrafistas, fotógrafos e os responsáveis por tornar possível o restauro de uma obra tão linda e importante para a cultura da cidade.

Não me perguntem por que nunca tinha ido lá, nem eu mesma sei. Primeiro, porque minha mãe nunca me levou. Seu Raimundo Machado, o criador do Pipiripau começou a construí-lo em 1906, aos 12 anos de idade, e terminou em 1988, ou seja, eu já estava com 28 anos e poderia ter ido sozinha, mas nunca soube como chegar lá, como entrar. Sempre quis levar minha filha, e nunca o fiz.

Há uns cinco ou seis anos, comecei a namorar uma pessoa que morava lá perto e quando chegou a época do Natal pedi de presente que me levasse para ver o presépio e ele me deu a triste notícia que tinham acabado de fechá-lo para recuperação. Fiquei arrasada. Por três anos, pedia a mesma coisa, e nada. O namoro terminou há alguns anos e hoje consegui, finalmente, realizar meu sonho, e valeu a pena.

A filha do S. Raimundo, Maria Luiza Machado
A filha do S. Raimundo, Maria Luiza Machado

Depois que saímos, conheci a neta do Seu Raimundo, Lúcia Ramos; a filha dele, Maria Luiza Machado. Fiquei ali fora assistindo a apresentação de Maurício Tizumba, mas queria voltar lá, estava encantada demais. Não tinha sido o suficiente, e quando entrei novamente na sala do Pipiripau estavam fechando tudo e ligaram o trovão. Que coisa emocionante. Foi possível sentir o peso do momento da morte de Jesus.

Seu Raimundo era um craque, em todos os sentidos. Em uma época em que não se falava de sustentabilidade e de reciclagem construiu todo o presépio – 586 figuras, cerca de 3 mil objetos e 45 cenas – em argila e papel machê, conchas e outros materiais. Arrematando o presépio uma barra de “quinquilharias” como moedas, botões, molas, dobradiças, chaveiros, fecho éclair, correntes, rote dentário, enfim, tudo o que ele achou pelo caminho.

Era persistente e tinha uma cabeça borbulhando de criatividade, levou 82 anos construindo o Pipiripau, de 1906 a 1988. E passou seu conhecimento para o Manoel, para que quando ele faltasse alguém soubesse cuidar de sua obra. E Manoel ensinou Carlinhos, que hoje é quem cuida da maquinaria do presépio, e que, com certeza, já está à procura de um aprendiz para ensinar o ofício.

Temos que agradecer a restauração ao professor da Escola de Belas Artes da UFMG, Fabrício Fernandino, incansável nesta conquista, e à professora Bethânia Reis Veloso, que visitou o presépio pela primeira vez aos 5 anos de idade e coordenou toda a restauração.

O Instituto Unimed de Belo Horizonte teve a sensibilidade, abraçou a causa e patrocinou a restauração do presépio, investindo R$ 565 mil. Vale ressaltar que o Instituto é mantido pela doação dos médicos conveniados e dos funcionários. Este grupo se uniu para devolver para Minas Gerais um dos seus bens culturais mais valiosos, a obra da vida de um homem, que, com 12 anos de idade começou a construir um sonho e aos 94 anos de idade deixou a obra de sua vida de presente para todos nós.

Muito obrigada a todos que ajudaram a devolver o Pipiripau mais lindo ainda.

Vejam as fotos.

Serviço

Visitação

Quartas, quintas e sextas – 11h e 16h

Sábados e domingos – 11h, 12h, 15h e 17h.

Local: Museu de História Natural da UFMG

Rua José Cândido da Silveira, 1035, Bairro Santa Inês

 

Isabela Teixeira da Costa