Não consigo engolir esta nova onda de noivos pedirem dinheiro de presente de casamento para os convidados, alegando ser para a lua de mel.
Gosto muito dos avanços tecnológicos. Sou dessas que curto novidades e tento ter de um tudo. Saiu computador (põe tempo nisso), comprei. Lançaram a tela de plasma para o PC, troquei a minha. Reduziram o tamanho do computador de mesa, o tradicional desktop deu lugar ao all in one, troquei o meu. Televisão então, nem se fala, sou telemaníaca, só durmo com a TV ligada. Para mim, uma das granes invenções do século foi o timer no aparelho, bom demais! Por falar em melhor invenção do século, quando estávamos para passar para o século 21 saiu essa pesquisa informal, de qual teria sido a melhor invenção do século 20. As pessoas diziam televisão, telefone, foguete, luz elétrica, geladeira. Minha amiga Silva Moysés, na maior sinceridade desbancou todo mundo respondendo vaso sanitário. Tive que concordar com ela. Imagina a gente tendo que usar fossa ou penico até hoje?
Voltando à vaca fria, quando lançaram o celular, claro que comprei. Fui daquelas que teve o tijolão, e a cada modelo menor, ia trocando. Agora já voltei ao tijolão de novo, porque em época de smartphone, fotografia e redes sociais, os aparelhos cresceram novamente. Isso se tornou um problema quando vou a casamentos, pois não cabe na maioria das bolsas de festa.
Minha única resistência foi com relação ao tablet. Não via muita utilidade para ele, porém, quando descobri um problema grave na minha cervical – tenho as cinco vértebras do pescoço comprimidas – tive que ficar cerca de 20 dias de colar cervical e não podia olhar para computador. Estava organizando um evento da Jornada Solidária. Imagine, eu, em casa de repouso, sem poder mexer no computador e minha equipe trabalhando sozinha. Não teve jeito, comprei um Ipad, punha um monte de travesseiros no meu colo para que o aparelho ficasse na altura dos meus olhos – não podia mexer com o pescoço – e com isso pude receber e enviar e-mails e dar continuidade, mesmo que à distância, ao trabalho. Aí passei a gostar da engenhoca.
Note book só comprei depois que abri meu site, o isabelateixeiradacosta.com.br, e tive que viajar. A atualização e postagem via tablet é demorada e difícil, tive muitos problemas e acabei ficando alguns dias sem publicar as crônicas. Gosto de redes sociais, uso moderadamente, acompanho as outras pessoas também, com equilíbrio.
Porém, tem uma onda nova que não consigo engolir. Há um tempo que dentro dessa indústria do casamento surgiram sites de orientação para os noivos. Muito legais por sinal, e junto com eles, as listas de presentes virtuais. Até aí, tudo bem. Cada casal agora tem seu site com fotos dos noivos, a história deles, como será o casório, espaço para os convidados deixarem mensagens e as lojas onde fizeram a lista de presentes. Tem inclusive o link para o site das lojas, com a lista do casal, e as compras podem ser feitas por ali mesmo, facilitando, e muito, a vida de quem vai presentear. Principalmente, quando os noivos moram fora. Compramos aqui e o presente é entregue lá, até porque a maioria das lojas tem filiais em vários estados.
Mas junto com toda essa facilidade surgiu um modismo que acho, no mínimo esquisito: os noivos agora pedem dinheiro de presente de casamento. Oi? Como? Isso mesmo, eles agora querem viajar de lua de mel, não tem dinheiro e querem que os convidados paguem a conta. Ou, em vez de ganhar presente, querem o dindin, para rechear a conta bancária. Sinto muito, acho isso muito deselegante, chegando a ser mal educado mesmo. O presente de casamento é uma forma do casal ter uma lembrança da pessoa que ele convidou, que parte-se do principio ser alguém que eles gostem.
Já ouvi alguns jovens dizerem que pedem dinheiro para custearem a festa que fica muito cara. Outros chegaram ao cúmulo de falar que fazem casamento fora porque assim eles convidam muita gente, ganham bastante dinheiro de presente, mas como a cerimônia é em outro estado ou país, vão poucas pessoas e o gasto deles é menor. Fiquei pasma com o novo golpe, com a cara de pau de assumirem o plano e de terem coragem de fazer isso.
#pronto falei.
Isabela Teixeira da Costa