Elimine as toxinas da língua

Renata de Abreu / Divulgação
Renata de Abreu / Divulgação

Medicina ayurvédica defende a limpeza do corpo como fator de saúde e tudo começa pela sua boca.

Em uma das crônicas que escrevi aqui abordei o problema do mau hálito. Acredito que todo mundo concorda comigo que é bem desagradável conversar com um pessoa que sofre com este problema. Não sabemos como agir e é bastante constrangedor avisar a ela que está com mau hálito.

No texto, mostrei também, baseada em informações médicas, que é “balela” dizer que o mau hálito vem de problemas estomacais, ou estômago vazio. Isso pode ocorrer sim, mas é raríssimo. Como todos os dentistas que consultei e alguns médicos também, a maior fonte de odor na boca é a falta de higiene bucal, problemas na gengiva e a nossa língua. Isso mesmo, a língua tem uma capacidade enorme de absorver e depositar coisas que provocam o  mau hálito, por isso é tão importante escovar a língua.

Alimentar com frequência ajuda, porque elimina esses itens que se depositam sobre a língua e de certa forma, a grosso modo “lavam o hálito”. Agora, descobriram um probleminha a mais com essas ‘coisas’ indesejáveis e desagradáveis que se acumulam em nossa língua. A ex-triatleta e maratonista, Renata de Abreu, que há 14 anos tem sido terapeuta de tratamento corporal e líder de negócios na indústria de Spa, enviou um material bem interessante informando sobre o assunto.

Sabe aquelas manchas esbranquiçadas que ficam na língua quando acordamos? Segundo a medicina ayurvédica, tradicional e milenar modalidade indiana, essa sujeira acumulada durante a noite de sono é carregada de toxinas que podem ser prejudiciais à saúde. Isso porque a medicina indiana acredita que, embora o corpo esteja em repouso, o sistema digestivo continua a funcionar. Nesse período o próprio organismo faz um expurgo de impurezas e parte disso é enviada para a boca e fica presa na língua.

Na Ayurveda, aliás, a higiene do corpo é elemento essencial para a boa saúde e tudo isso começa com o que ingerimos, ou seja, por meio da digestão. Caso não seja realizada a higienização da língua, essas toxinas serão reabsorvidas pelo organismo. O resíduo da língua pode obstruir a expiração e causar problemas respiratórios e das vias aéreas, como a sinusite; problemas do trato digestivo e o desagradável mau hálito.

Além disso, a limpeza adequada da língua todas as manhãs, ajuda a promover a produção de saliva, que auxilia a boa saúde bucal e manutenção de dentes, gengivas e mucosa saudáveis. A limpeza da língua não deve ser feita com a escova de dentes. Essa higienização, para ser eficiente, precisa ser realizada com raspadores de língua que, por sorte, são encontrados em qualquer farmácia e drogaria comum. Caso queira começar e ainda não tenha um, você pode usar uma colher. O raspador deve passar com firmeza pela língua, mas sem pressão suficiente para machucar, não é esse o intuito da limpeza e purificação da língua.

#fica a dica

Isabela Teixeira da Costa

 

Chef lança projeto para crianças

Merenda EscolarJuliana Muradas, especialista em nutrição, estimula crianças e famílias a criar um vínculo sólido com a alimentação saudável.

Ainda dentro do assunto que tenho falado tanto aqui, que é dos riscos e perigos da obesidade infantil, vou destacar um projeto muito bacana que será lançado no próximo dia 25, pela chef Juliana Muradas.

Descomplicar a relação das crianças com a comida e mostrar a importância de fazer escolhas conscientes sobre o que ingerimos foram o ponto de partida para que a chef de cozinha especialista em nutrição saudável, escritora e mãe de gêmeos, Juliana Muradas, criasse o projeto educacional e cultural Inhame Inhame. A iniciativa nasceu da preocupação em discutir de forma aprofundada a questão da nutrição infantil, e o resultado foi a produção de um site e do primeiro livro da série Inhame Inhame, “Merenda Escolar”, escrito por Juliana com ilustração de Carla Irusta.

Chef Juliana Muradas / Divulgação
Chef Juliana Muradas / Divulgação

Juliana percebeu a ausência de uma abordagem sistêmica com nuances comportamentais e psicológicas, fundamentais para ajudar crianças e famílias a estabelecer um vínculo sólido e duradouro com a alimentação saudável. “As crianças são levadas, através da popularidade do tema, a conhecerem o universo das receitas e seu preparo, o que é de fundamental importância. Entretanto, um passo de relevância imensurável está se perdendo nesse caminho, que é a aproximação direta da criança com o alimento, com o semear, o adubar, o colher, o saber”, descreve a especialista.

Durante o lançamento terá uma mesa de oficina sensorial para as crianças experimentarem novos sabores. Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 60% dos bebês entre 6 meses e 2 anos consomem verduras e legumes, 43% deles já consomem sucos industrializados e 48% tomam refrigerante. Nos últimos 15 anos, o número de crianças obesas dobrou: de 7,5 milhões para 15,5 milhões. No Brasil, a taxa de obesidade entre as crianças é superior à média mundial e chega a 8%. Para inverter a tendência, a OMS alerta que governos terão de adotar medidas concretas para a redução diárias de calorias e implementação de propostas com a meta de evitar que crianças sejam sedentárias.

Por isso Juliana salienta que a alimentação saudável deve ser uma prioridade. “Colocar em prática bons hábitos é uma dificuldade para muitas famílias, mas é indiscutível que uma alimentação equilibrada resulta em uma vida saudável. Queremos que o Inhame Inhame ajude crianças e famílias a estabelecer um vínculo sólido com a alimentação saudável, um hábito a ser adotado desde cedo”, explica. Ela ainda lembra que a legislação brasileira avançou muito no que diz respeito à melhoria da qualidade do lanche fornecido pelas escolas, mas seu projeto visa reforçar ações que estabelecem uma mudança de hábitos e percepção sobre a forma de se alimentar.

 

Serviço

Lançamento do projeto Inhame Inhame

Data: 25 de abril, terça feira

Horário: de 18 às 21 horas

Local: Galeria Casa Mirador (Rua Inconfidentes, 900, Savassi)

Valor do livro Merenda Escolar: R$ 40,00

Onde encontrar os livros: Feira Aproxima e Feira Fresca. Em breve no site.

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O perigo das dietas restritivas para as crianças

Nutricionista explica o risco de eliminar nutrientes importantes para o organismo dos pequenos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está, há alguns anos, alertando o mundo para os altos índices de pessoas obesas. Não são poucas as campanhas que alertam para o problema e também que divulgam a importância de uma alimentação saudável e da necessidade de exercícios físicos. Porém, a preocupação maior da OMS nos últimos anos tem sido a obesidade em crianças.

Com base no relatório da OMS, pelo menos 41 milhões de crianças com menos de cinco anos são obesas ou estão acima do peso no mundo. No Brasil, a tendência também preocupa, com um terço das crianças acima do peso ou obesas. Segundo o médico e pesquisador da área da nutrição, Patrick Rocha, a falta de uma orientação e educação alimentar é um dos grandes problemas. As crianças estão comendo pior, cada vez mais sedentárias e adoecendo com mais frequência.

Com isso vem outro problema, a dieta restritiva, que acaba retirando nutrientes importantes para as crianças que estão em fase de crescimento. Uma série de informações é divulgada diariamente dividindo os alimentos em “vilões” e “mocinhos” o que acaba causando confusão no consumidor e se estendendo aos exemplos passados às crianças.

De acordo Livia Artico, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) é importante entender a necessidade de uma alimentação equilibrada.

“Cortar carboidratos, doces e gorduras, por exemplo, é uma atitude muito comum e pode ser vista como protetora para os pequenos, mas, ao invés de aprender a ingerir alimentos de forma equilibrada, as crianças acabam acreditando que existem alimentos bons ou ruins, refletindo em comportamentos alimentares inadequados no futuro”, explica a nutricionista.

O carboidrato, por exemplo, é um alvo constante de restrição das dietas da moda e na infância é ainda muito pior. As crianças estão em fase de crescimento e desenvolvimento e precisam de energia e nutrientes adequados para realizarem suas tarefas do dia a dia como estudar, brincar e praticar esportes.

Por isso é necessário ficar atento a essas “dicas saudáveis” e dietas populares. Ensine ao seu filho que alimentos como brigadeiro, bolo, pães e massas podem fazer parte de um dia a dia saudável respeitando regras como frequência e quantidade e que esses alimentos não devem se sobrepor a outros alimentos saudáveis como: hortaliças, frutas, carnes, peixe e cereais. Dessa forma, toda família ganha mais qualidade de vida.

Isabela Teixeira da Costa

Tem coisa pior que não dormir direito?

Alexandre Prates Foto Fernando Piancastelli
Alexandre Prates Foto Fernando Piancastelli

As horas que passamos dormindo são importantes para mantermos nossa saúde.

Qualidade de vida está ligada não só a bons hábitos alimentares e atividade física frequente, mas, também, à qualidade do sono. Dormir menos do que é necessário pode prejudicar muito a nossa saúde. Uma má noite de sono gera consequências bem ruins ao organismo, como: enfraquecimento do sistema imunológico; vontade de comer em excesso; problemas de concentração, memória, raciocínio e coordenação motora, entre muitos outros.

Vários fatores podem interferir na qualidade do sono, como predisposição genética, fatores físicos, biológicos, mentais, psicológicos e sociais. A escolha errada de um colchão pode também tirar o sono de muitas pessoas e interferir em sua saúde. De acordo com Alexandre Prates Pereira, diretor operacional da Orthocrin, uma das maiores fabricantes de colchões e travesseiros do país, com 53 anos de mercado, e prata da casa, já que é empresa mineira, o cuidado na hora de comprar um colchão é importante para evitar noites mal dormidas, dores no corpo e problemas de coluna.

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Foto de Anne Guedes extraída da internet

“A primeira coisa que as pessoas devem se atentar é para o tempo de uso do colchão. É recomendável a troca de cinco em cinco anos. Depois disso, deve ser avaliado qual o tipo de colchão é ideal para cada indivíduo. Leve sempre em conta o peso e altura. No caso dos colchões de casal, considere os quilos da pessoa mais pesada”, explica Alexandre.

O executivo ainda orienta que o colchão deve ser confortável, deixando a coluna alinhada e os músculos relaxados. “O produto muito macio não dá sustentação para a coluna durante a noite, deixando-a numa posição deformada, que pode gerar dores ao longo do dia. Já o colchão duro pode provocar dores nos ombros, quadris e nas articulações, além de cansar a musculatura”, alerta o diretor da Orthocrin, que destaca que a empresa, além de certificada pelo INMETRO, conta com o Selo Pró-Espuma. “A Orthocrin tem um mix completo de produtos que se adequa perfeitamente a cada consumidor”, completa.

Nunca fui daquelas de dormir muito, mas sempre dormi bem, apesar de ter sono leve. Normalmente vou dormir por volta da meia noite e acordo cedo, mas este sono é profundo e sem interrupções. Sempre achei essa história de que colchão tinha vida útil, uma balela, porém comecei a acordar no meio da noite mexendo muito na cama, e passei a ter dor na coluna. Chegou num ponto que decidi trocar meu colchão. Alexandre (que fique claro que não o conheço), está com toda razão. Saí à cata de um colchão novo, só pensando na minha coluna.

Não sentir dor era muito mais importante, do que dormir a noite toda, apesar de saber que se a dor passasse com certeza eu voltaria a ter um sono contínuo. Priorizei um colchão mais firme, conforme fui orientada por todos os vendedores de todas as lojas que visitei. E fiquei impressionada com a variedade de preços. É possível sim comprar um excelente colchão por um preço muito bom, com ótima forma de pagamento. Só dorme mal quem quer. Se soubesse disso teria trocado a mais tempo. Quando o novo colchão chegou fiquei numa alegria. Deite para dormir achando que teria o sono dos deuses. Que nada, o corpo estranha. Passei a noite me contorcendo em um colchão duro. Demorei uns dez dias para acostumar com a novidade, mas valeu a pena. Adeus dor na coluna.

Alexandre Prates explica os tipos de colchões que existem no mercado:

  • Colchão de mola – estruturado com sistema de molejo, esse tipo de colchão apresenta uma boa distribuição de peso, com ajuste ao contorno do corpo e possui durabilidade.
  • Colchão de espuma – espumas certificadas, características firmes, com densidades adequadas para cada biótipo.
  • Colchão ortopédico – atende às pessoas que se adequam à estrutura extrafirme, sendo indicado também para idosos.
  • Camadas de conforto – com diferentes sensações: em látex natural, visco elástico, gel espumas soft.

 

Isabela Teixeira da Costa

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Será que teremos que nos alimentar de ar?

Foto EM.com.br
Foto EM.com.br

As plantas estão cheias de agrotóxicos, os legumes são transgênicos, aves e ovos estão cheios de hormônios e agora as carnes estão contaminadas.

Lascou-se, vamos comer o quê? Na sexta-feira, foi divulgada a Operação Carne Fraca que denunciou um esquema de corrupção nos principais frigoríficos do país, ou melhor, em vários frigoríficos que fornecem matéria prima para as principais marcas do país.

Além de carnes deterioradas nas quais eram colocados o um produto cancerígeno – ácido ascórbico –, para mascarar o odor de putrefação, tinha também cabeça de porco em salsichas (que é proibido por lei), papelão em carne de frango e salmonela em mortadela.

Marcas JBS
Marcas JBS

Como tudo no país vira meme, a internet foi inundada por uma avalanche deles sobre o assunto, que é pra lá de sério, neste fim de semana. Imaginem quantas pessoas, no período da investigação, ingeriram produto estragado. Isso porque os dois anos de investigações (foram em 2013 e 2014), chegaram a 21 unidades. Mas quem garante que isso não ocorria antes e que não continuou ocorrendo depois, pois só veio à tona agora.

Logo que abri este site, escrevi uma crônica sobre câncer com uma opinião muit pessoal dizendo que tenho uma teoria. Penso que o aumento expressivo dos casos de câncer na população se deve, em grande parte, aos alimentos transgênicos e ao excesso de produtos químicos colocados nos alimentos para aumentar a sua durabilidade. Na época de meus pais e avós a alimentação era bem mais saudável e natural, e com isso o número de doenças graves era bem menor.

Marcas RBF
Marcas BRF

Como postou minha prima Vanessa Torres, em seu Facebook,

“Não dá pra ser onívoro, nem carnívoro, nem herbívoro, nem vegetariano, nem vegano, nem insetívoro…
Tudo está contaminado/ estragado/ impregnado de pesticida etc.
Pensei que a opção fosse aquela mais radical: nos alimentarmos só de luz solar.
Mas…
E o rombo na camada de ozônio!?!?!?
Tá difícil essa falta de opção para um cardápio saudável!!!!! “

É por aí mesmo. Quando não é o transgênico é o agrotóxico, pesticidas, ou então o excesso de hormônio nas granjas. E agora, esta porcariada toda nas carnes. Alimentar de luz? Não dá por causa do buraco na camada de ozônio. Tragecômico.

Outro grande amigo, Marcelo Gualberto, postou na mesma rede social um texto que reproduzo parte dele, intitulado O mundo está CHAAAATO!

“Ás vésperas de completar 61 anos, chego à conclusão que o mundo está insuportavelmente chato. A gente era feliz e não sabia. Esse negócio do “politicamente correto” é uma chatice sem fim. Saudade do tempo em que ninguém precisava fazer passeata para afirmar seu “orgulho gay” (ou hétero). Tempos bons àqueles que apelidos eram apenas apelidos e não viravam caso de polícia. Fazer carinho numa criança não era suspeita de pedofilia. (…) Não tinha notícia de alguém com intolerância a lactose. Glúten? Nunca tinha ouvido falar. E o que dizer de veganos, vegetarianos, frugíveros, oníveros e afins? Cada um com a sua mania. Todos eles tentam convencer os demais que comer churrasco é ‘pecado’. (…) Os pais podiam disciplinar os filhos sem medo de serem denunciados por maus tratos. Não me refiro a surras, quase espancamentos. Refiro-me às boas chineladas no lugar próprio. (…) Saudade, muita saudade do tempo que vereador não era profissão, era cargo de honra.”

Enfim, apesar de não ter sido um grande número de frigoríficos autuados, o estrago foi grande. Agora é ver no que vai dar. O importante, é que, até que enfim, a podridão que existe no país, em várias áreas, está vindo à tona.

Veja a relação dos frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca, que envolve grandes frigoríficos, e suas marcas mais conhecidas: BRF (Sadia, Perdigão e Chester); JBS (Friboi, Seara, Big Frango, Swift e Maturatta); Grupo Peccin; Frigorífico Souza Ramos; Frigorífico Larissa; Mastercarnes (PR); Dagranja Agroindustrial Ltda; Frango a gosto; Fratelli comércio de Massas e Frios; Frigobeto Frigoríficos; Frigomax; Frigorífico 3D; Frigorífico Argus; Frigorífico Oregon; Frigorífico Rainha da Paz; Novilho Nobre; Primor Beef; Smartmeal; Unifrangos Agroindustrial; Central de Carnes Paranaense; Fábrica de Farinha de Carne Castro Ltda; e Unidos Comércio de Alimentos Ltda.

Isabela Teixeira da Costa

Descobri o pilates

pilates1Comecei a fazer pilates e descobri que não é nada do que eu imaginava.

Como já falei aqui antes, por indicação do médico que fez minha cirurgia bariátrica, dr. Marcos Martins, tenho que fazer atividade física e a recomendação é pilates duas vezes por semana e caminhadas diárias. Como nunca fui chegada a malhação, estou empurrando com a barriga a caminhada, mas comecei o pilates.

Encontrei a Natália Mendes, da Spirale, que trabalha bastante com pessoas que já fizeram a mesma cirurgia que eu. O pai dela é endoscopista e foi ele quem trouxe o balão que se coloca no estômago, para BH, e por incrível que pareça, hoje em dia ele é contra tal procedimento. Mas isso é assunto para outra coluna.

Cheguei lá achando que ser moleza, assentar naquelas bolas grandes e ficar equilibrando, deitar nas camas e puxar umas argolas e pronto. Que nada. Não vi nem sombra de bola, e as camas são todas amarradas em molas e todos os exercícios que eu fiz nas duas aulas que eu já tive foram uma sucessão de puxa e empurra dessas molas, que faz doer todos os músculos das pernas, braços e abdômen. Músculos que eu nem sabia que tinha.

pilates2Depois passamos para as abdominais e aí eu vi como os exercícios são difíceis. É necessário ter uma força muscular que realmente eu não tenho. Nessas horas dá pra ver o peso de décadas de sedentarismo. Natália colocou uma bola pequena entre meus joelhos, pediu que eu dobrasse as pernas com os pés para cima e levantasse os braços puxando um peso. Parecia que eu estava carregando o mundo.

Claro que antes de tudo isso ela fez minha ficha, olhou meus exames, e, diante de um espelho foi reparando minha postura e comentando cada problema. Nunca vi nada igual. Sou toda torta. Meu ombro direito é caído, segundo Natália, por causa da bolsa que tenho costume de carregar sempre do lado esquerdo. Com isso o ombro esquerdo tende a subir para suportar o peso da bolsa e ela não cair. A gente vai ficando torta.

Fiquei toda dolorida. O bom é que Natália me garantiu que vai me colocar no jeito. Minha postura voltará ao ponto correto e fortalecerá minha musculatura. Fiquei surpresa com o pilates, não é tão leve quanto eu pensava, mas é infinitamente melhor que musculação. Porém, tem um equipamento lá onde as pessoas ficam dependuradas no ar. Acho que esse eu não vou encarar.

Isabela Teixeira da Costa

Glúten: vilão ou modismo?

glutenA questão sobre comer ou não glúten está em alta e com muita polêmica, porque nem todo mundo tem a doença celíaca. Segundo estatísticas, o número é bem baixo, porém, muita gente está cortando o glúten e afirmando ter melhorado a saúde. Recebi este artigo e decidi publicá-lo na íntegra, já que não entendo do riscado. Assim, as polêmicas, críticas e discussões ficam no âmbito dos profissionais.

Profissionais da Clínica Dr. Walter Minicucci comentam se é mesmo necessário retirar o glúten da alimentação

Exemplos de dietas sem glúten que prometem benefícios e emagrecimento rápido se multiplicam pela internet e, por conta própria, muita gente começou a cortar os alimentos com glúten do cardápio. Ao mesmo tempo, há quem se pergunte se eles são mesmo tão prejudiciais na alimentação.

Para quem tem a chamada doença celíaca, o glúten, de fato, precisa ser banido do cardápio, mas é importante ressaltar que a intolerância ao glúten não é tão frequente como vem sendo divulgado, conforme explicam os profissionais da Clínica Dr. Walter Minicucci, de Campinas.

Dr. Walter Minicucci
Dr. Walter Minicucci

Segundo o médico, “a doença celíaca é causada pela intolerância ao glúten, uma proteína presente em vários alimentos, como trigo e cevada. Nos portadores da doença, o organismo tem dificuldade de absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água. Os sintomas mais graves são diarreia, vômito, perda de peso, inchaço nas pernas, anemia, alterações na pele, fraqueza das unhas, queda de pelos, diminuição da fertilidade, alterações do ciclo menstrual e sinais de desnutrição”.

A nutricionista Maria Caroline Souza Netto explica, “por ser uma doença auto imune, ela pode aparecer em qualquer idade e os sintomas podem se manifestar em diferentes intensidades.  O diagnóstico em muitos casos é tardio justamente porque a pessoa acaba apresentando sintomas mais brandos, como cólicas e desconfortos abdominais”.

O diagnóstico preciso é feito por meio de exames de sangue juntamente com endoscopia com biópsia, procedimento necessário para detectar mudanças na parede do intestino delgado. O tratamento é cortar o glúten da dieta, o que é um desafio, já que ele aparece em alimentos como trigo, aveia, cevada, centeio e todos os seus derivados, como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, entre outros. “Evitar o glúten é uma tarefa difícil, pois ele está presente em muitos produtos, mas hoje já existem muitas opções, alternativas e até receitas para serem feitas em casa”, explica a nutricionista.

Para pessoas com sintomas muito severos, qualquer contato com o glúten precisa ser evitado, por isso é preciso ter muito cuidado ao se alimentar fora de casa. Há quem passe mal somente pela contaminação indireta do alimento, que pode ocorrer durante a preparação, em que traços ou mesmo apenas partículas de glúten de outros alimentos contaminam o prato. A chamada ‘contaminação cruzada’, aliás, pode ocorrer até mesmo nas etapas de  colheita, armazenamento e transporte dos alimentos.

Pacientes com diabetes tipo 1 têm maior risco de desenvolver a doença celíaca.

Pacientes portadores de diabetes tipo 1 apresentam maior risco de desenvolver a doença celíaca, pois ambas são consideradas doenças autoimunes, ou seja, há produção de anticorpos pelo próprio organismo. No caso do diabetes, o organismo produz anticorpos contra as células do pâncreas; no caso da doença celíaca, contra algumas proteínas e enzimas relacionadas à absorção de nutrientes pelo intestino delgado.

Menos de 10% dos portadores de diabetes têm o diabetes tipo 1, em que o pâncreas deixa de produzir insulina. Geralmente a doença aparece na infância ou adolescência, mas seu surgimento não depende de dieta, sedentarismo ou algum fator claramente sabido. Deve ser tratada com insulina, dieta específica e atividades físicas. “Em portadores de diabetes, a doença celíaca não tratada aumenta o risco de hipoglicemia, e leva à piora geral do controle do diabetes, além de prejudicar o desenvolvimento das crianças, aumentar o risco de doenças como osteoporose na vida adulta e outras deficiências de vitaminas e minerais”, alerta Walter Minicucci.

Mas afinal, o que é o glúten?

Habitualmente encontrado no trigo e outros grãos relacionados, tais como a cevada e o centeio, o glúten é um composto formado a partir de várias proteínas e confere textura, sabor e mastigabilidade para os alimentos.

Cortar o glúten da dieta emagrece?

Segundo a nutricionista, a perda de peso ao eliminar o glúten do cardápio, na verdade, está ligada a menor ingestão de calorias e carboidratos. “Para eliminar o glúten, as pessoas naturalmente cortam da dieta uma série de alimentos como pães, massas, doces, então, na verdade, ela está emagrecendo porque está ingerindo menos calorias”, explica a especialista, mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela Unicamp.

Para pessoas que precisam mesmo restringir o glúten da dieta, a nutricionista orienta que se busque ajuda profissional. “Quando é preciso adotar uma dieta muito restritiva, por motivos de saúde, como é o caso das pessoas portadoras da doença celíaca, é importante ter um auxílio profissional para que de alguma maneira a pessoa faça ingestão das vitaminas e nutrientes necessários e conheça quais substituições saudáveis ela pode realizar. No mais, já se sabe que o ideal, para todos, é adotar uma alimentação equilibrada, pensando na adoção de hábitos saudáveis em longo prazo.  Manter o controle do peso é sim, importante, pois sabemos que a obesidade é fator preponderante para uma série de doenças, como o diabetes, mas dietas radicais não costumam dar resultados a longo prazo e podem até prejudicar a saúde”, alerta a nutricionista.

 

Cuidados com a obesidade infantil

obesidadeinfantilA Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta: cerca de 41 milhões de crianças menores de 5 anos estão com excesso de peso.

O relatório “Pelo Fim da Obesidade Infantil” (Ending Childhood Obesity), de 2016, traz números alarmantes sobre a obesidade infantil. Segundo o documento, nos últimos 25 anos, o sobrepeso de crianças saltou de 31 milhões (4,8%) para 41 milhões (6,1%).
Diante desses números, a nutricionista e consultora da Associação Brasileira de Laticínios, Ana Paula Del´Arco, esclarece cinco questões sobre a obesidade infantil e dá orientações sobre alimentação adequada para um desenvolvimento saudável.

1- Durante a fase láctea a criança tem um apego emocional com o momento de tomar o leite, ao acordar e na hora de ir dormir, que precisa ocorrer. Após esta fase, muitas crianças passam a não querer mais beber o leite com toda esta carga de significado, pois remete à caracterização da criança como bebê, rompendo este estigma. Neste momento, se os pais não incentivarem, a criança pode migrar do leite para as bebidas açucaradas (sucos, refrigerantes e outras não tão saudáveis).

2- Leite não engorda. Na verdade, os lácteos ajudam na prevenção do ganho de peso desordenado. Vários estudos  envolvendo 46 mil crianças e adolescentes, apontaram que aquelas com maior consumo de lácteos estavam 38% menos propensas a ter excesso de peso na infância, e que pode haver redução do risco de sobrepeso e obesidade em 13%, com o aumento do consumo de 1 porção de leite ao dia.

3- Não é porque os pais são obesos que o filho também será. De fato pais obesos incorrem em grandes chances de terem filhos obesos, mas não por fatores genéticos e sim por fatores comportamentais. Apenas 5% dos casos de obesidade são genéticos, em torno de 10% de causas hormonais, que são tratáveis, e o restante derivados de maus hábitos de vida, sejam alimentares e/ou de atividade física. É importante que os pais deem o exemplo de alimentação saudável e prática de exercícios.

4- Não se deve pular nenhuma das refeições na alimentação da criança, em especial o café da manhã. A criança deve tomar café da manhã, almoçar e jantar, bem como consumir frutas, hortaliças e leite, alimentos estes que deixam de ser consumidos pelas crianças quando não incentivados pelos pais.

5- O sobrepeso do filho deve ser preocupação desde cedo. A obesidade não é uma questão de estética, pois traz graves problemas. Desde doenças cardiovasculares, renais, gastrointestinais até distúrbios psicológicos como depressão e distúrbios alimentares. Pais devem ficar atentos e fazer acompanhamento médico para que tenham alimentação equilibrada e um crescimento saudável.

Reaprendendo a comer

Minha filha e eu, 30 dias depois de operada
Minha filha e eu, 30 dias depois de operada

Depois da cirurgia bariátrica é um reaprendizado.

Como disse ontem, decidi operar e operei. Não foi uma tomada de decisão difícil. Só faltava a oportunidade, já que a cirurgia não é barata e no meu caso o plano de saúde não autorizava, porque não era obesa mórbida.

A primeira semana eu achei que ia ser enlouquecedora. Uma semana sem mastigar? Quem aguenta isso? E só bebendo líquido, tipo água rala? Daria uma fome danada. Que nada. Não dá fome nenhuma e de vez em quando, muito em quando mesmo, dá vontade de mastigar e tem uma coisa que o médico liberou: picolé de fruta – desde que não leve leite –, limão, uva, abacaxi. Sopa no mel.

Só bebia em um copinho descartável de café, daqueles de 50 ml. Gente, tranquilo demais. Não dá fome nenhuma. A cada meia hora bebia um, de gole em gole. Vale frisar que os goles eram bem pequenos. Então, cada “refeição” era demorada, degustada. A sopa era feita com tudo, bem rica, sem óleo, e só bebia a água da sopa. Quando entrava aquele caldinho quente e salgado era muito gostoso. Mas apenas aquele copinho satisfazia. A semana passou voando. Não pensei que fosse ser tão tranquilo.

Claro que tinham os gases e a cada duas horas eu fazia uma caminhada de 15 minutos dentro da minha casa mesmo. Criei um circuito que dava dois minutos então eu sabia quantas vezes tinha que repetir. Foi tranquilo e isso ajudava com os gases. Vale ressaltar que esses gases não doíam, só estavam lá. E saíam por todos os lugares normais de saída, então, quanto mais rápido elimina-los, melhor. E o santo luftal fazendo o seu papel.

A segunda semana chegou. Dr. Marcos Martins me liberou para trabalhar e dirigir. Na alimentação, o que era líquido passou a ser batido no liquidificador. Também pude comer banana e mamão amassadinhos e maçã raspadinha. Que delícia. A sopa já era grossinha. Na primeira vez coloquei uma concha e achei pouco demais, então coloquei duas conchas no prato. Não consegui comer nem meia. Ri demais.

No jantar, troquei a concha por uma concha de molho, que é bem menor e me servi apenas uma vez. Fiquei chocada com a quantidade que estava no prato. Pensei com meus botões “vou passar fome”, que nada, dei conta de comer a quantidade servida e fiquei satisfeita por mais de quatro horas.

Na terceira semana já podia carne moída, frango desfiado, arroz cozidinho e purê de batata. Biscoito de polvilho, creme cracker, queijo polenguinho e café. Sucesso. Porém, quando fui almoçar, que decepção. Sentia a comida descer. Pesou no estômago. Comi um pingo. Graças a Deus não entalei, apesar de não saber o que isso significava.

Várias pessoas que eu tinha conversado já me falaram que eu poderia entalar, e neste caso a solução era vomitar para aliviar, e que eu poderia ter dumping, e neste caso tinha que sentar ou deitar e esperar passar.

Segui minha vida numa boa, redescobrindo a alimentação e como era ingerir alimentos sólidos depois da cirurgia. Comer devagar, pequenas garfadas, mastigar muito. Um dia, do nada, a comida parou na altura do peito. Doeu como se fosse ar preso. Fiquei com vontade de arrotar. Fui para o banheiro, o arroto não saía, e quando saiu, não era arroto e sim um pouco da comida. O alívio foi imediato. Pronto, descobri o que era entalar.

O por que, não sei. Posso ter comido depressa, mastigado pouco. O fato é que passei pela primeira de muitas experiências de entalo que todo operado passa. Bem-vinda ao clube. Dumping eu nunca tive.

Hoje, 35 dias depois de operada, 9 quilos mais magra, já posso comer quase tudo. Estou muito bem, obrigada, e sei que a cirurgia bariátrica pode ter os seus riscos, mas afirmo que não é nenhum bicho de sete cabeças. O bem que ela faz para a saúde e a autoestima, só a pessoa pode avaliar. Porém, é preciso estar nas mãos de excelentes profissionais como eu estive e estou.

Isabela Teixeira da Costa

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Eu operei

IsaFiz cirurgia bariátrica, um desejo antigo que achei que nunca conseguiria realizar.

Quase todos os dias vou à sala da Anna Marina. Trabalhei diretamente com ela por mais de 20 anos e até hoje ajudo quando ela precisa, e a substituo quando ela viaja. Além de sermos primas de primeiro grau e eu gostar muito dela.

Em um dos dias de novembro, desci para vê-la e chegando lá encontrei o cirurgião Marcos Martins. Estavam falando sobre diabetes e cirurgia. Perguntei até que idade é possível fazer cirurgia bariátrica e ele respondeu que se faz até 70 anos, olhou para mim e disse que me dava uma cirurgia, me passou o celular e disse para eu ligar para ele, para marcar a consulta.

Não me contive. Sempre lutei com o peso. Já fiz tudo quanto é tipo de regime, tomei vários remédios, injeção na barriga, vivi a vida no efeito sanfona. Já tinha pensando várias vezes na possibilidade de fazer a cirurgia, porém não tinha peso para aprovação do plano de saúde. Isso não significa que não precisasse da cirurgia.

Já estava com princípio de artrose nos dois joelhos, lesão por estresse na perna, glicose limítrofe e o triglicérides não abaixava. O resto estava ótimo. Tenho que confessar que a questão estética seria um ganho a mais, o que mais importava era a saúde. Quando ouvi que o Marcos me daria a cirurgia, renasceu em mim a esperança.

Coloquei nas mãos de Deus, é o mais importante, saber a vontade Dele. Marquei a consulta e fiz todos os exames. Uma batelada gigantesca. Cardiologista, com outros exames. Psicólogo, para ver se estava preparada para a cirurgia. Tudo pronto e aprovado.

bypassClaro que sofri crítica e condenação por parte da minha filha e da minha irmã, as únicas da família para as quais eu contei. Preferi assim, porque a cirurgia bariátrica é bastante controversa. É delicada, mas estava muito tranquila e confiante, só quem sofre com a obesidade e com os problemas de saúde que ela traz é que sabe o que é melhor fazer. Tomar remédio para emagrecer é mais prejudicial para o organismo, porque ninguém sabe ao certo o tipo de drogas que estão contidas nas pílulas. Deus já tinha me dado o sinal verde e estava nas mãos do melhor cirurgião, do melhor anestesista (dr. Juarez) e no melhor hospital (Mater Dei).

Conheço inúmeras pessoas que já fizeram a cirurgia e tinha conversado com muitas para saber como tinha sido, quais os problemas, dificuldades, como seria o pós-operatório. Tinha que saber tudo o que eu enfrentaria. O que mais me preocupava era enjoar muito e ficar uma semana só no líquido ralo.

Mas encarei tudo na maior coragem e felicidade. São duas horas e meia de cirurgia. Atualmente, existe uma medicação anestésica que não provoca enjoo, o que é maravilhoso. A equipe do Mater Dei não te deixa sentir dor nem enjoo, quando começa, eles chegam para te medicar. São dois dias de hospital, no terceiro a gente recebe alta.

No dia da cirurgia não se pode ingerir nada, só mesmo soro. Mas não senti falta de nada, deu para levar numa boa. O tipo de cirurgia que foi feito foi a Bypass, que grampeia o estômago e faz um desvio no intestino, e é por vide laparoscopia, ou seja, apenas cinco pequenos cortes. A recuperação é rápida e os pontos são reabsorvidos pelo organismo. Impressionante.

Amanhã conto mais.

Isabela Teixeira da Costa