Empregadas: elas trabalham direito?

Novela Cheias de Charme Foto TV Globo/Divulgação
Novela Cheias de Charme Foto TV Globo/Divulgação

Você está satisfeita com o trabalho de sua empregada doméstica?

Todo profissional é contratado para executar determinado tipo de trabalho e recebe por isso. A empresa escolhe o candidato no processo de seleção, sabendo que ele executará o serviço da melhor maneira possível, pois é bom, capaz, competente, preparado. Existe um contrato de trabalho e ambas as partes cumprem seus deveres: o funcionário executa bem suas tarefas, a empresa paga seu salário em dia. Ninguém está fazendo favor.

O mesmo ocorre quando contratamos uma funcionária para trabalhar em nossa casa. Será mesmo? Acho que não é bem assim. O contrato de trabalho de uma empregada doméstica, ou secretária do lar, como muita gente gosta de chamar, é mais importante, porque envolve um quesito que em empresa não conta tanto: a confiança.

Abrimos a nossa casa, nossa intimidade, nossos bens pessoais e os deixamos à mercê de uma pessoa desconhecida. Damos um voto de total confiança. Na maioria das vezes temos que sair para trabalhar e passa horas em nossa casa, sozinha, fazendo o que quiser.

Tive uma emprega por 15 anos. Fui sua madrinha de casamento. Ela me ajudou muito e vice-versa. Mas no fim, acho que já estava cansada e falava mal de mim com sua mãe, ao telefone, sem a menor cerimônia. Minha filha estava em casa e escutava tudo. E mesmo reclamando não pedia para ir embora. Acabou saindo por questões pessoais.

Depois que ela saiu, decidi que teria diarista. Com freqüência, tinha que pedir coisas que, no meu entendimento, fazem parte de uma limpeza normal de uma casa, como por exemplo arrastar móveis para varrer embaixo e atrás deles. Limpar interruptor e parede quando estiverem sujos, etc.

Não estou generalizando. Conheço muitas empregadas e diaristas de amigas minhas excelentes. Estou contando um caso que aconteceu comigo. Se eu trabalhasse na empresa da forma com a empregada trabalhava aqui em casa, já estaria desempregada há anos. Claro que a dispensei. Mas estou com uma moça que vem uma vez por semana.

As pessoas que me acompanham sabem que, na última quinta-feira, minha filha se mudou. Foi para Anagé, sertão da Bahia, ser missionária. Foi uma loucura fazer as malas. Primeiro, as caixas de mudança levando utensílios para casa, que foram levadas antes. Depois, as malas com suas coisas pessoais. Foi um faz e refaz enlouquecedor, por causa do peso máximo permitido.

O resultado foi um quarto extremamente bagunçado. No sábado, fui arrumar tudo e no domingo decidi dar uma limpa no quartinho de “empregada”, que nunca teve essa finalidade. Estou chocada até agora. Não vou descrever o que encontrei lá, mas tinham três sacos de lixo. Coisas que eram para ser jogadas fora e a diarista deixou lá por meses. Não tem explicação. Fora a sujeira que o espaço e o banheiro anexo estavam.

Bom, já está comprovado que não executam as tarefas que foram contratadas para fazer. Agora, tem outro problema: o horário de trabalho. Desde que a profissão foi regulamentada – não estou reclamando disso –, elas só podem trabalhar oito horas por dia. Em residências não tem relógio de ponto e a maioria das donas de casa não está por lá quando a empregada vai embora. Como comprovar se a pessoa chegou na hora e cumpriu sua jornada?

A cada semana vou me aventurar em um cômodo da casa. Vamos ver o que mais encontro. O bom é que à medida que dou a faxina, faço uma limpeza tirando coisas que não usamos mais. Com isso o volume para doações aumenta. E ainda faço um bom exercício físico. O jeito é fazer o joguinho da Poliana: ver o lado feliz de tudo.

Isabela Teixeira da Costa

Luta contra o tabaco

no smokeHoje, 31 de maio, é celebrado mais um Dia Mundial de Luta Contra o Tabaco, considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte evitável em todo o mundo.

A sociedade pressiona cada dia mais para que as pessoas parem de fumar. Outro dia, fui a uma festa na casa de uma amiga fumante. A maioria dos convidados fumava e todos estavam com seus cigarros acesos, a noite toda, dentro do apartamento. Depois que foi sancionada a lei que proíbe o fumo em ambiente fechado, ainda não tinha ido a nenhum local com tantas pessoas fumando ao mesmo tempo. Saí de lá defumada. Quando entrei no carro, tive que abrir a janela para não empestear tudo. Parecia que eu tinha fumado horrores. Lembrei-me da época em que todos os jornalistas fumavam na redação. Que alívio que não é mais assim.

A maioria dos governos toma medidas para combater o vício, como proibição de propaganda, embalagens com advertências quanto aos riscos do fumo – a maioria nem liga para as imagens e alguns até fazem piadas –, aumento dos impostos, campanhas antitabagistas, etc. Porém, para os fumantes, abandonar o vício parece uma missão quase impossível e, na maioria das vezes, desanimadora.

O ator Leonard Nimoy, o famoso Dr. Spock da saga Jornada nas estrelas, faleceu em fevereiro de 2015, aos 83 anos, depois de uma longa batalha contra várias doenças pulmonares ocasionadas pelo fumo, incluindo enfisema pulmonar, bronquite, asma e câncer de pulmão. Sua luta para alertar seus fãs a pararem de fumar durou mais de 30 anos. Ele disse: “Eu parei de fumar 30 anos atrás. Não foi cedo o suficiente. Não é fácil parar de fumar, mas tentem sempre até conseguir, quanto mais rápido, melhor.”

Tinha um amigo que morreu de enfisema pulmonar. Quando estava internado, com uso de oxigênio, tirava a máscara para fumar. Fumou até o último dia de vida. Outro dia, conversava com um primo, fumante inveterado. Disse-me com toda a certeza: “Se um médico me falar que estou doente e se parar de fumar terei dois anos de vida, se continuar terei oito meses, prefiro viver oito meses fumando.”

Fico impressionada com este tipo de opção. Nunca fumei. Talvez seja por isso, por não saber o que é ter um vício e tentar me livrar dele. Porém, tomo como base minha mãe. Fumou quase 50 anos. Uma vez, decidiu parar. Guardou um maço de cigarros na gaveta do criado e não acendeu mais nenhum. De repente. Depois de seis anos, voltou a fumar. Fumou por anos. Certo dia, começou com uma tosse, foi ao médico, fez exames e não deu nada, tudo limpo. O médico sugeriu que ela parasse de fumar. Obedeceu. Nunca mais fumou. Sempre foi determinada.

Conheço muitos ex-fumantes e todos eles falam que ainda sentem desejo de fumar. Também conheço muitos fumantes que dizem querer parar, porém só ter o desejo não adianta. É preciso ter força de vontade e, se necessário, ajuda de psicólogo, especialista e até mesmo medicação. Tudo isso porque a nicotina é a substância que produz a dependência química mais forte de todas as drogas, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Um cigarro tem mais de 4.700 substâncias tóxicas que prejudicam a saúde. Elas não afetam apenas o fumante, mas também todas as pessoas que estão em volta: os fumantes passivos. Fumantes têm mais chance de ter câncer de pulmão, infarto, bronquite e enfisema pulmonar e derrame cerebral do qualquer outra pessoa.

O Inca sugere que a pessoa parar de fumar de uma vez, como minha mãe fez, é a melhor maneira. Mas também pode parar de forma gradual, reduzindo o número de cigarros ou adiando a hora de fumar o primeiro do dia. Porém, o método gradual não pode ultrapassar duas semanas.

Creio que vale a pena parar de fumar, porque sei que morte por falta de ar é muito dolorosa, e nenhum vício merece nos levar a isso. Ainda está em tempo.

 

Isabela Teixeira da Costa

Uma agressão a todas as pessoas de bem

Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo
Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

O mundo está estarrecido com a barbárie do estupro coletivo cometido contra a adolescente carioca de 16 anos.

Ela foi violentada fisicamente, mas o ato cometido por mais de 30 homens agrediu a todas as pessoas de bem. A agressão continuou a cada vídeo divulgado, cada comentário agressivo tentando culpá-la e mais ainda, na demora do delegado em tomar alguma atitude.

Não é à toa que a vítima disse: “Não dói o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes”.

Os agressores se exibiram nas redes sociais se gabando do que tinham acabado de fazer, dizendo: “30 engravidaram”. O Artigo 241 da Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, do Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe fotografar e divulgar menores de idade em cena de sexo ou nudez. A pena é de três a oito anos de reclusão. O rapaz que filmou e postou na rede social foi à delegacia, declarou ser o responsável por isso. Entrou sorrindo, dando tchauzinho para as câmeras. Saiu sério, afirmando que provou sua inocência. Qual inocência se foi ele quem publicou as imagens? Era para ter ficado detido.

A vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, declarou: “O gravíssimo delito praticado contra essa menor – mulher e, nessa condição, sujeita a todos os tipos de violência em nossa sociedade – repugna qualquer ideia de civilização ou mesmo de humanidade”.

“Não pergunto o nome da vítima: é cada uma e todas nós mulheres e até mesmo os homens civilizados, que se põem contra a barbárie deste crime, escancarado feito cancro de perversidade e horror a todo o mundo. (…) Nosso corpo como flagelo, nossa alma como lixo. É o que pensam e praticam os criminosos que haverão de ser devida e rapidamente responsabilizados”.

Este rapidamente, ministra Cármen Lúcia, já está demorando bastante. Já identificaram quatro ‘suspeitos’. Por que não pediram a prisão preventiva?

O que choca mais neste crime? As mais de 500 curtidas no post do vídeo? Os inúmeros comentários de apoio aos 30 machões? As centenas de pessoas recriminando a adolescente dizendo que ela foi culpada? O delegado perguntando se a moça tinha costume de fazer esse tipo de coisa, como a menor relatou em entrevista, ontem à noite, ao Fantástico?

Outro ponto triste nessa história toda é saber que a menina não falaria nada por medo e vergonha. Só tomou coragem incentivada pelas mais de 800 denúncias feitas por pessoas que viram o vídeo postado pelos executores. Isso precisa mudar nas vítimas. Vítima, é vítima. Não, é não. Violência, é violência. Temos que parar de pensar com essa cabeça machista de achar que a mulher tem culpa do olhar do homem sobre ela. Não tem. As mulheres que forem violentadas têm que dar queixa o mais rápido possível. Quem deve se envergonhar desse ato tão covarde é o homem.

Estuprador pega qualquer moça, pode estar andando na rua, saindo da igreja ou dentro da escola. Pode estar de gola rolê e saia longa. Nada justifica tal agressão.  No caso desse crime, se fosse um único estuprador já seria uma atrocidade, mais de 30 não dá para descrever. Só de pensar, embrulha o estômago.

Quando fui repórter de polícia era sabido que nem os presos gostavam de estupradores. E estou falando de ladrões, assassinos, gente barra pesada. Todos se davam bem, porém, quando chegava um estuprador… A vida dele na cadeia ficava bem complicada. Hoje, não sei como é.

Este não foi o primeiro caso. Em maio de 2015, quatro adolescentes entre 15 e 17 anos foram amarradas, estupradas, espancadas e jogadas de um penhasco de mais de 10 metros de altura, no Piauí. Elas foram encontradas com vida, socorrida e levadas ao hospital. Uma delas morreu dez dias após o crime. Um homem de 40 anos foi preso como mentor da barbárie e quatro adolescentes, também entre 15 e 17 anos, participaram do crime.

Na entrevista ao Fantástico, a vítima disse que quer justiça, esquecer tudo e seguir em frente com a vida. Uma coisa que ajuda é o fato de a terem dopado, pois ela não se lembra de tudo o que fizeram. Tiraram o delegado do caso, assumiu Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima. Fica a esperança de um trabalho mais ágil, humano e menos machista. Todos juntos na campanha #contraaculturadoestupro.

Isabela Teixeira da Costa

Olhe para você mesmo

psicologia1Por que o autoconhecimento é tão difícil? Por que as pessoas fogem delas mesmas?

É bíblico. Em Mateus capítulo 7, versículo 3 está escrito: “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?”

A dor física não exige uma interpretação. Provoca simplesmente uma reação. Uma dor no corpo leva ao médico. Atualmente, marcar consulta em consultório demora meses, a solução é ir para o pronto atendimento hospitalar, lotado e aguardar horas na fila de espera.

Alguns, mais exagerados ou pessimistas já ficam imaginando o pior, até receberem a notícia que não se trata de nada grave. Mas são raras as pessoas que, mesmo sentindo dor, ignoram o sintoma e tocam a vida para a frente como se nada estivesse acontecendo.

Infelizmente, o mesmo não ocorre quando se trata de questões mais abstratas, mas nem por isso, menos importantes. Angustia, desânimo, irritabilidade, insônia, falta de apetite, ansiedade, apatia, indecisão, medo, insegurança, pessimismo, vazio são sentimentos que não devem ser ignorados.

Não podemos generalizar. Se uma pessoa sempre foi indecisa, isso faz parte de sua personalidade e do seu jeito de ser. Porém, se algum dos sintomas acima começa a aparecer é preciso procurar um médico, e neste caso a especialidade indicada é um psicólogo ou psicanalista.

Falei a palavrinha desesperadora. Muita gente acha que fazer um tratamento psicológico ou uma terapia significa estar louco. Não, não está. Quer dizer, simplesmente, estar passando por uma fase de estresse e deve se tratar, descobrir a causa do seu sofrimento.

Em alguns casos, o psicólogo indicará uma ajuda psiquiátrica para que o paciente receba uma ajuda medicamentosa. Pronto, aí o desespero ficou completo. Quando se fala em psiquiatra muita gente pensa em doido varrido, daqueles de jogar pedra em avião, que vai ter que levar choque, ser internado. Nada disso. Em alguns casos será necessário o uso de um ansiolítico ou antidepressivo por um período, e só médico especialista deve receitar.

Alguns psiquiatras também fazem terapia durante o tratamento, porém outros apenas receitam os medicamentos. Isso não é o ideal, pois o remédio dá o alívio necessário, mas não descobre a causa, o fator que está provocando na pessoa todo o mal-estar. Por isso a terapia é tão importante. Os dois tratamentos devem caminhar juntos.

Nada melhor do que o autoconhecimento. Quando isso ocorre, conseguimos enfrentar e superar os problemas que surgem, ou pelo menos, conviver com eles sem que nos afetem de maneira que nos tirem do prumo.

Tenho uma irmã psicanalista, e das boas, Regina Teixeira da Costa. Sei disso por seus clientes. Por incrível que pareça, muitos deles me contam quando encontram comigo: “sou cliente de sua irmã, ela é ótima”, ou “sua irmã me curou, sou outra pessoa”. Acho muito engraçado porque no meu entender, isso era para ser sigiloso. Regina nunca contou para ninguém quem é ou não seu cliente, não comenta nada do que acontece em seu consultório. A ética exige.

Fico orgulhosa. Deve ser muito gratificante ver um ser desabrochar, vencer seus medos, traumas, superar barreiras. Fico me perguntando por que certas pessoas têm tanta resistência para se tornarem melhores. Por que tanta gente gosta de sofrer? Por que não se dão a chance de ser feliz?

Certa vez uma amiga me disse: “Tenho medo de fazer análise e descobrir o mal que minha mãe me fez e parar de gostar dela”. Será que isso poderia acontecer? Ou ela enxergaria o que a mãe fez, resolveria as consequências disso em sua vida, e amaria sua mãe, apesar de tudo. Afinal, pais são pessoas limitadas e erram porque não puderam fazer melhor.

 

Isabela Teixeira da Costa

A gastronomia vai além da cozinha

Gleice /MasterChef/Reprodução
Gleice /MasterChef/Reprodução

Gosto muito de assistir programas de culinária. Sempre que posso estou ligada. Um deles é o MasterChef.

O programa começou no Reino Unido, mas era o da Austrália que passava na TV. Gostei e continuei seguindo a franquia dos outros países.
Acompanhei quando começou o do Brasil. Estranhei um pouco a postura rígida dos jurados e o tratamento agressivo por parte deles com os participantes – nos outros programas eles são mais delicados –, mesmo assim continuei assistindo. Fui entendendo, vendo que em alguns momentos são até carinhosos.
Este ano, começou a terceira edição. Entre os participantes entrou uma menina tímida, com uma história de vida sofrida, a Gleice: na semana da seleção tinha perdido um irmão assassinado.
Foi bonito ver sua trajetória, não por ela cozinhar muito bem, mas pelo seu crescimento pessoal. O chef Henrique Fogaça mostrou à caçula da turma como ter mais confiança em si mesma com um gesto de bater no peito e dizer: “vem ne mim”. O que ela repetia a cada prova.
No dia 4 de maio, Gleice ficou entre as piores junto com a participante Gabriella Palinkas. Gleice sempre foi uma das mais frágeis. Gabriella, por outro lado, era um exemplo. Organizada, disciplinada e perfeccionista. Em uma prova de macarons foi eliminada. A prova pedia macarons de três cores diferentes, Gabriella apresentou apenas uma, mas saborosa. Gleice, as três, porém incomíveis. Para os jurados a tarefa não foi cumprida por Gabriella e foi eliminada.
A decisão causou polêmica nas redes sociais. Os telespectadores ficaram indignados e acusaram os jurados de protecionismo por causa da história de vida de Gleice.

Sanduiche vencedor Foto Band/Reprodução
Sanduiche vencedor Foto Band/Reprodução

O fato é que ela ficou, mas na última terça-feira, 24, foi eliminada por causa de um sanduiche. Foi, sem dúvida nenhuma, uma noite cheia de emoção. Todos choraram: jurados e participantes, exceto a eliminada Gleice que, apesar de emocionada, estava sorrindo, feliz, dizendo a todos que o programa salvou sua vida, se referindo ao momento de vida que estava passando.
“Foi um aprendizado, uma escola, eu só tenho a agradecer. Independente da competição, eu precisava disso. Saio daqui outra pessoa. Eu só tenho que levar daqui coisas boas, o programa realmente me fez crescer. Eu estou saindo feliz, porque coloquei minha alma”, declarou Gleice emocionada.
O fim do episódio foi muito emocionante e, com certeza, deve ter tocado também muito dos telespectadores, apesar de a eliminação ter sido justa. Isso mostra que a gastronomia ensina muito mais do que cozinhar.

MasterChef Brasil
Terça-feira, 22h30, Band
Sexta-feira, 19h30, Discovery Home & Health

Isabela Teixeira da Costa

Feriado: um refresco na semana

feriado1Tem coisa mais gostosa do que um feriado no meio de uma semana sobrecarregada?

É como um bálsamo na vida da gente. Tem vez que as pessoas nem sabem qual feriado é, não é importante, o valor é a folga, o respiro que vamos receber. Acordar tarde, ficar de preguiça na cama! Pena que para mim não funciona. Meu relógio biológico já está treinado e faça chuva ou faça sol, de segunda a segunda sempre acordo no mesmo horário. Nem preciso de despertador – graças a Deus, porque eu detesto.

São 11 nacionais e mais dois municipais (Belo Horizonte), quando todos caem no meio da semana, são menos 13 dias no ano. Se caírem terça ou quinta-feira, a tendência é das pessoas emendarem a segunda ou sexta, ou seja, menos dias úteis. Isso às vezes atrapalha. O Brasil tem mania de feriado e quando cai em excesso interrompe demais a vida da gente e quebra o ritmo do trabalho. Alguém já sentiu isso ou será que sou só eu?

Às vezes estou com algum trabalho tão importante e está fluindo tão bem, que quando entra um feriado, em vez de ajudar, atrapalha. Juro que não sou doida, é verdade. Faço muitos eventos todos beneficentes (isso não vem ao caso agora), e o tempo é imprescindível na produção. Quando tem feriado no meio da preparação prejudica bastante. O prazo dos fornecedores muda, atrapalha no cálculo de entrega para o frete e uma coisa puxa a outra. Mas quando as datas caem bem distribuídas no calendário, as folgas são muito bem-vindas.

E quando a empresa dá de presente o direito da emenda… Fica melhor ainda! Mas o que fazer no feriado?

Começo a ouvir amigos e colegas falando e fico impressionada com as escolhas. Cada um é cada um, mesmo. Muita gente vai viajar. Escarpas do Lago ficará cheia, animada. Sítios e fazendas também. Alguns mais animados optaram em dar um pulinho no mar, de ônibus mesmo. Um decidiu fazer “sonoterapia”, disse que vai dormir de hoje até domingo, e ai de quem acordá-lo. Mas a pior para mim foi a que escolheu fazer faxina em sua casa, durante os quatro dias de feriado.

Apesar da virada do tempo, acho que vai dar para fazer muita coisa. Se não chover, até o piquenique que uma colega está programando com as amigas será possível, mas ela terá que levar muito agasalho e vários pesos, porque desde terça, no final do dia o vento chegou.

O importante é aproveitar bem o tempo, se possível com a família, com pessoas que a gente ama. Quem sabe matar a saudade de amigos queridos que não conseguimos ver com frequência… Afinal, quem faz o nosso dia somos nós e o tempo vivido não volta, então, devemos viver bem.

Isabela Teixeira da Costa

Até onde leva a obsessão

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Ana Hickmann Foto Uai.com.br/Reprodução

Como não ficar chocada com o que aconteceu com Ana Hickmann, em Belo Horizonte, por um obcecado.

Sempre me incomodou o excesso de idolatria a artistas. Todos nós temos pessoas que admiramos. Cantores, atores, escritores, enfim, profissionais de qualidade que nos tocaram com o seu trabalho, de forma que passamos a gostar deles, consumir o seu produto. Compramos discos, filmes, livros.

Vamos ao cinema assistir determinado filme em função de quem escreveu o roteiro, por causa do diretor ou de algum ator que está no elenco. Podemos até ir porque alguém indicou, mas esse “alguém” é especial, tem conteúdo, confiamos em sua avaliação, ou seja, admiramos esse “alguém”.

Quantas pessoas pagam caro para assistir a um show de sua banda favorita? Qual o problema? Porém, acho muito quando vejo moças se descabelando na fila do gargarejo por causa de um artista. Isso ultrapassa qualquer admiração.

Certa vez, quando trabalhava na editoria de Cultura, fui escalada para acompanhar uma banda em sua turnê por algumas cidades mineiras. Viajei com os rapazes e ficava nos bastidores durante as apresentações. Uma vista privilegiada da banda e da plateia. Impressionante. As meninas mandavam de tudo no palco, desde bichinhos de pelúcia a bilhetes e calcinhas. Se os integrantes quisessem, “pegariam” qualquer uma, fácil. Isso faz tempo, imagina hoje, que as meninas estão bem mais atrevidas, o que não deve estar rolando.

Quando produziam o Pop Rock em BH, minha filha pediu para levá-la. Mais para atender uma amiga que era fã do Charlie Brown Jr. do que por ela mesma. Lá fui eu, atender seus desejos. Na hora da banda consegui sair do camarote e chegar no cockpit. A amiga dela surtou. Berrou, descabelou, chorou, sapateou. Quando vi, minha filha estava gritando também. Que raiva! Segurei as pontas. Depois da apresentação fomos ao camarim, tiraram fotos – graças a Deus comportadamente –, e voltamos para o camarote.

No dia seguinte, tive uma conversa séria com minha filha. Expliquei que poderia ter admiração por quem fosse, mas de forma racional. Afinal, todo mundo era gente como nós. Ninguém é melhor do que ninguém. Chorar, gritar e descabelar como sua amiga, por ninguém. Adorar, só a Deus. Ela compreendeu o que eu disse.

Esse limite falta em muita gente. E a admiração vai extrapolando, vira obsessão, loucura e pode dar no que deu como no caso de Ana Hickmann, que sempre foi uma artista mais discreta. Nunca quis aparecer, se exibir. Imagino como deve estar se sentindo, depois de ter sido agredida dessa forma, sendo referida por palavras tão vulgares.

Ouvi uma entrevista da mãe de Rodrigo, o agressor, dizendo que o filho não iria fazer mal a ninguém. Imagino a dor que esta senhora deve estar sentindo. Perder um filho dever ser uma das coisas mais dolorosas que podemos passar. Com todo o respeito à sua dor, ninguém se hospeda em um hotel com nome falso – ele apresentou cartão de crédito do pai –, armado, rende uma pessoa, faz três reféns e manda ficar de costas, se não quer fazer mal a ninguém.

Tudo foi premeditado. Fruto de uma obsessão cultivada e alimentada por anos de idolatria a uma pessoa. Este é o grave risco que corre uma mente fraca, que leva a confundir admiração com amor e gera a obsessão.

É o que disse Alexander Correa, marido de Anna Hickmann: “Não conhecíamos o mal, agora conhecemos o mal, a paranoia, o medo.”

Isabela Teixeira da Costa

O segredo da autoestima

autoestima1Ter uma boa qualidade de vida, saúde e felicidade estão diretamente ligados à autoestima. Principalmente a felicidade.

Tenho para mim que a tristeza traz consigo muitos problemas. Deixo claro que isso é “achômetro”, sem nenhuma pesquisa, nem estudo científico, mas opinião pessoal de observações ao longo da vida.

A maioria das pessoas ao meu redor que tiveram câncer era triste, deprimida, rancorosa. Hoje, essa doença virou epidemia, nunca vi tantos casos como nos últimos anos. Penso que agora tem muito a ver com alimentos transgênicos e a pressão e o estresse da vida.

Voltando ao assunto, tive um colega de trabalho, muito querido, que quando entrou no jornal era alegre, chegava a ser engraçado em alguns momentos. Fazíamos reuniões em sua casa com frequência. Depois que sua mãe faleceu (pode ter sido coincidência) ele se fechou, ficou mais sério, os encontros da turma acabaram, ele foi engordando. Infelizmente, faleceu esta semana. Ninguém me tira da cabeça que a tristeza tirou sua alegria de viver e isso levou ao seu fim.

Li um texto outro dia que fala muito bem de ser feliz. É exatamente como penso, e vou reproduzi-lo.

“Durante um seminário, um dos palestrantes perguntou a uma das mulheres presentes: ‘Seu marido lhe faz feliz, feliz de verdade?’
O marido aprumou-se demonstrando total segurança. Sabia que a resposta seria afirmativa, pois ela jamais havia reclamado de algo durante o casamento.
Porém, a resposta foi um sonoro ‘NÃO’, daqueles bem redondos.
O marido ficou desconcertado, mas ela continuou:

‘Meu marido nunca me fez e não me faz feliz. Eu sou feliz. O fato de eu ser feliz ou não, não depende dele; e sim de mim. Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade. Eu determino que serei feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas.

‘Tudo o que existe nesta vida muda constantemente: o ser humano, as riquezas, o meu corpo, o clima, o meu chefe, os prazeres, os amigos, minha saúde física e mental. E assim eu poderia citar uma lista interminável. Eu preciso decidir ser feliz independente de tudo o que existe. Se tenho hoje minha casa vazia ou cheia: sou feliz. Se vou sair acompanhada ou sozinha: sou feliz. Se meu emprego é bem remunerado ou não, eu sou feliz.

‘Hoje sou casada, mas eu já era feliz quando estava solteira. Eu sou feliz por mim mesma. As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de ‘experiências que podem ou não me proporcionar momentos de alegria ou tristeza’. Quando alguém que eu amo morre, eu sou uma pessoa feliz num momento inevitável de tristeza. Aprendo com as experiências passageiras e vivo as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender, aceitar, consolar. Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque não tenho dinheiro, porque faz muito calor, porque está muito frio, porque alguém me insultou, porque alguém deixou de me amar, porque eu não soube me dar valor, porque meu marido não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem felizes, porque meus amigos não me fazem felizes, porque meu emprego é medíocre e por aí vai.

Amo a vida que tenho, mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos outros. É porque eu decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por minha felicidade.
Quando eu tiro essa obrigação do meu marido e de qualquer outra pessoa, deixo-os livres do peso de me carregar em seus ombros. A vida de todos fica muito mais leve.
E foi assim que consegui um casamento bem-sucedido ao longo de tantos anos.

‘Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto a de assumir e promover sua felicidade. Seja feliz mesmo que faça calor, que esteja doente, que não tenha dinheiro, que alguém tenha lhe machucado, que alguém não lhe ame ou não lhe dê o devido valor’ ”.

Muitas vezes, sem nem perceber, a rotina pesada e problemas pessoais abalam o amor próprio e bem-estar do ser humano.

A atitude é muito importante. Acorde, agradeça a Deus por mais um dia, pela saúde. Se arrume, maquie (isso é importante para você se sentir melhor, mais bonita), coloque um sorriso no rosto.

Faça diferente. Tudo depende do nosso olhar para nós mesmos e para a vida.

Isabela Teixeira da Costa

Regime no fim de semana?

dietornotSerá que vale a pena fazer regime também nos finais de semana?

Fazer regime de segunda a sexta e ficar liberado no final de semana é muito comum. Muitas pessoas fazem isso. Usam a frase: tomar café como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo. O café da manhã exemplar é com frutas, granola, iogurte, pão integral, café, suco, queijo. Alguns mais exagerados se atrevem com ovos. No almoço, muita salada, uma carne branca, algum legume e um carboidrato. De noite, optam por uma sopa leve, ou apenas uma salada. Não podemos esquecer do lanche leve entre as refeições.

Tenho que confessar que não sou dessas. Meu café é pequeno, mas quando estou em um hotel me delicio, porque amo café da manhã. Se pudesse, passaria horas degustando um delicioso desjejum. Mas não tenho este tempo. Não almoço muito, mas de noite… É a minha perdição. E o maior crime de todos: amo doce.

Mas voltando aos “regimosos” da semana (que não é o meu caso), chega sexta à noite… Começa a vida social ativa. Saem para jantar fora com os amigos, bebem vinho, cerveja ou outra bebida às vezes mais calórica. No jantar não se preocupam com o cardápio e não abrem mão da sobremesa.

Sábado, a mesma coisa. Almoço com a família, jantar com amigos, balada… Domingo um cinema. Enfim, nada de malhar, só relaxar, dormir e acordar tarde.

Uma pesquisa feita por um jornal americano apontou que os sábados são os maiores inimigos de quem quer emagrecer. Os entrevistados faziam regime durante toda a semana, mas não alcançavam o peso desejado em função da alimentação no fim de semana.

É claro que devemos ter um descanso, mas não podemos “chutar o balde”. Se sabe que vai sair para jantar, procure manter a mesma rotina no café da manhã, ou reduza um pouco o café da manhã, caso ele seja o modelo monárquico. Evite também a sobremesa do almoço. Assim poderá aproveitar melhor o seu jantar.

Tenho muitos conhecidos que comem algo leve e saudável em casa antes de ir a um almoço ou jantar, assim evitam os canapés e só comem a entrada. Acho que é sofrimento demais. Ir a uma festa e só ficar olhando, com a boca cheia d’água. Não acho graça nisso.

Fast food nem entra em pauta, claro. Quem faz regime a semana inteira nunca vai entrar em uma lanchonete desse tipo para encarar um hambúrguer que deve ter umas 1000 calorias, acompanhado de uma porção de batata frita. Isso nem eu faço mais…

Mas o grande vilão do fim de semana são as bebidas alcoólicas, que são extremamente calóricas. Quem bebe na balada não vai para casa sem antes comer alguma coisa, e de madrugada a opção não é nada light.

E o cinema com pipoca, refrigerante, mini churros ou chocolate. Caso a opção não seja a sala Premier, porque se for, o cardápio é outro, talvez mais calórico ainda.

Enfim, ou você se diverte sem culpa, ou passa o fim de semana de regime também, porque é muito difícil ficar calculando o que pode e o que não pode. O melhor é ser feliz.

Isabela Teixeira da Costa

Abusos das operadoras de telefonia celular

Mobile Phone Bad News

As operadoras de telefonia celular estão impondo promoções de venda.

Estamos na era da comunicação. Quase toda a população mundial tem um celular. São poucas as pessoas que não se renderam a este aparelho que não se restringe a sua função básica de telefone, muito antes pelo contrário, essa é a função menos usada.

E-mail, redes sociais, internet, fotografia, filmagem, despertador, agenda, calendário, calculadora e o quase insubstituível WhatsApp, que quando é bloqueado deixa todo mundo enlouquecido. Para que tudo isso funcione é necessário o chip e é aí que tudo complica, porque por trás dele estão as operadoras.

Se não estiver satisfeita com uma das operadoras existentes pode trocar à vontade, o número permanece o mesmo. Os custos da conta podem melhorar, mas a gente só troca de problema. O pior são os “golpes” aplicados por elas, as ações de má fé para vender mais linhas.

Vejam o que aconteceu com minha prima, Silvia Freitas, que mora em São Paulo. A NET fechou uma parceria com a Claro e ligaram para ela dizendo que enviariam uns chips para celular. Que teria 300 minutos grátis, etc. Disse que não tinha interesse. Avisaram que enviariam sem custo, e que ela desbloquearia se quisesse.

Após o recebimento, ligaram quatro vezes para ela sugerindo que desbloqueasse os chips. Novamente, afirmou que não tinha interesse em ter linha da Claro. Continuaram ligando, insistentemente. Seu marido chegou a atender algumas das inúmeras ligações e, mais uma vez, perguntou se isso traria algum custo para eles. O operador da NET confirmou que não.

A NET informou que, se não houvesse desbloqueio dos chips, eles continuariam ligando para o casal. Para ter sossego, e ficar livre do insistente telemarketing, Silvia desbloqueou os chips, e novamente perguntou, mais como uma confirmação, se, se eles permanecessem na gaveta, continuariam sem custo. Foi nessa hora que teve a primeira surpresa: teria um custo adicional de R$ 39,00 por chip dependente desbloqueado… Eram quatro!

É aí que vemos a má fé. A abordagem é uma forma de enredar o cliente. Mandam o chip sem o cliente querer. Ficam ligando insistentemente para vencer pelo cansaço, dizem o tempo todo que não terá custo se o chip não for usado. Ou o cliente desbloqueia ou não tem sossego para ficar em casa, porque o telefone não para de tocar. Desbloqueia e aí vem a surpresinha: uma conta mensal de R$ 159,60. Literalmente, enfiaram a Claro goela abaixo, e ela teve que engolir.

Ligou imediatamente para cancelar. Como sempre, cancelar não é nada fácil. Horas de espera no telefone, tem que ligar várias vezes, etc. Com ela não foi diferente. Depois de ligar três vezes, conseguiu falar ontem e teve outra surpresinha: se ela cancelar terá que pagar uma multa de R$ 250.

A NET não deveria permitir que uma empresa usasse o seu nome para fazer este tipo de ação, com seus clientes. Isto depõe contra ela, que também tem seus podres. Como minha prima contou este caso ontem, em nosso grupo de WhatsApp, os comentários e casos similares começaram a pipocar. E saiu outro caso.

Ofereceram o mesmo plano para outra prima, também de São Paulo. Ela não aceitou. Eles mudaram o plano do telefone dela à revelia. No dia seguinte, ela ligou para sua mãe e sua avó, que moram em Belo Horizonte. No mês seguinte, a conta veio altíssima. Demorou meses e meses para resolver o problema. Mas não enviaram os chips para ela.

Outra prima teve problema com a NET. Estão cobrando de seu marido uma conta de 2000, de um apartamento que eles têm, onde nunca moraram, e para o qual não existe contrato algum em nome dele. Ou seja, vamos cobrar, se colar, colou. É possível? Cobrar uma conta de 16 anos atrás, sem nenhum comprovante de contratação do serviço???

Temos que ficar espertos, não aceitar nada que tentarem nos impor e se precisar, acionar o Procon.

Isabela Teixeira da Costa