O leitor Marco Antônio de Castro fez um comentário sobre minha crônica do dia 26, que achei tão apropriado, que decidi publicar aqui para dar maior destaque.
“Isabela, realmente estamos passando por um momento histórico no Brasil, onde poderíamos passar a limpo muitas coisas que, com certeza, nos encaminharia para uma sociedade mais educada, preparada, esperançosa.
Mas observe que todos criticam esta classe política com suas falcatruas, mentiras, engôdos e todo tipo de malandragem. Basta mentir e pronto, o problema cai no esquecimento. E continuamos a agir cada um por si.
Porém, ultimamente, por não poder pagar um plano de saúde devido ao alto valor cobrado, estou fazendo alguns exames médicos e, para isto, preciso pagar consulta. A atendente do consultório médico vai logo perguntando, quando falo que é particular, se vai querer recibo ou não. Ora, é evidente a sonegação de uma classe que não precisa burlar o fisco. Como este profissional pode criticar ou ao menos discutir um assunto da lava jato numa roda de amigos? Será que ele(a) se sente confortável em criticar a ação dos meliantes?
Aí eu pergunto, onde está o conselho de classe que não interfere neste comportamento de seus associados? Onde está a ética? Onde fica o juramento ao receber o diploma?
Vamos agora analisar o caso do Aécio – que se disse ludibriado por um bandido, apesar de tê-lo financiado em várias campanhas até chegar ao cargo de senador da república.
Se ele pediu um empréstimo para pagar seu advogado, porque teria que ser em espécie, no mínimo está burlando o sistema financeiro, então já mereceria uma punição. Um simples TED resolveria seu problema, sem necessidade do primo ter que se deslocar de BH para SP, transportando uma quantia tão vultosa, com todos os riscos inerentes a esse tipo de atividade. Então, com o dinheiro na mão, pagou um advogado. Pergunto: quem é este advogado, cadê o comprovante do pagamento? Esse pagamento, com certeza, terá que ser declarado.
Este valor é condizente com o caso? A OAB, no mínimo, deveria buscar esclarecer o comportamento desse iluminado, que ganha uma fábula para simplesmente desmentir juridicamente com sua verve, toda a trama montada pelo “bandido” amigo do seu cliente.
Portanto, estamos vivendo cada um por si, a sociedade desamparada só acompanha o desenrolar dos acontecimentos sem mobilização, justamente por que não há moral para exigir moralidade.
Um grande abraço, termino por aqui apesar da vontade em continuar escrevendo.”