Calvície é problema para mulher

calviceTem crescido o número de mulheres com problema de calvice.

O ditado “É dos carecas que elas gostam mais” pode funcionar muito bem para os homens, mas jamais será verdadeiro para as mulheres. O cabelo é considerado um dos itens de beleza da mulher, adorna o rosto. Não importa se curto, longo, chanel, anelado, ondulado ou liso, o importante é que ele está ali, compondo o conjunto facial feminino.

Trata-se de um elemento tão importante que são poucas as mulheres, vítimas de câncer, que, submetidas à quimioterapia, veem seus cabelos caindo e assumem o visual careca. Muitas usam lenço, às vezes para não incomodar as pessoas, mas a grande maioria opta por uma peruca.

O grande problema agora é que tem crescido muito o número de mulheres vítimas da calvície, que nada mais é que a redução total ou parcial dos cabelos em determinada região da cabeça, na maioria das vezes no alto. Isso afeta diretamente a autoestima.

Segundo a American Academy of Dermatology, de um total de 2 bilhões de pessoas no mundo que enfrentam os efeitos da calvície, mais de 100 milhões são mulheres. Por isso tem crescido o número de profissionais que se dedicam à tricologia, que é o ramo da ciência que estuda o cabelo e os problemas relacionados a ele.

Segundo Luiza Ottoni, dermatologista especialista na área, “o afinamento dos fios ou a miniaturização caracteriza o primeiro sinal da calvície, seguido pela redução da fase anágena (fase em que o fio permanece em crescimento no couro cabeludo), comprometendo a densidade normal dos fios. A evolução é lenta e a rarefação do couro cabeludo começa a ser notada de forma progressiva e difusa, poupando, em geral, apenas a linha frontal, próxima à testa. O quadro pode se iniciar na adolescência, mas vemos também casos que se iniciam após a menopausa”.

A calvície está relacionada à genética, pode ser reversível, desde que o dermatologista seja procurado no início do problema. “Os cabelos têm um ciclo de vida. É normal que caiam cerca de 50 a 120 fios por dia, que são naturalmente repostos. No caso da calvície feminina, de modo geral, a paciente não nota a queda acentuada no dia a dia, mas percebe a rarefação principalmente na área do meio do couro cabeludo. Em casos de queda acentuada, percebida pelo excesso de fios no travesseiro e durante o banho, deve-se investigar”, explica Luiza.

A profissional enfatiza que o primeiro passo é procurar um especialista, que fará a tricoscopia – exame que avalia, com ajuda de aparelhos, o couro cabeludo, e o aspecto dos fios para um diagnóstico correto e para definição do tratamento em cada caso.  Quando o tratamento é iniciado precocemente, aumentam-se as chances de um melhor resultado. Os tratamentos variam de acordo com cada caso e podem ser tópicos (soluções capilares) ou orais.

Nos casos mais graves, quando não há chance de reversão, existe a possibilidade de implante. Uma das técnicas mais usadas é a Extração de Unidades Foliculares (FUE), por meio da qual os fios são retirados da parte posterior da cabeça e implantados na área de perda capilar. De acordo com a doutora Cristiane Câmara Alves, em menos de sete dias percebe-se a cicatrização total da área transplantada. “O pós-operatório é bem tranquilo e quase indolor. Podem fazer o transplante homens, mulheres e até crianças’’.

Isabela Teixeira da Costa

Iogurte de Kefir: a bebida da saúde

foto: Healthyfoodhouse.com/Reprodução
foto: Healthyfoodhouse.com/Reprodução

Iogurte de kefir, o queridinho do momento.

Feito do cogumelo de kefir, probiótico cultivado no leite, excelente para a saúde. Já ouviu falar? Eu, nunca! Até outro dia, quando minha prima, Lucia Marina Castilho, depois de entrar no meu site e vasculhar as crônicas decidiu ligar e sugerir este tema.

Foi logo falando: “Escreve sobre cogumelo kefir. Já tomou iogurte de kefir?” Nem sabia do que estava falando, se era grego ou russo. Descobri que veio do Oriente, mas que recebeu de uma amiga francesa e desde então toma uma xícara do iogurte toda manhã.

Como ela mesmo se classificou: é idosa e obesa, filha de pai e mãe diabéticos. Tinha tudo para já estar com a doença, e nada. Completamente saudável. Não tem nem colesterol alto, para desespero de sua médica, que fica sem argumentos para exigir que emagreça.

Lu, como é chamada pelos amigos, tem certeza de que o bom resultado dos exames se deve ao uso constante do kefir. “Pode não curar o diabetes, mas que segura a doença, tenho certeza que segura”, afirma com segurança máxima. Pedi que me explicasse o que era.

Kefir é um micro-organismo vivo, assim como o Yacult. Não é comercializado, mas feito em casa, no leite de vaca, cabra, ovelha, soja, coco ou arroz. Pegue um pote de vidro, coloque 2/3 de leite em temperatura natural (18 a 30 graus),  coloque os grãos de kefir. Deixe um terço do pote vazio, para o ar. Tampe e deixe em temperatura ambiente por 24 horas. Os grãos vão fermentar e proliferar. Depois, é só coar e o leite terá virado um iogurte. Coloque na geladeira e estará pronto para beber. O sabor é agridoce, refrescante. Os grãos, depois de coados, podem ser colocados em outro leite e assim por diante. Eles não gostam de frio nem de metal.

Fui pesquisar os benefícios do kefir e descobri que é a bebida milagrosa. Cura tudo, melhora qualquer coisa. Acho que vou começar a tomar hoje mesmo. Vejam só: é bom para o sistema imunológico, melhorando a resistência contra inúmeras doenças com o coração e problemas circulatórios; regula a pressão sanguínea; regula o açúcar no sangue, melhorando o diabetes; reduz o processo de envelhecimento; alivia reumatismo, tira dores de extremidades e dores musculares; impede o aparecimento de câncer e pode até curá-lo em alguns casos.

E mais: melhora as funções hepáticas e tira problema de vesícula; alivia dores de cabeça e enxaquecas; cura bronquite, asma, tuberculose, elimina a tosse e tira o catarro, cura alergias; alivia músculos enrijecidos e relaxa os músculos da nuca; resolve problemas de insônia e tonturas; queima gorduras e melhora a tireoide; tira a acidez estomacal e resolve problemas digestivos e úlceras; ajuda em problemas de vista cansada e até casos de catarata.

Ainda: fortalece a raiz dos cabelos e evita a calvície; cura problemas renais, melhora a urina e elimina cálculos renais; baixa o colesterol, diminui a hipertensão e cura hemorroidas; se passar no rosto, cura a acne; resolve problema de prisão de ventre, diarreia, colites, candidíase, inflamações intestinais, é bom para males do cólon; é rico em cálcio, ajudando a evitar ou melhorar a osteoporose; é bom para o pâncreas e a próstata; melhora a ansiedade e a depressão, melhora o astral, dando mais alegria.

Depois de ler, tantas vantagens me remeteram àquelas “garrafadas” de antigamente que caixeiros viajantes vendiam prometendo curar desde verruga até doenças graves.

É ou não a solução para o século 21? Se o kefir fizer pelo menos um terço do que dizem, estamos feitos. E o melhor: é de graça. Os grãos são passados de uma pessoa a outra, e cultivados em casa.

Já existem alguns sites falando no assunto e a revista Encontro fez matéria, na sua edição digital, sobre o cogumelo que está virando o queridinho do momento – também não é para menos.

A indicação veio de uma pessoa confiável, veterinária experiente, que consome o produto há anos e comprova na sua vida os bons resultados. Uma coisa é certa: mal não faz, promete muita coisa boa, então vale a pena experimentar.

Isabela Teixeira da Costa

Café Coworking

BH sempre traz novidades. Recebemos o primeiro café coworking do país. Não é demais!

O Guaja Casa veio para inovar. O chef Pedro Mendes montou uma equipe de primeira comandada pelos chefs Vitor Rabelo, com especialização em gastronomia brasileira e Priscila Lucena, especialista em confeitaria e a bartender Cibele Guimarães, da Drinks por Jezebel. Juntos criam opções que vão desde o café da manhã e a mesa de lanches oferecida ao longo do dia para os frequentadores do café-coworking aos drinks, hambúrgueres e petiscos que garantem o sucesso do Bar do Convés.

O GUAJA Casa – inaugurado em fevereiro – é um projeto dedicado à comunidade criativa da cidade, com o conceito de coworking, oferecendo ambientes para o networking entre os frequentadores. A proposta é apresentar diferentes criações com a utilização de ingredientes regionais.

Suco Guaja
Suco Guaja. Foto brunosenna

Suco de Guaja – Quem visita o GUAJA Casa pode experimentar o exclusivo suco de guaja. A fruta fictícia foi criada para representar o projeto e faz parte, inclusive, de sua identidade visual, desenvolvida pela premiada Greco Design. A “guaja” é nativa da região de encontro do Cerrado com a Mata Atlântica, situação predominante na região metropolitana de Belo Horizonte. Para desenvolver o suco Cibele Guimarães buscou sabores que a remetessem à imagem da guaja: “me inspirei na aparência da fruta idealizada, sua cor, textura e os sabores a que ela me remetia.” O resultado foi um suco visualmente atrativo, de cor forte, rosado, com sabor que mistura acidez com leve doçura.

Café-coworking – Uma mesa de café com um buffet de lanches e confeitaria fica disponível

Foto bruno Senna
Foto bruno Senna

durante o horário comercial, com o intuito de deixar os coworkers à vontade, como se estivessem na própria casa. Segundo o chef Pedro Mendes, a escolha dos quitutes é feita para resgatar memórias do aconchego da casa e também da infância. “Montamos a mesa com alimentos integralmente produzidos na casa como pães de queijo, bolos, pães, biscoitos, granola, iogurtes, sucos, geleias e patês”, conta. Não é aberto ao público, apenas para usuários do coworking.

Bar do Convés (hamburgueria e drinks): A partir das 18h, parte do espaço e a área externa do GUAJA Casa se transformam no Bar do Convés, que funciona como hamburgueria artesanal,  oferecendo também uma variada carta de drinks. A ideia de trabalhar com hambúrgueres veio a partir do sucesso dos sanduíches criado por Pedro Mendes para o bar do Murinho, na  Alfaiataria. As opções criadas pelo chef passam por três linhas da cozinha: mineira, vegetariana/vegana e clássica. Todos com nomes bem criativos inspirados na arquitetura da cidade e pessoas que marcaram época. Na foto o vegano Sulacap, que reúne pão ciabatta, mix de cogumelos, crudité de cenoura e abobrinha, tomate sweet grape, passas, rúcula, broto de alfafa e molhos do chef.

ITC

Serviço

GUAJA Casa – Avenida Afonso Pena, 2.881, Funcionários – Belo Horizonte – MG
Horário de funcionamento: Segunda a sábado de 18h às 0h30
Informações: (31) 3235 – 9191

Café: o pretinho da moda

Foto Nespresso/divulgação
Foto Nespresso/divulgação

O pretinho básico sempre esteve em alta na moda. Demorou, mas chegou com força também na gastronomia. O café agora domina.

Apesar de sempre estar presente na mesa dos brasileiros, a tão apreciada bebida, responsável por boa parte da economia desde a época do descobrimento, nunca esteve tão in.

E quando a moda pega, o consumismo chega com tudo. As máquinas de café espresso que demandam a colocação do pó no dispenser ou no copinho de metal evoluíram e deram vez às que usam cápsulas. Cada uma mais linda que a outra, ocupam lugar de destaque nas salas e cozinhas gourmets.

Os cafés são aromatizados com uma infinidade de sabores, que a gente fica na dúvida sobre qual escolher. Intensidades variadas – desde o mais suave até o mais forte e encorpado – para agradar a diferentes paladares. O açúcar ou adoçante é supérfluo, porque o bom mesmo é sentir todo o sabor do café, sem interferências.

Os produtores de café conseguiram quebrar a patente das cápsulas e lançaram o produto. Porém, deve-se ter cuidado: outro dia, comprei cápsulas “genéricas”, de um café que gosto muito, mas elas vêm com aberturas no fundo. Não sai o café, mas exala o aroma. Tive que passar plástico-filme em cada uma para manter o frescor até ser usada. Uma fria.

Se já era bom sentar em volta da mesa para bater papo tomando um cafezinho, ele agora é o assunto da roda. E como rende a conversa. Café é agregador. Quem faz uma reunião de trabalho ou recebe uma visita sem servi-lo? É a bebida das boas-vindas, do quebra-gelo, da aproximação. Não sou ninguém se não tomar uma boa xícara de café pela manhã, e nada como um cafezinho depois do almoço para enfrentar o segundo turno do trabalho.

Disso tudo, o melhor é que essa bebida é dos poucos alimentos que não fazem mal à saúde. Coisa rara hoje em dia. A cafeína nos mantém acordados, melhora o humor, estimula o sistema nervoso central, mantém a atenção e ajuda na respiração. Muitos pontos positivos em uma substância só.

Outras qualidades do café: atrasa a digestão, acelera o metabolismo e atenua a sensação de fome. Resultado garantido de perda de peso, ideal para quem está de dieta. Pode ajudar no tratamento da enxaqueca, e na ação preventiva de algumas doenças graves, como Parkinson e Alzheimer, pois ajuda a bloquear os efeitos de um neurotransmissor chamado adenosina, melhorando a memória.
O café tem substâncias antioxidantes que ajudam a eliminar os radicais livres, tem componentes que auxiliam na redução da glicose, e insulina, bom para quem tem diabetes (só não pode tomar o café com açúcar).

Essa bebida mágica também tem propriedades anticancerígnas. Algumas pesquisas provaram que pessoas que beberam café diariamente reduziram os riscos de câncer esofágico, cancro da faringe e oral. Para completar, protege o fígado.

Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia, mas aí vai: se você não gosta de café, sugiro que comece a praticar, só vai sair ganhando.

Isabela Teixeira da Costa

De olho nas unhas

unhasToda mulher cuida das unhas. Se possível, vai à manicure semanalmente.

Algumas não abrem mão da unha postiça, seja ela de gel, cristal, porcelana, acrílico, ou fibra de vidro. Porém, elas não se preocupam com o que isso tudo pode causar a longo prazo. Excesso de esmalte, acetona, lixas e produtos para fixação agridem as unhas. Resultado: enfraquecimento, escamação, estrias, manchas e quebras.

Toda mulher tem que ter mãos bonitas, pois são uma das partes do corpo mais reparadas. Não me esqueço de duas pessoas que conheci, pois falavam com as mãos. Quando conversava com Elza Gentili e Marília Pera, não conseguia tirar os olhos de suas mãos, tamanha expressividade. Que belas unhas… Tê-las assim não é complicado, mas requer cuidados. Vão aqui algumas dicas:

Deixe as mãos sem esmalte uma semana por mês para que as unhas respirem. Hidrate-as.

Não tire a cutícula, apenas hidrate e afaste-as delicadamente. Essa é a barreira para evitar a entrada de fungos, bactérias e vírus, que podem causar várias doenças. Se não aguentar, tire só um pouco.

Evite lixar a parte de cima das unhas, pois isso retira camadas de queratina e as deixa frágeis e finas. O uso de acetona pode torna-las fracas e quebradiças. Use removedor.

O contato diário com água e produtos químicos resseca as unhas, deixando-as suscetíveis à quebra. Use luvas. Água de piscina também resseca as unhas por causa do cloro. Quando sair da piscina, lave bem as mãos e as hidrate.

Evite deixar as mãos molhadas por muito tempo, isso favorece o surgimento de micoses.

Para fortalecer a unha mantenha alimentação rica em cálcio, proteínas e alimentos com vitamina A (gema de ovo, leite e derivados, sardinha, couve, espinafre). Óleo fortalecedor é outra solução. Ele deve ser passado antes do esmalte.

Não corte as unhas até o “sabugo”, deixe sempre uma pequena porção da borda livre.

Não corte as unhas dos pés pelos cantos, isso evitará que elas encravem.

Segundo o dermatologista Roberto Barbosa Lima, muitos problemas nas unhas podem ser sinal de alguma doença, sobretuso na tireoide. Se elas começam a descamar, pare de usar esmalte por dois meses e hidrate-as neste período. Se o problema persistir procure um médico. Faça o mesmo no caso de unha encravada ou com espessamento, porque isso costuma ser resultado de alguma doença, micose ou psoríase. Se começarem a surgir estrias e elas quebrarem no sentido vertical pode ser alergia a produtos químicos. O ideal é consultar o médico.

Unhas amareladas podem indicar doença ou infecção. Se estiverem quebradiças e sem brilho, pode ser sinal de anemia, estresse, disfunções hepáticas e renais.

A descamação pode decorrer de causas variadas, como falta de vitamina A e C, por exemplo. Se for má alimentação, provavelmente o que falta é cálcio. Nesse caso, consuma iogurte, leite, queijo, espinafre, acelga e folhas verdes. Evite bebidas gasosas, mate, café, chá, pois eles atrapalham a absorção do cálcio.

É recomendável ingerir frutas, líquidos (água e sucos) e tomate, além de vegetais, para prevenir que a descamação. Aplique creme hidratante nas unhas. Faça-o antes de se deitar ou depois de permanecer em contato com água por muito tempo. Se não melhorar, procure o médico.

Duas dicas para tratamento doméstico da escamação: mergulhe os dedos em um recipiente com água e vinagre de maçã por três minutos, duas vezes por semana; embeba um algodão com azeite de oliva e passe-o nas unhas. Isso vai hidratá-las e selar as escamas. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

Crônica publicada no Caderno EM Cultura do Estado de Minas, 16/2/16, na coluna da Anna Marina

Hospitais do bem

HospitalÉ fato: o sistema de saúde brasileiro está caótico, o que já foi dito várias vezes aqui.

Também é sabido que muitos hospitais que atendem pacientes do Sistema Único de Sáude (SUS) trabalham no vermelho, porque recebem com atraso. E o que ganham não é suficiente para cobrir custos e dar conta de problemas que geram dificuldades financeiras. Apesar de tudo isso, é muito bom saber como as instituições de saúde lutam para prestar bom atendimento à população.

O Hospital Evangélico (HE), por exemplo, é referência em nefrologia, mas poucos sabem disso. Segundo a coordenadora clínica da equipe de transplante e nefrologia do HE, Lilian Pires de Freitas do Carmo, a instituição oferece várias modalidades de tratamento a portadores de doença renal crônica. Ele tem capacidade para receber 2 mil pacientes, em suas três unidades –80% do atendimento é reservado ao SUS e o restante a convênios e particulares.

“O Centro de Nefrologia do Hospital Evangélico é referência no estado para a realização de biópsias renal e óssea, pelo SUS, e em transplante renal. Na unidade de internação, o paciente é acompanhado diariamente por médicos do grupo de transplante e por profissionais da equipe multidisciplinar, que esclarecem os cuidados a serem seguidos depois do transplante”, explica Lílian.

O Hospital Evangélico mantém o projeto Saúde para Todos, modalidade de atendimento particular com tabela diferenciada, oferecendo preços bem baixos para quem não tem plano de saúde e não pode esperar até seis meses por uma consulta gratuita pelo SUS. Nesse programa estão incluídas as áreas de oftalmologia, dermatologia, ginecologia, urologia, além de exames laboratoriais e de imagem. Para completar, o HE tem escola de enfermagem.

Um hospital que não para de avançar em tecnologia é o Mater Dei. A última novidade é a ampliação do serviço de densitometria, com a abertura de nova sala de exames na unidade da Avenida do Contorno, para oferecer atendimento diferenciado e mais especializado ao paciente. O espaço está equipado com o densitômetro projetado para avaliar, além da massa óssea, a composição corporal dos pacientes. Com isso, é possível discriminar a quantidade de gordura dentro do abdome e subcutânea, além de avaliar a massa muscular, que pode ser medida e monitorada ao longo do tempo.

“Estes recursos permitem avaliar pacientes submetidos a condicionamento físico e atletas. O excesso de treinamento, conhecido como overtrainning, causa perda de massa muscular. Idosos e portadores de doenças crônicas, HIV e câncer também podem sofrer com a perda de massa muscular. Nesses casos, o exame, considerado padrão-ouro na avaliação da composição corporal, supera a bioimpedância na determinação regionalizada de músculo e gordura” explica Bruno Muzzi Camargos, coordenador do Serviço de Densitometria Óssea do Mater Dei. Além da quantidade de massa óssea, é possível medir a qualidade óssea do tecido do paciente.

Na prática, o exame permite identificar pessoas com risco para fraturas, mesmo na ausência de osteoporose. Quando o TBS está alterado, o médico está autorizado a iniciar tratamento mesmo em osteopenia, uma condição de perda óssea que antecede a osteoporose.

Está aí uma excelente notícia, principalmente para as mulheres, as mais afetadas com a osteoporose. Conheço algumas, mais idosas, que caíram enquando se levantavam, pois o fêmur se quebrou sozinho devido a osteoporose, enquanto estavam assentadas. Esse exame, ao permitir diagnóstico precoce e tratamento preventivo, é um avanço enorme. Salve, salve tecnologia! (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

Crônica publicada no Caderno EM de Cultura do Estado de Minas, 10/2/14, na coluna da Anna Marina

 

Câncer, tratar ou acompanhar?

CâncerEm janeiro, a revista Veja publicou matéria que, se não for polêmica, é um tanto perturbadora, e dividindo opiniões: Ela expõe a crescente tendência mundial de não tratar certos tipos de câncer, optando pela observação e sem aplicação imediata de procedimentos como cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Insistimos em dizer que tal conduta só pode ser adotada em determinados tipos de câncer, aqueles reconhecidamente menos agressivos, como alguns detectados na próstata e na mama, por exemplo.

Na referida matéria há depoimentos de quem não aceitou a proposta e exigiu o tratamento, como também declarações de pacientes que aceitaram o acompanhamento médico e vivem muito bem, sem o avanço da doença e sem enfrentar as sequelas e efeitos colaterais da cirurgia ou do tratamento agressivo que a maioria de nós conhece tão bem.

Como diz o ditado “cada macaco no seu galho”. Sendo assim, consultei dois dos melhores oncologistas de Minas Gerais para ouvi-los sobre o tema. Dessa forma, os leitores poderão tirar suas conclusões e formar as próprias opiniões.

Renato Nogueira, coordenador do Instituto Felício Rocho de Oncologia e da clínica oncológica daquele hospital, afirma: “Quando nos vemos diante de um paciente portador de câncer, a conduta tende a ser inflexível: remoção das células indesejáveis por meio de cirurgia, seguida ou não de tratamento complementar. Cada caso deve ser analisado criteriosa e individualmente. Contudo, a prática intervencionista vem merecendo reflexões e questionamentos como: quando um câncer não é verdadeiramente um câncer? O carcinoma ductal in situ (CDIS) de mama, por exemplo, é geralmente considerado uma lesão não obrigatoriamente precursora de câncer invasivo, mas seu risco de transformação maligna permanece obscuro. Pesquisas indicam que cerca de 20% a 30% das portadoras desta lesão inicial irão desenvolver câncer de mama invasivo. Assim, os principais objetivos do tratamento destes casos são minimizar o risco do tumor. O manuseio do CDIS de mama permanece controverso – vai de excisão local, com ou sem radioterapia, à mastectomia bilateral”.

A caracterização molecular desta neoplasia, informa Nogueira, exerce papel fundamental na decisão terapêutica. “Devem-se considerar também os impactos psicológicos e sobre a qualidade de vida, consequentes do diagnóstico e tratamento. Outra situação delicada diz respeito ao diagnóstico de câncer de próstata; no caso do paciente jovem, tendo a recomendar uma abordagem mais agressiva, visto que ele geralmente tem uma boa e longa expectativa de vida. Já no caso do mais idoso com características biológicas tumorais favoráveis, ou aquele que apresenta comorbidades impeditivas de tratamento mais invasivo, tendo a ser mais conservador e até mesmo, a adotar uma conduta observacional, que envolve controles oncológicos rigorosos e periódicos”, completa.

Para Renato Nogueira, a conduta expectante nunca pode ser generalizada e deve ser empregada em casos de prognósticos muito bons, com rígido e periódico controle, independentemente do tipo de localização do tumor.

Para Enaldo Melo de Lima, chefe da Oncologia do Hospital Mater Dei, essa é a realidade para muitos tipos de câncer menos invasivos como o de mama, intestino e alguns casos que surgem no pulmão. “Fazemos só a cirurgia de retirada e o exame patológico. Em certos casos, temos que fazer o tratamento pela patologia da doença, e cada tratamento é de uma maneira”, explica. Segundo Enaldo, tem os tipos de câncer mais agressivos que devem ser tratados, não podem simplesmente ser retirados e depois observados.

“O que nos ajudou muito foram os exames de biologia molecular. Com o resultado deles é possível saber quem deve receber tratamento, quem pode ser observado e que tipo de tratamento adotar, se mais agressivo ou menos agressivo”, relata. “Às vezes fazemos só o acompanhamento, sim. Isto tem sido aplicado aqui há cerca de sete anos, mas não abrimos mão de fazer a cirurgia de retirada”, conclui o especialista. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

 

Crônica publicada no Caderno EM Cultura, 5/2/16, na coluna da Anna Marina

Leite, mitos e verdades

vacaQuando nasceram, minhas sobrinhas gêmeas tiveram alergia a leite.

Sofreram muito até descobrirmos o que se passava. As mamadas tinham que ser complementadas – naquela época, com leite mesmo. Bebês de meses, as duas começaram a ter assaduras, e não entendíamos por quê. Não era falta de higiene. Usávamos fraldas de pano, porque as descartáveis eram artigo de luxo – só mesmo para sair, dado o alto preço. Lembro-me como se fosse hoje: Anna Marina, titular desta coluna, chegou no hospital, logo depois do parto, levando quatro pacotes grandes de fraldas descartáveis. Presente de milionário! Foi uma festa.

As assaduras foram aumentando, ficavam em carne viva. Passávamos todas as pomadas, amido de milho, etc. O das gêmeas não descobria o motivo daquilo. Minha mãe passou a mão nas netinhas e levou ao Múcio de Paula, que tinha sido nosso pediatra, o melhor da cidade. Ele olhou e disse na maior calma, como era o seu jeito: “Alergia a leite”. Recomendou leite de cabra. Rapidamente, as assaduras desapareceram.

É bom ficar atento. Muita gente tem alergia a leite ou intolerância à lactose. A propósito, recebemos dicas da Associação Brasileira de Laticínios que esclarecem mitos e verdades sobre a questão:

1- Alergia à proteína do leite é diferente de intolerância à lactose. Isso é verdade. A alergia é reação do sistema imunológico a determinados alimentos. O leite pode ser um deles e, nestes casos, seu consumo deve ser restringido. A intolerância à lactose se refere à dificuldade de digerir o açúcar do leite, provocada pela deficiência do organismo na produção da enzima lactase, responsável por sua digestão. Intolerantes à lactose podem consumir derivados de leite como iogurtes e a maioria dos queijos, pois, durante a transformação do leite em iogurtes ou queijos, o teor de lactose diminui ou é totalmente eliminado.

2- Leite desnatado é leite integral com água. Isso é mito. O que caracteriza o leite desnatado é seu reduzido teor de gordura, que pode chegar, no máximo, a 0,5%. Tem a mesma quantidade de nutrientes do leite integral, com carga calórica reduzida.

3- Outro mito: adulto não deve tomar leite. Nutrientes encontrados nele, como proteínas, cálcio, vitaminas e outros minerais, são essenciais em todas as fases da vida. O consumo de cálcio é vital para manter o nível estável desse mineral no sangue. Se isso não ocorrer, o organismo consome o cálcio dos ossos, o que pode gerar osteoporose.

4-Leite e derivados são essenciais para a dieta humana? Sim. O leite é considerado alimento completo por conter proteínas, fósforo, potássio e zinco. É a maior fonte de cálcio.

5-Leite fortalece os dentes. Outra verdade. Por ser a principal fonte de cálcio, ele contribui para formação dos dentes, ajudando a conter as cáries e proteger as gengivas.

6- Um mito: não se pode tomar leite com manga. Não há comprovação científica disso. O leite pode ser consumido em diversas preparações, batido com frutas, como milk-shakes, etc.

7- Leite pasteurizado ou em caixinha perde nutrientes. Isso é mito. Os diferentes tipos de tratamento térmico não reduzem o valor nutricional do leite no que se refere a proteínas, cálcio e outros minerais. Há perda significativa da vitamina C (ultrapasteurização), da ordem de 10% a 20%.

8- Mulheres grávidas devem evitar leite. Outro mito. O leite é excelente fonte de cálcio e proteínas de alto valor biológico, benéficos para o feto.

9- É necessário ferver o leite antes de tomar. Mito. Tanto o leite pasteurizado quanto o longa vida (UHT) não devem ser fervidos, pois já passaram por processos que eliminaram os microorganismos prejudiciais à saúde. Porém, o leite cru não deve consumido, dado o alto risco que representa para a saúde. Sua comercialização para consumo direto é proibida no Brasil. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

Crônica publicada no Caderno EM Cultura do Estado de Minas, 15/2/16, na coluna da Anna Marina

QUESTÃO DE ÉTICA

Lucas machado cópia
Dr. Lucas Machado (Foto Juarez Rodrigues/Estado de Minas/D.A.Press)

Todo mundo sabe que a saúde está um caos.

Hospitais no Rio de Janeiro fechados. Pessoas viajam mais de 150 quilômetros para fazer exames agendados, dão com a cara na porta e têm de voltar para casa doentes, sem atendimento. Isso na saúde pública. Com relação aos planos de saúde, vê-se grande demora para conseguir uma consulta – no mínimo três meses –, o que acaba levando todo mundo para o pronto-socorro dos hospitais – serviço, aliás, que já mudou de nome: pronto atendimento. É pra lá que o doente tem que correr, principalmente depois que os antibióticos passaram a ser vendidos mediante recita médica. Até no atendimento particular as coisas estão ficando um pouco complicadas.

No fim do ano passado, um parente, que atualmente mora no interior, veio passar as festas em BH. Como já enfrentou malária e hepatite C, duas doenças complicadas das quais já se curou graças Rosângela Teixeira, excelente médica e incansável pesquisadora aqui de Belo Horizonte, ele, sempre que volta à terrinha, recorre ao ultrassom para checar se está tudo bem com o fígado. O exame é particular. Ligamos para uma grande clínica, mas se recusaram a agendar o procedimento sem pedido médico. No caso de plano de saúde, entendo que tal pedido seja fundamental e, caso o paciente não saiba qual o seu problema, passar por um médico é obrigatório também. Porém, tratava-se apenas de controle. Dias depois, recebi de uma amiga o seguinte relato:

“Há uns dias, fui a uma clínica de medicina diagnóstica bem conhecida na Avenida do Contorno, em Belo Horizonte, fazer um ultrassom de mama. Quando fui atendida, a médica se recusou a fazer o exame, alegando que só o faria se eu tivesse uma mamografia recente. Expliquei que o médico só o pediu para um screening, por razões particulares. Mesmo assim, ela se negou.
Voltei ao meu médico, Lucas Vianna Machado (professor emérito da Faculdade Ciências Medicas e autor de livro de endocrinologia feminina), e contei o fato. Ao final da consulta, ele se levantou e me disse que estava se dirigindo à clínica com um calhamaço de publicações científicas para contestar a atitude da médica. Defenderia sua autoridade como profissional que fez minha anamnese e indicou o meu exame. Poucas horas depois, recebi um telefonema pedindo para que voltasse a qualquer hora à clínica, pois o exame seria feito e entregue na hora!Quero agradecer e parabenizar o doutor Lucas pela presteza e defesa de sua conduta médica e do meu direito. Fico feliz de ter como ginecologista alguém como ele, de tamanha competência e disposição em agir em favor do que é certo. A experiência e o conhecimento do médico têm que estar acima de protocolos quando se fizer necessário. Parabéns, Lucas.O senhor é mesmo uma raridade!”

Nunca fui cliente de Lucas Machado, mas tenho o prazer de conhecê-lo e sei do carinho e amizade que a titular desta coluna tem por ele, e vice-versa. Com atitudes assim, ele só comprova que poucos médicos novos agem com ética e autoridade para proteger os pacientes. Não é à toa que o doutor Lucas se tornou tão respeitado. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

 

Crônica publicada na página 2 do Caderno EM Cultura, 28/1/16, na coluna de Anna Marina

Dia mundial do Câncer

bela3É impressionante como aumentou o número de pessoas com câncer. Sempre me pergunto porquê.

Em alguns momentos, penso se a doença seria mais rara antigamente. Em outros, pergunto-me se tal crescimento se deve ao sigilo que as pessoas mantinham, o que não ocorre mais. Muitas vezes, elas nem sequer sabiam o que era câncer. Será que a atual “popularidade” da doença se deve ao fato de o paciente ter perdido o medo de falar sobre ela? Até algum tempo atrás, para muita gente, ter câncer era como receber uma sentença de morte. Diziam “fulano está doente” e ninguém ficava sabendo o que era.

Há uns dois anos, conversando com Enaldo Lima, chefe da Oncologia do Hospital Mater Dei – que, além de excelente médico é um encanto de pessoa –, fiquei sabendo que o câncer é tratado como epidemia. Fiquei estarrecida. Posso até estar “viajando na maionese”, mas ninguém me tira da cabeça que agrotóxicos e alimentos transgênicos são, em grande parte, culpados pelo aumento de casos. Pronto, falei.

Anualmente, informa o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), cerca de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença no mundo.

Cerca de 8 milhões morrem. Se nada for feito, a expectativa é de que em 2030 se registrem 26 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes por ano. Dois terços das vítimas vivem em países em desenvolvimento.

Nada mais justo do que chamar a atenção para o Dia Mundial do Câncer, em 4 de fevereiro. Com o slogan “Ao nosso alcance”, uma das maiores campanhas mundiais de combate à doença, a Union for International Cancer Control (UICC) busca esclarecer mitos e convida organizações e pessoas a aderirem à mobilização. Aqui em Minas Gerais, o grande parceiro é o Instituto Mário Penna, que iniciou a campanha na segunda-feira com a ação interativa Mãos que falam. As pessoas são convocadas a escrever nas mãos mensagens a favor da iniciativa, fotografá-las e postar a imagem nas redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter).

No material enviado, não mandaram a hashtag que deve ser anexada à foto, mas duas já ficam sugeridas: #mãosquefalam e #diamundialdocâncer. A ideia é estimular o debate, esclarecer dúvidas. Por exemplo: é possível ter qualidade de vida antes, durante e depois da doença, isso depende de escolhas saudáveis feitas pelo paciente.

Com a população bem informada sobre as diversas formas de prevenção, podem ser reduzidos os índices da doença. O conhecimento é sempre o melhor caminho: quanto mais cedo o câncer é detectado, maior a chance de cura, ressalta Karina Pongelupe, gerente de Marketing e Relacionamento do Instituto Mário Penna. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

 

Coluna publicada no Caderno EM Cultura, 27/2/16, na coluna da Anna Marina