Dia mundial do Câncer

bela3É impressionante como aumentou o número de pessoas com câncer. Sempre me pergunto porquê.

Em alguns momentos, penso se a doença seria mais rara antigamente. Em outros, pergunto-me se tal crescimento se deve ao sigilo que as pessoas mantinham, o que não ocorre mais. Muitas vezes, elas nem sequer sabiam o que era câncer. Será que a atual “popularidade” da doença se deve ao fato de o paciente ter perdido o medo de falar sobre ela? Até algum tempo atrás, para muita gente, ter câncer era como receber uma sentença de morte. Diziam “fulano está doente” e ninguém ficava sabendo o que era.

Há uns dois anos, conversando com Enaldo Lima, chefe da Oncologia do Hospital Mater Dei – que, além de excelente médico é um encanto de pessoa –, fiquei sabendo que o câncer é tratado como epidemia. Fiquei estarrecida. Posso até estar “viajando na maionese”, mas ninguém me tira da cabeça que agrotóxicos e alimentos transgênicos são, em grande parte, culpados pelo aumento de casos. Pronto, falei.

Anualmente, informa o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), cerca de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença no mundo.

Cerca de 8 milhões morrem. Se nada for feito, a expectativa é de que em 2030 se registrem 26 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes por ano. Dois terços das vítimas vivem em países em desenvolvimento.

Nada mais justo do que chamar a atenção para o Dia Mundial do Câncer, em 4 de fevereiro. Com o slogan “Ao nosso alcance”, uma das maiores campanhas mundiais de combate à doença, a Union for International Cancer Control (UICC) busca esclarecer mitos e convida organizações e pessoas a aderirem à mobilização. Aqui em Minas Gerais, o grande parceiro é o Instituto Mário Penna, que iniciou a campanha na segunda-feira com a ação interativa Mãos que falam. As pessoas são convocadas a escrever nas mãos mensagens a favor da iniciativa, fotografá-las e postar a imagem nas redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter).

No material enviado, não mandaram a hashtag que deve ser anexada à foto, mas duas já ficam sugeridas: #mãosquefalam e #diamundialdocâncer. A ideia é estimular o debate, esclarecer dúvidas. Por exemplo: é possível ter qualidade de vida antes, durante e depois da doença, isso depende de escolhas saudáveis feitas pelo paciente.

Com a população bem informada sobre as diversas formas de prevenção, podem ser reduzidos os índices da doença. O conhecimento é sempre o melhor caminho: quanto mais cedo o câncer é detectado, maior a chance de cura, ressalta Karina Pongelupe, gerente de Marketing e Relacionamento do Instituto Mário Penna. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

 

Coluna publicada no Caderno EM Cultura, 27/2/16, na coluna da Anna Marina

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