Botas para baixinhas 

Cinco Truques para usar botas de cano longo sem medo.

Contra tudo o que normalmente dizem, as botas de cano longo são para todas, independentemente da sua altura. Apesar de ser sinônimo de elegância e sofisticação, este modelo pode causar insegurança para as fashionistas mais baixinhas, porque existe o receio de que o calçado não valorize a estatura.

Mostrando que não existe limites para a moda, Karen Furtado, consultora de imagem e estilo, parceira da Piccadilly, listou cinco truques de styling para valorizar as composições fashion com este tipo de calçado. Confira as dicas:

Para Karen, é preciso deixar claro que não há barreiras para a moda. “Sempre conscientizo as mulheres de que elas podem usar absolutamente tudo o que quiserem, basta estarem atentas aos detalhes e aplicarem truques de styling que valorizam o visual’’, ressalta.

1)  Deixe a pele a mostra

Um dos truques de styling mais utilizados para ‘’disfarçar’’ a estatura, é deixar a pele a mostra, com cuidado para não criar um visual vulgar. ‘’Quando apostamos em peças com decotes e detalhes em fendas, por exemplo, a primeira impressão visual é direcionada para parte do corpo que está em evidência, o que desvia a atenção central das botas’’, explica.

2) Marque a cintura

Outra opção para as baixinhas, é apostar em looks que marcam a cintura. ‘’Vestidos com amarrações, cintos e jaquetas croppeds são ótimos exemplos para este caso. Ao marcarmos a silhueta, fazemos com que nossas pernas visualmente pareçam mais longas’’, destaca.

3)  Prefira os looks monocromáticos

Aqui vai mais um truque infalível! Na dúvida, opte por looks monocromáticos que sigam a mesma cor da bota. ‘’Qualquer composição monocromática traz um efeito de alongamento. Isso porque não gera barreiras visuais, ou seja, nossos olhos percorrem o look sem parar, de cima abaixo’’, diz.

4) Se atente às proporções visuais

De acordo com Furtado, também é preciso pensar em proporções ideais para os looks.  ‘’Equilibrar o visual é fundamental para criar o efeito longilíneo desejado. Trazer peças de roupas mais pesadas e estruturadas para a parte de cima da composição fashion, como casacos compridos, ou então investir em acessórios como maxi brincos e colares longos, são ótimas opções para criar um visual único e desviar a atenção central das botas’’, exemplifica.

5) Invista em tecidos e texturas

Tecidos e texturas são detalhes que fazem a diferença nas produções de moda. Além de garantirem um visual mais interessante, são ideais para distribuir pesos visuais. Pautada nisso, a consultora indica a meia-calça como grande aliada na hora de compor o look.

‘’Podemos encontrar uma variedade gigante de cores, texturas e até estampas que vão garantir um visual longilíneo, principalmente se as meias forem da cor da bota ou de cores complementares e próximas a do look que você estiver usando. Aposte também em modelos com texturas, que até mesmo com o look mais básico de todos, como um vestido preto e um casaco de couro, garantem um ar fashion e despojado’’, indica.

Nude

A Iorane lança este mês sua coleção capsula de tricôs batizada de nude.

Com esta coleção a marca vem quebrar toda uma concepção do que é nude. Afinal, passamos tempo demais acreditando que nude é praticamente sinônimo de bege e que equivale ao tom da pele.  E a Iorane questiona: Nude é o tom de que pele? Afinal, qual é a cor da sua pele?

Realmente, cada pessoa tem um tom de pele, porque somos diferentes e é aí que mora a beleza e a força de cada uma de nós. E esta coleção da Iorane vem mostrar que nude é mais que uma cor, é um conceito, uma identidade.

Movidos pelo desejo de democratizar a ideia de nude, a label deu um passo adiante e criou esta linha de tricôs. A novidade chega junto com as temperaturas amenas de inverno e oferece cinco tonalidades, de uma cartela mais generosa de nude, em tricôs canelados, de gola alta e charmosas mangas bufantes, ressaltando que a inclusão é dever diário de todos e a igualdade se constrói passo a passo.

Veja fotos de Gabriela Saraiva na Galeria a seguir

Para tudo, tem um jeitinho

Existem maneiras de driblar o problema de altura sem precisar usar salto alto

Todo mundo tem seus artistas preferidos. Eu não fujo à regra. No quesito música, o meu “top” sempre foi James Taylor, seguido de Elis Regina, Ney Mato Grosso, Ivan Lins, entre outros. Não vou ficar aqui desfiando rosário e fazendo uma cansativa lista para o leitor.
Quando a gente admira o trabalho de alguém, procuramos conhecer um pouco desta pessoa, e quando a pessoa morre, muita coisa vem à tona. Não esqueço quando Elis Regina morreu, aos 36 anos, de overdose de comprimidos, em 1982. E uma fala dela nas inúmeras entrevistas que deu foi exaustivamente divulgada. Ela tinha 1,53 m de altura disse que o seu problema eram 10cm, que se tivessem 10cm a mais, tudo estaria resolvido. Será mesmo, que se tivesse 1,63m, ela teria sido mais feliz e não teria morrido tão precocemente? Como uma pessoa com tanto talento não conseguia ver era muito mais alta do que a maioria das pessoas? Para mim, ela era uma gigante.
É nessa hora que digo que para tudo tem um jeitinho. Uma das maneiras de resolver a questão da pouca altura é usar salto alto. A maioria das mulheres que se sente baixa toma posse desse recurso. Mas estamos vivendo uma época na qual a moda para os pés são os tênis confortáveis, então, como parecer mais alta, sem usar salto?
A consultora de imagem e estilo, Mariana Aguiar, listou algumas dicas que não são novas, mas vale relembrá-las, afinal, a turma mais jovem pode não saber de todas elas ainda. Existem diversos truques de estilo que ajudam a alongar a silhueta e que podem fazer toda diferença no resultado final.
1- Listras verticais: Este tipo de listrado direciona o olhar de cima para baixo, e não para os lados. Além de ganhar altura, essa estampa ainda permite parecer mais magra. “As listras são uma ótima saída quando as mulheres buscam alongar a silhueta. Apostar em peças que tenham faixas mais finas e com cores mais neutras é uma ótima dica, pois assim fica até mais fácil combinar com as peças que você já tem no armário”.
2. Monocromático: A escolha das cores é sempre muito importante na hora de montar um look, pois cores distintas em cima e em baixo, criam uma linha de divisão no corpo dando a impressão de achatamento. O melhor para dar uma impressão de alongamento são looks monocromáticos, além de serem democráticos e práticos.
3. Sapatos nude e tornozelos de fora: Essa dupla é imbatível e é uma das maneiras fáceis de parecer mais alta sem precisar fazer grandes investimentos. “Além de deixar o visual mais estiloso, dobrar as barras das calças é um truque de ouro para alongar a silhueta”.

Isabela Teixeira da Costa

Saia para homens no verão

Sexta-feira, escrevi neste espaço, os excessos de cuidados rotineiros que cabe à mulher, que, às vezes, são bastante desgastantes. Cheguei a comparar com a “vida mansa” masculina neste quesito, uma vez que a eles cabe apenas o cuidado diário com a barba.

Tenho que me redimir. Escrevi o artigo na quarta-feira pela manhã – temos que adiantar algumas coisas para dar tempo de fazer todo o trabalho que o jornal demanda. Logo depois de entregar o material, estava tomando um cafezinho com alguns colegas de trabalho, sofrendo este forte calor que parou sobre Belo Horizonte, e um deles disse: “Me dá uma saia de presente?” É claro que eu olhei assustada, porque se trata de um rapaz hetero, casado, e bem formal na maneira de se vestir. Perguntei o que tinha dito, como se não tivesse entendido sua fala.

Não era engano, ele queria usar saias. “Por que mulher pode usar saia e a gente não? Está um calor enorme e temos que sofrer com calças compridas. O outro colega aprovou na hora. Enfim, descobri um ponto sofrido para os homens: trabalhar no verão, enfrentando o calor, com camisa social e calça. Os dois desataram a elencar a facilidade das mulheres – e eu, só lembrando da coluna que acabara de escrever. “Vocês podem usar saia, blusa de alcinha, vestido, aquelas calças curtas (não sabem dizer pantacourts). Se usarmos camiseta regata mandam a gente voltar para casa.”

Realmente, homens penam no verão. Há uma grande diferença entre uma mulher e um homem mostrar os braços. Em ambiente de trabalho é inconcebível um rapaz usando regata. Camiseta de manga tudo bem, mas regata… Jamais. Aí, começaram a questionar se ficaria muito esquisito virem trabalhar de saia. O argumento principal foi a ideologia de gênero. Se hoje, cada um pode ser o que quiser, é possível usar o que quiser e ninguém pode falar nada. Acabaram chegando à conclusão que as pessoas olhariam de forma muito esquisita.

Lembraram dos escoceses e suas saias kilt. Pronto, problema resolvido, iam usar a saia kilt que é de homem. Foi a vez de eu lembrei de um pequeno detalhe desagradável, saia kilt é de lã, e completei: “o mais difícil vai ser aguentar o coturno que se usa com essas saias”. Começou outra novela. Os dois passaram a devanear em como adaptar o modelito para um país tropical. Fariam a saia xadrez, mas com tecidos leves, e pediram sugestões: linho, viscose, algodão, malha fria, liganete, gersey… E o coturno? Pensaram um tempo e depois de uma infinidade de ideias inadequadas um soltou a pérola, “sandália gladiador! É a versão perfeita do coturno para o verão”. Rimos muito.

Não me contive e contei do artigo que tinha acabado de escrever e um deles, mais do que depressa me interrompeu para falar que eu estava completamente equivocada, e ainda tripudiou dizendo que ou eu estava andando com o homem errado ou estava sozinha há muito tempo. Segundo ele, os homens de hoje se cuidam muito bem. Ele, por exemplo, depila a área entre as sobrancelhas, e algumas partes do corpo porque não gosta de ficar com excesso de pelos e ainda apara os cabelos das axilas.

Tenho que dar a minha mão à palmatória e reconhecer que atualmente os metrosexuais são a maioria e é uma grande falácia querer taxá-los de gays. Hoje, os homens se cuidam tanto quanto as mulheres, no que fazem muito bem.

Isabela Teixeira da Costa

Arte Sacra

A marca de moda festa Arte Sacra lança coleção de inverno 2018, a #FEELGOOD.

O ápice da Soundly, coleção de Inverno 2018 da Arte Sacra, aparece no mood Feel Good, inspirado em uma mulher multi spirit, autêntica e contemporânea. Na paleta de cores, nuances escuras e sóbrias, como o Azul Ink, Verde Bálsamo, Glacial e Black, sugerem uma dose extra de feminilidade.  A sofisticação é traduzida no movimento das franjas, na riqueza dos bordados, costas decotadas, fendas e detalhes laterais. Croppeds, transparências, hot pants e sobreposições, que deixam os modelos mais elaborados, são presenças marcantes. Cetim, crepe, malha, musseline, tule e zibeline garantem caimentos impecáveis, jovialidade e fluidez às peças. Também chama a atenção a panther print, estampa exclusiva que dá um toque a mais de sensualidade aos looks. Para instigar novas experiências sensoriais à coleção, a grife criou, no Spotify, a playlist #feelgood, que traz um estilo musical singular, com uma pegada de rock clássico. Confira em https://open.spotify.com/user/artesacra.

Confira os modelos nas fotos de Sérgio de Resende

Joias

Para o verão, a cor de 2018, o Ultra Violet, escolhido pela Pantone para a indústria da moda e do design, já virou joia na coleção da Manoel Bernardes.

A Pantone definiu a cor Ultra Violet como tendência para este ano. Complexo e contemplativo, o tom sugere os mistérios do Cosmos, a intriga daquilo que ainda está por vir e as descobertas que estão além do lugar onde nos encontramos agora. O vasto e ilimitado céu noturno é simbólico do que é possível fazer para continuar a se inspirar no desejo de perseguir um mundo que está além do nosso.

A joalheria Manoel Bernardes trouxe em sua coleção de verão a tendência dessa cor explorando a tanzanita, uma gema valiosa, sobretudo por sua raridade. A variação de cores permeia entre o azul safira, violeta e verde. Na coleção Essência, a Manoel Bernardes utilizou a pedra em sua variação violeta combinada com pérolas, diamantes e ouro branco. “A cor marcante e expressiva nos inspirou para fazer parte da linha ‘Etério’, caracterizada por formas simples e geométricas, leves e móveis, feitas de vazados e assimetria. O grande destaque da linha fica por conta da tanzanita e apresenta delicados pontos púrpura”, destaca Manoel Bernardes, presidente da joalheria.

Outra gema de cor púrpura utilizada na coleção foi a iolita, cujo nome é derivado de duas palavras gregas que significam roxo e pedra, possui diversas tonalidades, do azul ao roxo, cinza, amarelada, marrom e, algumas vezes, esverdeada. A gema poderá parecer violeta de uma lado, clara como a água de outro e no topo pode parecer amarelo mel. Por conta desta variedade de tons, quando trabalhada pela joalheria a iolita apresenta desafios, se o ourives não tiver muita habilidade ao cortá-la, esse efeito de cores será perdido. A joalheria utilizou a gema em sua linha intitulada Bucólico que representa a simplicidade, que não está na forma, mas nos símbolos de um ambiente campestre, que convida à delicadeza em contraposição ao duro cotidiano. As formas das peças foram inspiradas na natureza, como lavanda, flores e borboletas. A assimetria, identidade da marca, é mantida nessa linha, que utiliza diamantes, pedras claras e transparentes.

Cor em 2018

2018 promete ser um ano bastante colorido, principalmente na moda.

A primavera-verão é a temporada das cores e, se depender da norte-americana Pantone, autoridade no assunto, em 2018 será ainda mais viva. Tradicionalmente, a marca apresenta dez nuances, mas desta vez resolveu inovar, acrescentando dois tons à cartela do próximo ano. O objetivo é atender às expectativas dos consumidores e às demandas do mercado de design industrial e de produtos, cada vez mais aberto à diversidade. A cor de 2018 será o Ultra Violet, que sugere os mistérios do Cosmos. “Vivemos em tempos que precisamos de criatividade e imaginação. É esta energia inspiradora que nos traz o roxo resultante do azul escuro, que eleva as nossas expectativas aos mais altos níveis”, comenta a diretora executiva do Pantone Color Institute, Leatrice Eisenman. O Ultra Violet é uma contraposição ao Greenery, cor natural e neutra escolhida pela empresa para 2017 e que transmite frescor, evocando os primeiros dias da primavera.

As outras tonalidades eleitas para o próximo ano são o Amarelo Meadowlark (amarelo vibrante), Cherry Tomato (vermelho alaranjado), Little Boy Blue (azul-ciano), Chili Oil (vermelho terroso), Pink Lavender (rosa arroxeado), Blooming Dahlia (laranja pastel), Arcadia (verde puxado pro turquesa), Emperador (marrom chocolate), Almost Mauve (lilás cor de pétala), Spring Crocus (rosa queimado), Lime Punch (verde ácido), Sailor Blue (azul marinho), Harbor Mist (cinza claro), Warm Sand (cor de areia) e Coconut Milk (branco). A Pantone escolhe a Cor do Ano de acordo com os acontecimentos da cultura global. A cartela serve de referência para segmentos da moda, beleza e decoração.

Falando de estilos de roupa

O que vestir em cada ocasião? A maioria das pessoas não sabe interpretar o estilo do traje pedido nos convites.

O que mais se vê hoje são pessoas vestidas de maneira equivocada diante do traje pedido no convite. Esporte fino, esporte, passeio – que por sinal é o mesmo que passeio completo –, rigor, etc. A confusão ficou tão grande que as indicações atualmente são o mesmo que nada, tipo: “seja criativo”, “elegante”, “inspire-se”.

Hoje, vamos falar um pouco sobre vestidos esporte fino feminino. Os trajes esporte fino são pedidos nos convites para eventos semiformais, mas também caem perfeitamente em jantares refinados e coquetéis elegantes.

O esporte fino feminino assim como o esporte fino masculino (clique para conhece mais), são trajes considerados semiformais, e requerem um preparo a mais antes de fazer seu look. Existem algumas regras básica para não errar na hora de fazer seu look, uma delas é evitar vestidos ou roupas com decotes muito ousados, estampas muito chamativas e ir com calma nos acessórios como colares e brincos. O mais acertado é escolher modelos discretos e elegantes.

Coloridos

Se sua escolha for um vestido colorido, preste atenção nos acessórios. Opte por complementos discretos para não destoar do seu look. Nada impede que a cor traga desenhos como flores e formas geométricas, existem muitos modelos, a dica é pesquisar e provar o máximo de modelos possível até encontrar o seu modelo ideal.

Estampados

Apesar de não serem muito recomendados para essas ocasiões, caso seja a sua opção, tome cuidado para não escolher estampas muito chamativas. Estampas vintage, que possuem uma característica de simplicidade com elegância, e ficam perfeitos para usar em festas mais formais ou jantares elegantes são uma boa pedida.

Cores neutras

As cores neutras são a escolha perfeita para não errar, e ficam bem em todas as mulheres. Fazer  sobreposição com um belo blazer dará um ar mais formal e cai bem com este estilo. Essa dica se encaixa perfeitamente para mulheres que frequentam lugares de trabalho formais como escritórios onde o traje social é indispensável.

Esporte fino plus size

A moda plus size vem ganhando cada dia mais espaço e glamour no mundo das passarelas pelo mundo, e não são poucas as opções elegantes nas lojas. Saiba escolher levando em conta as dicas acima: look leve, elegante, neutro.

Renda

Os vestidos de renda são um dos modelos mais bonitos e leves que existem no mundo da moda, porém são os mais fáceis de errar, pois podem ficar muito chiques por pequenos detalhes. A linha entre um esporte fino e um modelo mais chique para casamento é muito tênue.  Para quem quer elegância com leveza o vestido com detalhes em renda é o modelo ideal se bem escolhido. Esses modelos devem ser usados em  eventos elegantes e não muito formais.

 

FONTE: HomemFeito

Moda para pensar

Ronaldo Fraga desfila coleção inédita contra xenofobia, em Buenos Aires, e valoriza as raízes dos imigrantes e povos originários da América do Sul.

Ronaldo Fraga e os modelos

Muita gente por aí acha que roupa é apenas algo para se cobrir e não sair nu pela rua. Porém, é muito mais do que isso, o mercado da moda movimenta trilhões de dólares por ano no mundo todo. Até esses “desinformados” ou indiferentes que pensam que usam qualquer coisa e tudo bem, vestem de acordo com o que a moda dita, pois os lojistas compram o que o mercado oferece, e só oferta o que a moda dita. Bonito ou feio, foi ditado pela moda. Clássico ou de vanguarda? A moda ditou. Acabou por aí? Não.

A moda tem desempenhado um papel que vai além do estilo. Tem levantado bandeiras, gritado alto contra preconceitos e tem conseguido se fazer ouvir. Podemos buscar exemplos longe como a nova coleção de acessórios do designer francês Christian Louboutin que tem como conceito e slogan “Olhos e coração abertos, e por favor, sem selfies!”, em um protesto contra o excesso de exposição e o distanciamento das relações pessoais. Mas prefiro destacar a prata da casa: o estilista Ronaldo Fraga, que há algum tempo tem surpreendido em seus desfiles que destacam problemas que na maioria das vezes a sociedade finge não enxergar, ou rejeita abertamente, como questões ambientais, sociais e de preconceito.

A mais nova bandeira levantada pelo mineiro foi contra a xenofobia, em seu desfile na Bienal Internacional de Arte Contemporânea (BIENALSUR), em Buenos Aires. O evento mostrou que moda está intrinsecamente ligada à arte, quando alguns criadores encontram nos desenhos de suas roupas um meio para expressar com arte as inquietudes da vida.

A visão diferenciada da BIENALSUR, que é realizada em 16 países simultaneamente, com mais de 100 exposições de arte urbana, performances e mostras de vídeos às coleções de importantes museus – teve um de seus grandes momentos com a abertura da mostra Gênesis – Cultura sem Fronteiras, do estilista Ronaldo Fraga, no Hotel dos Imigrantes de Buenos Aires, sede principal da bienal. Atletas, escritores, artistas plásticos e diversas personalidades da Argentina fizeram parte da performance criada pelo estilista, que expressou e reivindicou a riqueza cultural dos sul-americanos, através de uma coleção inspirada em ampla pesquisa antropológica dos saberes dos povos originários e dos que chegaram a este continente. Esse caldeirão de origens – no momento em que cresce a xenofobia, o medo e a rejeição ao outro – foi traduzido no desfile no qual Fraga incluiu quatro jovens estilistas argentinos que, em apenas 24 horas, transformaram um vestido branco de sua criação em “tela” artística, em processo documentado ao vivo.

Isabela Teixeira da Costa

Moda praia

Cila e TT Beachewear lançam coleção verão’18 juntas, amanhã, na loja Cila Savassi, que está sendo “caracterizada” para receber os clientes.

A partir de hoje, segunda-feira, quem passar pela avenida Contorno com rua Lavras, verá a artista Clara Valente sobre um andaime pintando a fachada da loja Cila Savassi. Ela vai passar para as paredes imagens relacionadas com os Andes, tema das coleções das duas marcas de beachwear comercializadas no endereço: Cila, tradicional marca de moda praia e piscina da cidade, sempre atual e com muito sucesso e a jovem TT, marca autoral de Tete Vasconcelos. O lançamento das duas coleções será na amanhã, 19, com muitas atrações, inclusive exposição de fotos da viagem.

Clara Valente foi convidada por Tete Vasconcelos, estilistas das duas grifes, para trabalhar, em co-criação com ela, as estampas da TT Beachwear, estendendo esse trabalho à fachada da Cila.

A inspiração de Tetê Vasconcelos para a criação da das duas coleções foi a viagem recente de mais de 5 mil quilômetros que fez pelo norte da Argentina, Bolívia e Chile. As coleções, cada uma com sua identidade, exibem traços, elementos e cores da natureza, que ela conferiu nessas andanças, em locais inspiradores como Purmamarca, o Salar de Uyuni, os desertos do Siloli e de Atacama.

“Chegou o dia de subir os Andes. Rodar 5 mil quilômetros até sentir a secura do Deserto de Atacama. Nas minhas andanças pelo mundo, esta foi uma aventura diversa de tudo que já tinha vivido até então. Segui na boleia de uma pick-up com o meu pai em um comboio de amigos por trilhas de rípio, areia e sal, o ar rarefeito a alterar o ritmo da respiração.

Platôs de sal que escapam ao alcance dos olhos e explodem em várias tonalidades, dependendo da hora do dia. Flamingos de plumagem preto-rosácea passeiam calmamente pelas inúmeras lagunas salgadas, ao longo do caminho de desertos terracota.

De volta para nossas montanhas, trouxe as cores de Purmamarca, do inexplicável Salar de Uyuni, dos desertos do Siloli e de Atacama. Tudo isso fonte de inspiração para duas coleções e, agora, grafadas em biquínis, maiôs, croppeds, quimonos…e por aí vai”, conta a estilista Tetê.

Cila – Do mar aos Andes

 

O olhar da coleção Cila verão/18 para essa experiência nos Andes foi muito em cima da natureza e das paisagens vistas, sentidas e, agora, transpostas para as estampas que foram definidas como:

* Siete colores – Região norte da Argentina, destacam os muros terracota que contrastam com o azul anil do céu e se harmonizam com as cores das montanhas.

*Uyuni zig zag – Através de fotos do pôr do sol no Salar de Uyuni foi feita uma junção das várias tonalidades desse espetáculo natural e, depois, uma geometria em zig-zag  para dar um tom mais moderno. O Salar – maior planície de sal do mundo – tem um chão branco a perder de vista em que, às vezes, aparecem ilhas de pedras com cactos gigantes e em alguns períodos do ano ficam alagados… é como um espelho que reflete o céu, as nuvens e as estrelas durante a noite.

*Lagunas – As lagoas de alta altitude e de muitas cores, aos pés de vulcões com neves no topo e vegetação rasteira.

*Atacama terracota – A cor terracota predomina entre dunas, falésias, cânions, montanhas, areia, sal e as próprias construções da charmosa e rústica vila de San Pedro de Atacama. Essa estampa é mais um mosaico de paisagens.

*Listra Salar – Uma estampa elaborada a partir de uma foto do Salar, na qual a imensidão do branco contrasta com o azul do céu.

*Mapa desértico – Estampa baseada em mix composto por mapas locais cheios de ilustração, placas pela estrada, llhamas, sinalizações históricas, etc.

*Mapa P&B – Cila sempre exibe uma versão P&B em suas coleções.

*Suculentas – Mix de suculentas típicas de regiões desérticas. O destaque é a multiplicidade de tons de verdes e os tipos dessa planta.

*Quinoa – Trata-se de um desenho com um mix de quinoas típicas da região em torno do Salar de Uyuni..

 

TT Beachwear – Coleção Andes Tropical

 

TT gosta de desconstruir para depois construir. E tudo isso de uma maneira artística, poética, algumas vezes dramática, outras bem leve e minimal.

E nesse mood traduz os Andes em cores, formas geométricas, desconstrução e transposição de fotografias da viagem.

Além da natureza, o trabalho revela o artesanato, as texturas, os símbolos, o misticismo e as lendas andinas. Em uma parte da estamparia, surge um viés artístico com a cocriação de desenhos com a artista plástica Clara Valente, do coletivo Quarto Amado, reconhecida por seu trabalho inusitado e vigoroso.

Estampas

O trabalho feito em co-criação com Clara Valente, cuja característica são desenhos vetoriais artsy. O outro é uma desconstrução de várias fotos da viagem com colagem e retratando cores e símbolos andinos.

 

1 – Estampas com Clara Valente

Mystic flamingos – Os típicos flamingos, que habitam as lagoas altiplânicas, são os protagonistas. Eles aparecem em pé e voando em dupla.

Artistic Andes – Praticamente uma versão maxi do desenho mystic flamingos com a adição de um elemento básico da região: os cactos.

Cholas – Símbolo da Bolívia indígena autêntica, as cholas, com saia rodada, poncho colorido, blusas delicadamente estampadas e um chapéu-coco por cima do cabelo dividido em duas longas tranças, chamam a atenção e são, de fato, pessoas onipresentes. Aqui, elas aparecem numa versão geométrica e conceitual.

 

  1. Estampas com as fotos desconstruídas

Colours of Andes  – Uma profusão de cores e texturas captados através de recortes de fotos, que retratam o artesanato local.

Cactus flower – Composição de duas fotos da região do Salar de Uyuni sobrepostas e com suas cores no negativo. São elas: a do misterioso e cheio de história cemitério de trens e a da ilha de pedras e cactos Incahuasi.

Andean nature – De uma forma completamente desconstruída de maneira geométrica e compondo um verdadeiro labirinto, esse print é um mix de fotos do pôr do sol do Salar de Uyuni, na Bolívia.

Dalí desert – No sudoeste da Bolívia, quase chegando no Atacama, praticamente na fronteira com o Chile, o chamado Deserto de Dalí é impressionante. A composição exibe elementos místicos, símbolos andinos, e a primitiva cruz andina, chamada chakana.

 

Fotos Cila – Breno Mayer

Fotos TT – Piero Dávila