Síndrome de Irlen

Márcia Guimarães

Síndrome de Irlen é mais comum do que se pensa. Doença que afeta a visão é confundida com dislexia.

A Síndrome de Irlen (SI) é uma alteração visuoperceptual, causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura. A Síndrome tem caráter familiar, com um ou ambos os pais também portadores em graus e intensidades variáveis. Suas manifestações são mais evidentes nos períodos de maior demanda de atenção visual, como nas atividades acadêmicas e profissionais que envolvem leitura por tempo prolongado, seja com material impresso ou computador.

A pesquisadora que descobriu a doença – Helen Irlen – concentrou seus estudos nos sintomas “visuais” que estes adultos apresentavam, denominando-os de Síndrome da Sensibilidade Escotópica  –  fazendo alusão ao escuro – devido à preferência  por locais menos iluminados durante tarefas com maior exigência visual. Além da fotofobia, cinco outras manifestações podiam estar presentes: problemas na resolução viso-espacial, restrição de alcance focal, dificuldades na manutenção do foco e astenopia e na percepção de profundidade.

Uma das formas de enxergar de um paciente

A fotofobia geralmente se manifesta através de queixas de brilho ou reflexo do papel branco, que compete com o texto impresso e desvia a atenção do conteúdo a ser lido, comprometendo a atenção. Luzes fluorescentes são particularmente desconfortáveis e geram irritabilidade. Até mesmo a luz solar direta, faróis de carros e postes à noite causam incomodo e dor de cabeça aos portadores da SI. Em muitos casos, há hábito de uso constante de óculos de sol.

A síndrome produz sensação de desfocamento e de movimentação das letras que pulsam, tremem, vibram , aglomeram-se ou desaparecem, impactando na atenção e compreensão do texto que esta sendo lido. A restrição do foco reduz o número de letras apreendidas fazendo com que palavras sejam vistas parceladamente. A restrição no alcance focal pode ainda causar dificuldades na organização do texto em segmentos significativos ou porções sintáticas, sendo esta uma característica presente em leitores deficientes. Em geral, bons leitores ampliam progressivamente o campo de visão, passando a reconhecer as palavras familiares pelo conjunto ou lexicalmente de forma a registrar as pistas visuais necessárias para uma interpretação rápida e correta do significado do texto naquele ponto.

As dificuldades na manutenção da atenção do foco, pelo fato do texto impresso apresentar-se menos nítido ou desfocado após um intervalo variável em leitura, produz estresse visual ou astenopia. A astenopia, presente em intensidade variável, se caracteriza pelo desconforto visual associado à sensação de ardência e ressecamento ocular, aumento da necessidade de piscar,  olhos vermelhos e lacrimejantes, necessidade de coçar e apertar os olhos, com mudanças na posição e distância da cabeça até o papel impresso, sonolência e busca de pausas  para “descanso visual”. Há também dificuldades com percepção de profundidade.

A Síndrome de Irlen atinge uma a cada sete pessoas, incluindo bons leitores e universitários e torna-se proporcionalmente mais frequente quando há déficits de atenção e dislexia (33 a 46% dos casos). Estudo recente, realizado em escola municipal da rede publica em Belo Horizonte, detectou ainda uma incidência de 17% entre alunos com dificuldade de leitura.

São sintomas comuns: a confusão entre os números, percepção de distorções visuais em páginas de texto, leitura de palavras de baixo para cima e inversão de letras e palavras, dificuldades em manter-se na linha ao escrever, lentidão e baixa compreensão.  Entretanto inexistem outros aspectos que facilitarão na condução de um diagnostico diferencial satisfatório.

O maior centro de dignóstico e tratamento de Irlen no Brasil está em Belo Horizonte, é o Hospital de Olhos e a especialista é a oftalmologista Márcia Guimarães. É feito um teste de screening ou rastreamento, por meio da aplicação de um protocolo padronizado conhecido como Método Irlen, que possibilita a classificação do grau de intensidade das dificuldades visuoperceptuais dos casos suspeitos.

A correção é simples, o uso de lâminas coloridas (para cada caso tem uma combinação de cores diferenciada), que é posto sobre o texto a ser lido. Estas lâminas corrigem totalmente a forma de ler do paciente, obtendo benefícios imediatos no conforto visual, fluência e compreensão. Tratamento  com custo baixo.

Vejam o vídeo que relata a dificuldade de diagnóstico da doença e facilidade do tratamento.

Isabela Teixeira da Costa

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Época de conjuntivite

Especialista aponta cinco cuidados fundamentais para se ter em caso de conjuntivite.

Nesta época do ano, quando manhãs e noites são frias e contrastam com o calor do meio-dia, é muito comum aumentar a ocorrência de duas doenças: gripe e conjuntivite – sendo que uma não está necessariamente relacionada à outra. Olhos avermelhados, irritados e ‘colados’ logo pela manhã dão sinal de que algo não está indo bem com a saúde. Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana mucosa que reveste a parte branca do globo ocular (esclera). Essa inflamação ocular geralmente provoca aumento de secreção do muco, acentuada pela irritação, e pode ser causada por uma série de fatores.

De acordo com o médico oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, todo tipo de virose muito comum nos dias frios pode provocar irritação ocular. Da mesma forma que a pessoa pode vir a sentir congestão nasal, dor de garganta e tosse, pode também perceber que a conjuntiva está ficando congestionada, irritada. Se o quadro de conjuntivite surge na sequência de uma gripe ou resfriado, é quase certo que é do tipo viral e vai passar em uma ou duas semanas sem necessidade de antibióticos. Entretanto, é altamente contagiosa e sua propagação se dá por contato físico com pessoas ou objetos de uso comum.

Já a conjuntivite provocada por bactéria apresenta um quadro mais sério, que deve ser investigado e tratado o quanto antes. A infecção pode ser resultado do uso abusivo de lentes de contato e se transformar numa úlcera de córnea, por exemplo. “Nesse caso, a dor é algo constante e os olhos apresentam uma secreção cinza-amarelada. Colírios antibióticos devem ser prescritos o quanto antes pelo oftalmologista, a fim de conter o avanço da doença. É importante alertar para os riscos da automedicação – que pode elevar as chances de complicações”, diz Neves.

Tanto a conjuntivite bacteriana quanto a viral podem acometer apenas um olho ou ambos.  São contagiosas e atingem tanto crianças quanto adultos. As crianças, entretanto, são mais suscetíveis ao tipo bacteriano. De acordo com o especialista, também existe a conjuntivite neonatal. “Trata-se de uma doença transmitida de mãe para filho durante o trabalho de parto. O recém-nascido deve ser tratado com urgência, já que em quadros graves há risco de comprometer a visão. Nesse caso, a internação se faz necessária”.

5 cuidados durante uma crise de conjuntivite:

  1. Lavar os olhos várias vezes ao dia com água morna para eliminar a secreção;
  2. Fazer compressas de água gelada para atenuar a irritação ocular;
  3. Usar lágrimas artificiais para manter os olhos bem lubrificados;
  4. Lavar as mãos várias vezes ao dia;
  5. Evitar frequentar lugares fechados, como escola, cinema, transporte público etc.

Durante o ápice da doença, essas medidas são fundamentais para conter a propagação de conjuntivite. “Em caso de o paciente apresentar sensação de areia nos olhos, dor, irritação, coceira, vermelhidão, lacrimejamento excessivo, febre, dor nas articulações e dor de garganta, é fundamental consultar um serviço de oftalmologia o quanto antes”, alerta Renato Neves.

 

Pilates: Da gestação à melhor idade

Método traz benefícios integrais para o corpo, mantendo a forma e equilibrando o bem-estar físico e mental em qualquer fase da vida.

Reeducação postural, fortalecimento de músculos e de ossos, controle de respiração, diminuição de dores musculares são alguns benefícios que a prática de Pilates traz. Em qualquer fase da vida, da gestação à melhor idade, os exercícios são centrados no fortalecimento do organismo como um todo e utiliza a força dos músculos como impulso para ter energia necessária para a atividade. Além da melhora física, após três ou quatro semanas de treino, o aluno já tem uma ganho na autoestima e autoconfiança. Eu estou completamente encantada com o Pilates. Desde que comecei a fazer não senti nem mais um dia sequer de dor na coluna. Eu faço com a Natália Mendes, da Spirale.

Além dos benefícios físicos, o Pilates também auxilia na melhora do bem-estar mental dos alunos, colaborando no tratamento de doenças como Parkinson, Alzheimer e depressão. Os sintomas podem ser amenizados uma vez que o Pilates conecta corpo e mente reduzindo a ansiedade e diminuindo o estresse.

Com aulas que podem durar até 1 hora, a prática de Pilates pode ser realizada de uma a três vezes na semana. A professora da Pilates Rose Martins destaca os benefícios da atividade em cada fase da vida:

Pilates para gestantes

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por diversas mudanças, desde hormonais até físicas, gerando dores e desconforto. Os exercícios realizados nas aulas de Pilates diminuem os primeiros sintomas da gravidez, principalmente dores nas costas e quadril, melhorando também a respiração e a circulação sanguínea. Pode ser realizado a partir do 3º mês de gestação, com a carta de liberação do médico, sem que ofereça riscos para o desenvolvimento do bebê.

“Os exercícios de Pilates na gravidez podem ser realizados desde o primeiro trimestre, mas com cuidado para não trazer qualquer problema para a mãe ou para o bebê. Com os músculos mais fortes e firmes, a gestante tende a sentir menos dores nas costas, movimenta-se com maior facilidade e encontra-se com mais disposição para realizar suas atividades do dia-a-dia”, explica Rose.

Pilates pós-parto

A recuperação pós-parto é muito importante. Durante três meses o corpo da mulher ainda está se recompondo de todos os procedimentos do parto e não voltou totalmente ao que era antes. O Pilates pode ajudar que a recuperação e a cicatrização ocorram mais rapidamente, ajudando na tonificação do abdômen e na recuperação do assoalho pélvico – região responsável pela sustentação dos órgãos do sistema reprodutor, e controlando a flacidez.

Como o pós-parto é um momento delicado, é necessária autorização médica para fazer as aulas. Os exercícios propostos respeitam os limites e restrições de cada aluna. “No começo, nem todos os exercícios e posições são permitidos, principalmente por que há uma diferença para alunas que fizeram parto normal para as que fizeram cesárea, porém com o passar das aulas os exercícios vão progredindo”, esclarece Rose.

Pilates na melhor idade

Quem pensa que já passou da hora de fazer exercícios está enganado. A prática de Pilates não tem limite de idade, basta ter disposição. Cansaço, falta de equilíbrio e fraqueza nos ossos não são mais problema para os idosos que fazem a atividade. As aulas para terceira idade são uma das mais procuradas, já que o método proporciona benefícios para todas as áreas do corpo.

Sem contraindicação, idosos que fazem uso de medicamento contínuo ou que têm doenças crônicas podem realizar as aulas com certas adaptações. “Os benefícios que o Pilates na terceira idade traz, como fortalecimento dos ossos, melhora no equilíbrio, controle motor e melhora na mobilidade das articulações, ajuda e previne que certas doenças apareçam. O fato de o idoso fazer atividade física ajuda também que sua mente esteja em constante trabalho, evitando assim que doenças como depressão, Parkinson e Alzheimer apareçam ou se agravem”, comenta Rose.

 

Atividade Física é importante para a longevidade

Exercícios previnem doenças cardiovasculares e respiratórias, diabetes, osteoporose, colesterol alto e dores articulares.

No Brasil, o número de idosos com 80 anos ou mais pode passar de 19 milhões em 2060, um crescimento de mais de 27 vezes em relação a 1980, quando o País tinha menos de 1 milhão de pessoas nessa faixa etária. Em 2016, foram contabilizados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 3.458.279 de idosos com mais de 80 anos.

Hoje, a expectativa de vida para os brasileiros é de 74,9 anos, mas pelo resultado do IBGE, essa média vai aumentar. Porém, para se chegar a essa idade com saúde, é fundamental manter uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas. Segundo a profissional de educação física e especialista em saúde da mulher, Grazielle dos Santos, ‘’Quando propomos que nossos pais, avós, tios incorporem na sua vida um programa de atividade física, estamos plantando a semente da longevidade e qualidade de vida. Antes tarde do que nunca. Por anos, as gerações se preocupavam com o trabalho, o aumento da renda para trazer conforto para suas famílias. Mas para que nossas famílias vivam com mais saúde devemos nos ater a este fato’’.

Isso é a mais pura verdade. Sempre fui extremamente sedentária – já escrevi sobre isso –, e comecei a fazer pilates em março. Fiquei chocada em ver como meu corpo estava enferrujado. Como pude fazer isso comigo mesma, é não dar valor ao corpo perfeito e saudável que recebi de Deus, e deixar ele se encher de problemas. Nós mesmos cultivamos determinadas doenças por não fazermos atividades físicas.

Não sei se todo pilates gera resultados em tão pouco tempo ou se Natália Mendes (minha professora e dona da Spirale) é competente demais. Ela é muito competente, fato. Só sei que em três meses já consigo encostar meus dedos no chão quando me curvo para frente, coisa que não conseguia fazer há décadas. Já faço prancha sem tanto sofrimento e outros exercícios que nem imaginava fazer.

Os objetivos que se definem para um idoso ao aderir a um programa de exercícios é a manutenção da saúde, a prevenção de doenças, a melhora nas AVD´s (atividades da vida diária). ‘’A nossa intenção é cuidar do fortalecimento muscular, da flexibilidade, do controle das doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose, colesterol alto, doenças cardiorrespiratórias e dores articulares que são comuns com o envelhecimento do indivíduo’’, explica a fisioterapeuta Vitória Goulart.

Com a liberação médica e um bom estado físico o idoso pode realizar qualquer atividade física e até mesmo diversos esportes, desde uma simples caminhada, bicicleta e natação, até musculação e alongamento  O importante é escolher a atividade que goste mais, que lhes dê algum prazer. ‘’Um ambiente de grupo, por exemplo, pode proporcionar um reforço social. Devemos também escolher alguma atividade que promova o bem-estar físico e mental, além da manutenção da saúde’’, explica Grazielle dos Santos.

As intensidades dos exercícios e a frequência devem ser estabelecidas de acordo com o estado físico e os objetivos a serem alcançados com essa prática. A prática de exercícios deve ser diária, começando com baixas intensidades e divididos em treinamentos aeróbios e de resistência muscular. Podem ser realizados de três a quatro vezes por semana e ter duração máxima de uma hora. Vitória Goulart conta que ‘’se o indivíduo não conseguir realizar esse treinamento de forma intermitente, ele pode ser realizado em tempos mínimos de 10 minutos ao longo do dia.’’

Fontes: Vitória Goulart, fisioterapeuta e criadora do Projeto Mães em Movimento.

Trombose: voos longos são um risco

Especialista fala sobre o risco de trombose em voos longos e dá cinco dicas para evitar o problema.

Como já disse aqui há alguns meses, fiz uma cirurgia no final de janeiro, e como viajei agora no início de junho, uma amiga me pôs o maior medo, dizendo que não poderia viajar sem antes consultar meu médico, por risco de eu sofrer uma trombose no voo. Claro que liguei para o Marcos Martins, falei com ele e fui tranquilizada. Ele deixou claro que o risco não é meu e nem por causa da cirurgia, mas de todo mundo, e que eu teria que dar uma caminhada no avião durante a viagem.

Um voo direto para os Estados Unidos, por exemplo, costuma levar em média 11 horas; para a Europa, 13 horas. Pessoas chegam a voar 36, 38 horas com escalas para visitar países da Ásia e Oceania. Isso significa que se acomodam na poltrona e passam horas sentadas na mesma posição, a dez ou 12 quilômetros de altura. Segundo os médicos, quanto mais tempo a pessoa passar sentada, maior será o risco de sofrer uma trombose venosa profunda (TVP). Trata-se da formação de trombos, uma coagulação do sangue no interior dos vasos sanguíneos, que podem oferecer alto risco de mortalidade se houver como desdobramento a embolia pulmonar.

Alguns dias depois, recebi um material bem completo sobre o tema, do cirurgião vascular e ecografista paulista, Ronald Flumignan, do CDB Medicina Diagnóstica. De acordo com Ronald, o tipo mais comum de embolia pulmonar é aquele que se forma a partir do desprendimento de um coágulo de sangue – geralmente, um que tenha se formado na perna ou região pélvica (TVP). “Pessoas que passaram muito tempo em repouso, acamadas, ou que fizeram voos longos, têm um risco aumentado para a trombose e suas complicações. Voos com mais de quatro horas de duração já são preocupantes, mas os que mais representam risco para os pacientes são aqueles com mais de 12 horas de duração. Por isso é fundamental, diante dos primeiros sintomas, não perder tempo e seguir com diagnóstico e tratamento. Vale lembrar que o fator de risco ‘idade’ é um dos mais importantes, principalmente quando diz respeito a um paciente com mais de 60 anos. Ou seja, quanto mais idade o passageiro tiver, há mais chances de sofrer TVP e suas complicações”.

Na opinião de Flumignan, inclusive, as companhias aéreas que fazem voos de longa duração deveriam incentivar mais os pacientes a esticar e movimentar as pernas durante a viagem. “A trombose venosa profunda geralmente provoca dor, inflamação e inchaço. Se o trombo se desprende da parede do vaso, há risco de circular pela corrente sanguínea e bloquear a artéria que alimenta os pulmões, causando a embolia. Esse é o principal motivo de morte relacionada à trombose venosa. Como há casos de TVP sem provocar alertas como dor ou inchaço, é fundamental que as pessoas conheçam os fatores de risco e avaliem se vale a pena fazer viagens longas e com voos diretos. Os que optam por fazer voos longos deveriam tomar precauções, como mudar de posição durante o voo, levantar e andar periodicamente, tomar muita água e ainda, os que podem, deveriam usar meias elásticas durante toda a viagem”.

O médico explica que os fatores de risco mais comuns, depois da idade ou de o paciente já ter enfrentado outros episódios de TVP, incluem: histórico familiar, imobilidade, câncer, uso de determinados contraceptivos ou terapia de reposição hormonal, gravidez, insuficiência cardíaca, obesidade, tabagismo e até mesmo varizes. “Se, depois da investigação clínica, houver suspeita de trombose, é indicado fazer um eco-Doppler colorido, também conhecido como ultrassonografia vascular, para avaliar as condições dos vasos – não só das pernas, como também dos braços e barriga. Trata-se de um exame não invasivo, sem dor, sem contraindicações, e que revolucionou o tratamento vascular”.

Flumignan explica que esse exame aponta a exata localização das veias e artérias, indicando se estão funcionando bem ou se há alguma obstrução (trombose), por exemplo. Segundo ele, a trombose pode ocorrer em qualquer vaso do corpo, seja artéria ou veia. “Diante desse recurso, é possível orientar pacientes com risco aumentado para TVP a não fazer voos longos, sem escala. Ou mesmo avaliar se um determinado paciente irá se beneficiar com o uso das meias elásticas para prevenir trombose. Afinal, o que muita gente desconhece é que nem todos os pacientes  podem usar essas meias. Para os que podem, elas de fato reduzem o risco de trombose durante voos prolongados – com evidências médicas de alta qualidade”.

Ainda com relação ao uso de meias elásticas, o médico ressalta que problemas como oclusão arterial grave nas pernas, por exemplo, contraindicam seu uso – já que isso poderia agravar o quadro arterial e trazer complicações como feridas ou até mesmo amputação. Flumignan também ressalta que alguns pacientes precisam usar medicações, como os anticoagulantes, antes de viagens longas. “Na dúvida, a melhor maneira de saber se pode ou não usar uma meia elástica, se é necessário usar alguma medicação ou não, é consultar um médico vascular de sua confiança. A avaliação do especialista, com base em exames complementares – como o ultrassom vascular – vai direcionar a conduta médica em cada caso em particular”.

Para aqueles que já estão com o voo marcado, o especialista dá cinco dicas de ouro:

  1. Procure se levantar a cada duas horas de voo e caminhar pelo corredor;
  2. Sentado, procure fazer movimentos circulares com os tornozelos e esticar os joelhos;
  3. Se não houver contraindicações, use meias elásticas prescritas por um médico vascular;
  4. Vista roupas leves e confortáveis;
  5. Procure ingerir bastante água durante o voo. Isso vai mantê-lo hidratado e fazer com que se levante para ir ao toalete algumas vezes. Além disso, a desidratação pode facilitar o surgimento de trombos.

Isabela Teixeira da Costa

Dieta Low Carb – Parte 2

Ontem comecei a falar da dieta da moda, a Low Carb. Hoje, continuo com o assunto, descrevendo o que pode e não pode na dieta e o efeito rebote.

A nutricionista Sinara Menezes continua avaliando e destrinchando a dieta low carb e descreve os alimentos permitidos, os proibidos e os toleráveis. Veja abaixo:

Alimentos permitidos: Carnes em geral, mesmo com gordura. As gorduras boas, inclusive, possuem um papel importante na dieta, pois propiciam a saciedade e também servem como fonte de energia. Sendo assim, o cardápio pode ser rico em alimentos como oleaginosas, abacate, coco e peixe. Verduras, principalmente hortaliças e vegetais folhosos, também estão liberados, bem como ovos, leite e derivados – outras fontes importantes de proteína.

Alimentos proibidos: Alimentos industrializados e altamente processados como temperos prontos, gorduras trans, doces, qualquer tipo de açúcar (inclusive adoçantes artificiais), farináceos, pães e massas (inclusive os integrais) e carboidratos de alto índice glicêmico, ou seja, capazes de elevar a glicose rapidamente. Um ponto polêmico é sobre a ingestão de grãos, principalmente os ricos em glúten. No geral, a dieta desaconselha a ingestão desse alimento num primeiro momento, quando se busca o emagrecimento.

Alimentos toleráveis: para aqueles que já estão adaptados à dieta e já alcançaram o peso desejado é permitido consumir ocasionalmente tubérculos ricos em amido como batatas, bem como determinadas frutas. Alguns grãos sem glúten também podem compor o cardápio vez ou outra, assim como leguminosas e, até mesmo, o chocolate 70%.

É preciso frisar que a dieta não é No Carb, ou seja, zero carboidrato. A diferença é que a fonte desse alimento será mais qualificada, focando, principalmente, no quanto este carboidrato fará a glicemia subir, ou seja, no seu índice glicêmico. Sendo assim, carboidratos de baixo impacto sob a glicemia serão, justamente, aqueles que vão entrar na dieta – lembrando sempre – em menor quantidade.  Alguns exemplos: couve-flor, brócolis, folha de couve, tomates, espinafre, berinjela, cebola, dentre outros.

As frutas também podem entrar, moderadamente, como uma fonte de carboidrato. Porém, com muita cautela, pois são ricas em frutose e podem, igualmente, levar ao ganho de peso. Quanto mais doce e mais madura, maior será seu impacto sob a glicemia, por isso, o ideal é consumir ocasionalmente aquelas que, naturalmente, são menos doces, como cítricos, ameixas, frutas vermelhas e o abacate.

De acordo com a nutricionista, é preciso muita cautela ao adotar qualquer mudança desse tipo da dieta, pois, embora aposte numa alimentação natural, a Low Carb pode surtir efeitos desagradáveis em pessoas menos habituadas ao baixo consumo de carboidratos “O ideal é encontrar um ponto de equilíbrio reduzindo gradativamente a ingestão dos carboidratos. Mudar radicalmente a alimentação do dia pra noite pode, além de colocar a saúde em risco, afetar a oferta nutricional. Todos os grupos alimentares são importantes para a saúde, inclusive os carboidratos. Apostar naqueles de melhor qualidade, ricos em fibras e de menor índice glicêmico pode beneficiar tanto a boa forma quanto a saúde, mas ainda assim é preciso tomar cuidado com os exageros: mesmo proteínas e gorduras boas, quando consumidos em excesso, podem levar ao ganho de peso”.

Como muitos sabem, o grande risco por trás das dietas é o efeito rebote, no qual todo peso perdido, ou até mais é recuperado pouco tempo depois. Sendo assim, qual seria a alternativa para conciliar as premissas do método com a rotina corrida, que nem sempre permite o consumo de alimentos exclusivamente naturais?

Sinara enumera algumas medidas que podem tanto facilitar o processo de quem está tentando reduzir a ingestão dos carboidratos, quanto daqueles que desejam, apenas, fazer escolhas mais qualificadas “Apostar em alimentos ricos em fibras, como carboidratos integrais e proteínas. Como a digestão desses alimentos é mais lenta, liberam a glicose aos poucos, evitando os picos de açúcar no sangue. Algumas fibras, inclusive, ajudam a reter parte da gordura e da glicose durante a digestão, como é caso da farinha de feijão branco, que pode ser uma alternativa no cardápio de quem quer reduzir o impacto dos carboidratos na dieta”. Por fim, é preciso alertar que qualquer mudança no cardápio deve ser sempre orientada por um profissional, tanto para evitar extremismos, quanto para evitar que emagrecimento ocorrera em detrimento da saúde.

Fonte: Nature Center

Isabela Teixeira da Costa

Dieta Low Carb – Parte 1

Famoso, método promete acelerar a perda de peso, porém, é preciso cautela para ter bons resultados.

lowcarb

Quem vive em luta contra a balança sabe que quase todo dia aparece uma dieta nova. Eu já passei por uma infinidade delas. Algumas coisas são básicas, todo mundo sabe que não pode fazer e isso não muda: abusar do açúcar, consumir gorduras ruins, exagerar nos carboidratos. Esses hábitos são sabotadores da dieta. Quem nunca tentou, por exemplo, cortar os carboidratos em prol da boa forma? Seguindo essa premissa, a mais nova dieta da moda foca, justamente, nesse polêmico grupo alimentar. Conquistando cada vez mais adeptos, a famigerada Low Carb preconiza que uma dieta baixa em carboidratos, rica em gorduras e moderada em proteínas é capaz de proporcionar, dentre outras coisas, um emagrecimento mais rápido. Focando na qualidade, o método tem despertado polêmica, principalmente entre os praticantes de atividades físicas.

Quem não se aventurou em cortar pão, batata, massas…  Só que com o passar dos dias bate uma irritação, a energia fica baixa e o apetite nas alturas. A sensação é de que esses alimentos são viciantes. De acordo com a nutricionista Sinara Menezes, isso é muito mais do que uma impressão, pois os carboidratos possuem, de fato, um papel fundamental no cardápio “Dentre os alimentos, os carboidratos são os mais ricos em açúcar e, justamente por isso, são nossa principal fonte de energia – principalmente para o cérebro. Portanto, atuam como um combustível para o nosso corpo, sendo essenciais mesmo nas atividades mais básicas como respirar e raciocinar”, explica.

E qual motivo para tantos regimes colocarem o carboidrato como vilão? Sinara afirma que dois problemas muitos comuns na dieta moderna contribuem para isso: “O desequilíbrio no consumo e, principalmente, a falta de qualidade nas escolhas da dieta têm contribuído para essa falsa ideia de que estes alimentos são inimigos do cardápio. Atualmente, a alimentação de boa parte da população é baseada em carboidratos refinados ou altamente processados, capazes de subir rapidamente a glicemia e, consequentemente, levar ao ganho de peso“.

“Sempre que comemos, os alimentos são convertidos em açúcar e disponibilizados na corrente sanguínea. A partir de então, o organismo faz um esforço para aproveitar essa substância como energia para as células, através do trabalho da insulina (hormônio secretado pelo pâncreas). Porém, quando este pico é acentuado, ou seja, quando existe muito açúcar circulante, o organismo pode não ser capaz de dar conta de toda a glicose. Neste momento, o excesso será direcionado para as reservas do corpo, principalmente na forma de gordura. É por isso que o abuso de carboidratos, principalmente os refinados, favorece o ganho de peso, pois estes alimentos são facilmente absorvidos pelo organismo e elevam o açúcar no sangue muito rapidamente”, explica a nutricionista.

A proposta da Low Carb é bem simples: reduzir o consumo de carboidratos para que o organismo não tenha energia imediata (açúcar circulante no sangue) sempre disponível. Dessa forma, o corpo seria obrigado a recorrer às reservas (depósitos de gordura) para se manter ativo, proporcionando uma perda de peso acelerada. Tudo isso sem contar calorias ou restringir a quantidade ingerida: em tese, é possível comer “livremente” os alimentos permitidos sem impactar o plano de emagrecimento, desde que haja um controle efetivo sob o consumo de carboidratos.

Amanhã continuo falando da Low Carb, o que é e o que não é permitido, exageros, efeito rebote, etc.

Isabela Teixeira da Costa

Fonte: Nature Center

Obesidade causa hipertensão e diabetes

obesidadeMinistério da Saúde alerta que obesidade atinge 16,6% das pessoas em BH e maior incidência é entre quem tem de 25 a 44 anos.

Uma das grandes preocupações da Organização Mundial da Saúde é a obesidade que tem afetado a população em todos os países do mundo. O consumo de alimentos ultraprocessados e o sedentarismo são as principais causas e impactam no avanço das doenças crônicas: mais de 25% da população adulta têm diagnóstico de hipertensão. Um estudo feito pelo Ministério da saúde aponta que, apesar do cenário preocupante, o brasileiro reduziu quase pela metade o consumo de refrigerantes e passou a fazer mais atividade física no lazer.

O brasileiro está mais obeso. Em 10 anos, a prevalência da obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros. Em Belo Horizonte, 16,6% da população está obesa. Os dados foram divulgados em abril e fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do país. O resultado reflete respostas de entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas maiores de 18 anos das capitais brasileiras.

Segundo a pesquisa, o crescimento da obesidade é um dos fatores que pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que piora a condição de vida do brasileiro e podem até matar. O diagnóstico médico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertensão de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016. Em ambos os casos, o diagnóstico é mais prevalente em mulheres. Na capital de Minas Gerais, 27,8% disseram ter diagnóstico médico de hipertensão, e 10,1%, de diabetes.

Não tem jeito, com o avanço da idade, ganhamos uns quilinhos a mais, por isso é tão importante não descuidar, porque este peso extra quando estamos mais velhos é difícil de perder. O problema é que a obesidade está atingindo os mais jovens, 17% dos obesos em BH estão entre 25 e 44 anos. O percentual de quem possui Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 kg/m² e 30 kg/m², passou de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016. Já é presente em mais da metade dos adultos que residem em capitais do país. Em Curitiba, quase metade da população (49,6%), está com excesso de peso.

A pesquisa também mostra a mudança no hábito alimentar da população. Os dados apontam uma diminuição da ingestão de ingredientes considerados básicos e tradicionais na mesa do brasileiro. O consumo regular de feijão diminuiu e apenas um entre três adultos consomem frutas e hortaliças em cinco dias da semana. Esse quadro mostra a transição alimentar no Brasil, que antes era a desnutrição e agora está entre os países que apresentam altas prevalências de obesidade.

Mas nem tudo é treva. Entre as mudanças positivas nos hábitos identificados na pesquisa está a redução do consumo regular de refrigerante ou suco artificial.  A população com mais de 18 anos está praticando mais atividade física no tempo livre. Em 2009, 30,3% da população fazia exercícios por pelo menos 150 minutos por semana, já em 2016 a prevalência foi de 37,6%. Nas faixas etárias pesquisadas, os jovens de 18 a 24 anos são os que mais praticam atividades físicas no tempo livre.

O Ministério da Saúde adotou algumas medidas para ajudar na redução da obesidade como a proibição de venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados ultraprocessados com excesso de açúcar, gordura e sódio e prontos para o consumo dentro das dependências do Ministério. Assumiu o compromisso de criar políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.

Outra ação para a promoção da alimentação saudável foi a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), o Ministério conseguiu retirar mais de 14 mil toneladas de sódio dos alimentos processados em quatro anos. O país também incentiva a prática de atividades físicas.

 

Isabela Teixeira da Costa

Saúde da mulher em pauta

esteticaintima1Menopausa e estética íntima estão em pauta esta semana, em BH.

O campo da pesquisa na área da saúde é no mínimo intrigante. Nunca sabemos em qual doença ou setor vão investir. Atualmente, câncer parece mais uma epidemia, pra todo lado que olhamos tem alguém que se tornou vítima dessa doença. Dizem que já existe um remédio que cura o câncer e não lançam por interesse do setor farmacêutico. Custo a acreditar que, para não perder dinheiro com a venda de remédios paliativos caros, uma minoria de empresários prefere deixar milhares de pessoas morrerem.

O mesmo ocorre com a odontologia. Não inventam nada para tirar o barulho insuportável do motor angustiante, nem para inventar uma anestesia menos dolorida do que a injeção na gengiva. E no caso do Mal de Alzheimer? Será que eles se interessam em investir na cura? Ou não compensa o investimento para curar idosos? Essas questões sempre me perturbaram.

Thelma de Figueiredo
Thelma de Figueiredo

Mas, pelo visto, resolveram investir na saúde da mulher. À medida que envelhecemos nossa área íntima também envelhece e fica flácida, necessitando de tratamento para voltar às condições normais. A ginecologista e obstetra Thelma Figueiredo e especializou em estética íntima feminina e trouxe para Belo Horizonte a SmartXide Touch. Trata-se de um sistema avançado de laser que faz tratamento, de forma rápida e eficaz, problemas de atrofia e flacidez vaginal, incontinência urinária, trauma pós-parto, cirurgia funcional e estética com laser.

Outro tema que também deixa a mulher fora do prumo é a menopausa, que mexe com todos os hormônios e traz muitas dúvidas. No próximo dia 12 de maio, sexta-feira, será realizado em Belo Horizonte o X Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia, no Auditório Ouro Preto do Hotel Ouro Minas. E terá uma programação especial para leigos, ou seja, para todas as mulheres, as pacientes, que são as maiores interessadas nos assuntos que envolvem sua saúde.

Haverá um fórum sobre menopausa que abordará temas de problemas que todas as mulheres que entram nessa época da vida sofrem com eles, como ressecamento vaginal, dor nas relações sexuais e sintomas urinários.

Das 11h às 12h30, as médicas Ana Lúcia Ribeiro Valadares (mineira), Adriana Orcesi Pedro (paulista) e Thelma de Figueiredo Silva (mineira), especialistas no tema, falarão e debaterão os assuntos, abrindo espaço para perguntas.

Na parte da tarde – a partir das 13h30 – o médico paulista Luiz Gustavo Oliveira Brito falará sobre como prevenir e viver melhor com a incontinência urinária.

Mais informações pelo site www.cmgo2017.com.br

Isabela Teixeira da Costa

Salvar

Câncer: saiba mais sobre este mal

LilaGrave e desconhecido: sete coisas que você precisa saber sobre o câncer renal.

Certo dia estava conversando com o médico Enaldo Lima, chefe da oncologia do Hospital Mater Dei e ele disse uma coisa que me deixou assustada. Falou que estão tratando do câncer como uma epidemia.

A cada dia que passa, ouço mais casos sobre alguém que está com câncer ou que morreu vítima da doença. É impressionante como este número cresce e tem alcançado pessoas próximas. Ontem, perdi uma grande amiga vítima da doença.

Conheci Lila na igreja quando éramos adolescentes e ficamos muito amigas. Fizemos teatro juntas, nos divertíamos. Vivíamos juntas. Sempre falo que ela era a formiguinha e eu a tanajura em referência a uma peça infantil que fizemos e à nossa diferença física. Depois a vida nos distanciou. Depois de anos nos reencontramos na loja de sua irmã, Ana Luiza, e ficamos um tempão pondo o papo em dia.

Pouco tempo depois, Ana Luiza me contou que Lila estava com câncer. Começou com uma dor de estômago que um médico insistiu em tratar como gastrite. Quando foram ver o câncer já estava no mediastino, pâncreas e fígado. Ficou muito tempo em tratamento. Chegou a alcançar resultados excelentes quando debelou o tumor do mediastino, o do fígado e ficou só um pontinho no pâncreas. Infelizmente, uma célula que não foi detectada por nenhum exame tinha permanecido no fígado e a doença voltou com força total.

Assim que fiquei sabendo fiz questão de visitá-la. Fui à sua casa e foi um fim de tarde delicioso. Apesar de sua fragilidade conversamos tanto. Ela riu muito. Percebi em seu olhar que aqueles momentos estavam sendo de alento, que aquele reencontro estava trazendo conforto e alegria. saí de lá depois das 21h, porque fiquei com medo de deixá-la muito cansada. Foi delicioso ouvir no dia seguinte Ana Luiza dizendo como Lila tinha amado nosso encontro.

Há cerca de uns 20 dias ela foi internada e fui ao hospital. Quando ela me viu, nos abraçamos, ela começou a chorar, pediu uma oração. Ficamos muito tempo de mãos dadas e consegui dar uma fruta para ela comer. Fiquei ai até ela dormir e saí silenciosamente, sem despedir. Três dias depois ela foi para casa, mas já ficou mais sedada por causa das dores e não pude mais visitá-la. Ontem a noite, estava com a minha amiga Sandra Botrel e ela recebeu uma mensagem dizendo que um colega dela, professor da Fumec, tinha acabado de falecer, também vítima dessa doença terrível. É assim, pra todo lado que viramos ouvimos um caso desse tipo.

Recebi um material sobre câncer renal e em função do desconhecimento desse tipo da doença e de sua gravidade, achei importante postar. Aproximadamente 30% dos casos deste tipo de câncer são identificados já em fase de metástase.

Atualmente, o câncer renal é um dos tipos de câncer mais comuns entre homens e mulheres, mas algumas mudanças de hábito podem contribuir para prevenir a doença cuja prevalência é maior em pessoas a partir dos 64 anos.

Conheça mais sobre essa doença e fique atento aos principais sintomas:

  1. Top 10 – O câncer renal é um dos 10 tipos mais comuns de câncer em homens e mulheres, sendo que os homens têm um risco maior de desenvolver a doença.
  1. Fatores de risco – Os fatores de risco para a doença estão relacionados a hábitos de vida como o consumo de cigarros, hipertensão arterial e a obesidade. Pacientes com insuficiência renal crônica e que fazem hemodiálise têm mais probabilidade de desenvolver a doença.
  1. Números – Cerca de 6.255 pessoas foram diagnosticadas com câncer de rim no Brasil, em 2012, segundo a Organização Mundial da Saúde, em dados publicados pelo Globocan, projeto que coleta, organiza e divulga dados sobre os tipos comuns de câncer.
  1. Causas – A causa do câncer de rim não está confirmada. O que se sabe é que a doença tem início quando as células renais sofrem mutações em seu DNA e passam a se desenvolver descontroladamente. Quando acumuladas no órgão, podem se unir e formar o tumor. Se não descoberto precocemente, essas células podem ocasionar tumores em outros órgãos, a metástase.
  1. Chance de cura – O câncer renal pode ser classificado em quatro estágios, quanto mais precoce o diagnóstico, maior é a possibilidade de tratar e curar o paciente.
  1. Diagnóstico – Na grande maioria das vezes, o câncer de rim é diagnosticado incidentalmente em exames de imagem (ultrassonografia, ressonância, entre outros). Embora os sintomas sejam menos frequentes, 30% dos pacientes podem apresentar sangramento na urina, dores lombares, hipertensão arterial e emagrecimento.
  1. Tratamento – O tratamento mais comum é a remoção total do órgão, nefrectomia radical, ou a remoção dos tumores (nefrectomia parcial). A quimioterapia e a radioterapia são pouco empregadas no tratamento do câncer renal. Recentemente, a Anvisa aprovou o primeiro imunoterápico com indicação para tratamento de câncer renal avançado ou metastático previamente tratado.

 

Isabela Teixeira da Costa