Precisamos proteger os olhos no verão
O início do ano é época de várias “faxinas”. Damos limpa nos guarda-roupas, começamos uma nova agenda e com ela, traçamos novas metas e fazemos listas de sonhos e desejos para o ano novo. Outro aspecto que as pessoas se dedicam mais é à saúde. Geralmente são nos meses de janeiro e fevereiro que muita gente faz um check up, incluindo as visitas periódicas ao dentista, ginecologista e oftalmologista.
Oculista então, é de praxe, afinal, enxergar bem é primordial. E geralmente o grau costuma aumentar, principalmente se o caso é vista cansada, isso quando não somos acometidos pela incômoda conjuntivite. Tenho um colega de trabalho que de setembro para cá ele já sofreu com quatro crises seguidas da doença. Fique atento, sempre que apresentar baixa de visão, olhos vermelhos, dor ocular, dores de cabeça ou qualquer alteração nos olhos, faça um exame oftalmológico só assim é possível detectar catarata, glaucoma, alterações na retina, ceratocone, daltonismo, entre outras doenças, e a necessidade do uso de óculos.
No verão, devemos redobrar o cuidado com a exposição solar devido ao maior risco de desenvolvimento de doenças como catarata e DMRI (Doença Macular Relacionada à Idade), consequência de longos anos de exposição prolongada. Um artigo médico publicado em dezembro de 2018 na revista Acta Ophthalmologica, diz que a catarata é atualmente a principal causa de cegueira reversível em todo o mundo, e um dos seus fatores de risco é a exposição à radiação ultravioleta solar. “Os estudos confirmam a relação da exposição à radiação solar ocupacional em longo prazo com a catarata cortical”, alerta a oftalmologista Nicole Ciotto, da equipe multidisciplinar da Clínica Blues.
A exposição à luz solar durante a vida profissional é também um importante fator de risco para DMRI. Diante disso, medidas preventivas como usar óculos de sol para minimizar a exposição à luz solar devem começar cedo, para evitar o desenvolvimento da doença no futuro.
A oftalmologista Nicole Ciotto chama a atenção também para a importância de usar óculos solares com proteção contra os raios ultravioleta. Na hora da compra é fundamental saber o nível de proteção UVA e UVB que as lentes oferecem. “Um óculos de sol com lentes de qualidade deve bloquear de 99% a 100% dos raios”, reforça a médica. Para confirmar o nível de cobertura dos óculos basta solicitar um teste da qualidade das lentes, feito por meio de um espectrofotômetro, aparelho que quantifica essa proteção. O alerta vai para o uso de óculos de sol de má qualidade, que podem causar mais danos aos olhos do que não usá-los. Isto ocorre porque as lentes escuras fazem dilatar as pupilas, deixando entrar mais raios UVA/UVB que irão prejudicar os olhos.
Outro cuidado fundamental é nunca olhar diretamente para o sol, devido ao risco de maculopatia solar, uma alteração da mácula (área central da retina) causada pela observação direta do sol por um período de tempo excessivo, como durante um eclipse solar ou num dia normal, sem proteção adequada. Segundo a oculista, a exposição desprotegida e prolongada à luz ultravioleta do sol e dos lasers leva a danos externos na retina. Os fotorreceptores e o epitélio pigmentar da retina são particularmente suscetíveis a essa radiação. Classicamente conhecida como retinopatia ou maculopatia solar, esta desordem frequentemente afeta jovens com propensão para a observação de eclipses solares, rituais religiosos ou uso de drogas. Os sintomas incluem fotofobia, alteração da visão de cores, distorção das imagens, cefaleias e dor nas primeiras horas após a exposição solar. A lesão pode desaparecer após uma a duas semanas ou evoluir para uma baixa visão residual.
Isabela Teixeira da Costa