Tiros no Gutierrez

segurancaEstamos vivendo sem nenhuma segurança e voltando aos tempos do faroeste.

Ontem à noite, estava tranquilamente no escritório da minha casa assistindo televisão, com o meu notebook aberto, pensando sobre o que eu iria escrever para postar hoje, no site. Sou assim, faço pelo menos duas coisas ao mesmo tempo.

De repente, escutei uma sequência de estampidos. Na mesma hora pensei em tiros, mas foram tantos, que achei que estava enganada, que deveria ser estourou de pequenos foguetes. A dúvida continuou na minha mente. Remeteu à época que morava próximo a favelas e escutava a comemoração da chegada de drogas, porém, como era mais distante, o som era um pouco diferente. Pensei em olhar nas janelas, mas fiquei temerosa de ser tiro, ter mais um e ter uma bala perdida. Ri sozinha, e percebi que estava viajando na maionese.

Esqueci o assunto e continuei a pensar se escrevia de novo sobre a Operação Carne Fraca, já que estou com alguns questionamentos a fazer do tipo: por que demoraram dois anos para contar sobre a investigação? Por que demorar tanto tempo para interditar os frigoríficos irregulares? Por que tanto alarde dentro de um setor tão grande, com apenas 21 unidades investigadas e apenas dois frigoríficos fechados?

Até que tocou meu celular. Era uma miga que mora no quarteirão da frente, preocupada querendo saber o que estava acontecendo no meu prédio. Eu, na maior inocência não sabia de nada. Lembrei dos  estampidos. Eram tiros mesmo. Aí fui correr atrás do prejuízo. Interfonei para a portaria e só dava ocupado. Liguei para minha irmã, que mora no mesmo prédio, também não sabia de nada. Olhei pela varanda e vi cacos de vidro no passeio. O resto não dava para ver por causa da copa das árvores.

vidroquebradoMinha irmã e eu decidimos descer. A polícia estava lá com mais uma meia dúzia de vizinhos, além da síndica e do porteiro. Cerca de três assaltantes, em um carro, tentaram assaltar um rapaz na rua lateral, ele reagiu, ouve os disparou – 11 para ser mais exata – e um deles acertou um dos vidros da fachada do meu prédio. O carro dos bandidos desceu a rua, o motorista carregava uma arma e a exibia como troféu do lado de fora do carro.

A vítima disse aos policiais que estava chegando em casa e reagiu ao assalto no braço, e os bandidos fugiram. Me engana que eu gosto. Só se ele fosse o Incrível Hulk. Um homem sozinho saiu no braço com três ou quatro bandidos e eles, armados, dão 11 tiros e fogem sem roubar a vítima e sem ferir ninguém????

Com certeza o rapaz não quis falar com os policiais para não ter que dar explicações maiores, do tipo: que arma você tem? Onde conseguiu? Tem porte de arma? Mas devia estar armado e para se defender sacou a arma e deve ter dado bons tiros, o que assustou os assaltantes que fugiram, e um dos tiros acertou nosso prédio. Não sei se os bandidos também fizeram algum disparo. Uma vizinha estava gravando uma mensagem de voz e gravou os disparos. A impressão é que todos saíram de uma arma só, mas não sou especialista.

Foi uma noite de domingo agitada, de aventura. Numa hora dessas é que percebemos que é Deus quem nos guarda. Minha vizinha da frente estava na portaria minutos antes buscando uma pizza. O porteio, assustado com os primeiros tiros levantou, e abaixou rapidamente quando viu o motorista com a arma. Foi o tempo exato para que a bala que quebrou o vidro não o atingisse.

Já fizemos vários chamados e reclamações à PM com relação ao excesso de assaltos e roubos de carros na região, fazemos parte do programa de vizinhos amigos da PM e nem assim conseguimos uma segurança mais frequente e ostensiva. Isso provoca ações como as de hoje, um civil com porte de arma provavelmente ilegal, atirando para se defender, e as balas voando em qualquer direção, podendo provocar alguma catástrofe.

Isabela Teixeira da Costa

 

O que é prioridade na sua vida?

prioridadeVocê pode estar usando muita energia para algo que não é prioridade.

Atualmente, quando uma criança nasce, nasce também toda uma expectativa de vida que é traçada pela família e pela sociedade que a cerca. Para qual time ela vai torcer, em quais escolas vai estudar, qual faculdade irá cursar, em qual multinacional importante vai trabalhar. Muitas vezes, essas influências nos fazem acreditar que é realmente isso que queremos, porém essas cobranças fazem com que nós tenhamos uma falsa percepção do que é importante para nós. Devemos sempre nos perguntar se o que toda uma sociedade espera de nós é efetivamente o melhor para nós mesmos.

Segundo a life coach Luciane Cadan, esses casos são muito simbólicos porque ocorrem com a maioria das pessoas. Dizem que é preciso trabalhar duro para que se alcance sucesso em uma carreira, seja ela de engenharia, direito, medicina, etc. Porém, o que é importante para uma pessoa não será necessariamente importante para o outra.  Mas você sabe realmente identificar quais são as prioridades da sua vida?

Coach Luciane Cadan
Coach Luciane Cadan

Geralmente, descobrimos estes pontos importantes em pequenas coisas, porém também pecamos ao deixar esses detalhes passarem batidos aos nossos olhos. Para identificar o que tem maior importância para nós, devemos analisar o que nos faz felizes, o que nos deixa bem e conectados com nós mesmos.

Luciane conta que existe um exercício para descobrir quais são as coisas mais importantes na sua vida que merecem toda a sua energia. “Pare e analise quais são as coisas das quais você não consegue viver sem, coisas que te oferecem prazer e benefícios, a curto, médio e longo prazo. Mas faça realmente uma reflexão, pois existem coisas das quais dependemos para viver bem, e que pelo fato de termos elas presentes diariamente, esquecemos de sua importância. Depois de montar a sua lista, veja quais dos itens merecem mais atenção, e por fim, encaixe esses itens no seu dia a dia. Se eles já estão presentes, apenas aumente a frequência, se fizer sentido para você”.

De alguma forma, todas essas coisas devem interagir e fluir naturalmente sem excessos. Quando você descobre quais são os itens mais importantes, de fato pra você, passa a depositar a sua energia com outro aspecto, sendo algo mais prazeroso e natural. No fim de tudo isso, você já terá andado um bom pedaço da sua busca pelo equilíbrio.

Para mim, prioridade é ter um relacionamento íntimo com Deus, é ter paz interna. Deitar e ter um sono tranquilo e profundo, pode até não ser longas horas – eu não durmo muito – mas o tempo que for é daqueles que realmente descansa, nada de insônia. A prioridade é ser alegre, ter saúde, uma família que se ame, amigos sinceros (mesmo que sejam poucos), um trabalho pelo qual a gente seja apaixonado e não aquele que temos que exercer para ganhar um salário para viver.

 

Isabela Teixeira da Costa

Reclamar de tudo não leva a nada

uruca1Fico impressionada com o tanto de gente que só reclama. Isso não faz bem.

Conheço algumas pessoas que tudo na vida delas é mais complicado. Tudo que acontece vira problema e ficava intrigada com o por quê de ser assim. Comecei a observar e percebi que todas elas tinham uma coisa em comum: ficam murmurando, ou seja, reclamam de tudo.

Não sabia, mas na Bíblia diz que não devemos murmurar. Em Filipenses 2:14 está escrito “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas”, em outra tradução diz “Façam tudo sem queixas nem discussões”. Isso significa que essa atitude não faz bem, e tudo o que não faz bem, traz coisas negativas para nossa vida.

LippyNão existe um selo ou um carimbo em ninguém que determina que tudo na vida da pessoal sairá errado. Não existe uma nuvem negra sobre a cabeça dessas pessoas, que as acompanham e fazem com que tudo se complique ou dê errado. Isso só mesmo no desenho animado dos Flintstones com o Uruca. Outro personagem que só reclamava e por isso a vida dele não era nada boa, era a hiena Hardy, do desenho  Lippy e Hardy, de Hanna Barbera. Tudo o que ocorre conosco é consequência de escolhas feitas. Para toda ação há uma reação igual e contrária, é o que diz a terceira Lei de Newton. É fato, é física, não tem como evitar.

Esta semana, foi um mentalista no programa Mais Você, de Anna Maria Braga. O programa é reprisado de noite no Canal Viva e estava zapeando e parei para ver. Ele é o israelense Lior Suchard que veio fazer um show em São Paulo. Depois de vários truques com pessoas da produção, ler a mente – até a senha de banco de uma moça ele descobriu –, ele disse uma coisa muito verdadeira: “não tenham pensamentos negativos, apenas positivos, porque a força da nossa mente é maior do que imaginamos, tem poder e atrai tudo o que pensamos para nós”.

Se todos tivessem isso como meta para a vida, pensar apenas positivamente, não reclamar de nada, não murmurar, com certeza a vida seria bem melhor. Claro que problemas sempre teremos, mas a atitude pessoal diante do problema influencia na facilidade ou dificuldade em resolvê-lo ou enfrentá-lo. Vamos ser mais otimistas. Fica a dica.

Isabela Teixeira da Costa

Salvar

Fortaleça sua relevância sem sacrificar a autoestima

Ana Guitián Ruiz / Divulgação
Ana Guitián Ruiz / Divulgação

A coach Ana Guitián Ruiz, representante no Brasil do Instituto Virgínia Satir da Alemanha, fala sobre autoestima.

Ana Guitián Ruiz*

Há muitos significados para autoestima, alguns até pejorativos. Muitas vezes, alguém se refere à outra pessoa com grande autoestima como “metida”. Entretanto, há um consenso da importância de se ter uma sensação da nossa própria relevância e autovalorização.

Para Virginia Satir, mãe da terapia familiar e expoente da psicologia humanista, nutrir e desenvolver a autoestima são fundamentais. Para ela, cada pessoa é uma manifestação da força vital, que recebeu um presente maravilhoso que ela chama de Self. Este é um ponto muito importante, pois tudo converge no sentido de reconectar a pessoa ao Self e à força vital. É quando estamos conectados a esses elementos que nosso senso de autovalor se amplia.

Ao longo da vida, especialmente no convívio com a nossa tríade de origem – pai e mãe ou quem quer que tenha nos acolhido e acompanhado na infância e adolescência -, verificamos que dentro de nós vão ocorrendo movimentos que nos afastam desse estado de centramento e autovalor. Como pequenos seres curiosos, observamos tudo e aprendemos, sugando como esponjas, todas as informações. Paralelamente, estabelecemos um modelo interno de como vamos funcionar, muitas vezes durante o resto de nossas vidas.

Posso ter recebido muitas informações, verbalizadas ou não, explícitas ou implícitas. Posso ter aprendido que só trabalhando duro é possível alcançar tudo o que quero ou que não importa o que faça, nunca serei bom o suficiente. Que é perigoso expressar o que sinto e quero, ou, ainda, que não devo expressar nada.  Para atingir o que desejo, devo usar sempre minha raiva com violência. Essas podem ter sido mensagens gravadas tão profundamente que as levo comigo onde estiver: nos meus relacionamentos, ambiente profissional, na minha vida pessoal, etc.

O importante aqui é entender que tudo isso são apenas aprendizados e que, provavelmente, nos foram muitos úteis. Talvez a melhor maneira e os únicos recursos disponíveis para que conseguíssemos chegar até o dia de hoje. No entanto, isso pode nos ter custado um preço muito alto. Fizemos sacrifícios, nos distanciamos daquela força vital, do nosso Self, sacrificamos a nossa autoestima.

Na aplicação de qualquer ferramenta do modelo Satir, temos então um convite: dar um passo para trás e, de certa distância, observar e tomar consciência desses aprendizados. Ao tomar conhecimento disso, podemos optar e agir de uma maneira diferente. Considero esse aprendizado que tive muito útil naquela época, mas agora não mais.

Hoje, agradeço e digo “muito obrigada, mas agora você não me serve mais, vou mandá-lo para o Museu da História de minha vida”. Nesse momento, abro espaço e renovo meus aprendizados. Faço um upgrade com versões mais sintonizadas com meu sentido de Self e que valorizam e nutram minha autoestima.

Posso dizer, por exemplo, que “só trabalhando duro consigo o que quero” foi muito importante para mim. Entretanto, traz um sentido de peso que me distancia de viver com prazer, aumenta meus níveis de estresse e prejudica meus relacionamentos. Por isso, eu posso optar por substituí-lo por outro: “posso relaxar e trabalhar duro quando necessário”.

E, a partir deste novo entendimento, procuro fazer um compromisso com novas práticas e busco recursos que me fortaleçam e deem suporte ao longo do meu caminho futuro.

Esse é um processo de valorização do Self e desenvolvimento da autoestima. Pode parecer simples, mas é profundo e poderoso.

*Ana Guitián Ruiz é Coach, representante no Brasil do Instituto Virgínia Satir da Alemanha e uma das organizadoras da Formação no Modelo de Validação Humana Virginia Satir.

Salvar

Salvar

Família dá um jeitinho em tudo

Meu primo Maurício Paiva
Meu primo Maurício Paiva

Nada como casos antigos da família.

Ontem, fui levar meu carro para dar uma revisada na oficina do meu primo Maurício Paiva, mais conhecido entre a família como Mu. Enquanto esperava o rapaz ver se tinha algum problema, ficamos conversando. Estou impressionada com a memória que ele tem. Parece um computador de última geração.

Maurício é mais velho do que eu e viveu muita coisa. Cresceu em Sete Lagoas, só veio para BH quando já era um rapaz. Vinha bastante visitar a família e gravou em seu HD tudo o que viveu. Foi contando casos de meus tios e sabia do ano que cada coisa ocorreu. Fiquei pasma.

Um dos casos que ele me contou foi da formatura do nosso primo Gute no Colégio militar. Tia Linda, que era casada com meu tio Gegê fez um lanche para comemorar a formatura e convidou os sobrinhos. Segundo Maurício, Gute estava com o peito cheio de medalhas e seu irmão Tati tinha apenas uma. Pelo visto Tati não estava muito satisfeito com tamanha diferença.

Veveco, nosso primo que Mu chama de Álvaro Mariano – acho que é única pessoa da face da terra que chama ele assim –, garantiu ao Tati que daria um jeito na falta de medalhas. Na esquina morava um português, que a filha estava de tititi com outro primo, o Betinho. Veveco não teve dúvida, entrou na casa do portuga, passou a mão em várias medalhas e levou para o Tati. Na entrega disse: “problema resolvido primo, agora estão iguais”.

Meu irmão Renato
Meu irmão Renato

Não sei como terminou, se o português deu falta das condecorações e correu atrás do prejuízo, ou se Tati continuou com seu acervo arranjado, só sei que Veveco resolveu o problema e Mu só armazenando mais um caso da família.

Outro caso que me contou foi do meu irmão Renato. De acordo com Mauricio foi em 1976, e ele já tinha a sua oficina mecânica Interlagos. Pela data deve ter sido mesmo, porque tínhamos mudado para a Serra há cerca de um ano. Renato ligou para ele dizendo que estava na Rua Palmira, virou a Rua Estevão Pinto e trombou em três carros parados. Mu não se aguentou, riu muito da barbeiragem e orientou meu irmão a acionar o seguro para consertar os três carros, e que ele arrumaria o dele para não ter que pagar franquia.

Meu pai ficou encarando o Renato por dias sem falar nada sobre sua proeza ao volante. Como ambos trabalhavam no jornal, sempre que se cruzavam pai dava aquela olhadinha de soslaio. Renato ficava no maior aperto vendo a hora que o caldo ia entornar. Depois de alguns dias, pai chamou o Renato na sua sala. Pronto, tinha chegado a hora e com certeza pai daria um belo esculacho.

Renato entrou na sala esperando o pior e ouviu a seguinte pérola do nosso pai: “Você tem que treinar dirigir tonto para ficar mais seguro”. Fala vinda de sua longa experiência, já que era chegado num golo. Fico imaginando a reação do meu irmão. Deve ter caído na gargalhada e provavelmente os dois acabaram saindo para tomar uma juntos.

Isabela Teixeira da Costa

Ouvir música alta faz mal aos ouvidos

Foto Marlos Ney Vidal
Foto Marlos Ney Vidal

Ouvir música muito alta traz prejuízos à audição, se for no carro é infração grave.

Atualmente, a maioria das pessoas – principalmente os jovens – passa o dia ouvindo música nos fones de ouvido. Seja na caminhada a pé, dentro dos ônibus, na academia ou até mesmo viajando de carro com a família, se isolam no seu mundo musical particular. Até aí, tudo bem, afinal, música faz bem, relaxa, anima, marca a nossa vida, faz o tempo passar mais rápido. O problema é o volume da música nos ouvidos.

O ouvido é um órgão extremamente sensível. Tem a função de transformar os sons em impulso nervoso que vai ser decodificado e interpretado pelo cérebro. Por exemplo, se alguém grita “cuidado” atrás de você. O cérebro entende esta palavra como um sinal de alerta iminente e faz seu sistema endócrino liberar adrenalina. Imediatamente, em segundos, você se vira para entender o que aconteceu já com o coração batendo mais rápido e a respiração acelerada. Isso significa que a audição deflagrou um sinal que provocou esta cascata de acontecimentos neuroendócrinos e cardiovasculares. Assim, para que esta decodificação dos sons ocorra direito, o nosso aparelho de audição deve estar funcionando muito bem.
Qualquer som muito alto por tempo prolongado gera uma energia sonora que, quando intensa e contínua, lesa a delicada estrutura anatômica auditiva. Isso pode gerar um zumbido desagradável  e/ou perda auditiva progressiva irreversível. Isso pode ocorrer em qualquer idade. E o som alto no fone de ouvido agride mais ainda.
Outro ambiente em que a música é muito ouvida é no carro, porém, pode virar um problema quando o volume do som é alto demais. Pode acarretar danos irreversíveis à audição. O risco triplica quando se trata de carros com aquelas caixas enormes que se coloca, que tem como objetivo ouvir a música com o carro parado e todo aberto, mas com todos do lado de fora. Infelizmente, a maioria das pessoas que possuem este sistema de som anda de carro com o som no volume máximo, o que aumenta mais ainda o efeito no ouvido.

Isso ocorre porque o alto volume em ambientes fechados fica concentrado, não se propaga. E, acima de 85 decibéis, o mal se agrava, causando danos às células ciliadas do ouvido e aos nervos internos da orelha, ao longo do tempo. Quanto mais repetimos esse hábito, pior.

A perda de audição é cumulativa. Pode não se manifestar imediatamente, mas seus efeitos serão sentidos mais tarde. Pesquisas apontam que a exposição ao som alto todos os dias, durante apenas uma hora, ao longo de cinco anos, já pode causar perda auditiva de grau leve.

“O som entra pelo conduto auditivo até chegar à cóclea, onde ficam as células ciliadas do ouvido, que são os receptores sensoriais do sistema auditivo. Com a exposição intensa a altos volumes sonoros as células vão morrendo e, como não são regeneradas pelo organismo, a audição vai diminuindo de forma lenta, mas progressiva”, explica a fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas.

“Quanto mais alto o volume do som, maior é a pressão sonora em ambientes fechados. Mas quem gosta de música não precisa perder o hábito de ouvi-la ao volante. Basta manter o volume dentro do limite seguro, de até 85 decibéis. Para saber se a altura do som está dentro do indicado o motorista precisa conseguir ouvir o que os outros passageiros falam, inclusive no banco de trás, além de escutar bem os barulhos externos ao veículo”, orienta a fonoaudióloga.

O que pouca gente sabe é que ouvir música alta dentro o carro é considerada infração grave, segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Além de prejudicial à saúde, o som alto atrapalha e incomoda os outros motoristas e pedestres, além de perturbar o trabalho em escolas, hospitais, etc. A multa pode ser aplicada quando o som do carro está audível do lado externo do veículo, independentemente do volume ou frequência. São cinco pontos na carteira e multa de R$ 127,69.

Se você tem a sensação de pressão ou ouvido tampado, dores de cabeça, zumbido ou tem dificuldades para escutar e entender o que as pessoas falam, já pode estar com algum grau de perda auditiva. Nesse caso, vá ao médico e faça uma audiometria, para ver o quanto sua audição está comprometida e qual o tratamento indicado.

Isabela Teixeira da Costa

O que a música diz sobre as pessoas

musicaMúsica faz parte do dia a dia, mas qual o peso ela tem em nossas vidas?

 

Por Alvaro Fernando*

 

Na ciência você adquire conhecimento primeiro e depois vem a fé, na espiritualidade a fé vem primeiro e depois vem o conhecimento. Na música nós temos uma adorável combinação de experimentar a fé e o conhecimento simultaneamente.

Podemos perceber com facilidade o que a música diz sobre alguém se prestarmos atenção em quem a “faz”. O consagrado pianista americano Herbie Hancock declarou que estamos em um tempo onde as pessoas não se interessam por música, elas gostam é das pessoas que as fazem. Uma identificação com aquele que aparece, canta, dança, namora, veste e dá entrevistas, sendo o som em si, algo cuja a importância não é essencial.

Alvaro Fernando / divulgação
Alvaro Fernando / divulgação

A escuta mudou! Se você ainda tiver um equipamento três em um que existia na casa de seus pais ou avós, perceba que ele tem uma qualidade de som bem melhor do que o melhor equipamento à venda na loja especializada de sua cidade.

Ouvir música era uma atividade sensorial. Qualquer aparelho tinha caixas acústicas com graves, médios e agudos gostosos. O som entra pelos ouvidos, pela pele e pela barriga.  Hoje, a relação é de identificação com o artista. Como dizia o velho provérbio – que muitos pensam ser bíblico, mas não é: “diga-me com quem andas e te direi quem és”. No caso da música, “diga-me quem ouves e te direi quem és”. E você? O que tem ouvido ultimamente? Com quem tens andado?

São músicas instrumentais ou canções? Instrumentais tendem a conduzir ao contato com seu ser, uma viagem de relaxamento e autoconhecimento, aumenta a autoestima e traz o foco.

Você tem ouvido canções? Com letras em inglês ou português? (já que em todo o planeta, e não só no Brasil, há o desconhecimento de músicas cantadas em outras línguas, ouvimos 99% das letras em português ou em inglês). Se for em inglês: você entende o que as letras dizem? Se for em português: o que as letras dizem?

A música diz muito sobre as pessoas e, assim como as companhias, um bom hábito é saber o que ouvir, pois é uma maravilhosa fonte de paz e energia. Sugiro “andar com fé eu vou” contra “um tapinha não dói”, sugiro “gente fina, elegante e sincera” a “que descem e rebolam, afrontam as fogosas”, proponho “basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo” a “os mano tá tipo bomba e as mina bumbum granada“ invista em “ o amor é o calor que aquece a alma” em vez de ”não sei se dou na cara dela ou bato em você”.

Este ano, ofereci a um amigo que teve sua primeira filha uma roupinha de bebê com o desenho de uma guitarra e a frase “a revolução começa aqui”. Ela pode começar também no seu aparelho de som. Ou como eu já ouvi dizer: “diga-me com quem andas e daí eu te direi se vou contigo…”

 

*Alvaro Fernando é  compositor de trilha sonora, vencedor de três leões em Cannes, duas medalhas em New York Festival e três estatuetas no London Festival.

Dicas para desenvolver a criatividade

criatividadeEspecialistas em desenvolvimento pessoal dão dicas para exercitar a criatividade e melhorar na profissão.

O mercado de trabalho está em constantes transformações e está cada vez mais exigente. Segundo o relatório “O Futuro do Trabalho”, realizado pelo Fórum Econômico Mundial, uma das capacidades que será mais procurada nos próximos anos, e portanto um diferencial importante no profissional,  é a criatividade.

Os especialistas em desenvolvimento pessoal Taty Nascimento e Antônio Prates explicam que uma pessoa criativa não é só aquela que cria coisas novas, mas também quem sabe lidar com diferentes tipos de situações e tem jogo de cintura para sair facilmente de problemas.

Antônio e Taty / Divulgação
Antônio e Taty / Divulgação

Segundo Antônio, “a criatividade não serve apenas para o lado profissional, mas também para o pessoal. Diante de dificuldades em um relacionamento pessoal, esse potencial pode ser a solução para sair de uma verdadeira cilada na qual as relações nos colocam de vez em quando”, explica.  Todos nós nascemos com uma grande capacidade de criatividade, mas isso vai se perdendo ao longo do processo educativo ou devido às imposições da sociedade. “As pessoas geralmente se baseiam em respostas predeterminadas pela sociedade, ou então naquela em que o professor diz ser a certa, sem permitir que a criança questione. Esses fatores acabam destruindo o nosso processo criativo”, diz Taty.

Cada vez mais as pessoas são estimuladas a seguir influências do mundo externo, sem fazer reflexões e sem pensar sobre os temas para construir a própria verdade. “Muitas vezes vamos atrás do que já está pronto, pois é mais fácil, e nos deixamos influenciar principalmente pelo conteúdo que chega até nós pela televisão, deixando de exercitar nossa imaginação”, explica Antônio.

Para melhorar essa característica, Antônio e Taty ensinam algumas dicas práticas que ajudam a exercitar a criatividade e facilitam na resolução de problemas do dia a dia:

Busque sair do piloto automático

A criatividade é como um músculo que precisa ser exercitado. “Procure quebrar a rotina, faça programas diferentes, se exponha a novidades e saia do lugar comum”, aconselha Taty. Ela explica que isso não quer dizer que seja preciso necessariamente viajar, mas essa é também uma excelente opção para ampliar os conhecimentos.

Procure “hobbies” artísticos

A arte também é uma prática extremamente criativa, portanto é importante fazer atividades relacionadas a arte, como fazer ou ir a teatro, exposições ou até mesmo assistir filmes. “Toda forma de arte vale como um estímulo à nossa criatividade. E uma coisa melhor ainda do que assistir é observar, se colocando como o agente criativo da arte”, indica Antônio, “dessa forma, a pessoa também consegue desenvolver alguma técnica artística que pode ser muito construtiva no processo de aprimorar o nível de criatividade.

Trabalhe sua intuição

A intuição precisa de um contexto para aflorar. Esse contexto, segundo os especialistas, é um estilo de vida mais saudável que permite que as pessoas se conectem mais com a verdadeira essência, os sentidos e o que é emocional no dia a dia. “Existem várias técnicas, como a de respiração e autoconhecimento, que ajudam a desenvolver a intuição”, explica Taty, “para fazer a técnica de respiração, é simples, basta realizar respirações profundas, preenchendo o pulmão e o diafragma com ar, fazendo uma respiração realmente completa”.

Melhore suas relações

Cultive relacionamentos saudáveis, pois um dos fatores que auxiliam na energia criativa está no relacionamento afetivo, em vivenciar o amor e o carinho. “Na teoria, parece não fazer muito sentido essa conexão, mas esse fator faz toda a diferença no desenvolvimento da criatividade”, declara Antônio.

Leia mais

Leia muito, a leitura nos obriga a imaginar, um bom exercício para desenvolver a criatividade. “A criatividade é uma imaginação bem desenvolvida. Portanto invista em um bom livro, comece com um tema que você gosta e depois amplie as possibilidades”, indica Taty, “assim as pessoas conseguem desenvolver a criatividade para lidar com situações embaraçosas”.

Sete dicas para se tornar um líder

Paulo Roberto O. da Costa, diretor geral da Farmacas / Divulgação
Paulo Roberto O. da Costa, diretor geral da Farmacas / Divulgação

Em mercados competitivos, para se obter sucesso, o líder é fundamental. Mas quem é essa figura? Como desenvolver qualidades que levem à liderança?

Paulo Roberto O. da Costa*

Recentemente, como diretor da Farmarcas, participei de uma capacitação sobre liderança realizada pela Febrafar. Durante o evento, o coach Gilberto de Sousa apresentou a seguinte reflexão: “Líder é aquele o qual os demais elementos de um sistema (família, empresa, associação, etc.) escolhem seguir. É muito importante considerar que boa parte do sucesso do grupo depende da psicologia do líder, ou seja, da condição e do preparo dele para conduzir outros para a direção em que há a maior possibilidade de sucesso”.

Com base nessa mensagem cabe uma reflexão, hoje muitos se apressam em querer exercer imediatamente a função de liderança e, nesse momento, já ocorre um primeiro erro: um líder não é imposto, ele conquista seu espaço junto aos liderados. É por isso que, no mercado, existem muitos chefes e poucos líderes.

Outro erro muito comum é acreditar que manter o caminho que todos acham ideal é o certo, a famosa política da boa vizinhança. Na realidade, estar à frente de um grupo, muitas vezes, é ser contestado em suas decisões, mas saber que o rumo a ser tomado é de extrema importância para chegar aos objetivos finais.

Veja as dicas que preparamos para você se tornar um bom líder:

  1. O primeiro ponto do líder é a paixão, pois, ao ver que ele realmente realiza suas ações com prazer, os liderados acreditarão no projeto. Se isso não ocorre, não haverá inspiração e entusiasmo;
  2. Não pense apenas na popularidade, pois muitos profissionais podem confundir os papéis de amizade e liderança. Na verdade, o líder deve ser um guia que todos querem caminhar junto. É especialmente nas dificuldades que um líder se destaca, mostrando os caminhos certos a serem seguidos;
  3. Sinceridade e ética são essenciais. É fundamental ser um profissional em que as pessoas confiem. Também é relevante demonstrar maturidade, com base em experiências passadas e teóricas, pois a busca pela melhoria e reciclagem deve ser contínua;
  4. O líder não é perfeito, mas busca sempre se aprimorar. Ninguém sabe tudo e todos possuem muito a aprender. O líder sabe que deve ouvir os liderados e ter uma troca saudável de ideias;
  5. Estar à frente é, muitas vezes, não ter medo de arriscar. Um líder que não busca o diferente está fadado a ser ultrapassado. É fundamental que se tenha audácia e posicionamento de opinião. Também é preciso assumir responsabilidade e culpas;
  6. Autoconhecimento e autocontrole são fundamentais, pois se deve saber os próprios limites e a hora de se retirar para que não prejudique o projeto. Um grande problema das lideranças pode ser o ego, que leva a uma perda de controle. É preciso estar pronto para mudar de rota sem perder o foco, conduzindo sua equipe nas mudanças do mercado;
  7. Uma boa comunicação é fundamental. Um dos grandes erros dos “chefes” é não deixar claro para a equipe os caminhos tomados. É preciso saber se posicionar, fazer reuniões e convencer.

Capacitação

Não existe caminho melhor para se tornar um grande líder do que a capacitação. Cursos, treinamentos, workshops e a troca de experiências com outros profissionais do ramo são essenciais para a construção de um novo profissional, capaz de coordenar uma equipe e caminhar para a evolução.

Corrupção e felicidade

 

Alvaro Fernando / Divulgação
Alvaro Fernando / Divulgação

Será que os corruptos são felizes? Essa questão e outros casos interessantes relatados por Alvaro Fernando

Alvaro Fernando*

Talvez você se lembre do nome de quem matou Odete Roitman, mas ninguém sabe dizer, até hoje, quem matou PC Farias no chamado “crime que abalou o país”. A história está repleta de casos de corrupção em que o corrupto se dá muito mal. A maioria? Quem sabe?

O significado do termo por si só já apresenta seus dentes, pois “corrupta”, em latim, é a junção das palavras “cor” (coração) e “rupta” (quebra ou rompimento). Algo que, de cara, não me parece provocar um resultado bom ou convidativo: romper com o coração.

A origem do termo está no latim, mas a prática é muito mais antiga que a língua. Fico espantado quando vejo pessoas associarem a corrupção aos brasileiros. Olhe em volta, viaje à China para conhecer as fábricas de trabalho escravo de um quarto da população do planeta ou jogue um feixe de luz sobre a indústria bélica americana. Procure entender o que acontece na Somália, Líbia, Coréia do Norte, Venezuela, Camboja ou República do Congo.

Outro dia, em uma mesa de bar, um suíço questionou uma colombiana sobre como era a vida na Colômbia em contato com os traficantes. Ela, com calma e uma lucidez cortante, respondeu que quem deveria conhecer os traficantes era ele, pois é na Suíça que eles depositam todo dinheiro e encontram cobertura para o que fazem. Muito firme o ponto de atenção dela e isso tem um nome, chama-se: corrupção. A história nos apresenta líderes de países “desenvolvidos” da Europa mestres nessa “arte”.

O que fazer com todo este dinheiro? Alguns dirão: “para comprar o poder!” Mais poder? Poder para roubar? Roubar para poder? De certo, alguém já lhe fez a deliciosa pergunta: “o que você faria caso ganhasse uma bolada rechonchuda na loteria? O que faria se amanhã depositássemos um bilhão de reais em sua conta?”.

Muitos podem ainda ter o cuidado de questionar: “mas será um bilhão de reais que pertencem a mim ou um bilhão de dinheiro sujo, roubado dos cofres públicos?”. Considero uma boa pergunta, pois muda completamente a situação do beneficiado. Mas a dúvida inicial persiste: o que fazer com um valor tão colossal?

O despropósito dos valores é proporcional à falta de propósito na vida dos corruptos. Não há finalidade alguma, o rombo que se faz no cofre público é sem propósito. Sim! Para entender qual o propósito de cada uma na vida, é preciso pensar sobre os valores mais elevados e a aspiração individual de algo que valha a pena ser vivido.

Perceba que não há nesse momento um questionamento à falta de caráter ou cobrança por mais integridade, retidão e princípios, mas, sim, a constatação da importância do propósito de vida particular de cada um, aquilo que Aristóteles chama de ética – ou seja, reconhecer aquilo a que se aspira e dirigir-se nesse sentido. Na rota contrária a isso, o mundo contemporâneo demonstra ser capaz de produzir uma legião de líderes sem noção, razão, motivo, critério, senso, discernimento ou juízo.

Momento em que paramos para pensar: quem é essa pessoa? O que ela quer de verdade? Estamos no tempo certo para distinguir sucesso de felicidade! Afinal, quantas pessoas o mundo já produziu com uma carreira de sucesso e tremenda infelicidade?

Mais uma face desse espelho distorcido que engana a tantos: olhe no rosto daquele que você julgar corrupto, tente buscar um sinal de felicidade e não encontrarás! Agora, pense em alguém que você considera muito feliz, e o que aparece? Vamos lá! Busque na memória alguém de suas relações que você nomearia como uma pessoa “exemplo de felicidade”, e veja o que encontra: propósito de vida, altruísmo e generosidade.

* Alvaro Fernando é autor do livro “Comunicação e Persuasão – O Poder do Diálogo”, no qual demonstra a importância comunicacional de virtudes como propósito de vida, altruísmo e generosidade. Fernando é premiadíssimo compositor de trilha sonora, vencedor de três leões em Cannes, duas medalhas em New York Festival e três estatuetas no London Festival.