Como cuidar do seu pet na primavera

Mudanças de estação requerem maior cuidado com os cães e gatos, por causa do clima seco e quente, mudanças que afetam a saúde das pessoas e também dos animais.

Para cuidar melhor do seu animal de estimação nessa primavera, confira as dicas da médica veterinária Jaqueline Silveira, e da farmacêutica Sandra Schuster da docg.

1 – Pele e pelagem – Nesta época ocorrem as trocas da pelagem. Quedas de pelos em maior quantidade são normais, desde que não apresentem falhas ou sinais mais graves. “Com a troca de pelos a pele fica mais sensível podendo desencadear, com maior facilidade, eritemas (vermelhidão), pústulas (infecção bacteriana secundária), prurido (coceira) ou outros sinais dermatológicos mais graves. Nesses casos deve-se consultar um médico veterinário imediatamente”, indica Jaqueline.

A indicação é escovar os cães e gatos no mínimo três vezes por semana, principalmente os animais de pelos longos. Isso evita que os pelos embolem e tira o excesso de resíduos da pelagem.

Essa época do ano também pode ressecar a pele e deixar os pelos dos pets mais opacos. Nesses casos pode-se fazer o uso de suplementos e produtos tópicos, além de aumentar a frequência de hidratações no banho. Para recuperar a hidratação dos pelos, já existem os leave-in e ampolas. “Desenvolvemos produtos que trazem resultados rápidos e são práticos de utilizar”, conta Sandra. O leave-in é composto por vitamina E, queratina e D-pantenol, que promovem a hidratação e restauração dos pelos. E a ampola fortalece, dá brilho e restaura as pontas duplas.

2 – Banho e tosa – As tosas ajudam a refrescar os pets, mas deve ficar atento ao que é indicado para cada raça e cuidar para não deixar a pele do animal muito exposta, afinal a principal função dos pelos é proteger a pele contra as agressões do clima e da exposição solar. Capriche na tosa higiênica, estendendo-a até o peito do animal. Dessa forma ele consegue se refrescar, principalmente quando se acomoda em superfícies mais frias.

3 – Proteção solar – Algumas raças são mais sensíveis à exposição solar, como as de pelos curtos e pele branca. Os locais mais afetados são focinhos e orelhas, mas alguns pets são tão sensíveis que devem utilizar protetor na barriga e regiões com pouco pelo e, ainda, evitar o sol nos períodos mais intensos, para não correrem o risco de desenvolver lesões de queimadura solar e até mesmo melanoma (câncer de pele). Nesses casos, recomenda-se o uso do protetor solar veterinário, encontrado comercialmente pronto, com FPS 15 e 30, ou manipulado conforme prescrição.

4 – Ectoparasitas – Os ovos de pulgas, carrapatos, piolhos, moscas e mosquitos eclodem nas épocas do ano mais quentes, fazendo com que as larvas precisem se alimentar para seu desenvolvimento e reprodução. Para proteger os pets devemos utilizar antipulgas e carrapaticidas durante o ano todo, mas o cuidado deve ser redobrado nos períodos de maior calor, afinal além do incômodo com coceiras, os ectoparasitas transmitem doenças e podem causar alergias como a dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP).

5 – Doenças e vacinação – A combinação calor e chuva, comum na primavera, contribui para a proliferação de doenças como a Leptospirose, uma doença bacteriana transmitida para os cães de forma direta, através do contato com o vetor – o rato e sua urina contaminada – e de forma indireta, através de tecidos, alimentos e água contaminados. Essa bactéria penetra a pele, em mucosas ou lesões, ou ainda pode ser inalada. É uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para os humanos, e os cães podem ser transmissores mesmo não apresentando sinais clínicos.

A principal forma de prevenção se faz com a vacinação anual, ou semestral em locais de maior incidência e presença de ratos. As vacinas múltiplas para cães, como óctupla e déctupla apresentam proteção contra alguns sorovares (tipos) de leptospiras presentes no Brasil. Além disso é muito importante a higienização dos quintais e locais onde ficam os pets. “O principal cuidado é não deixar ração ou alimentos disponíveis nos canis e quintais, pois é essa a principal forma de contato do cão com o rato ou sua urina. Os ratos são atraídos pelo alimento e costumam urinar no local”, alerta Jaqueline. “O ideal é fornecer o alimento em horários específicos e retirar os pratos, mesmo que o pet não tenha ingerido tudo. Inclusive, a exposição da ração ao sol faz com essa fermente e, a posterior ingestão, pode causar problemas gástricos ao cão”, complementa.

Já a espécie felina é considerada resistente à infecção pois, mesmo quando entram em contato com a bactéria, não desenvolvem a doença. São raros os relatos de gatos positivos a Leptospirose, por isso não é necessária a imunização desses animais contra as leptospiras.

6 – Passeios – Segundo a veterinária, deve-se evitar passear com os pets nos horários mais quentes do dia, das 10h às 16h, para reduzir os riscos de queimaduras nos coxins (almofadinhas das patas), desidratação, queimaduras solares na pele, dificuldades respiratórias e de troca de calor. Cães e gatos não possuem glândulas sudoríparas, fazem a troca de calor apenas via coxins, focinho e língua, por isso sofrem muito mais com os efeitos das altas temperaturas que os humanos. As raças braquicefálicas (com focinhos achatados), como Pug, Shih Tzu, Pequinês, Buldogue Francês, Buldogue Inglês, Boston Terrier, Boxer, Dogue de Bordeaux e Persa, precisam de um cuidado ainda maior, pois a troca de calor é ainda mais dificultada pela sua anatomia.

Durante as caminhadas é indicado, além do uso do protetor solar, a utilização de sapatinhos e, até mesmo, bonés. Além disso, é necessário o uso de hidratantes veterinários específicos após o passeio, principalmente nas áreas dos coxins e focinho.

Alergia é um probleminha chato

alergiaA primavera é a estação mais bonita do ano e muito esperada por todos, ou melhor, por quase todos.

Ela não é bem-vinda por uma turma que sofre com o pólen e o pó para quem eles são literalmente uma verdadeira dor de cabeça. São as pessoas que sofrem com a alergia.

Alergia é uma resposta imunológica exagerada, que se desenvolve após a exposição a uma substância estranha ao nosso organismo e que ocorre em indivíduos sensíveis a ela. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos 30 anos os casos de alergias aumentaram 30% e, atualmente, 35% da população têm algum tipo de alergia, sendo 20% alergias respiratórias.

Existem vários tipos de alergias como a alimentar, de pele, de nariz, das vias respiratórias e dos olhos. No caso da alimentar, as mais comuns são a de frutos do mar, amendoim e nozes, ovos, soja e leite de vaca. A de pele se manifesta com lesões de coceira. A nasal é uma inflamação alérgica da mucosa do nariz mais conhecida como rinite alérgica e a principal causa são os ácaros e a poeira doméstica. A das vias respiratórias é a asma, bronquite alérgica e a ocular é a conjuntivite alérgica que provoca irritação, vermelhidão, coceira e lacrimejamento.

Como já disse, esta é a época das rinites, asmas e conjuntivite. A rinite alérgica provoca coceira no nariz, ouvidos, olhos e céu da boca, além de espirros, coriza e narinas obstruídas. A asma, provoca tosse seca, falta de ar, chiado e dor no peito e a conjuntivite – inflamação na membrana que reveste o globo ocular –, causa coceira nos olhos, vermelhidão e sensibilidade à luz.

A alergia ao pólen é mais comum países que tem as estações do ano bem definidas como Estados Unidos e Canadá e algumas regiões da Europa. No Brasil, s maiores incidências são na região Sul. Porém, as pessoas que já têm rinite alérgica não escapam das crises. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), 25% da população brasileira enfrenta esse problema. É importante prevenir e os cuidados devem começar em casa. Especialistas recomendam uma boa limpeza da casa, principalmente nos quartos.

A maneira de evitar permanentemente crises alérgicas é dar um “choque” no sistema imunológico com imunoterapia – vacinas contra alergia, que você toma em um período de vários meses ou anos, contêm doses cada vez maiores da substância à qual você é alérgico. Com o tempo, o seu sistema imunológico passa a tolerar o alérgeno.

Lavar diariamente as narinas com uma solução salina é um bom recurso para melhorar a congestão, os espirros e a coceira e reduzir o uso dos anti-histamínicos.

Receita da solução salina: Para preparar a solução salina em casa, misture ½ colher de chá de sal, ½ colher de chá de bicarbonato de sódio e 500 ml de água morna. Como colocar no nariz? Use um conta-gotas pediátrico ou um dispositivo de irrigação nasal, encontrado em lojas de produtos naturais ou farmácias, usado na medicina aiurvédica da Índia. Incline-se sobre uma pia e vire a cabeça de modo que a sua narina esquerda aponte para baixo. Delicadamente, lave a narina direita com 250 mL da solução, que escorrerá pela narina esquerda. Ao terminar, assoe delicadamente o nariz. Repita com a outra narina.

Isabela Teixeira da Costa

Adeus inverno, bem-vinda primavera

Rosa do roseiral da minha mãe
Rosa do roseiral da minha mãe

Hoje é o último dia do inverno, amanhã chega a primavera.

Parece piada, mas não é: hoje acaba o inverno. Agora eu pergunto, que inverno? Por incrível que pareça com as altas temperaturas que estão fazendo nas últimas semanas, ou melhor, há mais de um mês, é difícil lembrar que ainda estamos em pleno inverno.

Se tomarmos como base este período podemos ter uma noção do que vamos enfrentar na primavera e no verão que vem por aí. Não será brincadeira. A média histórica de temperatura em setembro é de 27°/17°, este ano a variação ficou bem mais alta, elevando a média para 30°/16°, e o mês ainda não acabou, o que pode provocar um crescimento ainda maior da média histórica.

Para não ser muito injusta, tivemos sim uns dez dias de frio em junho. E foi muito frio. A temperatura variou de 21°/11° com sensação térmica mais baixa ainda. Deu para tirarmos os casacos e blusas de lã do guarda-roupa para eles respirarem um pouco. E os lojistas  tiveram, neste período sua tão esperada venda da estação.

Não posso me tomar base porque sou muito friorenta. Quando era jovem, certa vez minha mãe me disse: “depois que você se casar, na primeira noite de inverno seu marido pede divórcio”. É que os pijamas de frio nunca foram suficientes para mim. Sempre complementei a indumentária com meia e dependendo do frio da noite, com cachecol, luvas e gorro. E nada combinava com nada. Se meu pé não esquenta, continuo sentindo frio. Sou daquelas que até no verão costumo dormir com uma manta leve. Percebi que o clima realmente está mudando no último verão quando tive que abrir janela e tirar a coberta para conseguir dormir.

Tenho uma colega de trabalho, a Heloisa Silva, nunca vi uma pessoa como ela. Não sente frio. Vive de manguinha curta, só usa vestido. Quase sempre está suando. Não bastasse o ar condicionado de nossa sala, ainda colocou um ventilador de mesa na sua frente, e vez ou outra liga o pequeno para dar um frescor a mais. Em junho ela foi trabalhar de manga comprida, e alguns dias até de gola rolê. Cheguei a comentar com ela que devia estar gelado mesmo.

Lembro de quando era pequena. As estações do ano existiam de verdade aqui em Belo Horizonte. O que dói mais é saber que a responsabilidade de todo este desarranjo no clima de nossa cidade, país e planeta é culpa única e exclusiva de nós, homens. Nossa inconsequência e ganância está destruindo nosso habitat. Todos sabem disso e ninguém faz nada, efetivamente, de âmbito mundial, para dar um basta em tudo isso, para ver se não pior mais ainda.

Já estamos sentindo a escassez da água. Lembro como se fosse hoje, há cerca de 20 anos, quando este assunto começou a ser ventilado, um jornalista conhecido de quase toda a turma da redação do Estado de Minas, na época, disse “em off”. Esqueçam disso. É papo furado com interesse por trás. A água não vai acabar, sem chance, tem muita, para durar séculos. Hoje, estamos com controle do uso da água no Estado de São Paulo e já foi necessário fazer no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Bem, amanhã chega a primavera, a estação da beleza. A perfeição da criação de Deus, onde Ele não poupou sua criatividade. As cores que existem na natureza, a beleza das flores e sua delicadeza encantam a todos. Não conheço ninguém que não goste de flor. Conheço quem tem alergia, porém, apesar dela, não deixa de admirar e achar linda estas plantas decorativas.

Com a primavera também chegam algumas chuvas. Será? Tomara! Estamos precisando muito. Só espero que o homem não consiga acabar com as lindas flores.

Isabela Teixeira da Costa