Picasso em São Paulo

Exposição Picasso – Mão erudita, olho selvagem – Instituto Tomie Ohtake/2016

Com muito entusiasmo, crianças, jovens, adultos e famílias aguardavam ansiosas em uma fila a abertura da esperada exposição Picasso – Mão erudita, olho selvagem.

Os trabalhos que compõem esta importante exposição do artista espanhol, Pablo Picasso, pertencem ao Musée National Picasso-Paris e ficarão à disposição do público até 14 de agosto, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

A exposição foi pensada e disposta em conjuntos de obras que representam marcos da carreira do artista, do início da sua formação até as suas últimas produções. A curadoria é de Emilia Philippot, também curadora do Musée National Picasso-Paris.

Philippot ressalta que o foco da mostra fundamenta-se na relação especial mantida pelo artista com as próprias obras: “Esta ligação íntima e pessoal, que irriga toda a produção de Picasso, transparece de forma diferente de acordo com os vários períodos: retratos íntimos da mãe do artista ou de seu primeiro filho, Paul, celebração apaixonada da sensualidade feminina de Maria-Thèrèse Walter, denúncias intransigentes dos males causados pelos conflitos contemporâneos, da Guerra Civil Espanhola ou da Ocupação da França pelas tropas alemãs”.

A exposição é composta por 153 peças, sendo a grande maioria inédita no Brasil. O conjunto apresentado compõe-se de 116 trabalhos do mestre espanhol – 34 pinturas, 42 desenhos, 20 esculturas e 20 gravuras –, além de uma série de 22 fotogramas de André Villers, realizados em parceria com Picasso. Além desses trabalhos, integram a mostra, 12 fotografias de autoria de Dora Maar, três de Pirre Manciet e filmes sobre os trabalhos e seus processos de realização.

A exposição brasileira sugere um percurso cronológico-temático em dez seções:

  • O primeiro Picasso. Formação e influências(por volta de 1900);
  • Picasso exorcista. As senhoritas de Avignon (processo da geometrização das formas);
  • Picasso cubista. O violão (relação com a música);
  • Picasso clássico. A máscara da antiguidade(a maternidade, o teatro e a dança);
  • Picasso surrealista. As banhistas;
  • Picasso engajado. Guernica(estudos da obra, fotos e foco na apresentação da tela em 1953 no Brasil/ 2ª Bienal de São Paulo);
  • Picasso na resistência. Interiores e vanitas(processo de trabalho durante a guerra, vida doméstica e vaidades);
  • Picasso múltiplo. A alegria da experimentação (da cerâmica ao fotograma);
  • Picasso trabalhando. O Mistério Picasso (a magia de seu processo criativo na pintura);
  • O último Picasso. O triunfo do desejo (erotismo em todos seus estados).

É importante ressaltar que, no Brasil, só houve outra grande exposição de Picasso, em 2004, na Oca, em São Paulo e, alguns de seus trabalhos foram vistos de forma esparsa em exposições coletivas. Portanto, a maioria das obras apresentadas nunca esteve no país, tornando-se uma rara oportunidade para o público brasileiro vivenciar.

Atividades paralelas enriquecem a mostra e são muito didáticas. Entre elas estão as visitas espontâneas, visitas temáticas, palestras, o chamado Fim de semana em família (visitas com educador e atividades em ateliê destinado às famílias), contação de histórias e, uma atividade de exploração sensorial para bebes de até 18 meses, intitulada de No colo – para bebes e famílias. Imperdível!

Serviço:

Instituto Tomie Ohtake – Av. Faria Lima 201, Entrada pela Rua Coropés, 88, Pinheiros. São Paulo/SP

Preço: R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia-entrada). Crianças até 10 anos, cadeirantes e deficientes físicos têm entrada gratuita todos os dias da exposição. Às terças-feiras, a entrada é gratuita mediante retirada de senhas na bilheteria do Instituto Tomie Ohtake
Vendas: Online – a partir do dia 9 de maio em www.ingresse.com
Na bilheteria do Instituto – a partir de 22 de maio (de terça a domingo, das 10h às 19h).
Mais informações: 11 2245 1900, de terça a domingo, das 11h às 20h.

Cláudia Elias

Rápido e devagar

robertobrant
Paulo Brant Foto: arquivo pessoal

O hábito de ler expande o nosso conhecimento, nossa capacidade de comunicação, nossa criatividade, aprimora o nosso senso crítico, além de proporcionar outros incontáveis benefícios.

Iniciamos, portanto, a nossa sessão literária, onde passaremos a receber convidados especiais, que indicarão a leitura de livros de sua preferência, para que você possa aproveitar e se deleitar com essas sugestões de leituras.

Nossos convidados serão pessoas amantes da leitura, empresários, professores, pessoas de destaque em nossa vida cultural e social e, inclusive, nossos próprios leitores.

Estreando de forma magnífica, convidamos o atual presidente da CENIBRA, Paulo Brant, para nos presentear com a sua indicação.

Tenho a certeza que vocês serão muito beneficiados com essa e com as próximas indicações que serão divulgadas esporadicamente.

Cláudia Elias

Capa Rapido e Devagar.inddLivro: Rápido e Devagar: Duas formas de pensar

Autor: Daniel Kahneman

Esse livro foi escrito pelo psicólogo israelense, Daniel Kahneman, em 2011 e é uma viagem fascinante pela mente humana. Nele, o autor analisa o nosso processo de tomada de decisões, demonstrando que o mesmo está longe de ser uma experiência essencialmente racional, envolvendo de fato dois sistemas de pensamento, duas formas de pensar: uma rápida, intuitiva e emocional; outra lenta, lógica e deliberativa. Ambas extraordinárias e poderosas. Mas, como tudo o que é Humano, falíveis e sujeitas a erros. O trabalho de Kahneman foi tão influente que com ele o autor recebeu o Prêmio Nobel de Economia, sim, de Economia, pelas luzes que lançou sobre as decisões dos agentes econômicos, que em última instância configuram o funcionamento da economia como um todo. Recomendo enfaticamente!!!

Paulo Brant

Divinos

Jefferson Lourenço, 30 anos, é autodidata. Mora e trabalha em Conselheiro Lafaiete, interior de Minas Gerais. Começou sua produção artística aos 9 anos fabricando os próprios brinquedos. Seu primeiro projeto como artista foi na adolescência. Sempre interessado por suas raízes e pela cultura ao seu redor, resolveu fazer réplicas de oratórios do período Brasil – Colônia, depois de uma visita ao Museu do Oratório, em Ouro Preto. 

 O artista tem como referência as festas populares e o folclore brasileiro, e se alimenta deles para compor seu repertório de produção artística.

Na série intitulada “Pouso”, Jefferson usa a tradição da Festa do Divino, muito presente em Minas Gerais, e em interpretação poética, o artista fala sobre os nossos momentos de “pouso” fazendo analogias com os pousos dos pássaros esculpidos por ele.

A medida que o trabalho foi avançando, os pássaros ganharam asas que depois se assemelharam a corações.  A partir daí, o artista iniciou nova fase de divinos para a qual deu o nome de mensageiros.

 Jefferson usa como base para seus pássaros fragmentos de móveis que são garimpados em brechós, fazendas antigas e que, na maioria das vezes, são doados a ele. São pedaços de móveis antigos como espaldares ou pés de camas e cadeiras, quebrados, abandonados. A esses fragmentos do mobiliário do período colonial brasileiro ele dá vida com sua arte.

Serviço:

Orlando Lemos Galeria de Arte

Rua Melita, 95, Jardim Canadá

Nova Lima

(31) 3224.5634 ou (31) 3581.2025

ITC

Histórias da infância

Pierre-Auguste Renoir, Rosa e azul - As meninas Cahen d'Anvers, 1881, óleo sobre tela, acervo do MASP. Bárbara Wagner, Sem título (da série Brasília Teimosa), 2005, jato de tinta, Coleção Pirelli MASP.
Pierre-Auguste Renoir, Rosa e azul – As meninas Cahen d’Anvers, 1881, óleo sobre tela, acervo do MASP. Bárbara Wagner, Sem título (da série Brasília Teimosa), 2005, jato de tinta, Coleção Pirelli MASP.

Para quem vai passar alguns dias na cidade de São Paulo, vale a pena visitar a exposição Histórias da infância, inaugurada no MASP.

Com abordagem criativa para atrair um público diferenciado, a mostra reúne cerca de 200 trabalhos retratando a infância, distribuídos em diferentes períodos, locais e nacionalidades. A temática abrange, entre outras, a arte sacra, barroca, acadêmica, moderna, contemporânea, e a chamada arte popular, além de apresentar desenhos feitos por crianças dispostos ao lado das obras de arte, possibilitando um diálogo bem articulado, desmistificando a questão da hierarquia estabelecida entre as obras de arte e os trabalhos produzidos pelas crianças.

Um fato interessante é que esses trabalhos, que normalmente são dispostos a uma altura padrão de 1.50 metros, foram rebaixados para a altura de 1.20 metros (na galeria do 1º andar) e para 1.30 metros (no 1º subsolo), com o objetivo de estimular e facilitar o olhar mais direto da criança.

Intensificando o cunho pedagógico da exposição, foram convidados artistas contemporâneos para conduzirem oficinas com crianças: Rivane Neuenschwander, Cinthia Marcelle, Nicolás Robbio, Lays Myrrha, Thiago Martins de Melo e Thiago Honório.

Paralelamente, acontecem atividades que utilizam o lúdico: o jogo e a brincadeira, disponibilizando um programa de oficinas de desenho que se estenderão até o final da exposição. O projeto Playgrounds 2016 acontece no 2º subsolo e no vão livre.

A exposição apresenta no primeiro andar, retratos, representações de família, imagens de educação e de brincadeiras, crianças artistas, crianças anjos e a morte. Já, no primeiro subsolo, estão expostos os temas da natividade e maternidade. Chamam a atenção como O escolar (1888), de Van Gogh, Rosa e azul (1881), de Renoir, Retrato de Auguste Gabriel Gaudefroy (1741), de Chardin, e Criança morta (1944), de Portinari.

A mostra tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico; Fernando Oliva, curador; e Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias e permanecerá no museu até o dia 31 de julho.

O MASP tem entrada gratuita às terças-feiras.

Endereço: Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP – Telefone: (11) 3149-5959

Cláudia Elias