Ser mãe
Ser mãe! Hoje é Dia das Mães.
Não poderia deixar passar em branco essa data. Primeiro, porque sou filha; segundo, porque sou mãe e terceiro, porque acho esta homenagem mais do que justa e merecida.
Amo a minha mãe e sempre nos demos muito bem. Passei quase toda a vida ao lado dela. Moramos juntas várias vezes. Saí de casa no dia em que me casei. Voltei para casa quando me separei e foi ela quem ajudou a criar minha filha. Só nos separamos quando decidiu morar no sítio. Mas não cansa de me chamar para ir pra lá.
Ser mãe é uma função abençoada por Deus, se não fosse por ele, não teríamos filhos. Nos enche de felicidade, amor, alegria, preocupação, trabalho e culpa. Nunca me senti tão feliz quanto no dia em que soube que estava grávida, parecia que ia explodir. Deste dia em diante, começou um amor inexplicável dentro de mim que só cresce a cada dia. Quando acho que já está enorme, aumenta mais um pouco. Acredito que só as mães entendam isso. Propriedade exclusiva materna!
Alegria tive e ainda tenho em vários momentos com minha filha, e preocupação também. Acredito que continuarei a ter pelo resto da minha vida. Sei que Deus está cuidando dela, pois já a entreguei nas mãos dele, mas mãe preocupa se chega tarde, se não dá notícia, se a voz está diferente quando fala ao telefone…
Culpa sempre senti por causa do excesso de trabalho que me ocupou dias e noites fora de casa quando ela era pequena, e até alguns dias em finais de semana. Ainda ocupa. Minha filha soube superar isso, eu não. Hoje, quando me pede algo que não posso atender, sofro muito…
Educar filho é tarefa difícil. Creio que minha mãe fez um bom trabalho e eu também. Como consegui? Não sei. Acho que pela misericórdia de Deus. Certo dia estava com uma grande amiga da minha mãe, Helena de Castro. Luisa estava comigo. Não lembro direito o que Luisa fez, mas Helena disse: “Como ela é educada!”. Caí na gargalhada, e respondi: “Pegou!”. Vi que tinha feito alguma coisa certa, porque Helena sempre foi muito exigente e observadora.
Acho lindo as mães de coração, aquelas que por algum motivo não puderam ter filhos e optaram por adotar uma das tantas crianças que são abandonadas. Mês passado uma amiga, que aguardava há anos na fila, recebeu seu filho. Ficou numa alegria só. Vai apresentar a criança para as amigas na próxima semana. A família toda foi afetada de forma positiva. O amor inundou a todos.
Este pode ser o último dia das mães que passo com minha mãe e com minha filha. Meu coração está apertado. Com mãe, porque ela já está com 89 anos. Apesar de frágil, está com ótima saúde, mas sei que a idade conta. Com minha filha, porque está partindo para realizar seu sonho: ser missionária. Vai com a minha benção e a de Deus, que é a principal.
Talvez, essa seja a maior e mais difícil tarefa de mãe, criar um filho para o mundo. Minha única filha, querida, amada, amiga, companheira vai fazer o trabalho que o Senhor quer, com um sonho no coração de que eu a acompanhe. Porém eu ficarei aqui, cumprindo o meu papel de filha, pois sei que minha mãe precisa de mim. Cada uma, seguindo o seu caminho, enquanto for preciso.
Feliz Dia das Mães, a todas as mães!
Isabela Teixeira da Costa
5 Comentários para "Ser mãe"
Aí Isabela, ser mãe é, realmente, padecer no paraíso, não?! Beijos e parabéns pelo dia e pela crônica! Sonia prima.
Sonia, é um turbilhão, mas na balança, o positivo pesa mais, né… Bjs
Cai no choro! No dia das mães eu que tinha que estar escrevendo sobre você e não o contrário. Eu nunca vou entender esse amor de mãe, que beira ao incondicional amor de Deus. Mas mesmo assim, te amo com todo amor que existe em mim!
Isabela, que lindo texto! Chorei!
Obrigada, Dilu.