Vai começar a fazer atividade física? Se prepare para evitar lesões
Decidiu largar o sedentarismo? Fique atento para não forçar demais o corpo e se lesionar. Veja as dicas e médico do esporte.
O ano começa hoje no Brasil. Eu decidi sair do sedentarismo e vou começar a fazer alguma atividade física. Já entrei em contato com a minha amiga Ana Gutierrez, da Body Teck, que me encaminhou para o exame médico, etapa imprescindível, principalmente para uma pessoa de 56 anos que nunca fez nada e tem problema de coluna.
Claro que não estou pensando em ir com sede ao pote, mas sei que tem muita gente que quando decide entrar em uma academia que fazer de tudo para perder peso rápido, e acabam cometendo exageros e prejudicam o corpo. Eu sempre fui daquelas que entrava na academia, ia uma cinco vezes e abandonava, e conheci muita gente que desistia porque achava que estava demorando muito a alcançar o objetivo, ou seja, não via as mudanças desejadas no tempo imaginado. Hello, milagres só vem quando não é possível conseguir as coisas de forma normal.
De acordo com o ortopedista e médico do esporte de São Paulo, Fabiano Cunha, o correto é planejar uma prática esportiva regular e de longo prazo. Para tanto, os iniciantes precisam seguir alguns passos:
1– Faça um check-up com um médico do esporte antes de iniciar a prática esportiva;
2 – Escolha uma modalidade compatível com sua condição física atual;
3 – Busque um treinador qualificado;
4 – Tenha uma alimentação saudável;
5 – Coloque um objetivo nos seus treinos, uma meta; fica mais prazeroso treinar pensando em uma viagem ou algum evento festivo;
6 – Aumente o seu limite aos poucos, só assim você irá evoluir, além de evitar lesões e cansaço.
De acordo com o especialista, ao iniciar um programa de exercícios o corpo interpreta seu comportamento e ajusta o metabolismo de acordo com a regularidade dos treinos.
“Para os iniciantes, é muito mais efetivo realizar uma caminhada de 40 minutos, três vezes por semana, do que caminhar 2 horas no domingo e passar mais seis dias sem fazer nada. O corpo gosta de regularidade e se acostuma com isso, seja com exercícios regulares ou com o ócio regular”, explica.
O médico afirma que muitos pacientes o procuram com a mesma queixa de que fizeram exercícios e depois de um mês não tinham emagrecido nada e ficaram cheios de dores. “É preciso entender o corpo. Você passa um ano sem se movimentar e de repente volta a caminhar. O cérebro fica confuso, não sabe que você quer emagrecer, só sabe que você não faz exercício. Neste primeiro momento, ele manda mensagens para o corpo entrar em estado de alerta. Daí que vêm as palpitações, formigamentos e as quedas de pressão que muitas pessoas reclamam no primeiro mês de um programa físico”, diz.
Para Cunha, o importante é traçar uma meta. “É importante emagrecer gradualmente, sem estressar o corpo e progredir com calma”.
O meu médico me disse na lata para fazer pilates e/ou musculação duas ou três vezes por semana, não mais do que isso, porque seria muito para mim, na minha idade e condição física, mas que poderia, além disso, caminhar diariamente no máximo 1h15.
Pela cultura do brasileiro, procuramos apenas um tratamento quando o diagnóstico ou uma lesão já ocorreu. Pouco se trabalha a prevenção de possíveis lesões, especialmente na prática de atividade esportiva. “A maior incidência de lesões acontece por falta de aquecimento ou exagero na realização das atividades, seja por muita intensidade, muita carga ou longa duração”, alerta Cunha.
O médico do esporte é o profissional que pode identificar sua condição física atual para planejar a melhor forma de atingir seus objetivos, diminuindo o risco de se machucar. Isto é possível simulando os movimentos do esporte específico com treinos de estabilidade, equilíbrio e ativação muscular para prevenir e aumentar o desempenho. Os exercícios são divididos em níveis e o esportista evolui de acordo com sua capacidade de executar os movimentos com maior precisão e menos gasto energético.
“Em qualquer exercício físico podem ocorrer lesões, mas isso não deve te desanimar. Tratadas adequadamente, é possível retomar a rotina em ótimas condições”, conclui Cunha.
Isabela Teixeira da Costa