O problema da calvície

A calvície incomoda muito as pessoas, mas os tratamentos modernos mostram que ela pode ter cura, pois têm alcançando altos índices de sucesso.

O ditado popular de que “é dos carecas que elas gostam mais” pode valer para os homens, mesmo assim muitos deles não abrem mão das madeixas, mas quando a calvície atinge mulheres, o problema fica grave. O cabelo é a moldura do rosto da mulher e quando ele começa a cair mexe, e muito com a autoestima feminina. A alopécia (nome científico para a calvície) pode estar associada a fatores exógenos, que são causas externas ao corpo, como endógenos, aqueles gerados pelo próprio organismo.

Qualquer pessoa, quando vê um volume maior de fios no chão do box, na escova ou no pente entra em pânico. A maioria corre atrás de soluções para parar o problema e recuperar o dano. Infelizmente, são poucas as pessoas que têm conhecimento do que fazer. A primeira medida é ir a uma farmácia e comprar os conhecidos medicamentos que enchem os canis de publicidade. Ajudam sim. Muitos importam o conhecido Biotin – aqui também tem, mas dizem que o importando surte melhor efeito –, porém, em muitos casos, apenas o medicamento não é suficiente para tratar o problema.

Tenho uma amiga que é praticamente careca. Ela me disse que a perda começou há cerca de seis anos e percebeu que sempre que pintava o cabelo caía muitos fios em sua mão, de forma exagerada. Procurou uma dermatologista que identificou algumas causas: genética – o pai e toda a família dele são carecas –, química (tintura de cabelo), anemia. A média disse que precisaria tomar um medicamento que em alguns casos ataca o globo ocular e como ela já tem problema grave nas vistas, optou por ficar careca em vez de cega. Hoje, está mais conformada e diz que seu problema incomoda mais as pessoas ao seu redor do que ela mesma. Já teve gente que chegou a lhe oferecer uma peruca.

O robô

Graças a tecnologia e ao avanço da medicina, já existem muitas clínicas que se dedicam ao tratamento capilar. Uma delas é a Clínica Regis, que tem um tecnologia avançada por meio de equipamento de robótica. Segundo o dermatologista Marcos Felipe Fonseca Alves, a calvície é uma condição genética que atinge em torno de 70% dos homens, até os 80 anos, e cerca de 50% das mulheres. A cirurgia robótica traz uma técnica de transplante capilar menos invasiva e não deixa cicatriz linear na área doadora. A clínica é a precursora desta terapêutica no país, mas existem vários outros tratamentos, de acordo com o problema do paciente, entre eles, a micro pigmentação, quando não se pode implantar e a área de calvície não é muito grande.

Outro estudioso no assunto que tem um método bem diferente é Moysés Salomão. Sei que dá resultado porque conheço várias pessoas que tratam com ele. Seus clientes usam um xampu feito por ele, não podem usar nenhum tipo de creme no cabelo, tem que lavar os cabelos diariamente, e usar vinagre uma vez por semana. Diariamente beber um suco com couve e ir, uma vez por mês para fazer uma poda nos cabelos que estão nascendo. A tintura é permitida, porém, nada de luzes. Como disse, dá resultado, o problema é que nem todo mundo consegue manter essa persistência para seguir suas orientações.

A fisioterapeuta dermato funcional Cristiana Motta é outra estudiosa da estética que faz um tratamento bem diferente por meio de micro agulhamento no couro cabeludo, com carbox terapia e luz de led, associados a produtos tópicos e um home care com nutre hair, capsulas e spray de fator de crescimento. A profissional deixa claro que não existe alta em tratamento capilar. Depois do tratamento é preciso uma manutenção constante.

A médica Sarina Ochipinti, do Instituto Sari faz um tratamento à base de ozonio terapia, que rejuvenesce e fortalece os folículos pilosos. A terapia melhora a circulação sanguínea e elimina qualquer infecção microbiana que tenha no couro cabeludo. Não faltam opções, resta saber qual a melhor para o tipo de queda.

Isabela Teixeira da Costa

Coluna publicada no caderno Em Cultura do Estado de Minas

Queda de Cabelo

Especialista aponta os principais fatores que são responsáveis pela perda dos fios.

É comum perder alguns fios de cabelo, diariamente, durante o banho ou ao pentear. A questão é quando essa queda aumenta muito e vira um problema. Segundo a dermatologista Joana Barbosa, a queda de cabelos pode se manifestar de duas maneiras: aguda e crônica. “Nos quadros agudos a causa está associada a algum evento que aconteceu três meses, em média, antes do início da queda. Já os crônicos são aqueles que apresentam grande queda de fios, mas há longo prazo. Há ciclos onde os fios alternam fases de queda e de crescimento de forma cíclica, uma ou duas vezes por ano, ou a cada dois anos, dependendo do paciente”.

Eu estou passando pela fase de perda de fios aguda, em função da cirurgia bariátrica que fiz dia 30 de janeiro. Exatamente três meses depois começou uma queda acentuada dos fios. É impressionante, custo a acreditar a quantidade que sai quando lavo e penteio, porém, cai naturalmente durante o dia. Como está frio, usamos blusas e casacos de lã, os fios se prendem a eles e no fim do dia estou cheia de cabelos soltos nas costas da roupa.

De acordo com Joana, as causas mais associados à queda aguda são: pós-parto, dengue, febre, infecção aguda, sinusite, pneumonia, estresse, entre outras. “A queda crônica nem sempre tem causa definida, mas sabe-se que está associada a doenças autoimunes, dentre elas, a mais comum o hipotireoidismo”, completa.

Além disso, outro componente que está relacionado à queda de cabelo é a alopecia androgenética, conhecida também como calvície. “A doença é caracterizada por alteração no ciclo do cabelo levando à miniaturização folicular progressiva, ou seja, conversão de fios terminais (mais espessos) em velos (mais finos, curtos e menos pigmentados). O quadro apresenta fator  hereditário e pode acometer homens mulheres”, explicou Joana. Tenho visto muitas mulheres com cabelos ralinhos no alto da cabeça, como o início de uma típica careca masculina.

A queda de cabelos é um problema autolimitado, ou seja, tem uma duração predeterminada de dois a seis meses, caso não haja outra doença associada. Na teoria, não seria preciso tratamento. Porém, se o paciente tem alguma condição associada, como alopecia androgenética (calvície) ou a alopecia senil (rarefação que surge após os 60 anos), em geral, é bom tratá-lo para que possa recuperar o volume e o comprimento dos fios, segundo a dermatologista.

Já nos casos relacionados à calvície, a médica garante que a exclusão do uso de medicações que podem causar quedas de cabelos, dieta balanceada com ingestão adequada de proteínas e ferro, além de tratamento de outras desordens do couro cabeludo, como a dermatite seborreica, são importantes para o sucesso da terapêutica. “O paciente pode contar também com os procedimentos microinvasivos e invasivos em casos mais extensos, que estimulam o nascimento de novos fios, como a laserterapia, o microagulhamento e mesoterapia. Por fim, em casos mais resistentes é indicado o transplante capilar”, citou Barbosa.

Ela indica ainda que o paciente procure sempre um dermatologista para conhecer melhor seu caso e avaliar se há a necessidade de tratar alguma possível doença ou fator de base associado.

Eu comecei a tomar Pantogar, três vezes por dia. A Biotina, dizem, é melhor, mas a boa mesmo só tem nos Estados Unidos. Estou esperando algum amigo ir para lá, para eu encomendar. Minha cabelereira, Laura Nunes, do LG Studio, me indicou um xampu antiqueda. Na realidade é um tratamento: lavar com o xampu, passar o condicionador de raiz massageando levemente o couro cabeludo e deixar agir por três minutos, enxaguar e depois, passar uma loção. Segundo Laura, se eu fizer direitinho vai dar resultado. Fato comprovado por ela com outras clientes. Se funcionar eu indico o produto.

Isabela Teixeira da Costa