Dia das Mães com beleza

Amelinha Amaro, proprietária da loja de decoração Divino Espaço, em São Paulo, dá sugestões de mesas para o almoço de Dia da Mães.

FOTO: ®Andre Conti

Domingo é o Dia das Mãe, e o almoço que a pessoa que mais amamos nesta vida, é sagrado. Toda ano eu, minha irmã, e nossas filhas – infelizmente agora a minha filha não comparece com tamanha regularidade, já que está morando fora –, nos reunimos na casa de nossa mãe para esta refeição.

Sempre cai próximo do aniversário das minhas sobrinhas gêmeas, que é dia 14 de maio, e por isso o dia das mães acaba sendo um misto de celebrações. Apesar de minha mãe estar com a cabecinha fora desse mundo, ainda reconhece os filhos – a mim, nem tanto, depois que emagreci 40 quilos –. É muito engraçado, conversando comigo ela fala de mim como se fosse outra pessoa. Deve achar que eu não vou mais visita-la, e sempre tenho que falar, sou eu mãe, eu sou a Isabela. E aí ela diz, “eu te amo muito”. No segundo seguinte, já não se lembra mais, e é engraçado, porque ela sabe que eu sou filha dela.

Enfim, o almoço do Dia das Mães é especial e fazemos questão de montar uma mesa bonita, sem nada demais, com as coisas que ela tem mesmo em casa, mas aquelas que guardamos “para quando tem visita”. Só isso já dá um clima de festa. Colocamos uma música e fazemos um menu especial.

Recebi um material muito legal da Divino Espaço, boutique reconhecida por ser uma loja referência em decoração, de São Paulo. Eles são craques, a proprietária, Amelinha Amaro, é experta na arte de receber e preparou algumas sugestões de mesas decoradas para nos inspirar para esta data tão bonita. São ideias cheias de charme para receber e surpreender as mães, sem muita complicação. Acho que vai aguçar a criatividade de todo mundo e ajudar na hora de preparar a mesa, usando as coisas que cada um tem em casa. Porque, sinceramente, a gente tem muita coisa e umas que usamos tão raramente. E como a mistura de estilos está em alta, use e abuse.

Com cores vivas e itens fáceis de serem encontrados, Amelinha incentiva o uso da criatividade e a colaboração de todos no momento de dar ideias. “O Dia das Mães é uma data muito bacana, pois reúne toda a família para homenagear um símbolo tão forte e de amor, a Mãe. Acho bacana combinar elementos, flores e itens diretamente ligados à personalidade de cada mãe, isso torna cada mesa algo único”, diz a decoradora. Verdade. Aproveite que hoje ainda é quinta-feira, dê uma olhada nos armários, pense o que vai fazer e compre as flores que vai presentear a mãe de acordo com o que quer usar, assim elas servirão para enfeitar a mesa. Vale aquela máxima “matar dois coelhos com uma cajadada só”.

Vejam as fotos de Andre Conti na galeria abaixo

Isabela Teixeira da Costa

A profissão depois da maternidade

Recebi um artigo bem interessante escrito pela psicóloga Magele Valdo sobre maternidade e profissão.

A maternidade não é tarefa fácil. De repente, aquela mulher que se achava poderosa, profissional exemplar, responsável por decisões importantíssimas se sente insegura para decidir se medica ou não uma febre, se leva no pediatra homeopata ou no alopata quando está doente, se dá uma bronca ou um abraço quando a criança desobedece e cai do banquinho que não deveria ter subido. Em momentos assim, nos sentimos sozinhas e, muitas vezes, impotentes.

E, como se isso não bastasse, experimentamos, ao mesmo tempo, outros sentimentos completamente opostos. Nos sentimos fortes como leoas defendendo nossa cria, sobrevivemos bravamente a centenas de noites sem dormir, experimentamos uma felicidade inexplicável ao presenciar um simples sorriso.

Vivemos essa polaridade de sentimentos e sensações. E é com esse vulcão interno que muitas de nós tentam voltar a investir no papel profissional como se nada de diferente estivesse acontecendo. Em minha opinião, é aí que está o erro.

A sociedade tenta nos fazer acreditar que dá para separar a mulher profissional desta nova mulher, agora mãe. E não dá. Nosso corpo, nossa mente, nossas emoções, nossa alma, tudo está integrado. E precisamos nos reinventar profissionalmente após a maternidade, ou após qualquer outra experiência transformadora que vivemos.

Mas ainda se fala muito pouco sobre isso. Encontramos dicas sobre enxoval, amamentação e introdução alimentar. Sobre como brincar e o que fazer quando a criança faz birra. Sobre adaptação escolar e como voltar à forma depois da maternidade. Mas quase nada sobre os desafios de conciliar, de fato, maternidade e carreira.

Por isso, quando eu voltei da minha licença maternidade, procurei ouvir outras experiências, saber como diferentes mulheres lidam com essas questões, como se reinventaram nesta nova fase.

Assim eu me reinventei também. Não chutei o balde, não abri mão dos meus sonhos, mas também não fiquei achando que tudo ia seguir do ponto em que tinha parado. Tive que fazer escolhas e assumir riscos. No começo foi muito difícil escrever o meu caminho, mas hoje olho satisfeita com as escolhas que fiz e com o que consegui. Então, fico à vontade para compartilhar algumas dicas que serviram para mim. Quem sabe elas ajudem você que está passando por esta fase também:

  1. Não fique sozinha, remoendo suas dúvidas e sentimentos. Procure informação, conheça diferentes experiências e compartilhe as suas experiências com outras mulheres que estão passando por esta mesma situação.
  2. Forme uma rede de apoio no local de trabalho. Não espere compreensão de todos os que trabalham com você. Reconheça quem está mais próximo de entender e ajudar você e se aproxime, pedindo um colo, quando precisar. Geralmente outras mães com filhos de idades próximas passam por situações semelhantes e são as melhores companhias nessas horas.
  3. Reconheça que agora você é uma pessoa diferente, dê valor ao que melhorou e não dê tanta ênfase para o que piorou. A memória foi embora? Tudo bem, isso acontece mesmo, mas será que você não ficou mais focada e produtiva em seu horário de trabalho? Talvez mais empática com os outros ou, quem sabe, mais intuitiva para algumas decisões?
  4. Não escolha “família” ou “carreira”. Se os dois forem importantes para você, fique com os dois. Conheça os seus direitos para poder reivindicá-los se necessário e busque soluções criativas para driblar os desafios que você, assim como eu, vai encontrar.
  5. Acredite que é possível encontrar novos caminhos se você se fortalecer, investir em você, em seu desenvolvimento integrado, isto é, considerando a conexão entre seu corpo, sua mente, suas emoções, suas relações e um novo propósito para a sua vida. Isso vai te fortalecer para superar seus desafios!

Assim como todas as mudanças importantes na vida, a maternidade nos modifica por inteiro, em todos os nossos papéis. Permita-se identificar a nova mulher que nasce junto com a mãe e, com isso, a nova profissional também.

E você, que desafios está vivendo em seu papel profissional depois de se tornar mãe? Tem dicas para compartilhar?

Magele Valdo é gerente do X.five, com experiência de 12 anos em orientação de carreira e psicologia organizacional. No Grupo Bridge (empresa de soluções em desenvolvimento humano que  atua na prestação de serviços de consultoria para empresas de diferentes segmentos), é gestora do X.five (frente voltada ao desenvolvimento individual), especialista em inovação e líder da Incubadora.

 

Altruísmo com limites é relação saudável também entre mãe e filhos

mãe_silhuetaPassou o Dia das Mães, mas não poderia deixar de postar uma análise interessante sobre o excesso de amor das mães, feita pela coach Alice Schuch.

A maioria das mulheres possui uma abundância de energia em forma de afeto que arrisca torná-las débeis. Logo, as relações, especialmente entre mães e filhos, requerem limites para serem saudáveis. O alerta é da palestrante, escritora e pesquisadora, Alice Schuch, pelos anos de pesquisa que coleciona e pelos livros científicos que tratam o assunto.

Alice explica: “verificando com atenção, encontramos sempre presente um certo altruísmo, uma força livre que se mostra como confiança e disponibilidade da mulher àqueles que a acercam. Esse altruísmo é percebido como uma energia relacionada com acolhimento e com cuidado nato que, sem limites, consome a força necessária ao desenvolvimento pessoal. Na prática, a mulher atrasa investimentos de tempo e dedicação em si para transpor ao outro”.

Alice Schuch / Foto divulgação
Alice Schuch / Foto divulgação

Alice nomeou este altruísmo de débil porque atrasa estudos, carreiras e sonhos. Não raro, ainda, interessados se consideram no direito de aproveitar deste aspecto energético. Eles atraem totalmente e depositam algo de seu, solicitando sempre coisas que parecem não coincidir com os interesses particulares. “Funcionando segundo motivações que não são nossas, introduzidas na nossa totalidade, começamos a mover-nos de acordo com uma ótica estranha ao nosso projeto”, explica. A atração de interessados ocorre justamente por estar essa energia disponível, não utilizada e não conscientizada pelo portador.

Na realidade, o afeto é uma força, que permanece livre e quando o proprietário não o usa para si, submetendo-o a um comando externo ocorre a frustração, que em geral é tomada de modo superficial mesmo que os efeitos sejam facilmente percebidos.

Por outro lado, quando o portador se responsabiliza e coloca a sua inteligência em ação coerente com a própria ambição, coordenando os meios que dispõe de modo cauteloso e racional, esta pulsão amplia a estrutura da pessoa e poderia constituir-se em um auxílio para a conquista de novos espaços de ganho existencial, sempre mais amplos e funcionais.

“A natureza nos faz belas e inteligentes, convém aprender a monopolizar todos os nossos dotes para sublinhar a nós mesmas como seres humanos responsáveis que somos. Ocorre usar nossa energia com coerência e vontade: somos as únicas senhoras do nosso potencial e não podemos nos fazer substituir por outros. Trata-se de despertar e responsabilizar-se caso se deseje alcançar um nível superior”, completa Alice Schuch.

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90 anos não é para qualquer um

familiaHoje, minha mãe completa 90 anos. Longevidade é bênção de Deus.

Sempre fui muito grudada na minha mãe. Talvez por eu ser a caçula, talvez por sempre nos darmos muito bem, ou simplesmente  por excesso de amor. Meu pai sempre teve uma grande preferência por minha irmã e acho que com isso, minha mãe tentava compensar, ficando mais do meu lado, para equilibrar um pouco o jogo da afetividade paterna.

Foi ela quem nos ensinou os primeiros passos com Deus. Não abria mão de nos levar à Primeira Igreja Presbiteriana, na Praça ABC, todos os domingos pela manhã. Não tinha coré coré. Tínhamos que acordar cedo e ir para a escola dominical. Só quando completávamos 11 ou 12 anos é que ela relaxava e nos dava o direito de escolha. Todos nós decidíamos não ir, porque naquela época estudávamos também aos sábados, então só tínhamos o domingo para dormir até mais tarde. (Foi ali na igreja que fiz uma das minhas grandes amigas, a Sandra Botrel. A gente se conheceu no berçário e somos amigas até hoje.)

Já fiz mãe passar muita vergonha. Desde pequena falo mais do que deveria. Ela me ensinou que não podemos mentir que mentira é pecado (e é mesmo), então eu falava tudo. Certa vez, estava negociando um fusca. Tinha ido a uma loja – não lembro se concessionária ou de revenda –, e o moço avaliou o carro. Depois foi um rapaz lá em casa para comprar o carro. Minha mãe queria Cr$ 17 mil (não lembro a moeda da época, mas vou dizer que era cruzeiro). O moço só queria dar Cr$ 15 mil.

Aí ela disse que o outro moço (o da loja) tinha oferecido os Cr$ 17 mil. Pra quê, eu, do alto dos meus 8 anos, entrei na conversa e disse: “Não mãe, o moço disse Cr$ 15 mil”. Ela completou: “Não filha, isso foi no início, depois ele ofereceu os Cr$ 17 mil”, isso em um tom e com um olhar querendo me fuzilar. Porém, eu completei (afinal, não podia mentir): “Não, ele disse Cr$ 15 mil e nem um centavo a mais”.

O moço foi embora, mãe queria me matar, mas não podia fazer nada, afinal, eu estava fazendo o certo, não a estava deixando mentir. E nunca mais me deixou presenciar nenhuma negociação. Nunca fiquei sabendo por quanto ela conseguiu vender o carro.

Em outra ocasião, uma grande amiga de minha mãe, colega de colégio a vida toda e quando jovem tinha sido Miss Manhuaçu, foi com sua filha lá em casa. Queria ajuda de mãe para comprar vestidos, etc, para a filha que era Miss Manhuaçu. A moça era alta, corpo muito bonito, porém de rosto não era bonita. Sua mãe, por sua vez, continuava linda. Não esqueço sua fisionomia até hoje.  Bela, elegante, alta, esguia.

Minha mãe ficou muito alegre em recebê-las e ajudá-las. Quando meu pai chegou em casa, contou o caso e disse que a moça não era bonita. Disse a verdade. No dia seguinte, a amiga de mãe retornou sozinha. Lá estava eu. E mãe foi elogiar a miss. Pra quê? “Sua filha é muito bonita, disse ontem para o Camilo”. Entrei no meio da conversa. “Disse não, mãe. Você falou que ela não era bonita. Que a mãe dela é que continuava linda”. Provoquei uma inimizade de anos.

Tempos depois, a tal amiga liga para mãe. Acho que o tempo cura tudo, ou então a vingança é um prato que se come frio mesmo. No meio a conversa informou que os netos estavam fazendo o maior sucesso como cantores. Ela é avó da dupla Victor e Leo. Para mãe não adiantou muito, porque não conhecia os rapazes. Mas  o telefonema serviu para retomar a amizade. Os rapazes têm de onde puxar a beleza.

 Moramos juntas grande parte da vida, ela me ajudou a criar minha filha Luisa, já me tirou de muitos apertos. Também cuidei muito dela em todas as suas doenças. Quero aproveitá-la ao máximo, enquanto puder.

Que venham ainda muitos aniversários.

Isabela Teixeira da Costa

Salvar

No sossego do campo com minha mãe

Desfrutando da paz de Deus com minha mãe.

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Minha mãe mora em um sítio. Pode-se dizer  é um lugar privilegiado, pois fica dentro da cidade, mas não se ouve nada. É um sossego só. Como ela costuma dizer: “Estamos na paz de Deus”. É assim mesmo que nos sentimos.

Se pudesse descrever a paz de Deus, acredito que seria desta forma: quando saímos do caos da cidade grande, e assentamos em uma cadeira no jardim, onde podemos olhar para a bela natureza que Ele criou, e ouvir o silêncio, interrompido vez ou outra pelo canto dos pássaros, e uma grande tranquilidade invade nossa alma. Em alguns momentos vem uma brisa suave para quebrar o calor do sol.

 

jardinsÉ muito bom. Nem os problemas conseguem ocupar nossa mente. E ficamos ali, olhando a paisagem e jogando conversa fora. Eu aproveitando a companhia da minha mãe, que está com 89 anos, e, como sofre com o mal de Alzheimer, fala coisas, hora profundas, hora de tamanha ingenuidade que me comove. Dá vontade de rir e ao mesmo tempo me entristece. Um misto de emoções difícil de decifrar e enfrentar.

Certa vez, o médico e amigo José Salvador Silva me disse que o Alzheimer é a melhor doença para o doente e a pior para a família. Nunca vi uma verdade tão verdadeira. Minha mãe está na dela, numa boa, mas como é difícil ver que está deixando de ser a minha mãe.

Isso mesmo, aquela pessoa com quem convivi a vida inteira. Forte, alegre, engraçada, independente, de personalidade, altiva, briguenta, que se posicionava. Simpática, querida por todos, que contava casos e mais casos e mantinha todos em sua volta, rindo muito.

Agora, está frágil, silenciosa, em alguns momentos com olhar perdido e até desapontado porque percebe suas limitações e se sente constrangida. Tem horas que nota seus esquecimentos e se envergonha, porém, tenta despistar. Este desapontamento leva a uma agressividade momentânea que percebemos ser a única defesa que lhe resta. Isso me mata por dentro.

Como fazer? Como blindar tudo isso para não desabar? Como ficar insensível ou não se deixar atingir por tudo isso que vivemos? De onde tirar forças para enfrentar cada dia que notamos uma piora? Como despistar minha tristeza diante dela, quando, abraçada a mim, pergunta onde está sua filha, e sou obrigada a responder: “estou aqui, mãe”, de um jeito que ela não fique desapontada?

A arte de cuidar de uma mãe, pai ou qualquer ente querido nesta situação só se pauta em uma coisa: no amor. O amor nos capacita e nos fortalece. Deus nos deu princípios sábios que devemos seguir e o principal deles foi o amor.

Se lembrarmos do tamanho do amor que nossos pais sentem por nós, e de tudo o que fizeram por nós, com tanto amor, carinho e paciência desde que nascemos, e do tamanho do nosso amor por eles, saberemos que é só uma questão de retribuição, com amor. Continue lendo