Próxima terça comemora-se o Dia Mundial do diabetes, doença perigosa e silenciosa que atinge mais de 18 milões de pessoas no Brasil.
Na próxima terça-feira, 14, é comemorado o Dia Mundial do Diabetes, data criada em 1991 pela International Diabetes Foundation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para conscientizar as pessoas sobre os perigos da doença, que afeta quase 9% da população, o que corresponde a mais de 18 milhões de pessoas. Com este expressivo número, o mais grave é que em 10 anos o número de casos cresceu cerca de 62% no país. Os médicos ressaltam que o mais importante é prevenir.
De acordo com a endocrinologista Livia Faccine, do Hospital Santa Paula, o aumento é resultado da falta de cuidados de rotina com a saúde e o estilo de vida cada vez mais acelerado com pouca atenção à alimentação. “Os problemas decorrentes da urbanização, como estresse e falta de tempo, muitas vezes levam o indivíduo à má alimentação e ao sedentarismo que, somados à predisposição genética, podem resultar em sobrepeso e obesidade. Juntos, esses são fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes, uma doença crônica e silenciosa com a qual o paciente deverá conviver durante a vida toda”, relata a médica.
É impressionante o grande número de pessoas que possuem a doença e não sabem. Com frequência a TV Alterosa faz em BH e cidades da Região Metropolitana a Caravana Alterosa, que traz vários serviços de utilidade para o cidadão, entre eles, medição de glicose. Não são poucos os resultados com altos índices glicêmicos. Várias vezes o carro da TV já precisou levar pessoas do exame diretamente para o Pronto Atendimento hospitalar pois apresentavam resultados máximos na máquina, que é 600mg/dl. E quando são informados dos valores ficam surpresos dizendo que nunca souberam que tinham problema de glicose. É assustador ver como a glicose no sangue pode chegar a índices tão altos sem ter nenhuma alteração no estado normal do corpo.
Apesar de existirem diferentes tipos da doença, os mais conhecidos são o diabetes tipo 1 e o tipo 2. O tipo 1 é caracterizado pela falência das células beta no pâncreas e é mais comum em pessoas com idade abaixo dos 35 anos. Já o tipo 2 ocorre por resistência à ação da insulina, tendo a obesidade como um dos principais responsáveis, e é este tipo o de maior incidência no país. Entre a população com escolaridade baixa a incidência do diabetes é quase três vezes maior porque têm menor conhecimento sobre a doença e portanto não sabem prevenir.
Segundo Livia Faccine, os sintomas do diabetes tipo 1 podem incluir excesso de sede, perda de peso repentina e acelerada, fome exagerada, cansaço, vontade de urinar com frequência, problemas na cicatrização, visão embaçada e, em alguns casos, vômitos e dores estomacais. Já o diabetes tipo 2, o comum, não apresenta sintomas, exceto quando a glicemia está muito elevada, aí pode-se apresentar os mesmos sintomas do diabetes tipo 1.
Números divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que o diabetes afeta mais mulheres do que homens. Enquanto 7,8% dos brasileiros foram diagnosticados com a doença, 9,9% das mulheres do país apresentam a doença. “O diabetes exerce um impacto maior nas artérias femininas do que nas masculinas. O fato é comprovado cientificamente, mas ainda não se sabe a razão”, relata a médica.
O tratamento inclui medicações de uso oral e opções injetáveis, como a insulina. Há vários tipos de insulina no mercado, algumas de ação rápida, outras de ação lenta, e a combinação delas são necessárias em alguns casos. Associado ao uso das medicações, é preciso fazer uma dieta com carboidratos complexos (farinha integral e sem açúcar), perder peso quando for o caso e realizar atividades físicas, tanto aeróbicas quanto anaeróbicas.
Isabela Teixeira da Costa