Por que sentimos mais dores de cabeça no inverno?

Dores de cabeça no inverno podem estar relacionadas com a alimentação, infecções ou alergias respiratórias.

Papo Empreendedor AfirmaTudo o que diz respeito a dores de cabeça e enxaqueca me interessam porque eu sofro com o problema. Graças a Deus e a neurologista Renata Lysia Soares Lima Farneze as crises agora, são raras. Porém, antes de começar o tratamento precisava correr ao hospital, pelo menos duas vezes por mês, para tomar medicação venosa para dor.

O frio pode chegar acompanhado de outros incômodos, como dor de ouvido, garganta ou cabeça. Nessa época do ano, o corpo entra em vasoconstrição, ou seja, os vasos sanguíneos da superfície da pele se contraem para inibir a perda do calor corporal.

A dor de cabeça é um sintoma comum para muitas doenças diferentes. A professora e otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez, explica que as dores de cabeça no inverno envolvem as vias respiratórias e as mudanças alimentares. “As inflamações e infecções respiratórias mais comuns no inverno são as rinites, sinusites, amigdalites e faringites. Em geral, elas provocam dor ou desconforto no nariz ou na garganta, febre baixa ou alta e, muitas vezes, dor de cabeça pelo próprio estado inflamatório ou infeccioso”.

Vamos mostrar as diferenças entre cada um dos problemas para que você saiba identificar melhor:

– Rinites: inflamação crônica ou aguda da mucosa que reveste internamente o nariz e pode ocorrer por vírus ou bactérias.

– Sinusites: inflamação nos seios da face, que são regiões ósseas ao redor do nariz e dos olhos.

– Amigdalites: inflamação e inchaço nas amígdalas, sendo mais frequente em crianças e adolescentes.

– Faringites: inflamação que costuma causar dor ou desconforto na faringe, que é a região do fundo da boca.

Segundo Tanit Sanchez, nesses casos é necessário iniciar tratamento medicamentoso da infecção para acabar com as dores, inclusive a dor de cabeça provocada em consequência desses males.

Com as temperaturas mais baixas, o corpo exige o consumo de alimentos que liberam energia para mantê-lo aquecido. “Dessa forma, aumenta muito a ingestão de carboidratos como pães, sopas e massas em geral, e alimentos com alto teor de gordura como os queijos, fondues, dentre outros, que alteram o nosso metabolismo diretamente”, complementa a especialista.

Isso sem falar nos alimentos ricos em cafeína como chocolates, cafés e chás. Quando consumidos em excesso, podem aumentar a chance de provocar dor de cabeça, além de zumbido, ouvido tampado e até tonturas. Para quem não sabe, eu era viciada em coca-cola, há cerca de quatro anos decidi parar e cortei radicalmente refrigerantes. Fiquei dez dias com uma dorzinha de cabeça chata, que não parava com nenhum medicamento, nem mesmo os fortes que tomo quando tenho crise brava de enxaqueca. Liguei para a minha médica, Renata Farneze, e depois de ouvir muitos parabéns, ela disse que era o corpo sentindo a falta da cafeína, mas que passaria. Passou mesmo.

“Para evitar esses problemas, é necessário manter cautela na ingestão desses alimentos, principalmente no inverno. Como a relação da dor de cabeça com os erros alimentares é menos conhecida, nem sempre se faz o diagnóstico correto. Com isso, as pessoas tentam controlá-la usando analgésicos várias vezes ao dia, quando deveriam apenas readequar a alimentação. Por isso, ao surgir qualquer sintoma frequente, é indicado procurar um médico para que o problema não se torne crônico e de difícil tratamento”, finaliza Tanit Ganz Sanchez.

Outra coisa que aprendi com a neurologista Renata Lysia Farnese: cometemos um grave erro. Sempre que estamos com dor de cabeça tomamos analgésico, e a medida que a dor aumenta, aumentamos a quantidade do analgésico. Isso é muito errado porque o organismo se acostuma com a dose do remédio e pede mais e mais. Por isso, existem outras medicações para serem tomadas, no lugar do analgésico, que entra como complemento, e não como medicação principal.

Se sofre de dor de cabeça, não se automedique, procure um médico. Quando passei a ter que ser levada ao hospital – já faz mais de 15 anos que não passo por isso –, ingeria sete Neosaldinas de uma vez. Estava a ponto de me intoxicar de remédio. Cuidado.

Isabela Teixeira da Costa

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