Endorfina, ela existe?
Todos dizem que a endorfina é o hormônio do prazer. Mas ela existe mesmo?
Sou sedentária assumida. Mas sei que preciso fazer exercício físico. Não precisa ser muito, porém deve ser constante, quase uma rotina. Apesar do sedentarismo, sempre tentei fazer ginástica. Acredito que fui das melhores clientes de academia da cidade. Fazia o exame médico, matriculava, pagava o semestre, comprava roupa, ia umas quatro vezes e não voltava mais. Isso desde a minha juventude.
Quando malhar virou moda – põe tempo nisso –, acho que é a única que não sai de moda, os amigos começaram a falar que eu tinha que persistir, porque a endorfina chega e aí eu não conseguiria parar. Mas persistência e malhação são duas palavras completamente destoantes no meu dicionário.
Há três anos, fiz uns exames que deram alterados. Colesterol, glicose, triglicérides e pressão, sem contar nos quilinhos, que sempre foram acima do desejado, mas como sou inimiga da balança, não sei por qual casa eles andam. Diante desse cenário, não me restou outra alternativa a não ser pegar no pesado.
Comecei a caminhar, diariamente, uma hora em ritmo acelerado. Doía o corpo todo. Comentava com os amigos e todos me davam o maior apoio. E a fala era a mesma: “Daqui a pouco vai liberar a endorfina, vai dar uma sensação de energia, seu dia vai ser melhor. Você vai ter o maior pique. Vai viciar em ginástica. Daqui a pouco vai estar em uma academia, com personal”.
Acordo cedo, isso nunca foi problema. Mas ia caminhar parecendo que estava indo para a forca, falando para mim mesma: “A endorfina está vindo. Ela vai chegar”. Cinco meses depois, nada de endorfina. Bom, a tão famosa substância natural é produzida pelo cérebro, na glândula hipófise. Segundo dizem, ela acalma, relaxa e provoca aquela sensação de que nada pode nos tirar do sério. Durante e depois de uma atividade física gera bem-estar e prazer. É considerada um analgésico natural, reduzindo o estresse e a ansiedade, aliviando as tensões e sendo até recomendada no tratamento de depressões leves.
Das duas, uma: ou minha hipófise está com um sério defeito de fabricação e eu tenho que bater um papo com Deus, ou a endorfina me odeia. Eu e ela devemos ter uma total incompatibilidade de gênios. Depois de cinco meses de intensas caminhadas ela não deu nenhum sinal de vida. Nenhum trailer sequer, para avisar: “Estou chegando, continua firme”. Nada disso… Cansei e parei.
Sei que muita gente ama malhar. Minha irmã precisa fazer ginástica, ela se dá bem quando vai à academia, acho que é essa sensação de bem-estar. E como ela, conheço várias. Porém, conversando com outras amigas, descobri muitas que malham, mas não viram nem cheiro da endorfina. Continuam porque não abrem mão de um corpo saudável, de ficar magras, de manter a resistência física. Mas sofrem, vão para a academia como um boi vai para o matadouro. Não sou tão disciplinada assim.
Mês passado teve a corrida da Savassi. A Savassi Criativa e Academia BodyTech convidou umas pessoas para participar de um treinamento que englobava preparação física e nutricional. As pessoas malhavam lá, com acompanhamento médico e de personal, e almoçavam em um restaurante natural com orientação de um nutrólogo. Programa muito bacana. Um amigo meu participou, mas apesar de todo o treinamento, também não encontrou a endorfina. Deu muitas escapadelas e não conseguiu correr. Mas marcou presença.
Abro aqui, nos comentários, espaço para entendidos no assunto me orientarem em como me tornar amiga dessa substância que se mantém tão arredia.
Isabela Teixeira da Costa
9 Comentários para "Endorfina, ela existe?"
Esse negocio de endorfina é pura ilusão…nao existe, é igual religiao ou vc cria uma coisa imagiaria e aceita ou vive a realidade
Olá, caminhar dificilmente eleva o batimento cardíaco a um nível que faça a diferença na produção de endorfina. Tente aplicar o seguinte: subtraia a sua idade de 180 e depois subtraia mais 5. Pra alguém de 40 anos, por exemplo, a conta é 180-40-5 = 135. Use um monitor de batimentos cardíacos e procure uma atividade capaz de deixar seus batimentos por minuto em torno do número resultante. Vale corrida leve, pedal, pular corda, subir escada… Meia hora basta. A endorfina virá.
Beijos, depois me conta se deu certo.
PS: se quiser saber de onde eu tirei esses dados, google: phil maffetone, formula 180
Vou tentar. Obrigada
Qualquer um que se aprofundar um pouco mais em psicofisiologia sabe que a endorfina existe sim, isso já é mais que comprovado. O negócio é saber a partir de quando há alteração no corpo. No meu caso, eu já percebi que alguns exercícios de fato não fazem diferença no meu humor. Mas outros, especialmente os que exigem mais (aeróbicos ou anaeróbicos), me deixam super animada. Não é atoa que eu malho cedo, pq fico o dia todo com a sensação de bem estar.
Concordo com Augusto.
Olá Isabela, na minha opinião, não é tão simples como as pessoas dizem. Criei o hábito de fazer atividade física todos os dias da semana, descansando aos fds, definitivamente nem todos os dias saio da academia e percebo a endorfina, apesar de ter dias em que sou invadida por uma animação e bem estar imensos. Mas por outro lado observei que se fico muitos dias (além da pausa normal do fds) sem atividade me sinto desanimada e até meio triste, interpretei isso como a falta dessa endorfina em nível “médio”, pouco perceptível. Então acho que não se trata de receita de bolo, cada um vai encontrar de formas diferentes, como disse tb o nosso colega aí nos comentários.
Ja procurei muito a endorfina por muitos anos e por todos os lados, porém esta substâncias
não aparece.
Prometo a mim mesma dar um jeito na malhação.
Mas que jeito?
Te aconselho a consultar um médico terapeuta funcional. E sério. Cada um e cada jm. Você pode estar com desequilíbrios internos. Cuide-se. Mas ouça quem realmente poderá diagnosticar.
Eu vou tentar tbem…. quem sabe esta tal endorfina aparece para mim tbem.