Emagrecer não é fácil
A luta contra a balança não é fácil de vencer.
Muitas pessoas olham para uma pessoa acima do peso e pensam ou até mesmo comentam como que a pessoa chega a este ponto, porque não emagrece, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Se fosse, não existiria gordos no mundo.
Ninguém quer ser gordo, obeso. Isso não significa que todos queiram ser magros. Essa magreza dentro do padrão estipulado pela sociedade. Ao contrário, muitas pessoas preferem ter corpo, como diz um amigo, sustância. Mas obesidade, ninguém quer.
Nunca fui magrinha. Já tive épocas de usar manequim 42, porém, grande parte da minha vida fui um pouco acima do peso padrão. Por causa disso já fiz de tudo o que se pode imaginar para emagrecer. Ouvia falar em um médico novo, uma dieta nova, lá estava eu.
Não consigo lembrar a quantidade de tipo diferente de remédios que tomei. Teve uma época que cheguei a tomar umas injeções na barriga, acho que era toda semana. Já fazem tantos anos que não lembro. E sempre vivi o efeito sanfona. Depois de tanta loucura fiz um propósito de nunca mais tomar remédios para emagrecer.
Este é o grande problema, não adianta fazer nada se não mudarmos nossa cabeça, nosso olhar. Quando um gordinho chega em um restaurante self-service, seu olhar vai direto para as comidas mais calóricas, ele gosta de comer doce. Quantas vezes cheguei em um restaurante para jantar e antes mesmo de escolher meu prato, escolhia a sobremesa. É o famoso olho maior do que a barriga.
Agora, a cirurgia bariátrica resolve a questão de emagrecimento dos obesos mórbidos, o grande problema é que eles continuam a pensar como gordos, depois da cirurgia, aí querem comer, mas não conseguem e passam mal. E como o desejo de comer é muito grande, acabam trocando a compulsão de comida por bebida ou por leite condensado, e acabam engordando novamente.
Segundo a psicóloga e coach em emagrecimento, Michele Intrator, emagrecimento é um processo. “Ouço muitas pessoas dizerem que é ‘só fechar a boca’, mas não é por aí. Se fosse simples seguir uma dieta, todo mundo estaria esbelto, mas mudar hábitos não é algo simples e é por isso que a reeducação alimentar começa na cabeça. Se você está correndo na esteira da academia, você não vai desligá-la de uma hora para outra, porque você vai cair. É o mesmo raciocínio para dietas”, diz.
A psicóloga ressalta que é primordial aceitar que o processo de emagrecimento não é perfeito. Se você não resistiu àquele brigadeiro depois de comer a salada no almoço, não significa que sua dieta é um fracasso. Ter flexibilidade é fundamental. O acompanhamento de um profissional em nutrição também é imprescindível para prescrever a melhor combinação de alimentos. Você aprende que não precisa passar fome e nem se privar dos prazeres da mesa para emagrecer e, assim, gradativamente e sem perceber surge um novo estilo de vida.
A especialista dá dicas de coisinhas para se fazer no dia-a-dia, que treinam o pensamento e evitam a autosabotagem:
- Se livrar dos lanchinhos engordativos. Se você procura deixar chocolatinhos, bolos, ou qualquer outro tipo de docinho dentro da sua gaveta no trabalho, do criado-mudo em casa, ou até mesmo na geladeira “para não desperdiçar”, mude isso. “Dificulte seu acesso a essas tentações.”
- Se for a um buffet self-service, olhe tudo o que está ao seu dispor primeiro, antes de começar a colocar no prato, assim você já tem uma ideia do que escolheria e não acaba pegando “um pouquinho de cada” e enchendo mais o seu prato.
- Aprenda a distinguir necessidade de desejo. Identifique o que você sente e pensa antes de comer. Não coma no automático.
- Se ocupe o máximo possível. Isso ajuda a canalizar a sua ansiedade e diminui o a vontade de comer.
- Diminua o tamanho dos pratos. Assim suas porções também reduzirão.
- Evite comer vendo TV. “Seu cérebro não estará completamente focado na comida e demorará a reconhecer a saciação.”, ressalta.
Isabela Teixeira da Costa