E a tocha olímpica passou por BH

A tocha olímpica marcou presença na cidade.

Estava louca para ver a passagem do “fogo eterno”, me programei no sábado para ir cedo para a Pampulha, mas nem sempre as coisas ocorrem como imaginamos. Minha filha está de partida. Na quinta-feira, ela embarca para Anagé, sertão da Bahia, onde inicia uma nova etapa de vida como missionária. Está terminando seu último trabalho aqui e saiu de casa às pressas me pedindo algumas tarefas.

Pronto, larguei tudo para atendê-la. Fiz com alegria, mas tive que mudar meus planos.

Desde que foi anunciada a Olimpíada do Brasil fiquei doida. Sempre sonhei em ir aos jogos olímpicos, mas era impraticável pela distância, altos custos, trabalho, etc. Mas aqui, na minha terra… Não poderia perder.

Entrei no site, me cadastrei para o sorteio da compra antecipada, comprei passagem aérea e o maior problema: hospedagem. Como não vou ficar o tempo todo, não consigo achar local para ficar. Ninguém quer alugar por poucos dias, nem hotel nem particular. Ainda não resolvi este problema.

Quando comecei a selecionar as modalidades que queria assistir fui entrando no clima olímpico. Sonhando com todos os esportes que gosto e que a TV não dá muito espaço como a ginástica rítmica, nado sincronizado, salto ornamental. Tênis e vôlei também estão garantidos.

Mês passado, Ivan Drummond – meu colega de redação –, me chamou e mostrou o vídeo do Luciano Huck, dizendo que ele tinha sido selecionado para carregar a tocha olímpica. Fiquei tão emocionada. A escolha foi por vários motivos: ele é o terceiro de uma geração de jornalistas esportivos, já cobriu várias olimpíadas, o Mineirinho recebe o nome de seu pai Felipe Drummond, e ele tem uma história de superação, há dois anos tirou um tumor do cérebro e se recuperou totalmente. Merecidíssimo.

Não fui, mas minha amiga Heloísa Silva esteve lá e me mandou muitas fotos. Me contou como foi emocionante. Ela acompanhou desde a Igrejinha da Pampulha até o Mineirão, conversou com várias pessoas que carregaram a tocha. Emocionou-se com as histórias de superação de cada uma e principalmente quando Nalbert acendeu a tocha de Ivan que saiu do Mineirão com lágrimas nos olhos.

Na edição de domingo do Estado de Minas, Ivan Drummond fez a matéria da cobertura da passagem do “fogo eterno” por Belo Horizonte, e escreveu um texto emocionante contando o que sentiu. Transcrevo aqui um trecho:

“Chegou o momento de descer e me posicionar. Dentro do Mineirão sou surpreendido: Nalbert acendeu a minha tocha. Não resisti. Os olhos se encheram de lágrimas. Estava ali, com o símbolo maior do olimpismo, como que saindo do Olimpo carregando o fogo sagrado. Não sabia se conseguiria correr 250 metros. Consegui. Para dizer a verdade, nem vi o tempo passar. Queria mais. Mas o que vale é que realizei um sonho. Além de repórter em seis edições dos Jogos Olímpicos, agora faço parte da história, carreguei a tocha. Inesquecível”.

Tive outro motivo para ficar feliz. Meu sobrinho Álvaro Cotta Teixeira da Costa, gerente de marketing da Novo Basquete Brasil (NBB), também carregou a tocha. Todos dois ganharam de presente o símbolo que carregaram. De uma coisa eu tenho certeza, se não conseguir ir à Olimpíada por falta de hospedagem, foto com a tocha está garantida.

Isabela Teixeira da Costa

Comentários