Adeus inverno, bem-vinda primavera
Hoje é o último dia do inverno, amanhã chega a primavera.
Parece piada, mas não é: hoje acaba o inverno. Agora eu pergunto, que inverno? Por incrível que pareça com as altas temperaturas que estão fazendo nas últimas semanas, ou melhor, há mais de um mês, é difícil lembrar que ainda estamos em pleno inverno.
Se tomarmos como base este período podemos ter uma noção do que vamos enfrentar na primavera e no verão que vem por aí. Não será brincadeira. A média histórica de temperatura em setembro é de 27°/17°, este ano a variação ficou bem mais alta, elevando a média para 30°/16°, e o mês ainda não acabou, o que pode provocar um crescimento ainda maior da média histórica.
Para não ser muito injusta, tivemos sim uns dez dias de frio em junho. E foi muito frio. A temperatura variou de 21°/11° com sensação térmica mais baixa ainda. Deu para tirarmos os casacos e blusas de lã do guarda-roupa para eles respirarem um pouco. E os lojistas tiveram, neste período sua tão esperada venda da estação.
Não posso me tomar base porque sou muito friorenta. Quando era jovem, certa vez minha mãe me disse: “depois que você se casar, na primeira noite de inverno seu marido pede divórcio”. É que os pijamas de frio nunca foram suficientes para mim. Sempre complementei a indumentária com meia e dependendo do frio da noite, com cachecol, luvas e gorro. E nada combinava com nada. Se meu pé não esquenta, continuo sentindo frio. Sou daquelas que até no verão costumo dormir com uma manta leve. Percebi que o clima realmente está mudando no último verão quando tive que abrir janela e tirar a coberta para conseguir dormir.
Tenho uma colega de trabalho, a Heloisa Silva, nunca vi uma pessoa como ela. Não sente frio. Vive de manguinha curta, só usa vestido. Quase sempre está suando. Não bastasse o ar condicionado de nossa sala, ainda colocou um ventilador de mesa na sua frente, e vez ou outra liga o pequeno para dar um frescor a mais. Em junho ela foi trabalhar de manga comprida, e alguns dias até de gola rolê. Cheguei a comentar com ela que devia estar gelado mesmo.
Lembro de quando era pequena. As estações do ano existiam de verdade aqui em Belo Horizonte. O que dói mais é saber que a responsabilidade de todo este desarranjo no clima de nossa cidade, país e planeta é culpa única e exclusiva de nós, homens. Nossa inconsequência e ganância está destruindo nosso habitat. Todos sabem disso e ninguém faz nada, efetivamente, de âmbito mundial, para dar um basta em tudo isso, para ver se não pior mais ainda.
Já estamos sentindo a escassez da água. Lembro como se fosse hoje, há cerca de 20 anos, quando este assunto começou a ser ventilado, um jornalista conhecido de quase toda a turma da redação do Estado de Minas, na época, disse “em off”. Esqueçam disso. É papo furado com interesse por trás. A água não vai acabar, sem chance, tem muita, para durar séculos. Hoje, estamos com controle do uso da água no Estado de São Paulo e já foi necessário fazer no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Bem, amanhã chega a primavera, a estação da beleza. A perfeição da criação de Deus, onde Ele não poupou sua criatividade. As cores que existem na natureza, a beleza das flores e sua delicadeza encantam a todos. Não conheço ninguém que não goste de flor. Conheço quem tem alergia, porém, apesar dela, não deixa de admirar e achar linda estas plantas decorativas.
Com a primavera também chegam algumas chuvas. Será? Tomara! Estamos precisando muito. Só espero que o homem não consiga acabar com as lindas flores.
Isabela Teixeira da Costa