E o consumidor? Que se dane!
As empresas no Brasil continuam sem respeitar o consumidor.
É impressionante como as empresas não respeitam o consumidor aqui no Brasil. Vou relatar o que ocorreu com uma amiga querida, Ticha Ribeiro, produtora de moda da melhor qualidade, é de estarrecer. Se fosse nos Estados Unidos ou na Europa com certeza o rumo da prosa seria outro, completamente diferente. Nunca vi tamanho descaso e desrespeito. Veja se não estou com a razão:
Ela comprou um tênis Nike em São Paulo, porque aqui em BH não encontrou a cor que queria. Segundo o vendedor, tratava-se de um calçado de grande tecnologia de conforto para os pés, a maior já criada.
O rapaz gastou um tempo explicando que era como caminhar nas nuvens, pois foi inspirado nos corredores africanos que corriam descalços. Disse que não precisa nem usar meias, de tão macio que era.
Bom, ela levou a maravilha para casa, até porque o design agradou muito. Já tinha visto aqui, só não tinha gostado das cores disponíveis, depois então, de entender o supra sumo que era, juntou a fome com a vontade de comer. Pagou R$ 800 pelo tênis novo.
Porém, quando chegou em Belo Horizonte, logo no primeiro uso teve a maior decepção da vida. Foi ao Diamond Mall e com menos de uma hora de andança seu calcanhar já estava escalavrado. Passou na loja da Nike que tem por lá e mostrou aos vendedores o estado do seu pé e eles disseram que uma única cliente tinha tido o mesmo problema, que a tira presa na meia estava com defeito.Viram que o tênis dela estava nas mesmas condições.
Como ela tinha comprando em São Paulo, não poderiam fazer a troca na hora e passaram o contato do SAC para fazer a reclamação, explicar a situação e pedir a troca.
Ticha ligou para a Nike, mandou as fotos do machucado com menos de 1 hora de uso, fotografou o tênis mostrando que estava intacto e recebeu uma resposta no mínimo desrespeitosa da Nike.
Veja na íntegra a resposta da Nike:
Resposta da Nike: “Agradecemos o contato. Informamos que o desconforto relacionado ao uso ou tamanho do produto não caracteriza um defeito/vício de fabricação. A troca por motivo de insatisfação com a cor, tamanho ou modelo deve ser negociada junto ao comerciante, sendo que este não tem a obrigatoriedade em seguir com a troca. Atenciosamente, Nike Brasil”
Como assim? Disseram que desconforto – num tênis que promete MÁXIMO CONFORTO –, não é motivo para troca. Eu heim, não se trata de desconforto e sim de ferir o pé de um usuário. Eles foram incapazes de recolher o tênis para fazer uma análise e ver se realmente tinha algum problema. E sugeriram que ela estava querendo trocar porque não gostou do modelo ou da cor. Como, se comprou em outro estado exatamente por ter gostado da cor!!
Uma empresa global deveria ter uma conduta global. Queria ver se eles dariam uma resposta como esta aos consumidores nos EUA ou Europa. Bom, minha amiga está com um elefante branco da Nike.
Não satisfeita ela ligou para lá novamente, se identificou, disse que era produtora de moda, respeitada, que era uma consumidora consciente, que não queria trocar por causa de modelo ou cor, que jamais faria isso. Pediram um minuto e retornaram dizendo que a primeira resposta prevalecia.
Decidiu ligar para a loja em São Paulo, falou com o vendedor e sabem o que ele disse? Para ela comprar uma meias da Nike ótimas, que tê proteção no calcanhar. Como assim? O tênis não foi vendido com a propaganda que era para ser usado sem meia? Agora, para tapar o problema querem enfiar guela abaixo meias acolchoadas e ganhar mais dinheiro da “boba” que caiu no conto do vigário e vai ter que amargas o encalhe e o prejuízo de R$ 800. Ticha, faz reclamação no Procon, entra no juizado de pequenas causas, e envie tudo para a Nike internacional para eles verem como a Nike Brasil está destruindo o nome e a imagem da empresa, que já tem suas manchas por causa da exploração de mão de obra barata em países subdesenvolvidos.
Isabela Teixeira da Costa