Como prevenir o cálculo renal

De acordo com dados da OMS, de 10 a 15% da população mundial sofre com cálculos renais pelo menos uma vez ao longo da vida. Diversos são os fatores que influenciam neste quadro.

Quem me segue sabe que estou passando por um tratamento de retirada de cálculo renal. Tive uma crise no início de setembro, passei por um procedimento no Hospital Felício Rocho e, na última sexta-feira, passei pelo segundo procedimento para retirada dos cálculos que ficaram dentro do rim. O meu urologista, dr. Francisco de Assis Teixeira Guerra, disse que devo ir a um nefrologista para descobrir o que pode estar causando meus cálculos, já que tive duas crises no final de 2015, passando por três procedimentos.

Mas jornalista é curioso, não fica quieto e antes mesmo de marcar consulta com o nefrologista, já comecei minha pesquisa. Descobri que os cálculos renais são formados pelo acúmulo de cálcio, ácido úrico, oxalato (um sal) ou cistina (um aminoácido), dentro dos rins ou nos canais urinários. Segundo a nefrologista da  Unesp, Fernanda Carvalho, esse problema ocorre principalmente em quem tem um defeito no metabolismo, provocado por hereditariedade. A pessoa precisa já ter a predisposição para desenvolver as pedras, porque seu organismo excreta em excesso essas substâncias, que se acumulam nos rins.

Além dessa tendência natural, existem outros fatores que podem provocar o surgimento das pedras: pouca ingestão de água (principalmente no verão) ou dieta muito rica em sal e carne vermelha. Quando li isso vi que estava lascada. Nunca fui de beber muita água, depois que fiz minha cirurgia bariátrica só bebo água, mas não cabe muito, então vai de pouquinho em pouquinho. Como tenho que priorizar proteína, como carne, tá certo que é pouca quantidade, mesmo assim, são coisas do grupo de risco. Lasquei-me.

Felipe Hadad e Antônio Paulo Branjão

Dentro dos rins, existem cerca de 1 milhão de estruturas chamadas néfrons, que funcionam como filtros, descartando o que não serve para o organismo e reabsorvendo o que é benéfico, principalmente água. Segundo o nerologista Luis Cuadrado Martin, quando há pouca ingestão de líquido, ocorre uma concentração maior das substâncias que podem formar o cálculo. Quando ingerimos sal, os rins trocam o sódio presente nele pelo cálcio, liberando uma quantidade maior dessa substância, que é a causadora de cerca de 50% dessas pedras. Já no caso da carne vermelha, suas proteínas diminuem a capacidade que o rim tem de dissolver as substâncias em seu interior.

O nutricionista Felipe Hadad Myrrha, aqui de Belo Horizonte tem feito excelentes trabalhos com atletas e pessoas que querem entrar no mundo fitness, e ele tem postado ótimos artigos no seu instagram @felipe.hadad. Um deles foi sobre cálculo renal.

Segundo Felipe, a formação do oxalato de cálcio nos rins ocorre, na maioria das vezes, quando o oxalato é produzido pelo próprio corpo (e não ingerido por meio da dieta). Neste caso, há a possibilidade de suplementos de cálcio aumentar as chances de um cálculo renal, principalmente quando outros micronutrientes estiverem deficientes, pois haveria uma reação do oxalato com o cálcio nos rins.
Hadad afirma que as fontes dietéticas de oxalato não provocam cálculos renais, quando há um aporte adequado de cálcio na dieta. Neste caso, o contato entre essas duas moléculas ocorre no intestino, o que diminui a absorção renal de ambos. Nesta hipótese o consumo do cálcio reduziria as chances de cálculo renal. Temos então duas hipóteses, uma em que o consumo de cálcio é benéfico e outra em que é prejudicial.
O que fazer em caso de necessidade de suplementação de cálcio por pessoas com histórico de cálculos renais e que produzem muito oxalato?
Felipe indica o uso na forma de citrato, pois reduzem a acidez urinária e isso diminuiria a reabsorção tubular renal de oxalato. Pode-se ainda combinar ao cálcio o citrato de potássio, que diminui a disponibilidade de cálcio na urina. Existe ainda uma relação interessante entre o oxalato de cálcio com o magnésio e a vitamina B6. Quando ocorre deficiência destes dois micronutrientes, o corpo pode aumentar a produção de oxalato. Por isso, valeria a pena também incluir o citrato de magnésio e a vitamina B6. Todos estes agiriam de forma sinérgica, de modo a prevenir o surgimento de cálculos formados por oxalato de cálcio.
Mas Felipe Hadad destaca que essa interação é uma pequena parte de todo um processo que precisa ser estruturado e individualizado, em especial às dosagens de cada mineral e vitamina.

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Cuidado com seu rim

Não descuide do rim, mesmo que nunca tenha tido nenhum problema com ele, porque a dor não vale a pena. Veja as dicas abaixo

Como disse há umas semanas atrás tive uma cólica renal e tirei várias pedras do meu rim esquerdo, ou melhor, tirei várias pedras da uretras e da bexiga, porque as que estão dentro do rim serão extraídas na próxima semana. Desde que tive a crise estou com o famoso cateter duplo J – que já virou meu amigo –, e evita que eu tenha nova crise.

Esta semana estive com meu médico, o urologista Francisco de Assis Guerra, do Felício Rocho, que me explicou tudo direitinho e já marcamos a próxima intervenção, com a sonda flexível, para retirada dos cálculos, que estão dentro do rim, e o meu amigão duplo J fica aqui em mim, drenando, alargando a uretra e evitando nova crise.

Em 2015, tive duas crises seguidas. Uma em outubro, no rim esquerdo, e 30 dias depois, outra crise, dessa vez com cálculos no rim direito. Nesse rim precisei fazer o mesmo procedimento de agora, 30 dias depois e também fiquei um tempão com o duplo J. Ou seja, Por três vezes, a cada 30 dias, tive intervenções nos meus rins – outubro, novembro e dezembro – , correu tudo bem, graças a Deus.

O problema é que nossa memória é curta para determinadas coisas. Achei que fosse só para política, mas não, para saúde também. Em vez de me afogar em água e líquidos depois de sofrer tanto, passado um tempo voltei à rotina e com ela reduzi a ingestão de água. Dois anos depois, nova crise renal, nova dor, nova peleja.

O problema maior é que depois da bariátrica não consigo mais me afogar em água. A ingestão de líquidos agora é de três em três goles, devagar. Mas tudo bem, não me arrependo, nem um minuto sequer, da cirurgia que fiz.

Mas recebi um material muito legal da minha amiga Nelva, casada com o competente médico oncologista Renato Nogueira, que nos orienta muito bem os cuidados que devemos ter com a saúde. Quanta água devemos tomar de acordo com nosso peso e a coloração da urina e os problemas que a alteração da cor podem ser. Vejam pelas imagens.

6 alimentos que desintoxicam

Abacaxi – é diurético e facilita a digestão

Gengibre – ativa o metabolismo e o trânsito intestinal

Couve manteiga – recarrega o ferro e é antioxidante

Laranja – desintoxica e acelera  trânsito intestinal

Berinjela – é digestiva, nutritiva e laxante

Melancia – tem ação diurética

 

Isabela Teixeira da Costa