Nunca é tarde para recomeçar

IMG_5904Depois de se aposentar, Leleta não conseguiu ficar parada, escolheu o que sabia e gostava de fazer e recomeçou.

Leleta Mares Guia trabalhou anos na Talento Joias, e sempre foi uma excelente vendedora. Só saiu de lá quando se aposentou e decidiu que ficaria no bem bom, na maré mansa. Por sinal, estava ansiosa para se aposentar e curtir os dias livres, sem compromisso, podendo sair com amigas, ir a cinemas, viajar quando quisesse curtir a casa, enfim, ficar por conta do a toa.

Isso é muito bom nos planos enquanto ainda trabalhamos, porém, na hora que isso se torna realidade, a coisa muda de figura. Com Leleta não foi diferente. A vida livre e na maré mansa cansou mais rápido do que ela imaginava, e começou a pensar o que fazer para ocupar o seu tempo.

“A primeira coisa era fazer algo que eu gostasse muito, que tivesse prazer e que fosse boa. Sou muito boa em vendas e gosto de vender. E gosto de coisa de casa, de mesa, e foi daí que surgiu a ideia do Leleta põe a mesa”, explica Leleta, que a cerca de 6 anos começou o seu novo trabalho.

O seu diferencial é o bom gosto e a criatividade. Leleta cria um desenho para o aparelho e uma indústria confecciona para ela. Ela manda bordar seus jogos americanos com os motivos que quer e faz os porta-guardanapos para combinar ou com o aparelho ou com o jogo americano. São esses detalhes que fazem toda a diferença na hora de montar uma bela mesa.

Duas vezes por ano ela faz uma mostra na Mares, montando várias mesas com seus produtos. O sucesso é tanto que no primeiro dia o grande número de vendas já obriga Leleta a refazer a maioria das mesas. No segundo semestre ela terá um corner fixo na loja.

Vejam na galeria as fotos da mostra que fica em exposição até sexta-feira.

Amor à mesa

driSentar em torno da mesa é momento de convivência importante que une pessoas.

Esta semana, a paisagista Carla Pimentel recebeu para um coquetel em sua loja e convidou minha amiga Adriana Vasconcelos Oliveira para falar um pouco sobre amor e flores à mesa. Nunca vi um tema combinar tanto assim com uma pessoa, como este combina com a Adriana.

Primeiro, porque as mesas da casa dela são sempre lindas. É impressionante o cuidado, capricho e charme que ela monta a mesa para todas as refeições, desde o café da manhã até o jantar, passando pelo almoço e o lanche. Sempre, e não é só para receber visitas, é natural dela, faz parte do dia a dia da casa.

Durante minha breve passagem como jogadora de tênis, fazíamos aulas juntas no prédio da Adriana, e de vez em quando jogávamos com a irmã dela, Kátia, que mora no mesmo prédio. Um dia cheguei varada de fome e falei que precisava comer algo antes da aula. Kátia ofereceu uma salada de fruta que tinha acabado de fazer. Subi até sua casa e a mesa de lanche estava linda. Percebi que este capricho e cuidado vem de família. Educação recebida por ambas da mãe, D. Cecília.

Segundo, porque Adriana sempre fez questão de reunir sua família e seus amigos em torno da mesa, porque ela sempre acreditou que a união em torno da mesa é cheia de amor. No bate-papo, durante o coquetel, Adriana falou uma coisa que além de ser muito bonita é de extrema importância e decidi contar aqui. Reunir em torno da mesa é importante, agrega, une e quando a mesa está bonita dá prazer estar em torno dela. Esta união em volta da mesa gera amor.

Fazer uma mesa bonita é importante porque atrai as pessoas. Dá prazer em sentar em torno de uma mesa bem posta, com charme. E isso é possível para qualquer pessoa, basta ter desejo e criatividade. Não é preciso ter louças caras, toalhas ou jogos americanos sofisticados, nem tão pouco porta guardanapos requintados. Com o que cada um tem em casa, usando a criatividade é possível fazer lindas mesas.

Minha filha fez um lanche para as amigas no Natal e arrumou a mesa que ficou uma graça. Pegou ramos de alecrim e fez como mini guirlandas, escreveu o nome de cada amiga em um pedacinho de papel e colocou em diagonal na guirlanda e usou isso como marcador de lugar. O porta guardanapo foi uma fita xadrez de vermelho e branco, que ela deu laços. Pura criatividade.

Voltando à fala da Adriana, ela contou que uma pessoa deu um conselho muito sábio que levou para sua vida: “não critique ninguém perto de seus filhos, para que eles não cresçam seres humanos críticos”. Em todas as conversas ao redor da mesa ela nunca criticou ninguém e sempre fez questão de mostrar a seus filhos o lado bonito das coisas e das pessoas. Cultivou a importância do bom humor desde o acordar, valorizar a beleza do dia, mesmo se estivesse chovendo.

Deu certo. A família é unida, são felizes, têm prazer em estar em torno da mesa,  conversam, se amam.

Comentando isso com a minha professora de pilates, Natália Mendes, uma moça nova, casada há pouco tempo, com uma filhinha linda que está para completar um ano, ela me disse que na casa de seus pais também era assim.

A família ficava junta, conversando. Nada de chegar em casa, ligar a TV e se alienar. Por sinal, ninguém tinha TV e computador no quarto. Almoço e jantar eram em família e depois todos ficavam conversando. Convivendo, coisa rara em família.

Princípios, valores e atitudes que se fossem repetidas por mais famílias, com certeza teríamos menos problemas na sociedade atual.

Isabela Teixeira da Costa