Dicas para inovar em seu negócio

Para o investidor Marcio Kogut, o maior erro cometido por empreendedores é não se mover.

Além da concorrência tradicional que está cada vez mais acirrada com a oferta de produtos e serviços em todos os mercados e setores, é preciso se preparar para sermos competitivos em uma era em que jovens empreendedores com DNA de inovação e startups enxutas estão mudando completamente a forma de como fazemos negócios e consumimos produtos e serviços. O investidor Marcio Kogut dá dicas para quem quer inovar em seu negócio.

– Comece inovando na gestão de TI da sua empresa –  Não existe iniciar um processo de inovação na sua empresa se o CTO (Chief Technology Officer) não estiver tecnologicamente atualizado, acompanhando as transformações digitais e focado em buscar inovação.

Durante mais de 15 anos prestando consultoria a diversas empresas, escutei desculpas sem fundamentos ditas por alguns profissionais para os executivos que acabavam criando uma sensação de pânico e medo abortando qualquer tipo de mudança, melhoria ou possível inovação.

A maioria dos CEOs não tem conhecimento profundo em tecnologias e por isso é obrigada acreditar na palavra do diretor de TI. Um dos exemplos que posso citar é a questão da computação em nuvem (cloud computing)

– Reveja toda sua tecnologia interna – Tenho absoluta certeza que 90% da tecnologia da maioria das empresas estão completamente ultrapassadas e custando infinitamente mais caras do que as tecnologias mais modernas de hoje. Desde links de internet, servidores de e-mails, equipamentos, softwares de gestão e de produtividade. Todos os equipamentos, softwares e a inteligência que você precisa para o seu negócio já existem melhores e mais baratos do que você usa atualmente através de SaaS (software as a service).

– Busque inovação fora ou crie uma equipe com autonomia – Para conseguir avançar com um processo de inovação dentro da sua empresa é necessário criar um time novo, pequeno (1 a 4 pessoas) com autonomia e sem vínculos de amizades internas. Conecte esse time a uma empresa de inovação corporativa para mapear as dores, definir estratégias e objetivos além de condicioná-los a pensar e agir com a mentalidade de empreendedores e startups.

– Promova encontros com empreendedores e seus startups – Os empreendedores e startups têm vontade e, principalmente, a disponibilidade para entregar uma solução rápida e resolver um problema de forma simples apenas com a expectativa de que, se conseguirem, a empresa poderá ser um cliente anjo.

– Planeje menos, execute mais – Criar processos de inovação em empresas leva tempo e, muitas vezes, fracassam pela burocracia e cultura de certa forma engessada. Independente de planejamento, não será nada fácil e rápido criar uma cultura de inovação para mudar completamente a realidade do seu negócio, por isso, não perca tempo e dinheiro planejando demais e inicie de forma simples e rápida.

– Pense grande e comece pequeno – Os inovadores bem-sucedidos “pensam grande” considerando a gama completa de futuros possíveis. Eles facilitam a inovação ao ousar buscar “pensamentos assassinos” para novos produtos e serviços que podem reescrever as regras e o negócio de uma companhia. Em contraste, os inovadores fracassados tendem a “pensar pequeno”. Eles assumem a postura de que a mudança radical não será necessária e que nada irá afetar o modelo do seu negócio no futuro.

– Não tenha medo de mudar completamente seu negócio – Uma prova de que esse tipo de decisão pode ser necessária e terá que ser encarada com coragem é a história da Kodak. Em 1975 um grupo de engenheiros da empresa desenvolveu a primeira câmera digital do mundo que pesava quase 5 quilos e fazia fotos apenas em preto e branco. As previsões estimavam que a câmera digital poderia se tornar viável num horizonte de 20 anos, mas os executivos preferiram manter a estrutura e negócio atual de vender filmes do que romper com a realidade e olhar para o futuro. Como se sabe, alguns anos depois a concorrência fez o negócio ruir.

 

Marcio Kogut tem 30 anos de experiência nas mais diversas tecnologias, é founder & CEO da Kogut Labs, empresa especializada em inovação corporativa responsável por gerar mais de 10 bilhões em negócios para seus clientes nos últimos 8 anos.

Quando o empresário dá valor ao hábito de leitura

Ler faz toda a diferença na vida de uma pessoa, um dos que defende isso é o empresário Lúcio Costa, da Suggar.

Lúcio Costa / Foto Marcos Vieira
Lúcio Costa Foto Marcos Vieira

A história de vida de Lúcio, fundador da Cook cozinha e ambiente e Suggar Eletrodomésticos, é inspiradora. Começou ainda menino pobre catando tampinhas e sucatas, no Bairro de Santa Efigênia, e vendendo para um velho que passava na porta de sua casa, e que depois revendia para um ferro velho. Muito esperto, decidiu seguir o tal senhor, descobriu onde era o ferro velho e “furou” o atravessador, passando a vender direto.

Perdeu seu pai quando tinha 12 anos. Viu sua mãe viúva aos 29 anos com cinco filhos, sendo ele o mais velho. Sentiu-se na obrigação de ajudar. Foi vender balas no Circo Garcia que ficava na Rua Niquelina. Sua atitude simpática, despachada e a forma gentil de tratar os clientes despertou o interesse do proprietário da Mobiliadora do Lar que o convidou para trabalhar na empresa. Começou como office-boy e chegou a vendedor.

Tornou-se o melhor vendedor, mudou de empresa, bateu metas e foi trabalhar na GE. Virou gerente regional do Sul do país. Formou-se em administração, fez curso de gestão da Fundação Dom Cabral e em outras mais. Mas queria alçar vôos maiores e voltar para Minas. Começou a trabalhar junto com um arquiteto com cozinha planejada. Um trailler era sua loja. Foi sucesso, mas sentiu que faltava um exaustor que funcionasse de verdade. E foi aí que surgiu o Suggar da Suggar.

De lá para cá todos já conhecem o que virou a empresa. Lúcio foi um grande empreendedor. Ele elenca algumas qualidades fundamentais para ser um empreendedor: iniciativa, trabalho, firmeza, perseverança, coragem, decisão, segurança, otimismo, atitude de respeito humano, criatividade, capacidade de direção, foco, organização, inovação e hábito de leitura.

É neste ponto que quero me ater. Lúcio Costa é um leitor voraz e ressalta a importância da leitura para se ter sucesso em tudo na vida. “O hábito de leitura amplia nossa mente, nos dá cultura, nos ensina a falar, a escrever, aumenta nossa criatividade, imaginação e conhecimento. Leio diariamente. Sem leitura o homem não cresce”.

A prova de isso ser um lema para sua vida é que em 2003 ele inaugurou em sua empresa a biblioteca Eduardo Almeida Reis. São quase 7 mil livros e mais 142 itens na midiateca. A média mensal de empréstimos é de 54. O funcionário faz seu cadastro na biblioteca com o número de matrícula, e pode escolher até três livros para ler ou levar para os filhos. Tem um prazo de um mês para devolver e se precisar pode renovar.

A empresa faz várias campanhas como: incentivo à leitura, empréstimos de livros  para os filhos dos funcionários, cadastramento para o Enem, divulgação de novos livros que compram ou recebem de doação.  Na biblioteca, além de ler e estudar os funcionários podem fazer pesquisas na internet. Lúcio é presença constante no local e sempre faz indicação de livros para seus colaboradores que não o deixam sem respostas, mandam feed back dizendo se gostaram do livro.

Para quem quer ser um empreendedor Lúcio Costa indica três livros: A lei do triunfo, de Napoleon Hill; Dom Quixote, de Miguel de Cervantes e Como fazer amigos e influenciar pessoas, de Dale Carnegie.

Ver pessoas assim, que investem em educação e cultura, que incentivam seus colaboradores, é inspirador. Temos que divulgar para que sirva de exemplo.

Isabela Teixeira da Costa