Investindo na qualificação dos profissionais

Hospital Felício Rocho tem forte setor de pesquisas que inclui área de treinamento em cirurgia de robótica para médicos do interior e de outros estados.

Ilustração Son Salvador

Todo e qualquer problema de saúde que tinha sempre me dirigia ao Hospital Mater Dei por vários motivos: meu plano de saúde cobria o atendimento naquele hospital, confio na equipe médica, é próximo da minha casa (quando estamos passando mal quanto mais rápido o atendimento, melhor), sou amiga da família Salvador, etc. Sempre fui muito bem atendida, com agilidade e qualidade.
Troquei de Plano de Saúde e o Mater Dei não faz parte dos hospitais conveniados. Tenho que confessar que fiquei arrasada. Só pensava em algum momento de urgência e para onde iria correr? Paciência. Fui pesquisar quais seriam meus socorros. Tinha o Hospital Life Center – que fica perto do meu trabalho e longe da minha casa – e o Hospital Felício Rocho, que também é relativamente perto de casa.
Não deu outra, tive cólica renal e corri para lá. Sou amiga desde a infância, de um anestesista de lá, dr. Sérgio Botrel – irmão de uma das minhas melhores amigas, Sandra –, mas não queria incomodá-lo. Só mandei mensagem depois de já ter sido atendida. Aquela máxima, seguro morreu de velho. Vai que passo aperto e preciso de ajuda… Porém, fui muito bem atendida sem nenhuma interferência superior. De lá não saí, pois o rim estava bloqueado com o cálculo e teria que passar por uma intervenção cirúrgica no dia seguinte.
Deus é tão bom comigo que me colocou nas mãos do chefe da urologia de lá, dr. Francisco Guerra, ou seja, o melhor. Só fiquei sabendo depois do procedimento, que deu certo. Mas precisei, depois de algumas semanas, de passar por uma segunda intervenção para retirada dos cálculos que estavam dentro do rim. O médico que tinha feito o ultrassom chegou a dizer que eram tantas pedras que se fossem esmeraldas eu estaria milionária. Pena que era tudo cascalho mesmo.
Quando fui ao consultório do dr. Francisco conversamos muito sobre o Hospital Felício Rocho e ele me contou algumas coisas que fazem por lá, no setor de pesquisas, que me encantou. No dia que fui retirar o cateter, tive o prazer de conferir ao vivo. Lá é um verdadeiro hospital/escola prática para médicos. Ao lado do grande auditório que transmite as cirurgias em geral, inclusive as de robótica – mais nova técnica utilizada nos melhores hospitais do mundo –, possuem três salas com equipamentos individuais usados em cirurgias de videolaparoscopia e robótica, para que profissionais do interior e de outros estados possam e treinar o manuseio por dias, em próteses que representam com perfeição partes do corpo humano. Em minha visita presenciei uma turma de cerca de 60 médicos treinando sutura com os braços mecânicos. Tenho que dizer que não é nada fácil.
Achei fascinante tal iniciativa, pois prepara os profissionais para os procedimentos mais modernos. Só quem já passou por uma cirurgia sem necessidade de grandes cortes no corpo sabe como a recuperação é muito melhor. Tanto por causa da rápida cicatrização (muito mais fácil 5 cortes pequenos do que um grande), quando por segurança para evitar possível entrada de infecção. Portanto, quanto maior o número de médicos preparados para as novas técnicas, espalhados Brasil a fora, melhor para a população. Só é necessário o governo equipar os hospitais e não deixar os equipamentos ficarem fechados por anos, envelhecendo e ficando ultrapassado, sem uso, como vemos, com frequência, em matérias veiculadas pela imprensa.
É impressionante o avanço da medicina, acho que só na odontologia que as coisas caminham mais lentamente. Tudo bem que já existe o implante, que é maravilhoso, mas a anestesia com aquela agulha enorme, e o barulho do motorzinho que aterroriza todo mundo já deveria ter sido revisto pelas novas tecnologias…

Isabela Teixeira da Costa

Banco virtual pode ser desastre

Serviço de internet dos bancos ajuda muito, mas não pode acabar com o contato com clientes.

Tenho conta em dois bancos: no Bradesco e no Itaú Personnalité. Para falar a verdade, nem sei pra que, poderia ser em um só. Mas a conta no Itaú é muito antiga, desde quando era Banco Francês e Brasileiro, da década de 80, que depois foi comprado pelo Itaú e virou Itaú Personnalité.

Quando o jornal mudou para a Avenida Getúlio Vargas, passei a receber meu salário pelo Bradesco, abriram um agencia dentro do prédio para atender aos funcionários e pensei em fechar minha conta do Itaú, mas ela é tão antiga que um amigo aconselhou a mantê-la alegando ser importante ter conta antiga. Até hoje não entendi por que, mas mantive.

Com a facilidade da internet, é raro ir a agencia bancária, e para falar a verdade, por anos ninguém do banco nunca me ligou. Mas quando eu precisava de alguma coisa, ligava na agencia e as atendentes mesmo resolviam o problema.

No ano passado meu novo gerente do Itaú me ligou. Levei até susto. Queria saber se estava tudo bem, se apresentar, etc. Mês passado precisei renovar o itoken e fui a agencia. Bati com o nariz na porta. Prédio lacrado. Liguei para o telefone que achei na internet e depois de falar por um bom tempo com o computador, fui atendida e a moça – de São Paulo – me garantiu que o endereço da agencia continuava o mesmo. Disse a ela que estava com uma placa de aluga-se na fachada, mas ela continua afirmando insistentemente que o endereço era o mesmo, e até com certa grosseria. Tive que estacionar carro na avenida, e me dirigir a uma agência do Itaú para saber onde estava o Personnalité.

Descobri. Cheguei lá bufando de raiva. Como mudam a agencia e não mandam uma correspondência para os clientes? Procurei por meu gerente e descobri que ele é virtual. Tenho um gerente que não existe. Se quiser assentar com ele e discutir um problema, sem chance. Já estava com vontade de fechar a conta de novo. Mas consegui resolver tudo.

Semana passada, liguei para os meus cartões de crédito para liberação de compras no exterior: um do Itaú e outro do Brasdesco. Liguei para o telefone do Itaú e a atendente não queria desbloquear, disse que eu teria que fazer tudo pela internet. Disse que se estava falando com ela, porque ela não poderia fazer, e depois de muita insistência ela transferiu a ligação e alguém desbloqueou. Em seguida liguei para o cartão do Bradesco, na maior gentileza e agilidade a moça desbloqueou o cartão.

Estou impressionada em ver como o Itaú quer distância dos seus clientes. Se existe um telefone no cartão para ligarmos, se a moça atende, porque ela não pode executar o serviço? Por três vezes ela insistiu em me ensinar a fazer o desbloqueio pela internet. Estou com dó das pessoas mais velhas, que não têm intimidade com internet e são clientes do Itaú, devem estar sofrendo.

Cuidado empresas bancárias, o relacionamento interpessoal ainda é importante.

Isabela Teixeira da Costa

A arte de atender bem o cliente

atendente1Não adiante ter a melhor loja, nem os melhores produtos se o atendimento não for bom.

Um dos maiores problemas dos empresários da área do comércio é conseguir ter um bom atendimento. Para isso é fundamental montar uma boa equipe e treiná-la bem, mesmo assim, o bom atendimento não é garantido.

Quantas vezes não deixamos de comprar em uma loja por causa do mau atendimento? Não é à toa que sempre dou sempre preferência para comprar em loja que conheço alguém. Evita passar muita raiva.

Sempre fui gordinha – isso faz parte do meu passado, porque agora já emagreci bastante –, e por isso sempre tive dificuldade com roupas. O mesmo ocorria com as amiga na hora de me presentear. Bom, há alguns anos ganhei de presente de aniversário uma blusa linda da Farm. Até que serviu, mas ficou muito apertada. Fui trocar.

A loja era nova na cidade e tinha muito movimento. Entrei e ninguém me atendeu. Aproximei de uma vendedora e disse que precisava trocar um presente. Sem nem olhar para mim e muito menos para o presente que tinha recebido, olhou para as araras da loja, abanou a mão e falou “olha aí e vê se gosta de alguma coisa”. A fala saiu enquanto virava de costas e me largava sozinha. Fiquei com tanta raiva que saí da loja, dei a blusa de presente para a minha filha. Nunca mais voltei.

Esta semana, passei por uma experiência semelhante. Precisava comprar um sapato social de salto mais grosso. Estava no Boulevard Shopping porque tive que resolver umas coisas por lá e passei na Arezzo. Entrei na loja, tinha uma vendedora atendendo duas mulheres e outra no balcão. Fiquei olhando os sapatos expostos aguardando o término do atendimento ou alguém se aproximar. As clientes saíram e ninguém veio me atender, ao contrário, todas as funcionárias sumiram. Fiquei olhando e todas elas entraram para o estoque ou sei lá pra onde e me deixaram sozinha na loja.

Sinceramente, se eu fosse um ladrão poderia levar o que quisesse. Fiquei algum tempo esperando alguém aparecer e nada. Então, virei as costas e saí. Até agora me pergunto como todas as funcionárias abandonam uma loja assim sem se importar com uma cliente que está lá. Se estivessem com algum problema urgente era só chegar perto de mim, se desculpar e pedir para eu esperar um pouco. Mas nem enxergar o cliente? Impressionante.

Fico com pena dos empresários que investem tanto – não é barato montar uma loja, principalmente em shopping, manter um bom estoque, pagar os altos impostos –, para funcionários despreparados ou desinteressados derrubarem tudo atendendo mal os clientes, ou não atendendo. Principalmente porque estamos vivendo época de crise e a venda não está rolando com tanta frequência. E olha que os funcionários recebem por comissão, mais um motivo para não entender o comportamento deles.

Isabela Teixeira da Costa

Médicos displicentes e secretárias autoritárias

medicoidoso1Médicos que não dão retornos e secretárias que acham que são chefes: isso é problema.

Cuidar de idoso é uma coisa delicada. O idoso é delicado. Está tudo bem e de repente, uma coisinha à toa desestabiliza a pessoa e ela baqueia muito, e o médico precisa ter atenção redobrada e qualquer descuido pode ser fatal.

Experiências não faltam já que estou com uma mãe que fará 90 anos no próximo dia 5. Certa vez, ela teve uma embolia pulmonar, foi internada e só se salvou porque o Dr. Samuel Vianney da Cunha Pereira ficou na sua cabeceira 24 horas, cuidando e monitorando seu quadro, porque sabia que ela não suportaria ir para uma UTI. Uma dedicação como essa a gente não esquece. Ela ficou mais tempo internada, mas saiu inteira.

Tem um caso que vou me dar o direito de não citar os envolvidos. Uma idosa, que sofre de Mal de Alzheimer, estava dormindo muito e a família decidiu que deveria rever isso. Como ela também tomava antidepressivo há muitos anos, pensaram que poderia ser isso. Enfim, foi indicado um outro médico para eles, que mexeu na medicação da senhora.

Não deu outra, ela ficou totalmente desestabilizada. Um dos filhos ligou para ele e a secretária do médico não transferiu a ligação porque ele estava atendendo. Até aí, tudo bem. Porém, não satisfeita, começou a discutir a medicação e o caso, como se ela fosse médica, e ainda questionou dizendo “estou aqui há muitos anos, entendo do que estou falando”, e continuou discutindo sobre base de medicamentos.

Foi deixado o recado para o médico retornar a ligação, já que a idosa estava completamente desestabilizada, fugindo de casa, sem conhecer ninguém, com medo de tudo. Sintomas que ela nunca havia sentido antes. O médico só retornou cinco dias depois. Fico me perguntando como um médico que é especialista em trabalhar com idosos, fica sabendo que um deles não está bem e demora uma semana para retornar.

secretariaClaro que a família procurou outro médico para acudir a mãe. Quando o referido médico ligou, falaram tudo o que estava engasgado, agradeceram a falta de atenção e cuidado, e desligaram o telefone. Porém, só depois de fazer a referida reclamação da secretária que acha que tem diploma médico por osmose.

O que mais existe é secretária que se acha. Não sei se pensam que seu trabalho é inferior e esse “complexo de inferioridade” provoca uma postura de poder absoluto sobre o chefe. Se a gente não falar tudo para elas, simplesmente não conseguimos falar com quem queremos. Algumas, depois que falamos tudo, ela é quem leva o caso para seu chefe e nos dá a resposta. É um verdadeiro muro blindado. O que é um grande problema, pois precisamos de acesso aos chefes para dar andamento a N coisas importantes.

Outras secretárias, que eu chamo de verdadeiramente profissionais, são maravilhosas, só ajudam. Sabem fazer uma imagem positiva do chefe. São simpáticas e mesmo que o chefe peça para barrarem as pessoas, elas fazem isso com tanta classe que não deixam transparecer.

Tudo é uma questão de ser um bom profissional, seja em qual profissão for.

Isabela Teixeira da Costa

Tirar 2ª via de documento ficou mais fácil

Divulgação
Divulgação

Precisei de novos documentos e me senti no primeiro mundo.

Desta vez realmente eu me surpreendi. Sábado passado, me aprontei para ir à final do Torneio Feminino de Tênis, campeonato que as mulheres tenistas de BH fazem beneficiando uma das creches ajudadas pela Jornada Solidária Estado de Minas, da qual sou coordenadora. Por causa disso, sempre vou à festa de encerramento, uma deliciosa feijoada no Serra Del Rey Country Club.

Quando fui trocar de bolsa, enquanto pegava dinheiro, cartões e documentos não encontrei, a carteira com o documento do meu carro e minha carteira de habilitação. Fiquei doida. Procurei nas bolsas que usei recentemente – sendo que não troco de bolsa, morro de preguiça, uso uma até ela acabar –, e nada. Comecei a buscar na minha memória quando tinha pegado no documento pela última vez. Lembrava de um casamento, em 15 de outubro. Peguei a carteira do documento do carro e coloquei nela dinheiro e cartão de crédito, para caber na bolsa de festa.

Tinha certeza que, chegando em casa tinha retirado tudo da bolsa, guardado cartões e dinheiro em minha carteira normal – porque está tudo lá –, e era para o documento do carro estar dentro da minha bolsa. Nada. Olhei dentro do carro, na casa toda e nada.

Pedi socorro à minha amiga Sandra, para ir comigo ao encerramento do tênis. Quem tem amigos não passa aperto. Sandra me fez companhia e ‘choferou’ para mim o sábado todo, e de lambuja ainda me levou ao jornal para ver se não tinha esquecido a carteirinha na minha sala. Também não estava lá.

É impressionante como é a “ignorância”. Andava para baixo e para cima de carro, sei lá há quantos dias, numa boa, despreocupada, porque não sabia que os documentos não estavam comigo. No momento que descobri a perda, na mesma hora abandonei o carro, como se uma tarja luminosa acendesse na minha testa para todo mundo ver, informando que estava desabilitada. Não sei como tem gente que anda sem carteira, tranquilamente, na maior cara dura.

Enfim, estava enrasca. Na quarta-feira, feriado, tinha que ir para Santa Luzia ver minha mãe, mas sem carteira de motorista e sem documento do carro não poderia ir. Sabia que era impossível conseguir a segunda via em dois dias, mesmo assim fui tentar. Segunda entrei no site do Detran para ver se tinha alguma multa – tinha –, tirei o boleto, e paguei.

Dali por diante não sabia mais o que fazer e lembrei do super despachante Aquino. Liguei para ele, enviei foto da multa paga, do documento antigo do carro e às 17h ele me retornou dizendo que já estava com a 2ª via do documento do carro. Levei um susto tão grande. Pensei que levaria pelo menos uns dez dias.

Quando telefonei para o Aquino, ele me orientou como preencher o pedido da 2ª via da carteira marcando a retirada no Posto do Uai, na Praça Sete. Paguei a taxa na segunda e na terça, às 16h30, busquei minha nova carteira. E não esperei nem cinco minutos para minha senha ser chamada. Gente, o que está rolando no serviço público?

Serviço público? Nem tanto. O Posto do Uai é terceirizado. Uma infinidade de pessoas atendendo, nada de funcionário público. Todo mundo trabalhando, educado, mais de 50 guichês em cada setor, e todos eles funcionando. Não aguentei e perguntei para moça que me atendeu como conseguiam tamanha agilidade e na maior naturalidade ela respondeu: “É agora tudo está interligado. Quando a senhora paga no banco, imediatamente chega o aviso no Detran, que imprime a nova carteira e manda para cá. A carteira da senhora chegou hoje pela manhã”.

Me senti no primeiro mundo.

Isabela Teixeira da Costa