A Casa Cor retorna para uma das regiões mais efervescentes da capital: a Praça da Estação.
Depois do sucesso da edição de 2016, que celebrou a conquista pelo Conjunto Moderno da Pampulha do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, a Casa Cor Minas Gerais se prepara para mais um ano de novidades. Seguindo antenada aos movimentos urbanos contemporâneos se propõe um novo olhar sobre a cidade e sobre a forma como ela vem sendo percebida e vivida por seus moradores.
Os diretores Eduardo Faleiro e Juliana Grillo iniciaram um novo processo de relacionamento da Casa Cor Minas com a capital, e uma das principais características e conquistas da gestão implementada pela dupla foi dar vida à casa. No ano passado todos os dias a Casa Cor estava animada, cheia de gente celebrando em vários ambientes. Essa proposta será intensificada este ano.
A Casa Cor Minas 2017 nasce com o desafio de ampliar cada vez o conceito de morar bem na contemporaneidade. A proposta deste ano é ocupar um prédio histórico da capital mineira, integrante do conjunto arquitetônico da Praça da Estação. Localizado na rua Sapucaí 383, o prédio possui três pavimentos, porão, sótão e jardins. O local funcionou como sede da extinta Rede Ferroviária Federal S/A – RFFSA, e está diretamente associado à criação de Belo Horizonte. Nos últimos anos o prédio vem passando por um processo de restauração, sob a supervisão do IPHAN, para abrigar futuramente as instalações do Museu Ferroviário.
O imóvel escolhido está localizado em uma espécie de corredor cultural e gastronômico da capital, que vem se estabelecendo de forma totalmente espontânea. Entre os espaços estão: Museu de Artes e Ofícios, Funarte, Espaço 104, Centro de Referência da Juventude, Serraria Souza Pinto, Teatro Espanca!, Duelo de MC´s, Baixo Centro Cultural, Praia da Estação, Benfeitoria, Salumeria Central, Pecatore, Gruê, Dorsé, blocos de carnaval, entre outros. Além disso, a rua Sapucaí está localizada numa região estratégica, possibilitando uma das vistas mais privilegiadas da cidade.
De acordo com o diretor Eduardo Faleiro, a escolha do imóvel vai ao encontro do atual momento de discussão sobre a utilização do espaço público, observada não apenas em Belo Horizonte, mas também em outras cidades brasileiras e no exterior. “Estamos muito felizes em poder contribuir para o resgate histórico desse belíssimo imóvel, que está fechado há anos, e por levantar uma reflexão sobre o hipercentro da capital. A edição realizada em 2000, na Casa do Conde, foi responsável pelo maior público da história da Casa Cor Minas em todos os anos. Outro ponto interessante é nosso histórico, que já contabiliza 13 edições realizadas em imóveis tombados, servindo para levantar questões sobre a importância da preservação e o resgate destes imóveis e também por gerar visibilidade e acessibilidade a esses prédios, contribuindo assim para a preservação da memória e da identidade cultural da cidade”, destaca Eduardo.
Juliana Grillo destaca a relevância do tema desta edição: Foco no Essencial. Trata-se de um tendência mundial trazida a partir do questionamento sobre o excesso de supérfluos em todas as áreas, tanto de consumo, como de informação. “A proposta para esta edição é um verdadeiro desafio para que arquitetos, designers de interiores e paisagistas possam surpreender o público com projetos que consigam trazer o design para mais perto das pessoas. O espaço que escolhemos para abrigar a mostra deste ano está em perfeita sintonia com sua temática, na medida em que possibilita ambientes mais amplos, com espaços generosos, capazes de trazer muitas possibilidades de reflexão sobre a moradia com foco no essencial. A ideia desta edição é mostrar que a vida pode ser mais simples”, reflete a diretora.
Serão utilizados ao todo cerca de 4.000 metros quadrados de área, que serão distribuídos em aproximadamente 40 ambientes. A organização espera receber 40.000 visitantes durante o evento.
Eu já estou ansiosa para a abertura oficial da mostra e para escolha dos ambientes da 23a edição. A proposta do tema será um desafio fabuloso para trazermos o design mais perto das pessoas. Contemos os dias!
Flávia Freitas