Ansiedade: o mal de sempre

Hoje, falo da ansiedade pela visão da Bíblia, mas com isso não estou negando a importância do tratamento, que é fundamental em muitos casos.

Ontem falei sobre ansiedade, que é um mal do século, deste e do passado também. Baseada nas falas de uma psicoterapeuta apontei as causas da ansiedade, como tratá-la clinicamente e algumas dicas para evita-la. Hoje, vou falar da ansiedade pelo ponto de vista bíblico.

Sinto muito à vontade para abordar a ansiedade por este prisma, pois não estou falando de religião, e sim de Deus e o que falou para nós. E como 93% da população nacional afirma que acredita em Deus, creio que este artigo poderá ajudar. Primeiro, vamos à definição de ansiedade: inquietude, impaciência, angustia, preocupação e aflição.

A ansiedade não é um mal atual como eu disse na abertura do texto, mas ela já existia desde antes de Jesus, ou seja, é um mal da população desde os tempos mais remotos. A prova disso está no Salmo 13 do rei Davi que diz: “Até quando terei ansiedades e preocupações, tristeza no meu coração todo dia?” e também com o que Jesus disse no Sermão do Monte (Mateus 6:25 a 34) “Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. (…) Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? (…)“Nunca fiquem ansiosos por causa do amanhã, pois o amanhã terá suas próprias ansiedades”

Devemos tentar resolver os problemas de hoje, e não devemos piorar a situação juntando as preocupações de hoje com as de amanhã. Qual de nós não se sente ansioso e com medo diante de uma enfermidade, do desemprego, de uma crise familiar, da violência, dos desafios que temos que assumir ou mesmo diante das lutas que passamos? O terapeuta Gary R. Collins faz uma distinção entre a ansiedade normal, que é uma reação natural diante dos perigos e ameaças, que é controlada ou diminuída quando as circunstâncias exteriores se modificam; e a ansiedade aguda ou neurótica, que desenvolve sentimentos exagerados de desespero e medo, mesmo quando o perigo é inexistente.

Mas Deus diz o que devemos fazer:  “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pedro 5:7). Ele quer que, literalmente, joguemos a nossa ansiedade, angústia, medos e problemas para ele. Mas não devemos ficar pegando de volta. Se lermos com atenção veremos que ele não disse que cuidou ou cuida ou cuidará da gente, disse que tem cuidado de nós, ou seja, é algo que começou no passado, continua no presente e continuará no futuro.

Por isso, depois de orar e entregar nossa ansiedade para Deus devemos pedir que ele nos ajude a identificar a causa do problema, por meio da observação, reflexão, autoanálise, leitura da Bíblia, aconselhamento. Às vezes, não é fácil esse exercício, mas pode nos fazer muito bem, se feito adequadamente.

Outra coisa importante é pedir ajuda de um grande amigo. Depois de descobrirmos a causa de nossa ansiedade, devemos tentar resolver a questão que está gerando essa ansiedade e nada melhor do que ter um grande amigo nos ajudando. Sozinho tudo fica mais pesado.

Por maiores que sejam as lutas sempre haverá motivo para dar graças a Deus. Se olharmos somente para os problemas, ficaremos mais ansiosos ainda. Segundo Collins, alegrar-se é um mandamento de Deus, pois Ele disse que jamais nos deixaria. Baseados nessa promessa, podemos viver livres do medo.

Em Filipenses 4:6-7 diz “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus”, ou seja, a oração é o melhor remédio para combater a ansiedade e o medo. É possível ter a paz de Cristo ocupando o lugar do medo e da ansiedade em nossa mente e coração, mesmo que as circunstâncias externas não mudem. Paz não é a ausência de problemas e aflições, mas é uma dependência completa do cuidado de Deus.

Para arrematar, Jesus disse que não adianta nada a gente preocupar porque ninguém pode acrescentar nem dia mais em sua vida, então para que se preocupar?

Não estou negando e nem ignorando a importância do tratamento psicológico, ao contrário, dependendo do grau de ansiedade é fundamental o tratamento, apenas mostrei o que a Bíblia diz e a importância de contarmos com a ajuda e o cuidado de Deus.

Isabela Teixeira da Costa

Ansiedade, o mal do século

Ansiedade impede que pessoas vivam o presente e pode gerar  estresse, hipertensão e problemas respiratórios.

Tem pessoas que acham que um pouco de ansiedade faz bem, que traz uma dose dela traz energia para fazer as atividades do cotidiano. A psicoterapeuta Maura de Albanesi discorda dessa lógica. “Às vezes essas pessoas colocam ‘muito gás’ em pequenas coisas e ocorre que essa energia acaba muito rápido. Então, é um equívoco achar que um pouco de ansiedade estimula a pessoa a realizar o que se deseja e precisa. Infelizmente, é exatamente o contrário, ela se sobrecarrega, se estressa e o corpo sofre com isso”, explica.
O que é ansiedade? “Ansiedade é querer viver um futuro no agora. E é claro que é um futuro incerto. As pessoas ficam ansiosas pelo o que vai acontecer e não vivem o momento. A ansiedade também não é algo relacionado à personalidade, na verdade, se trata de um hábito”, destaca.
Para Maura, as principais causas da ansiedade são: o medo de viver o presente e a necessidade que a pessoa tem de controlar tudo o que acontece. “Essas pessoas não querem se surpreender com nada, elas têm esse medo da vida, medo de viver, e a vida é uma surpresa diária. Para os ansiosos, tudo tem de estar pré-definido. Como nem sempre é possível essa programação, os ansiosos sofrem com a indefinição dos fatos e a impossibilidade de controlar o que pode ocorrer”, declara a psicoterapeuta.
Pesquisas da Universidade Politécnica de Hong Kong sugerem que a ansiedade afeta negativamente vários setores da vida, como o ambiente profissional. Maura ressalta que – geralmente – pessoas ansiosas são pouco produtivas. “O ansioso foca apenas no que ele quer alcançar no futuro, e então, a pessoa não consegue se organizar com o que precisa ser feito no presente. Tudo isso gera mais ansiedade. Ela vê que o tempo está passando e as coisas não estão acontecendo. Então, o ansioso vive uma agonia, por causa desse cenário”, destaca.
A ansiedade gera sintomas físicos, como elevação da pressão arterial, um descompasso cardíaco, além de haver processos respiratórios comprometidos. “Esses sintomas surgem devido ao estresse que essa pessoa sente. O ansioso vive sempre cheio de adrenalina e emite um comando/ordem para a mente, numa pressão constante. Em tudo o que faz, essa pessoa acelera ao máximo, o tempo inteiro, sem trégua. Isso gera um estresse, um cansaço, que afeta paulatinamente a energia psíquica”, explica.
O bom é que tem como tratar. Psicoterapia ou análise acompanhada de tratamento com um psiquiatra, que dará medicação correta para a ansiedade. O problema é que muitos só procuram o psiquiatra, tomam a medicação que acaba com os sintomas, mas não fazem uma terapia para tratar a causa. Sendo assim, se parar com os remédios, a ansiedade volta.
Em casos mais moderados de ansiedade não é necessário medicação e psiquiatra, apenas um tratamento com um bom psicólogo pode resolver o problema sem medicação. “Embora, o medicamento seja muito importante para reduzir e aliviar o estresse e mal-estar, causados pela ansiedade, é através do processo de autoconhecimento e autodesenvolvimento que a pessoa consegue, de fato, combater a causa-raiz do problema”, explica Maura.
Maura também alerta quanto ao risco de desenvolver dependência em relação ao uso dos medicamentos psiquiátricos. “O remédio tira os sintomas e permite que a pessoa tenha uma vida aparentemente normal, ao aliviar o mal-estar. Com o tempo, a pessoa pode ficar dependente desse medicamento, sem falar que as causas não estão sendo combatidas. Portanto, o remédio não deve ser considerado como a alternativa de cura para a ansiedade”, declara.

Dicas para controlar a ansiedade
A psicoterapeuta cita três dicas para controlar a ansiedade no cotidiano:

1 – Ter atenção quanto à respiração. “Na prática, a respiração coloca a pessoa em contato com ela mesma e em contato com o presente. É importante respirar bem fundo – de forma lenta – inspirando e expirando, isso tudo acalma”, comenta.

2 – Faça uma lista. “A pessoa pode anotar as questões que precisa priorizar, mas é essencial cumpri-las passo a passo, sem pular etapas [ansiosos tendem a fazer isso]. O segredo é ter planejamento, pois o ansioso tem uma tendência a se desorganizar. Quando a pessoa coloca esse futuro no papel, ela o traz para o presente e isso flui bem”, declara.

3 – Foco – “Exercícios de foco e atenção são ações muito úteis para ajudar na redução das ondas vibracionais mentais que estão a todo vapor dentro de uma pessoa ansiosa”, afirma. Isso ajuda a acalmar e diminui o estresse. Vários estudos comprovam sua eficácia quanto ao controle da ansiedade, além de questões como pânico – ou mesmo – depressão.

Amanha vou falar de outra forma de ficar livre da ansiedade.

Isabela Teixeira da Costa