Solidariedade que comove

A generosidade, desprendimento, bondade e solidariedade de alguns com pessoas que nunca viram na vida é comovente.

Tenho um casal de amigos muito queridos, Adriana e Elói Oliveira. Conheço o Elói desde os meus 15 anos, eu acho. Adriana, eu conheci quando os dois começaram a namorar. Desde então somos amigos, ou seja, uma vida inteira. Sou muito suspeita para falar desse casal, porque o amor modifica o olhar, mas sei que quem conhece os dois, vai concordar comigo. Eles são de uma educação, simpatia, gentileza, generosidade, integridade e honestidade a toda prova. São amorosos e extremamente solidários. Têm um senso de família que é lindo e único, além de uma vida pautada nos princípios cristãos. Elói nunca deixou de dizer e afirmar que a pessoa mais importante de sua vida é Jesus.

Sempre ajudaram o próximo, e vou me reservar o direito de omitir tudo o que sei que já fizeram, porque não gostam de alardear, e se aqui o fizesse estaria traindo a confiança que ambos depositaram em mim. O que vou relatar aqui ocorreu com eles sim, mas ao contrário do normal, dessa vez eles não ajudaram ninguém, mas foram ajudados.

O querido casal fez, recentemente, uma viagem aos Estados Unidos, foram acompanhar a filha Natália, com o marido Alexandre Machado, à maratona de Chicago. Naty é maratonista das boas e literalmente corre o mundo participando de competições. De lá, decidiram dar um role a mais pelos States. Só os dois.

Como foram atletas – ambos jogaram vôlei, Elói foi capitão da Seleção Brasileira na Olimpíada de Moscou – amam caminhar, andar de bike, correr, enfim, programa esportivo saúde total.

Decidiram passear por San Francisco de bicicleta. Elói pilotando com uma mão só e filmando a paisagem e sua amada Adriana. Na Golden Gate ele caiu, sei lá como. Só sei que bateu na bike de Adriana, que estava um pouco à frente, arrancando a roda traseira dela, que apesar de ter sido jogada para frente, graças a Deus caiu de pé e não sofreu nenhum arranhão. Ele, por sua vez, caiu, bateu com a mão no chão, cortou feio entre o dedão e os outros dedos.

Dedo quebrado, mão cortada, sangue jorrando, bike quebrada e sem roda no meio da ponte e eles sem saber o que fazer, porque estava difícil para Adriana carregar as bicicletas e acudir o marido.

De repente parou um casal, pai e filha, de americanos, também ciclistas, e praticamente sem falar nada, abriram uma maleta que carregavam consigo, consertaram a roda quebrada, trocando peças e tudo mais. Segundo a Dri, ficaram sujos de graxa dos pés à cabeça. Quando terminaram, depois de ver tanto esforço da dupla sob um sol escaldante de 2 horas da tarde, Elói perguntou quanto era, pois viu o volume de peças e material que usaram. Disseram que não era nada. Elói então fez uma oração por eles e pela família.

Quando estava terminando, parou outro americano, de ascendência oriental, viu que Elói estava ferido e fez questão de levá-lo ao hospital. Foram todos juntos.

Acham que parou por aí? Que mostraram o hospital, despiram e foram embora? Nada disso. Entraram com eles no hospital, apresentaram para a atendente. Aguardaram a bicicleta dos dois, voltaram entregando a chave do cadeado e só então despediram e foram embora.

Dá para acreditar? Muito podem dizer que faz parte da boa civilidade e educação. Pode ser sim, mas não acredito que seja só isso. Em minha opinião, Deus colocou esses anjos no caminho de um casal que é bom, que faz o bem, que tem a vida nas mãos do Senhor e por isso Deus cuida deles. E colocou pessoas mais do que solidárias para o socorro.

Para os curiosos, Elói foi atendido, para conseguir viajar (voltava no dia seguinte para o Brasil), e chegando aqui teve que passar por uma cirurgia na mão, mas está ótimo, se recuperando muito bem.

 

Isabela Teixeira da Costa

  • Tive o privilégio em conviver na adolescência com este casal. A generosidade deles de fato, já naquela época, já era patente. E como um bom vinho, pelo que foi lido, continuam ainda melhores com o passar do tempo. Deus continue os abençoando.

  • Certamente Deus amparou estes filhos abençoados ao oferecer ao casal alguns anjos de plantão na hora e lugares certos!

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