Médicos displicentes e secretárias autoritárias
Médicos que não dão retornos e secretárias que acham que são chefes: isso é problema.
Cuidar de idoso é uma coisa delicada. O idoso é delicado. Está tudo bem e de repente, uma coisinha à toa desestabiliza a pessoa e ela baqueia muito, e o médico precisa ter atenção redobrada e qualquer descuido pode ser fatal.
Experiências não faltam já que estou com uma mãe que fará 90 anos no próximo dia 5. Certa vez, ela teve uma embolia pulmonar, foi internada e só se salvou porque o Dr. Samuel Vianney da Cunha Pereira ficou na sua cabeceira 24 horas, cuidando e monitorando seu quadro, porque sabia que ela não suportaria ir para uma UTI. Uma dedicação como essa a gente não esquece. Ela ficou mais tempo internada, mas saiu inteira.
Tem um caso que vou me dar o direito de não citar os envolvidos. Uma idosa, que sofre de Mal de Alzheimer, estava dormindo muito e a família decidiu que deveria rever isso. Como ela também tomava antidepressivo há muitos anos, pensaram que poderia ser isso. Enfim, foi indicado um outro médico para eles, que mexeu na medicação da senhora.
Não deu outra, ela ficou totalmente desestabilizada. Um dos filhos ligou para ele e a secretária do médico não transferiu a ligação porque ele estava atendendo. Até aí, tudo bem. Porém, não satisfeita, começou a discutir a medicação e o caso, como se ela fosse médica, e ainda questionou dizendo “estou aqui há muitos anos, entendo do que estou falando”, e continuou discutindo sobre base de medicamentos.
Foi deixado o recado para o médico retornar a ligação, já que a idosa estava completamente desestabilizada, fugindo de casa, sem conhecer ninguém, com medo de tudo. Sintomas que ela nunca havia sentido antes. O médico só retornou cinco dias depois. Fico me perguntando como um médico que é especialista em trabalhar com idosos, fica sabendo que um deles não está bem e demora uma semana para retornar.
Claro que a família procurou outro médico para acudir a mãe. Quando o referido médico ligou, falaram tudo o que estava engasgado, agradeceram a falta de atenção e cuidado, e desligaram o telefone. Porém, só depois de fazer a referida reclamação da secretária que acha que tem diploma médico por osmose.
O que mais existe é secretária que se acha. Não sei se pensam que seu trabalho é inferior e esse “complexo de inferioridade” provoca uma postura de poder absoluto sobre o chefe. Se a gente não falar tudo para elas, simplesmente não conseguimos falar com quem queremos. Algumas, depois que falamos tudo, ela é quem leva o caso para seu chefe e nos dá a resposta. É um verdadeiro muro blindado. O que é um grande problema, pois precisamos de acesso aos chefes para dar andamento a N coisas importantes.
Outras secretárias, que eu chamo de verdadeiramente profissionais, são maravilhosas, só ajudam. Sabem fazer uma imagem positiva do chefe. São simpáticas e mesmo que o chefe peça para barrarem as pessoas, elas fazem isso com tanta classe que não deixam transparecer.
Tudo é uma questão de ser um bom profissional, seja em qual profissão for.
Isabela Teixeira da Costa